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Rênio (Re)

O rênio é um metal raro pertencente ao Grupo 7 da Tabela Periódica que apresenta o segundo maior ponto de fusão entre os metais.

O elemento químico rênio, Re, de número atômico 75.
O elemento químico rênio, Re, de número atômico 75.
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O rênio é um metal, de número atômico 75, que está duas posições abaixo do manganês na Tabela Periódica, ou seja, no Grupo 7, sexto período. Foi previsto por Mendeleev, em 1869, quando este publicou a primeira versão da sua Tabela Periódica, e descoberto apenas no ano de 1925. É raro e é encontrado na natureza em pequenas amostras de minerais de molibdênio.

O rênio é utilizado, principalmente, como catalisador para o refino de petróleo e em ligas metálicas de alto desempenho, com grande resistência à temperatura, já que é o segundo metal de maior ponto de fusão da Tabela Periódica.

Tais ligas podem ser utilizadas na fabricação de termopares (sensores para medição de temperatura), filamentos de flashes fotográficos e também em espectrômetros de massa, aparelho utilizado para detectar, identificar e quantificar moléculas por meio de sua massa.

Saiba mais: Dúbnio — elemento radioativo localizado no Grupo 5 da Tabela Periódica

Tópicos deste artigo

Resumo sobre rênio

  • Rênio é um metal que foi previsto por Mendeleev em 1869.
  • É pouco abundante, com apenas 1 mg para cada tonelada de crosta terrestre.
  • Apresenta grande variedade de estados de oxidação, que vão do -1 ao +7.
  • É comercialmente extraído da molibdenita.
  • É utilizado em superligas metálicas, as quais participam da fabricação, por exemplo, de lâminas de turbinas de aeronaves.
  • Seu nome faz referência ao rio Reno, importante curso d’água do continente europeu.

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Propriedades do rênio

  • Símbolo: Re.
  • Número atômico: 75.
  • Massa atômica: 186,207 u.m.a.
  • Eletronegatividade: 1,9.
  • Ponto de fusão: 3185 °C.
  • Ponto de ebulição: 5596 °C.
  • Densidade: 20,8 g.cm-3.
  • Configuração eletrônica: [Xe] 6s2 5d5.
  • Série química: Grupo 7; Metais de transição externa; Bloco d.

Características do rênio

O rênio é um metal de coloração branco-prateada considerado um dos elementos mais raros do planeta. É estimado que sua abundância fica na faixa de 1 ppb (parte por bilhão), o equivalente a 1 mg de rênio para cada tonelada de crosta terrestre.

Quimicamente, o rênio possui semelhanças com o elemento químico mais famoso de seu grupo, o manganês, como, por exemplo, na grande variedade de estados de oxidação (nove, ao todo), os quais variam de -1 até +7.

Pequena amostra metálica de rênio.
Pequena amostra metálica de rênio.

Apesar de ser menos reativo que o manganês, o rênio, quando finamente dividido, é capaz de sofrer combustão na presença de oxigênio, formando óxidos estáveis, como o Re2O7, ReO3 e o ReO2. O heptóxido de rênio, contrapondo a forma metálica do elemento, é bastante volátil.

Ele também pode ser dissolvido em água, formando o HReO4, ácido perrêmico. Tal ácido também pode ser formado caso o metal seja dissolvido em ácidos oxidantes, como é o caso do ácido nítrico (HNO3).

Outra característica do rênio é seu alto ponto de fusão, considerado o segundo maior da Tabela Periódica entre os metais, ficando atrás apenas do tungstênio. É também o metal de maior ponto de ebulição, propriedade amplamente explorada nos seus usos.

Saiba mais: Ácido sulfúrico um tipo de ácido extremamente corrosivo

Onde o rênio é encontrado?

Raramente o rênio metálico ocorrerá na natureza, embora já tenha sido encontrado em rochas ígneas na Ucrânia. Existem minerais de rênio na forma de sulfetos, como é o caso reniita (ReS2), que já foi detectada em zonas vulcânicas (fumarolas).

Também já foi reportado um mineral rico em rênio, a tarkianita, um sulfeto misto de rênio, cobre, ferro e molibdênio. Contudo, nenhum desses minerais contém quantidades economicamente significativas do elemento.

Amostra de molibdenita.
O mineral molibdenita é a principal fonte de rênio.

Assim, a principal fonte comercial de rênio é a molibdenita, em que o teor do metal pode variar desde 1 ppm (parte por milhão, equivalente a 1 mg por quilograma de mineral) até 2000 ppm. Durante o tratamento térmico da molibdenita, o Re2O7 é formado. Como é volátil, esse óxido pode ser coletado nas chaminés. É dissolvido então em água e precipitado na forma de KReO4, perremato de potássio.

Confira nosso podcast: Duro como diamante — o que significa?

Aplicações do rênio

Desde o fim da década de 1980, os principais usos do rênio estão na fabricação de superligas metálicas (ligas metálicas de alto desempenho) com alta resistência à temperatura e na fabricação de catalisadores platina-rênio (Pd-Re). Essas superligas em que o rênio é aplicado são utilizadas para a fabricação de lâminas de turbinas para motores de aviões a jato.

Turbina de avião.
Lâminas de turbinas podem conter rênio.

Já os catalisadores Pd-Re são empregados na indústria petroquímica, na produção de gasolinas de alta octanagem e isentas de enxofre, durante a etapa de reforma catalítica. Os catalisadores de rênio são resistentes ao ataque químico de nitrogênio, fósforo e enxofre, o que permite que sejam utilizados em reações de hidrogenação em diversos processos industriais.

Entre usos menores, o rênio pode formar ligas com o tungstênio ou o molibdênio para aplicações diversas, como artefatos eletrônicos, equipamentos de flash, tubos de vácuo, tubos de raios X e termopares, sensores para a medição da temperatura, que são capazes de medir desde algumas dezenas negativas até milhares de graus Celsius.

Exemplo de termopar.
Exemplo de termopar.

Precauções com o rênio

  • Alguns compostos de rênio são reportados como irritantes para olhos e pele, como é o caso do hexafluoreto de rênio.
  • Experimentos com animais constataram risco de ocorrência de fibrose pulmonar por meio da inalação da poeira de rênio.
  • O sulfeto de rênio VII entra em ignição espontânea em contato com o ar, emitindo fumos tóxicos.

Contudo, a quantidade de rênio no meio ambiente é tão reduzida que ainda não se conhece amplamente seus riscos para o solo e seres humanos.

História do rênio

Ao publicar sua Tabela Periódica em 1869, Dmitri Mendeleev deixou duas lacunas para dois elementos a serem descobertos no Grupo 7. Posteriormente, tais lacunas foram preenchidas pelo elemento 43, tecnécio (Tc), e pelo elemento 75, rênio (Re).

O rênio foi descoberto, em 1925, quando Walter Noddack, Ida Tacke e Otto Berg conseguiram obter, a muito custo, uma única grama do metal depois de processar cerca de 660 kg de molibdenita na Alemanha. O nome rênio faz referência ao termo Rhenius, o nome, em latim, do famoso rio Reno, que cruza a Europa de norte a sul.

Exercícios resolvidos sobre o rênio

Questão 1

O rênio, símbolo Re, é um raro metal que teve sua existência prevista por Dmitri Mendeleev, em 1869. Analisando a Tabela Periódica atual, pode-se classificar o rênio como:

A) metal alcalino.

B) metal alcalinoterroso.

C) ametal.

D) metal de transição externa.

E) metal de transição interna.

Resolução:

Alternativa D

O rênio está no Grupo 7 da Tabela Periódica, encabeçado pelo manganês. Nessa posição, ele deve ser classificado como um metal de transição externa, pois pertence ao bloco d.

Questão 2

Observe algumas informações sobre o elemento químico rênio, de símbolo Re:

  • Ponto de fusão: 3185 °C.
  • Ponto de ebulição: 5596 °C.
  • Densidade: 20,8 g.cm-3.
  • Abundância na crosta terrestre: 1 mg/ton.

Avalie as informações e assinale a opção correta.

A) O rênio é um metal volátil, apresentando-se como líquido em temperatura ambiente.

B) Ao colocar um pedaço de rênio em água, ele flutua.

C) O rênio é um elemento de grande abundância na crosta terrestre.

D) O alto ponto de fusão do rênio permite que ele seja empregado em ligas para prover maior resistência térmica.

Resolução:

Alternativa D

O alto ponto de fusão do rênio melhora a resistência térmica das ligas metálicas, podendo elas serem expostas a condições extremas de calor. O rênio, aliás, possui o segundo maior ponto de fusão entre os metais.

 

Por Stéfano Araújo Novais
Professor de Química

Escritor do artigo
Escrito por: Stéfano Araújo Novais Stéfano Araújo Novais, além de pai da Celina, é também professor de Química da rede privada de ensino do Rio de Janeiro. É bacharel em Química Industrial pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e mestre em Química pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

NOVAIS, Stéfano Araújo. "Rênio (Re)"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/quimica/renio-re.htm. Acesso em 23 de abril de 2024.

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