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Surgimento da burguesia

O renascimento urbano europeu teve início no século XI. A partir do crescimento comercial surgiu a burguesia, formada por comerciantes que desenvolveram o capitalismo.

Os burgueses foram os precursores do capitalismo racional
Os burgueses foram os precursores do capitalismo racional
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A Europa medieval passou por profundas mudanças. Novas cidades surgiram a partir do século XI, iniciando o desenvolvimento comercial estabelecido nas relações entre Ocidente e Oriente proporcionadas pelas Cruzadas.

As novas cidades surgiram, na maioria das vezes, próximas às terras de algum senhor. Essas terras eram chamadas de senhorio. Com o renascimento urbano, várias atividades se desenvolveram nas cidades, movimentando a economia local – uma dessas atividades foi o artesanato. A partir de então, organizou-se o processo de produção e surgiram máquinas para atender a demanda do mercado.

A atividade artesanal que se destacou inicialmente foi a produção têxtil, ou seja, a produção de tecidos de lã e seda, principalmente. Toda produção era organizada pelas chamadas Corporações de ofício. Nessas corporações se encontravam pessoas de uma mesma profissão, de uma mesma religiosidade e que mantinham uma relação de proteção mútua.

As Corporações de ofício eram administradas e controladas por um mestre artesão, responsável pela produção e manutenção de um mesmo padrão (normas e regras) em todas as oficinas de artesãos. Os funcionários ou trabalhadores das oficinas eram chamados de jornaleiros e geralmente viviam na casa do mestre. Nas oficinas também existiam os aprendizes, jovens que queriam seguir uma profissão relacionada ao artesanato.

A organização das oficinas artesanais em corporações tinha como principal objetivo uma articulação política e econômica, a fim de enfrentar os mercadores, que passaram a viver nas cidades com o interesse estritamente comercial. Os mercadores tornaram-se homens ricos e poderosos – muitos foram os precursores das atividades bancárias.

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Os mercadores impulsionaram as atividades comerciais a partir do século XI, transitando de cidade em cidade, negociando suas mercadorias. No século XII, os mercadores passaram a organizar as feiras (importantes locais comerciais). As principais feiras do século XII foram a de Champagne e Brie, que se encontravam nos territórios da atual França.

As atividades comerciais e bancárias e as feiras levaram ao rápido desenvolvimento urbano; assim, criou-se uma estrutura de segurança que garantiu a realização dos negócios comerciais.

Algumas das principais características das cidades medievais eram as muralhas, as torres e os portões que proporcionavam uma maior segurança para moradores e comerciantes. A maioria das cidades não chegava a ter 20 mil habitantes – a maior cidade do mundo ocidental era Paris, que tinha uma população que não ultrapassava 100 mil habitantes.

Com a acentuação das atividades comerciais, as cidades, a partir do século XI, tiveram um enorme crescimento, o que transformou bastante suas feições, ampliando-as para os espaços além-muros – crescimento proveniente das feiras e das atividades comerciais realizadas pelos mercadores nas beiras das estradas.

A partir da ampliação das cidades além-muros, criaram-se novos muros, com os quais novas cidades foram delineadas, além das que já existiam. Os burgos (cidades com muros) se desenvolveram economicamente e ampliaram de tamanho. Dos burgos surgiram os burgueses (a nova classe social, chamada burguesia), importantes comerciantes que foram fundamentais para o desenvolvimento da mentalidade capitalista.

Leandro Carvalho
Mestre em História

Escritor do artigo
Escrito por: Leandro Carvalho Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

CARVALHO, Leandro. "Surgimento da burguesia"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/surgimento-burguesia.htm. Acesso em 21 de dezembro de 2024.

De estudante para estudante


Videoaulas


Lista de exercícios


Exercício 1

(FMTM) O crescimento do comércio e das cidades na Baixa Idade Média:

  1. consolidou as estruturas feudais, como a economia de subsistência e a suserania.
  2. expandiu as atividades agrícolas, com o declínio do uso de moedas nas trocas.
  3. fez surgir um novo grupo social, ligado às atividades artesanais e mercantis.
  4. permitiu o desenvolvimento do trabalho livre, isento de quaisquer restrições.
  5. criou uma infraestrutura tão adequada, que  provocou intenso êxodo rural.

Exercício 2

(UFRN) O crescimento das cidades é um fenômeno da Europa ocidental a partir do século XI. Tratando sobre a questão, Pierre Vilar afirma:

“As cidades dependiam dos senhores. Mas elas foram mais fortes que as aldeias para discutir com seus amos, rebelarem-se, obter ou impor ‘cartas de franquia’. Coletivamente, continuavam vinculadas ao sistema feudal [...]. Mas em seu território, e sobretudo dentro do recinto dentro da muralha, os habitantes eram livres e participavam da organização coletiva.”

VILAR, Pierre. Do feudalismo ao capitalismo. São Paulo: Contexto, 1992, p. 39.

Refletindo sobre essa afirmação, pode-se concluir que:

  1. os moradores da cidade gozavam de significativa autonomia, mesmo submetidos à autoridade dos senhores, que lhes cobravam taxas.
  2. os camponeses da aldeia medieval impuseram aos senhores feudais um documento que garantia autonomia política à comunidade.
  3. os habitantes das cidades libertaram-se de inúmeras obrigações, entre elas a de participarem de corporações de ofício.
  4. as populações urbanas eram isoladas por muralhas que as impediam de estabelecer relações socioeconômicas com o mundo feudal.