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Anatomia da folha

Analisando a anatomia da folha, percebemos que existe nesse órgão a presença de três sistemas de tecidos: o dérmico, o fundamental e o vascular.

A folha é um órgão vegetal relacionado, entre outras funções, com o processo de fotossíntese.
A folha é um órgão vegetal relacionado, entre outras funções, com o processo de fotossíntese.
Crédito da Imagem: shutterstock
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A folha é um órgão vegetal, normalmente laminar e verde, encontrado na maioria das plantas existentes. Geralmente, apresenta crescimento limitado, ou seja, não cresce durante toda a vida da planta. Sua principal função é a realização da fotossíntese, porém também atua na transpiração, trocas gasosas, reserva e até mesmo na atração de agentes polinizadores. A seguir, conheceremos melhor a anatomia desse importante órgão vegetal.

Leia também: Fotossíntese: processo realizado pelos produtores da cadeia alimentar

Tópicos deste artigo

Anatomia da folha vegetal

A folha apresenta duas faces, a face adaxial (parte superior) e a face abaxial (parte inferior). Ambas as faces são recobertas pela epiderme, a qual se caracteriza por ser contínua por toda a folha. Além desse tecido, podemos perceber claramente a presença de tecidos vasculares percorrendo toda a folha, formando as chamadas nervuras. Estas ramificam-se pelo mesofilo, que constitui o sistema fundamental da folha. Sendo assim, percebemos que esse órgão é formado por um sistema dérmico (epiderme), um sistema fundamental (mesofilo) e um sistema vascular (feixes vasculares).

Observe a estrutura anatômica básica de uma folha.
Observe a estrutura anatômica básica de uma folha.

Epiderme

A epiderme é o tecido que reveste toda a folha, sendo, geralmente, formado por apenas uma camada, com exceções de algumas espécies, como as do gênero Piper. Na epiderme, observamos a presença de células realizando diferentes funções, porém a maior parte do tecido é formada por células epidérmicas comuns, as quais estão compactamente dispostas.

Entre as células epidérmicas comuns, podemos observar a presença de outras células especializadas, por exemplo, as células que formam os estômatos e tricomas — duas estruturas que podem ocorrer em ambas as faces da folha ou em apenas uma delas.

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Geralmente, utiliza-se o termo estômato para referir-se ao complexo estomático, formado por duas células-guarda que delimitam a fenda estomática (ostíolo). A principal função atribuída a essa estrutura é a realização de trocas gasosas.

Os tricomas são também importantes estruturas encontradas nas folhas. Esses apêndices epidérmicos apresentam diferentes formas e podem ser classificados em tectores ou em glandulares. Podemos diferenciar esses tricomas de uma maneira bastante fácil, uma vez que somente os tricomas glandulares estão relacionados com a secreção de substâncias.

Na figura podemos observar a presença de estômatos na epiderme.

Na parede celular das células epidérmicas, observamos ainda a presença de cutina, um composto lipídico. A cutina pode estar impregnada à parede ou formar uma camada denominada de cutícula em cima da epiderme.

A cutícula está relacionada, principalmente, com a proteção contra a perda excessiva de água. A presença de cera é também verificada, podendo estar depositada sobre a cutícula ou dentro da matriz da cutina.

Leia também: Reino Plantae no Enem

Mesofilo

O mesofilo, tecido da folha responsável, principalmente, pelo processo de fotossíntese, é formado basicamente por parênquima clorofiliano, porém também podemos encontrar colênquima e esclerênquima. O parênquima clorofiliano caracteriza-se por apresentar grande quantidade de cloroplastos. Ao realizar um corte transversal na lâmina foliar, podemos observá-lo entre a epiderme das faces abaxial e adaxial.

Nas eudicotiledôneas podemos observar com frequência a presença de dois tipos principais de parênquima clorofiliano: o paliçádico e o lacunoso.

O parênquima paliçádico pode estar localizado abaixo da epiderme da face adaxial ou então nas duas faces. Ele se caracteriza por apresentar células cilíndricas alongadas, dispostas lado a lado e separadas por pequenos espaços intercelulares.

Já o parênquima lacunoso possui grande quantidade de espaço entre as células, e estas possuem formato variado. Localiza-se logo acima da epiderme da face abaxial ou então entre as camadas de parênquima paliçádico.

Na figura, podemos observar a presença de parênquima paliçádico na face adaxial e de parênquima lacunoso na face abaxial.

Uma folha recebe a denominação de dorsiventral quando o parênquima paliçádico apresenta-se próximo à epiderme adaxial, e o lacunoso, próximo à face abaxial. Quando o parênquima paliçádico está localizado tanto na face abaxial quanto na adaxial, dizemos que a folha é isolateral.

Existem ainda as folhas chamadas de homogêneas, em que não é possível diferenciar esses dois tipos de parênquima. No milho e em algumas outras gramíneas, não é possível checar essa diferenciação.

Sistema vascular

O mesofilo da folha é penetrado por vários feixes vasculares, os quais são formados por xilema e por floema. O sistema vascular das folhas é contínuo com o sistema vascular do caule e, como dito, pode ser chamado de nervuras.

Na grande maioria das folhas, podemos observar os feixes com o xilema voltado para a face adaxial e o floema voltado para a face abaxial. Quando os feixes apresentam-se dessa maneira são chamados de colaterais. Os feixes vasculares são circundados por células parenquimáticas, que formam a chamada bainha do feixe. Essa bainha impede que os tecidos vasculares sejam expostos aos espaços intercelulares presentes no mesofilo.

As nervuras dispõem-se de maneira diferente em cada tipo de folha. Nas eudicotiledôneas, por exemplo, predomina o padrão de venação reticulada, em que surgem nervuras de menor calibre com base em uma maior. Na maioria das monocotiledôneas, as nervuras são paralelas e têm calibres semelhantes.

Leia mais: Conceitos de biologia que não devemos confundir no Enem

Importância de estudar a anatomia da folha

As características anatômicas de uma folha podem revelar-nos muito sobre uma planta. Com base nos estudos anatômicos podemos, por exemplo, obter dados a respeito de como as diferentes luminosidades e estações do ano podem ocasionar mudanças nesses órgãos e como essas variações ajudam na sobrevivência da planta. Além disso, a anatomia da folha pode trazer-nos dados importantes para a taxonomia dos grupos, ajudando a identificar diferenças microscópicas entre as espécies.


Por Ma. Vanessa dos Santos

Escritor do artigo
Escrito por: Vanessa Sardinha dos Santos Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Goiás (2008) e mestrado em Biodiversidade Vegetal pela Universidade Federal de Goiás (2013). Atua como professora de Ciências e Biologia da Educação Básica desde 2008.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SANTOS, Vanessa Sardinha dos. "Anatomia da folha"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/biologia/anatomia-folha-vegetal.htm. Acesso em 21 de novembro de 2024.

De estudante para estudante


Videoaulas


Lista de exercícios


Exercício 1

As folhas vegetais são formadas por três sistemas: o dérmico, o fundamental e o vascular. As nervuras são compostas pelo sistema vascular, que inclui os seguintes tecidos:

a) epiderme e parênquima.

b) xilema e floema.

c) parênquima paliçádico e lacunoso.

d) parênquima paliçádico e xilema.

e) floema e epiderme.

Exercício 2

Logo a seguir está representada a anatomia de uma folha vegetal. Nela é possível observar a presença de parênquima paliçádico somente abaixo da epiderme da face adaxial.

Observe a posição do parênquima paliçádico nesse corte de uma folha
Observe a posição do parênquima paliçádico nesse corte de uma folha

Quando uma folha apresenta essas características, dizemos que ela possui um mesofilo:

a) homogêneo.

b) dorsiventral.

c) lacunoso.

d) isolateral.

e) paliçádico.