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Vacina para o tratamento de câncer pode ser disponibilizada em até 2030

Expectativa é de cientistas e pesquisadores, também responsáveis pelo imunizante da covid-19. Elas poderão estar disponíveis para uso em até oito anos.

Em 18/10/2022 09h40 , atualizado em 20/10/2022 11h56
Homem em tratamento de câncer recebendo vacina
As vacinas terapêuticas para tratamento de câncer e tumores podem estar se tornando uma realidade.
Ouça o texto abaixo!

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As vacinas terapêuticas para tratamento de câncer e tumores podem estar se tornando uma realidade. As informações foram dadas pelo casal de cientistas que fundaram a BioNTech, empresa alemã de biotecnologia criadora do imunizante da covid-19, junto com a Pfizer.

De acordo com os pesquisadores, as novas ferramentas para o combate ao câncer poderão estar disponíveis para uso em até oito anos. Conforme a imunologista Ozlem Tureci e o professor de oncologia Ugur Sahin, em entrevista a BBC no último domingo, isso poderá acontecer de forma definitiva antes de 2030.

Dentre a série de aplicações em testes pela BioNTech, estão em estágio mais avançado (fase 2 dos 3 estágios clínicos), as injeções para os seguintes tumores:

- Câncer colorretal

- Melanoma (câncer de pele) avançado

- Câncer de cabeça e pescoço

Além destas, também estão em testes iniciais as vacinas para o câncer de ovário, de próstata e tumores sólidos.

Como a vacina funcionará no tratamento de câncer?

O objetivo é que possam usar a vacina de forma individualizada, diretamente após a cirurgia, em dose personalizada, induzindo uma resposta imune para que as células T, que são as de defesa no corpo do paciente e, assim ter a viabilidade de rastrear as células tumorais restantes e trabalhar para eliminá-las.

O casal de pesquisadores estão apostando principalmente na tecnologia de RNA mensageiro (RNAm). Esta plataforma, já utilizada numa vasta série de possíveis vacinas para prevenir doenças infecciosas e tratar tumores em testes pela BioNTech, foi comprovada como um método eficaz e seguro com a covid-19.

Tureci explicou que o RNAm atua como um manual de instruções permitindo que você diga ao corpo para produzir o medicamento ou a vacina. Quando o RNAm é usado como uma vacina, ele é como um manual para o 'cartaz de procurado' do inimigo.

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Neste caso, são os antígenos de câncer que distinguem as células cancerosas das células normais. Assim, o sistema de proteção do corpo reconhece esses antígenos e começam a produzir defesas para atacá-los.

Sendo comprovada a eficaz no combate de tumores, as vacinas de RNA mensageiro serão uma outra forma de tratamento do câncer, menos invasiva que as práticas atuais, que são as principais alternativas, constituídas por radioterapias, quimioterapias e imunoterapias.

A mesma tecnologia, que é inovadora, traz expectativa já que além de aplicações em desenvolvimento para tratar tumores cancerígenos, também trataria auxílio para vacinas que protegem contra o HIV, a zika e outras doenças que têm imunizantes de RNA mensageiro atualmente em fase de testes.

Na BioNTech já há vacinas em estudo para doenças como tuberculose, malária, HIV e herpes-zóster, ambas em fases pré-clínicas. Também há formulação para o vírus Influenza, o da gripe, etapa final dos estudos com humanos.

A empresa Modena é outra que possui vasto ensaios clínicos e que também foi alavancada pelo desenvolvimento de uma vacina para a covid-19, sendo esse o primeiro produto da farmacêutica que foi aprovado.

Dedicado a vacinas de RNAm, o laboratório conduz testes com vacinas para o vírus da zika, para uma proteção conjunta da gripe com a Covid-19 e para vírus sincicial respiratório (VSR), microrganismo que causa um alto número de hospitalizações e óbitos em crianças pequenas mas ainda não pode ser evitado com imunizantes.

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Por Érica Caetano
Jornalista