Autofagia é uma palavra de origem grega (auto = eu e fagia = comer) que significa “comer a si mesmo”. O termo foi utilizado em 1963 por Christian de Duve, durante um simpósio sobre lisossomos, para descrever processos que envolviam vesículas associadas a essas estruturas, as quais estariam relacionadas à reciclagem celular.
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Como ocorre o processo de autofagia?
A autofagia acontece quando as células englobam e degradam porções de seu próprio citoplasma. Nesse processo, formam-se membranas, de origem ainda controversa, que englobam porções do citoplasma, produzindo uma estrutura fechada denominada de vacúolo autofágico ou autofagossomo. Posteriormente, o vacúolo une-se a lisossomos, dando origem ao autolisossomo ou autofagolissomo. As enzimas encontradas nos lisossomos serão, então, responsáveis por garantir que o material interno e a membrana sejam degradados (Veja o processo ilustrado no início deste texto).
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Ao degradar essas partículas, a célula faz, por exemplo, a reciclagem de proteínas, lipídios, nucleotídeos, aminoácidos e ácidos graxos. Esse processo também possibilita uma limpeza da célula, degradando macromoléculas malformadas, por exemplo. Além disso, relaciona-se com vários outros processos, como remodelação celular, defesa do hospedeiro e até mesmo doenças como o câncer, uma vez que a interrupção da autofagia pode acelerar a carcinogênese.
Quando as células fazem autofagia?
Hoje sabemos que o processo de autofagia é realizado pelas células para, entre outras funções, manter o seu equilíbrio e realizar suas atividades normais. As células fazem a autofagia em várias situações, como quando ocorre:
Tipos de autofagia
A autofagia pode apresentar-se de três formas diferentes:
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Autofagia mediada por chaperona: Esse processo, observado em células de mamíferos, é desencadeado quando a proteína do choque térmico (PCT) interage com macromoléculas alteradas presentes no citoplasma da célula.
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Microautofagia: Nesse caso, os componentes do citoplasma são incorporados diretamente pelos lisossomos.
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Macroautofagia ou autofagia: é o tipo mais estudado e o que foi descrito neste texto.