PUBLICIDADE
A laqueadura, também conhecida por ligadura de trompas, é um processo cirúrgico feito com objetivo contraceptivo, ou seja, que impede que a mulher engravide novamente. Nesse procedimento, as tubas uterinas são obstruídas, cortadas e/ou amarradas, impedindo a descida do óvulo e subida do espermatozoide, tendo como resultado um índice de concepção menor que 1%.
Ela pode ser feita a partir de corte cirúrgico no abdome, por laparoscopia ou via vaginal, e a cirurgia dura, em média, quarenta minutos. É necessário o uso de anestesias, geralmente do tipo raquidiana, e internação de pelo menos meio-dia. Após a cirurgia são necessários dez dias de repouso. É importante que a mulher não tenha relações sexuais por cerca de uma semana, e seja utilizada camisinha por aproximadamente um mês, em todas as relações. A menstruação e suas atividades hormonais raramente são afetadas.
Nosso país é campeão em laqueaduras, apresentando cerca de 40% das mulheres, em idade reprodutiva, esterilizadas. O problema disso é que, em inúmeros casos, e por “n” fatores, a mulher deseja, novamente, ter condições de engravidar. Assim, além de existirem poucos centros de saúde capazes de realizar o procedimento reverso, somente em metade dos casos podem ser feitas tais cirurgias e nem todas com sucesso. Além disso, esse procedimento pode ser arriscado e, em algumas situações, inviável – sem contar que propicia, também, a gravidez tubária.
Considerando o exposto, nota-se a necessidade de a mulher analisar se, de fato, essa é a melhor forma de evitar a contracepção. Quanto a isso, a Lei Federal 9263, de 1996, que trata do planejamento familiar, estabelece penalidades e dá outras providências: anuncia que esse procedimento só é permitido a mulheres maiores de vinte e cinco anos de idade ou, pelo menos, com dois filhos vivos e/ou aquelas que possuam doença capaz de provocar riscos à sua saúde ou à de um possível futuro bebê - como diabetes descompensada, histórico de eclampsia e pressão alta. Além disso, define que a solicitante assine um documento que apresenta os riscos e as implicações do procedimento, e só autoriza a cirurgia pelo menos sessenta dias após a assinatura desse termo de compromisso.
Testar outros métodos contraceptivos, como o DIU e as pílulas orais ou injetáveis, pode ser uma maneira de, pelo menos a priori, evitar a laqueadura.
Em situações nas quais a reversão não é viável, ou não houve sucesso nessa cirurgia, a mulher pode recorrer à inseminação artificial.
Por Mariana Araguaia
Graduada em Biologia