PUBLICIDADE
Lisossomos são organelas celulares envoltas por membranas que estão presentes nas células eucarióticas. Essas organelas caracterizam-se por serem sacos membranosos repletos de enzimas, as quais agem degradando diferentes moléculas, como proteínas e fosfolipídios.
Essas estruturas estão relacionadas com o processo de digestão intracelular, sendo capazes de garantir a digestão de materiais capturados no meio externo e de estruturas obsoletas da própria célula.
Saiba também: Mitocôndria — organelas relacionadas ao processo de respiração celular
Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre lisossomo
- 2 - O que são lisossomos?
- 3 - Função dos lisossomos
- 4 - Onde os lisossomos são encontrados?
- 5 - Doença de Tay-Sachs e a relação com lisossomos
Resumo sobre lisossomo
-
Lisossomos são organelas membranosas.
-
Estão presentes em células eucarióticas (que possuem núcleo definido), sendo considerados, por muitos autores, uma organela exclusiva da célula animal.
-
Contêm enzimas e estão relacionados com a digestão intracelular.
-
Realizam digestão de materiais capturados pela célula e também de partes celulares obsoletas.
O que são lisossomos?
Lisossomos são organelas celulares que se apresentam como pequenos sacos ricos em enzimas digestórias. Essas organelas são, em geral, de formato esférico e apresentam um diâmetro de 0,05 µm a 0,5 µm. Os lisossomos apresentam cerca de 40 tipos distintos de enzimas, tais como as que degradam ácidos nucleicos, fosfolipídios e proteínas.
Essas enzimas são otimamente ativas em pH ácido. Os lisossomos são envolvidos por uma membrana única que garante que as enzimas digestórias presentes na organela não entrem em contato com o citosol (a parte do citoplasma localizada entre as organelas). O pH do citosol é de aproximadamente 7,2 e é considerado uma forma de defesa caso enzimas escapem dessa organela, uma vez que se tornam pouco ativas em pH neutro.
A membrana lisossômica, além de evitar a passagem de enzimas, apresenta transportadores que garantem que os produtos finais da digestão de macromoléculas sejam transportados para o citosol, onde poderão ser utilizados pela própria célula ou ser lançados para fora dela. A membrana apresenta, ainda, uma bomba de H+ que o projeta para dentro do lisossomo, assegurando, desse modo, que o pH no interior da organela permaneça ácido.
As enzimas digestórias e as membranas lisossomais são sintetizadas pelo retículo endoplasmático rugoso e transferidas para o complexo de Golgi para processamento. Alguns lisossomos surgem por brotamento a partir da face trans do complexo golgiense.
Leia também: Qual a relação entre a secreção celular e o complexo golgiense?
-
Lisossomos primários
As vesículas formadas a partir do complexo golgiense constituem os chamados lisossomos primários. Esses lisossomos se caracterizam por não terem ainda participado do processo de digestão intracelular e conterem apenas enzimas em seu interior.
-
Lisossomos secundários
A partir do momento que os lisossomos primários se fundem com vesículas para dar início ao processo de digestão, passam a ser chamados de lisossomos secundários.
Função dos lisossomos
Os lisossomos são organelas responsáveis pela digestão intracelular, promovendo a degradação de várias partículas extracelulares e moléculas ingeridas pelas células. As células eucarióticas são capazes de capturar partículas, moléculas e líquidos através da endocitose, um processo em que o material a ser ingerido é englobado por uma porção de membrana plasmática, dando origem a uma pequena vesícula no interior da célula.
Podemos classificar a endocitose em dois tipos: a pinocitose e a fagocitose. A pinocitose está relacionada à ingestão de líquido e moléculas por pequenas vesículas, enquanto a fagocitose relaciona-se à ingestão de partículas maiores, como micro-organismos.
Na fagocitose, as partículas grandes capturadas pela célula permanecem em vesículas chamadas de fagossomos. Os fagossomos se fundem com os lisossomos, os quais realizarão a digestão.
No caso de líquidos extracelulares e moléculas capturadas por vesículas menores, o conteúdo dessas vesículas são entregues aos lisossomos por meio de estruturas chamadas de endossomos. Os endossomos possuem como função principal a distribuição de materiais que foram endocitados.
Além de garantir a digestão das partículas e moléculas capturadas do meio externo pela célula, os lisossomos são capazes de realizar autofagia. A autofagia nada mais é do que a degradação de partes da própria célula que não serão mais utilizadas.
Para que esse processo ocorra, a célula envolve a organela com membrana, formando o autofagossomo. Este então se funde com os lisossomos, e a digestão intracelular acontece. Após a digestão, os compostos são liberados para o citosol para reutilização pela célula.
Veja também: Ribossomos — organelas celulares relacionadas com a síntese proteica
Onde os lisossomos são encontrados?
Os lisossomos são organelas observadas no citosol de células eucarióticas. É importante considerar que:
-
Muitos autores afirmam que os lisossomos são encontrados exclusivamente em células animais.
-
Outros autores consideram, no entanto, que lisossomos podem estar presentes tanto em células animais quanto em células vegetais.
De maneira geral, costuma-se considerar que se trata de uma estrutura exclusiva da célula animal.
Doença de Tay-Sachs e a relação com lisossomos
A doença de Tay-Sachs é um problema genético raro que ocorre como consequência da insuficiência de uma enzima hidrolítica presente em lisossomos. Essa enzima, hexosaminidase, é responsável pela decomposição de glicolipídeos, um tipo de lipídio. Sem sua degradação, eles se acumulam no cérebro, interferindo em diferentes processos importantes para a vida do indivíduo, como a coordenação motora, a respiração e a visão.
Por Vanessa Sardinha dos Santos
Professora de Biologia