O agronegócio é um termo utilizado para fazer referência ao contexto socioespacial da produção agropecuária, incluindo todos os serviços, técnicas e equipamentos a ela relacionados, direta ou indiretamente.
a industrialização de produtos do campo (como óleos, cigarros, café solúvel, entre outros) e
o desenvolvimento de tecnologias para dinamizar todas essas atividades.
Ao contrário do que muitos imaginam, o agronegócio não está somente relacionado com o campo, pois ele se espacializa também no meio urbano, sendo um dos vetores de promoção da subordinação das atividades rurais à dinâmica das cidades. Isso ocorre porque, à medida que o agronegócio moderniza-se, mais ele se torna dependente de atuações industriais e produtivas advindas das cidades.
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Esse importante campo da economia envolve uma inter-relação entre os três setores: o primário (com a agropecuária), o secundário (com as indústrias de tecnologias e de transformação das matérias-primas) e o terciário (com o transporte e comercialização dos produtos advindos do campo).
Uma das facetas da produção no contexto do agronegócio é a concentração de investimentos. Os produtores investem tanto na produção em si quanto nos elementos que viabilizam ou melhoram a sua execução. Assim, essa atividade integra estudos científicos relacionados com o campo e com a biotecnologia e até com a meteorologia e climatologia, a fim de observar as melhores condições para intensificar a acumulação de capital por parte de seus proprietários.
Agronegócio brasileiro
O agronegócio brasileiro é um dos mais representativos do mundo, sobretudo no que diz respeito à dinâmica de exportações. O Brasil é o maior exportador mundial de café, açúcar e cana-de-açúcar; é também o segundo maior exportador de carne bovina e o maior exportador de carne de frango, sendo também o quarto do mundo na venda internacional de carne suína. A tendência é que os lucros produzidos nesse setor intensifiquem-se ainda mais, com altas estimadas em 40% nos próximos anos, segundo o Ministério da Agricultura.
Em termos econômicos e produtivos, o agronegócio foi responsável pela participação em 22,5% do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil em 2012, o que revela o peso político e financeiro desse setor no contexto nacional.
O agronegócio sofre críticas a partir de duas concepções: uma de viés econômico-social e outro de cunho ambiental.
Sobre essa última posição, são comuns os embates no contexto político envolvendo os chamados “ruralistas” contra os “ambientalistas”. Esses últimos acusam frequentemente os primeiros de serem os responsáveis pela expansão desordenada das terras cultiváveis no território nacional, expandindo a fronteira agrícola e diminuindo a quantidade de reservas ambientais e áreas verdes. Há também acusações envolvendo o cultivo em áreas de preservação próximas a reservas e parques ambientais, além da poluição de cursos d'água por fertilizantes e outros produtos tóxicos.
As críticas de cunho social estão intrinsecamente relacionadas com os movimentos sociais do campo, com destaque para o Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) que acusa o agronegócio de intensificar o processo de concentração fundiária, em que um número cada vez maior de terras fica detido sob a posse de um número cada vez menor de investidores. Além disso, os ruralistas, nesse caso, são acusados de travarem as políticas de reforma agrária no Brasil, que se arrasta desde meados do século XX sem uma solução definitiva.
Dados do IBGE afirmam que o Índice de Gini na agropecuária brasileira é alto, ou seja, a concentração de terras permanece elevada. Segundo o Censo Agropecuário de 2006, esse índice seguiu em 0,854 (quando a taxa é próxima a 0,0, significa que há uma boa distribuição, mas quando é próxima a 1,0, significa que há uma má distribuição).
Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:
PENA, Rodolfo F. Alves.
"O que é agronegócio?"; Brasil Escola.
Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/geografia/o-que-e-agronegocio.htm. Acesso em 21 de novembro
de 2024.