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A função inversa, como o nome já sugere, é a função f(x)-1, que faz exatamente o inverso da função f(x). Para que uma função admita uma inversa, ela precisa ser bijetora, ou seja, injetora e sobrejetora ao mesmo tempo. A lei de formação de uma função inversa faz o contrário do que a função f(x) faz.
Por exemplo, se a função pega um valor do domínio e soma 2, a função inversa, ao invés de somar, subtrai 2. Encontrar a lei de formação da função inversa nem sempre é uma tarefa fácil, sendo necessário inverter as incógnitas x e y, bem como isolar y na nova equação.
Leia também: Função – tudo que você precisa saber para dominar o assunto
Tópicos deste artigo
- 1 - Quando uma função admite inversa?
- 2 - Como se determina a lei de formação da função inversa?
- 3 - Gráfico da função inversa
- 4 - Exercícios resolvidos
Quando uma função admite inversa?
Uma função é inversível, ou seja, possui função inversa, se, e somente se, ela for bijetora. É importante lembrarmos o que é uma função bijetora, que é uma função injetora, ou seja, todo elemento da imagem possui um único correspondente no domínio. Isso significa que elementos diferentes no conjunto A precisam estar associados a elementos diferentes no conjunto B, ou seja, não pode haver dois ou mais elementos do conjunto A que possuem o mesmo correspondente no conjunto B.
Uma função é sobrejetora se a imagem for igual ao contradomínio, ou seja, não há nenhum elemento do conjunto B que não tenha um elemento no conjunto A associado a ele.
Seja a função f: A → B ,em que A é domínio e B é contradomínio, a função inversa de f será a função descrita por f-1 : B→ A, ou seja, o domínio e o contradomínio invertem-se.
Exemplo:
A função f : A → B é bijetora, pois ela é injetora (afinal, elementos distintos em A estão associados a elementos distintos em B) e também é sobrejetora, pois não sobra nenhum elemento no conjunto B, ou seja, o contradomínio é igual ao conjunto imagem.
Assim sendo, essa função é inversível, e a sua inversa é:
Como se determina a lei de formação da função inversa?
Para encontrar a lei de formação da função inversa, precisamos inverter as incógnitas, ou seja, trocar x por y e y por x, e posteriormente isolar a incógnita y. Para isso, é importante que a função seja inversível, ou seja, bijetora.
→ Exemplo 1
Encontre a lei de formação da função inversa de f(x) = x + 5.
Resolução:
Sabemos que f(x) = y, então y = x + 5. Realizando a inversão de x e y, vamos encontrar a seguinte equação:
x = y + 5
Agora, vamos isolar o y:
– 5 + x = y
y = x – 5
É evidente que, se f(x) soma 5 ao valor de x, então a sua inversa f(x) - 1 fará o inverso, ou seja, x menos 5.
→ Exemplo 2
Dada a função cuja lei de formação é f(x) = 2x – 3, qual será a lei de formação da sua inversa?
→ Exemplo 3
Calcule a lei de formação da inversa da função y = 2x.
Resolução:
y = 2x
Trocando x por y:
x = 2y
Aplicando logaritmo dos dois lados:
log2x = log22y
log2x = ylog22
log2x = y · 1
log2x = y
y = log2x
Leia também: Diferenças entre função e equação
Gráfico da função inversa
O gráfico da função inversa f -1 será sempre simétrico ao gráfico da função f em relação à reta y = x, o que permite analisar o comportamento dessas funções, ainda que não consigamos descrever a lei de formação da função inversa em alguns casos, devido a sua complexidade.
Leia também: Como construir o gráfico de uma função?
Exercícios resolvidos
1) Se f-1 é a função inversa de f, que vai de R em R, cuja lei de formação f(x) = 2x – 10, o valor numérico de f -1(2) é:
a) 1
b) 3
c) 6
d) -4
e) -6
Resolução:
→ 1º passo: encontrar a inversa de f.
→ 2º passo: substituir 2 no lugar de x em f -1(x).
Alternativa C.
2) Seja f: A → B uma função cuja lei de formação é f(x) = x² + 1, sendo A {-2, -1, 0, 1, 2} e B = {1,2,5}, é correto afirmar que:
a) a função é inversível, pois ela é bijetora.
b) a função não é inversível, pois ela não é injetora.
c) a função não é inversível, pois ela não é sobrejetora
d) a função não é inversível, pois ela não é nem sobrejetora nem injetora.
e) a função não é inversível, pois ela é bijetora.
Resolução:
Para que a função seja inversível, ela precisa ser bijetora, ou seja, sobrejetora e injetora. Primeiro vamos analisar se ela é sobrejetora.
Para que a função seja sobrejetora, todos os elementos de B precisam possuir um correspondente em A. Para saber isso, vamos calcular cada um de seus valores numéricos.
f (-2) = (-2)² +1 = 4+1=5
f (-1) = (-1)² +1 = 1+1=2
f (0) = 0² +1 = 0+1=1
f (1) = 1² +1 = 1+1=2
f (2) = 2² +1 = 4+1=5
Note que todos os elementos de B {1,2,5} possuem um correspondente em A, o que faz com que a função seja sobrejetora.
Para que essa função seja injetora, elementos distintos de A devem possuir imagens distintas em B, o que não acontece. Note que f(-2) = f(2) e também que f(-1) = f(1), o que faz com que a função não seja injetora. Como ela não é injetora, ela também não é inversível; portanto, alternativa b.
Por Raul Rodrigues de Oliveira
Professor de Matemática