PUBLICIDADE
A malária é uma doença causada por protozoário que é transmitida principalmente pela picada da fêmea de algumas espécies de mosquitos do gênero Anopheles, os quais são chamados popularmente de mosquito-prego, carapanã, bicuda, entre outros. Como sintomas da doença, podemos citar febre alta, calafrios e sudorese, sintomas esses que aparecem geralmente em padrões cíclicos. A doença, se não tratada adequadamente, pode levar a pessoa à morte, sendo considerada um grave problema de saúde pública. Entretanto, é importante lembrar que o tratamento é eficaz, seguro e é oferecido gratuitamente pelo SUS.
Leia também: Doenças causadas por protozoários
Tópicos deste artigo
- 1 - O que é a malária?
- 2 - Como a malária é transmitida e como é o ciclo de vida do Plasmodium?
- 3 - Quais são os sintomas da malária?
- 4 - Posso pegar malária mais de uma vez?
- 5 - Como a malária é diagnosticada?
- 6 - Como é feito o tratamento da malária?
- 7 - Como prevenir a malária?
O que é a malária?
A malária é uma doença infecciosa febril aguda causada por um protozoário. As espécies que podem causar malária nos seres humanos são Plasmodium falciparum, P. vivax, P. malariae, P. ovale e P. knowlesi. No Brasil, somente três dessas espécies causam malária em humanos: P. falciparum, P. vivax e P. malariae. De acordo com o Ministério da Saúde, no nosso país, a maioria dos casos da doença concentra-se na região amazônica, composta pelos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.
Como a malária é transmitida e como é o ciclo de vida do Plasmodium?
A malária é uma doença transmitida geralmente pela picada de alguns mosquitos do gênero Anopheles contaminados com o protozoário do gênero Plasmodium. Apenas a fêmea do mosquito Anopheles pica o ser humano e, durante a picada, ocorre a inoculação dos parasitos no corpo humano em uma fase em que eles são conhecidos como esporozoítos. Estes invadem os hepatócitos (células do fígado) e multiplicam-se, dando origem aos merozoítos, que rompem os hepatócitos e caem na corrente sanguínea, onde invadem as hemácias.
Nas hemácias, os merozoítos passam por mudanças e formam trofozoítos, que dão origem a novos merozoítos, os quais rompem hemácias e invadem outras hemácias. Com isso, há ciclos repetitivos de multiplicação. No caso do Plasmodium falciparum e P. vivax, o ciclo repete-se a cada 48 horas. Quando as hemácias rompem-se, o indivíduo apresenta sintomas da doença, como febre.
É importante salientar que, no interior das hemácias, podem desenvolver-se formas sexuadas, denominadas de gametócitos, que são ingeridas pelo mosquito quando este pica um doente e são fundamentais para a continuação do ciclo. No corpo dos mosquitos, essas formas sexuadas formam esporozoítos, que contaminarão uma nova pessoa quando ela for picada.
Além da picada pelo mosquito, a malária pode ser transmitida de outras formas, tais como transfusão sanguínea, compartilhamento de agulhas contaminadas e da mãe para o filho. Essas formas de transmissão, no entanto, são raras.
Quais são os sintomas da malária?
A malária apresenta um período de incubação de 7 a 14 dias, porém isso varia de acordo com o agente causador, podendo chegar a meses. O paciente com malária apresenta sintomas como calafrios, sudorese e febre, que pode atingir valores superiores a 40 ºC. Os sintomas geralmente surgem em padrões cíclicos, a depender do agente causador. Também podem ocorrer dor de cabeça, dor muscular, náusea e vômitos.
A gravidade da doença é variável e depende de fatores como a espécie de protozoário e a quantidade de parasitas no corpo. Dentre os grupos mais sujeitos às formas graves da malária, destacam-se gestantes e crianças. Na malária grave, o paciente pode apresentar anemia, icterícia, hemorragias e coma. A doença pode levar à morte se não tratada adequadamente.
Leia também: A relação entre impactos ambientais e o surgimento de doenças
Posso pegar malária mais de uma vez?
A malária pode ser contraída mais de uma vez. De acordo com o Ministério da Saúde, indivíduos que apresentaram vários episódios de malária podem atingir um estado de imunidade parcial, com quadro oligossintomático, subclínico ou assintomático. Porém, é importante deixar claro que até o momento não foi comprovado que as infecções possam provocar uma imunidade para proteger completamente contra a doença.
Como a malária é diagnosticada?
Os sintomas da malária podem ser facilmente confundidos com os de doenças como febre amarela, dengue e leptospirose, uma vez que são muito inespecíficos. Desse modo, o diagnóstico deve ser feito pela análise dos sintomas e realização de alguns exames. Um dos exames é o chamado microscopia da gota espessa de sangue, no qual uma gota de sangue é colhida por punção digital, corada, e a lâmina de sangue é analisada. Esse é considerado o padrão-ouro para o diagnóstico da doença. Há também testes rápidos para a detecção da malária, os quais são mais fáceis de executar e analisar, no entanto apresentam algumas desvantagens, como a incapacidade de diferenciar P. vivax, P. malariae e P. ovale, não medirem o nível de parasitemia e serem também mais caros. Outros métodos de diagnóstico são o esfregaço delgado e técnicas moleculares.
Leia também: Dengue, outro grave problema de saúde pública
Como é feito o tratamento da malária?
O tratamento da malária é oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e inclui uma série de medicamentos, que visam, por exemplo, interromper a esquizogonia sanguínea (fase do ciclo em que os sintomas aparecem) e o desenvolvimento das formas sexuadas. Os medicamentos e respectivas doses para o tratamento são recomendados pelo médico e dependem do tipo de parasita que infectou o indivíduo, idade do paciente, gravidade da doença e se o paciente apresenta problemas de saúde ou é uma mulher grávida.
Como prevenir a malária?
Como vimos ao longo do texto, a malária é uma doença transmitida pela picada de um mosquito, portanto medidas que evitem o contato entre o mosquito e o ser humano são formas de prevenção. Dentre as medidas de prevenção, podemos citar o uso de telas em portas e em janelas, mosquiteiros, repelentes e roupas que protejam os braços e as pernas. Até o momento não existe vacina contra a doença.