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O feudalismo foi um sistema político, econômico e social típico da Europa Ocidental durante a Idade Média, principalmente na Baixa Idade Média. Seu auge aconteceu durante os séculos XI e XIII, entrando em crise a partir de então. O feudalismo teve seu processo de formação iniciado com a desagregação do Império Romano, no século V.
Esse sistema foi marcado por uma sociedade estamental que se organizava com base em três classes sociais: o clero, a nobreza e os servos. A economia girava em torno do feudo e da exploração da terra, mas um crescimento comercial significativo aconteceu a partir do século XI, permitindo o surgimento da burguesia e o crescimento urbano.
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Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre feudalismo
- 2 - O que é o feudalismo?
- 3 - Qual a origem do feudalismo?
- 4 - Como era a sociedade feudal?
- 5 - Como era a economia feudal?
- 6 - O que foi a vassalagem no feudalismo?
- 7 - Quais as principais causas para a crise do feudalismo?
Resumo sobre feudalismo
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O feudalismo foi um sistema político, econômico e social que existiu na Europa Ocidental durante a Idade Média.
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Ficou marcado por uma sociedade estamental e pela dependência e exploração do solo.
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A sociedade feudal era formada por clero, nobre e servos.
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A economia feudal dependia da agricultura, mas, a partir do século XI, houve um crescimento comercial.
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Esse sistema entrou em crise a partir do século XIV devido a múltiplos fatores.
O que é o feudalismo?
O feudalismo é entendido como o sistema político, econômico e social que regeu a sociedade da Europa Ocidental durante a Idade Média, em especial na Baixa Idade Média. Esse sistema também se relacionou com a ideologia vigorante nesse período e teve uma forte ligação com as relações de vassalagem e com o feudo.
No vocabulário medievalista, o feudo era a terra explorada pelos servos. Sendo assim, a produção de riqueza nesse sistema se dava mediante a posse e exploração da terra. Esses feudos pertenciam ao rei, sendo distribuídos aos senhores por meio de juramentos de fidelidade. Esses senhores, por sua vez, permitiam que os servos explorassem a terra.
O feudalismo foi resultado de séculos de uma formação que levou em consideração traços da cultura romana e da cultura latina. Os historiadores entendem que o auge desse sistema se deu entre os séculos XI e XIII. Entre os séculos V e X, o feudalismo esteve em formação à medida que o continente se alterava.
Qual a origem do feudalismo?
As origens do feudalismo passaram diretamente pela desgregação do Império Romano do Ocidente, um processo de crise do Império Romano que levou ao fim de sua porção ocidental, em 476. A desagregação foi acompanhada das invasões germânicas, além de uma forte crise econômica.
A insegurança e a violência trazidas pelas invasões germânicas levaram à ruralização da Europa, isto é, a um processo de esvaziamento das cidades e aglomeração da população nas regiões rurais da Europa Ocidental. Isso contribuiu diretamente para estabelecer uma relação entre o servo, aquele que procurava uma terra para viver, e o senhor, o dono da terra — disso surgiu o colonato.
Esse processo foi acompanhado por outros, como o declínio do comércio e a formação de diversos reinos bárbaros, que, no longo prazo, contribuíram para a consolidação das relações de homenagem (juramento de lealdade). A formação do feudalismo também passou pelo fortalecimento da Igreja Católica no continente europeu.
A concentração de riqueza baseada na posse da terra, aliada com a formação de diferentes reinos, permitiu o estabelecimento de um grupo aristocrático que controlava a sociedade em aspectos políticos, econômicos e militares. A Igreja Católica ainda serviu como meio para dar sustentação ideológica a esse regime.
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Como era a sociedade feudal?
A sociedade feudal ficou conhecida pela sua pouca mobilidade, sendo assim, as classes são chamadas de estamentos, tendo seu papel na sociedade muito bem definido. Um bispo francês do século XI chamado Adalberão de Laon definia a sociedade medieval em três grupos: os que oravam, os que guerreavam e os que trabalhavam.
Essa definição nos ajuda a entender a divisão da sociedade feudal: os três grupos que a formavam eram o clero, a nobreza e os servos.
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Clero: era formado pelos representantes da Igreja Católica, sendo a classe social mais rica e poderosa, que detinha o maior número de terras e tinha forte influência sobre os reinos europeus.
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Nobreza: era formada pelos reis e nobres que mantinham juramentos de fidelidade com os monarcas. Controlavam terras e possuíam servos trabalhando em seus domínios, sendo também os responsáveis pela administração do reino. Por fim, era a classe que detinha o poder militar e que guerreava quando necessário.
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Servos: eram aqueles quem trabalhavam nas terras da nobreza, devendo pagar impostos estabelecidos pelas leis feudais. Estavam presos à terra em que trabalhavam e só poderiam abandoná-la com uma autorização do senhor feudal. Era quase impossível para um servo ascender socialmente na Europa feudal.
Como era a economia feudal?
A economia feudal era agrícola e dependia da exploração da terra para que a riqueza fosse produzida. Pode ser dividida em duas fases, sendo que a primeira, até por volta do século X, era marcada por um comércio muito fraco e pela quase inexistência de moedas circulantes.
A partir do século XI, a produção agrícola aumentou devido ao aprimoramento nas técnicas de produção, o que trouxe uma melhoria na produtividade das colheitas. Além disso, a quantidade de terra cultivada também aumentou devido à drenagem de pântanos e à derrubada das florestas.
Esse aumento na produção gerou um excedente, permitindo um crescimento do comércio e do uso da moeda. Feiras itinerantes surgiram na Europa, e muitos comerciantes passaram a se estabelecer aos redores das cidades europeias, formando os burgos. Essas mudanças pavimentaram o caminho para o fim do feudalismo.
No feudalismo, os servos também eram obrigados a pagar impostos para os senhores feudais e para a Igreja. Entre esses impostos, estavam:
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A talha: o servo deveria dar uma parte do que ele produziu para o senhor feudal (dono da terra).
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As banalidades: os servos deveriam pagar pelo uso dos equipamentos do senhor feudal em seu feudo.
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A corveia: obrigava o servo a trabalhar na colheita do senhor feudal durante um período da semana.
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O que foi a vassalagem no feudalismo?
Uma parte importante do feudalismo foram as relações de vassalagem — o termo juramentado que ligava os senhores feudais ao rei. Nesse acordo, um rei cedia terras para o nobre que jurasse fidelidade a ele, permitindo que esse nobre explorasse essas terras e os servos que nelas trabalhassem. Tal fidelidade fazia com que o vassalo tivesse obrigações a cumprir com o rei sempre que fosse convocado, em especial quando se tratava de dever militar.
Aquele que prestava o juramento era o vassalo e aquele que o recebia era o suserano. Esse sistema surgiu no Império Carolíngio, e por meio dele os monarcas conseguiram estabelecer uma rede de fidelidade que lhes garantia apoio, embora também os tornasse dependentes de seus vassalos.
Quais as principais causas para a crise do feudalismo?
A partir do século XIII, as transformações em curso na Europa levaram o feudalismo a enfrentar uma crise, que levou ao fim desse sistema político, econômico e social. A seguir, confira os principais aspectos dela:
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Surgimento da burguesia: o fortalecimento do comércio e a consolidação dos burgueses contribuíram para maior diversificação econômica, reduzindo a importância da posse e exploração da terra.
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Crescimento demográfico e urbano: a maior disponibilidade de alimentos permitiu um aumento populacional, criando uma pressão sobre a servidão. Muitos servos compraram suas liberdades ou simplesmente fugiam e se estabeleciam nas cidades.
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Fortalecimento do poder real: os reis passaram a fortalecer o seu poder, reduzindo sua dependência dos nobres.
Além disso, a abertura da Europa durante as Cruzadas; o fortalecimento econômico e político da burguesia; a peste negra; a crescente contestação à Igreja Católica; e o Renascimento contribuíram diretamente para o fim do feudalismo. Caso queira se aprofundar no tema deste tópico, leia: Crise do feudalismo.
Por Daniel Neves
Professor de História