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Verbos pronominais

Verbos pronominais aparecem acompanhados de pronomes átonos e são classificados como essenciais ou acidentais. Sua conjugação pode ser reflexiva ou recíproca.

Mulher negra segurando um caderno e refletindo sobre algo com um lápis no queixo.
É preciso se lembrar dos pronomes átonos na hora de conjugar os verbos pronominais.
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Verbos pronominais são acompanhados de pronomes átomos e podem ser essenciais ou acidentais. Eles são essenciais quando apenas usados em companhia de um destes pronomes átonos: me, te, se, nos, vos. E são acidentais quando utilizados em companhia ou não desses pronomes. Além disso, a conjugação dos verbos pronominais pode ser reflexiva ou recíproca.

A reflexiva está relacionada a verbos em que a ação do sujeito se reflete sobre o próprio sujeito, como sugere o verbo “encontrar-se”. Já a recíproca está associada à reciprocidade de ação entre os agentes do discurso, como se percebe em “nós nos encontramos”. Por fim, a colocação pronominal pode ocorrer antes, no meio ou depois do verbo, segundo regras específicas.

Leia também: Regência verbal — o processo em que um termo determinante rege outro determinado a ele

Tópicos deste artigo

Resumo sobre verbos pronominais

  • São aqueles acompanhados de um pronome átono.

  • Podem ser essenciais ou acidentais.

  • Sua conjugação pode ser reflexiva ou recíproca.

  • O pronome pode ser colocado antes (próclise), no meio (mesóclise) ou depois (ênclise) do verbo.

  • Diferentemente dos verbos reflexivos, o pronome que acompanha os verbos pronominais essenciais não tem função sintática.

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O que são os verbos pronominais?

Os verbos pronominais são aqueles que aparecem acompanhados por um pronome átono, podendo ser: me, te, se, nos, vos.

Veja estes exemplos:

Eu me lembro do seu irmão.

Tu te lembras do meu irmão.

Ela se lembra do seu irmão.

Nós nos lembramos do seu irmão.

Vós vos lembrais do meu irmão.

Eles se lembram do seu irmão.

Tipos de verbos pronominais

→ Verbos pronominais essenciais

Os pronominais essenciais só são utilizados com o pronome átono. Assim, tal pronome faz parte da estrutura desses verbos e não tem função sintática. Veja alguns exemplos a seguir.

Júlia arrependeu-se de abandonar o curso de Sociologia.

O pedreiro zangou-se com seu ajudante.

Assim também são os verbos “queixar-se”, “suicidar-se”, “atrever-se” etc.

→ Verbos pronominais acidentais

Os pronominais acidentais podem estar ou não acompanhados do pronome átono. Veja alguns exemplos a seguir.

Nós nos matamos de tanto trabalhar.

Nós matamos o tempo com conversa fiada.

Assim também são os verbos “pentear-se” ou “pentear”, “conectar-se” ou “conectar, “enganar-se” ou “enganar” etc.

Como é a conjugação dos verbos pronominais?

Os verbos pronominais são conjugados da mesma forma que um verbo não pronominal. A diferença é que o pronome átono correspondente acompanhará o verbo pronominal em toda a sua conjugação. Como exemplo, conjugaremos o verbo “apiedar-se”, no presente do indicativo:

Eu me apiedo.

Tu te apiedas.

Ele/Ela se apieda.

Nós nos apiedamos.

Vós vos apiedais.

Eles/Elas se apiedam.

→ Conjugação pronominal reflexiva

Ocorre com verbos pronominais de caráter reflexivo (a ação se volta para o próprio sujeito). Para exemplificar, conjugaremos o verbo “lavar-se”, no pretérito perfeito do indicativo:

Eu me lavei.

Tu te lavaste.

Ele/Ela se lavou.

Nós nos lavamos.

Vós vos lavastes.

Eles/Elas se lavaram.

Nesses exemplos, os sujeitos realizam o ato de lavar a si próprios. Vale ressaltar que as formas “nós nos lavamos” e “eles se levaram”, dependendo do contexto, podem ser reflexivas ou recíprocas. Vamos retomar essa ideia no próximo tópico.

→ Conjugação pronominal recíproca

Como adiantamos no tópico anterior, as formas de primeira e terceira pessoas do plural podem ser reflexivas ou recíprocas, dependendo do contexto. Elas serão recíprocas quando houver a ideia de reciprocidade entre os agentes do discurso:

Nós entramos na banheira e nos lavamos um ao outro durante dez minutos.

Nessa frase, os agentes (“nós”) realizaram a ação de lavar um ao outro. A mesma ideia está presente no seguinte enunciado:

Eles entraram na banheira e se lavaram um ao outro durante dez minutos.

No entanto, frases semelhantes a essas podem trazer ideia de reflexividade em outro contexto:

Quando nós entramos na banheira e nos lavamos, sentimos uma sensação de conforto.

Quando eles entraram na banheira e se lavaram, sentiram uma sensação de conforto.

No primeiro exemplo, o “nós” pode estar sendo usado para se referir às pessoas de forma geral. Portanto, o enunciado pode apresentar a ideia de reflexividade e ser reescrito desta forma:

Quando a gente entra na banheira e se lava, sente uma sensação de conforto.

Já no segundo exemplo, também ocorre ambiguidade, pois não fica claro se eles lavaram um ao outro ou se cada um lavou a si próprio. Nesse caso, seria melhor escrever:

Quando eles entraram na banheira e se lavaram um ao outro, sentiram uma sensação de conforto.

OU

Quando eles entraram na banheira e cada um se lavou, sentiram uma sensação de conforto.

Outros exemplos de conjugação pronominal recíproca:

Eles se veem e reconhecem um ao outro.

Estávamos apaixonados e nos beijamos pela primeira vez.

Veja também: Vozes verbais — a relação entre a coisa referida e os participantes do que é relatado

Colocação pronominal

Na língua portuguesa, o pronome átono pode aparecer antes, no meio ou depois do verbo. Veremos cada um dos casos a seguir.

→ Próclise

O pronome vem antes do verbo quando há algum termo anterior, na frase, que o atraia, por exemplo, o advérbio “não”:

Não me olhe dessa maneira!

→ Mesóclise

O pronome vem no meio de verbo no futuro se não houver termo anterior, na frase, que o atraia:

Matar-se-ia de tanta preocupação.

Contentar-me-ei com o pouco que possuo.

 

→ Ênclise

O pronome vem depois do verbo se não houver termo anterior, na frase, que o atraia:

Levantei-me com vontade de aproveitar a vida.

→ Videoaula sobre colocação pronominal

Diferença entre verbos pronominais e verbos reflexivos

Nos verbos pronominais essenciais, o pronome não tem uma função sintática, apenas acompanha tais verbos:

Não se atrevia a olhar em meus olhos.

No entanto, nos verbos reflexivos, o pronome tem uma função sintática, pois é complemento do verbo:

Penteei-me após o banho.

Nesse exemplo, o pronome “me” é objeto direto do verbo “pentear”. Já o caráter reflexivo do verbo está no fato de o sujeito “eu” pentear a si próprio. Nesse caso, temos um verbo pronominal acidental e também reflexivo.

Exercícios resolvidos sobre verbos pronominais

Questão 1

Analise os enunciados abaixo e marque a alternativa em que o pronome que acompanha o verbo exerce uma função sintática.

A) Quando o ator se despiu para fazer a cena, a diretora percebeu que estava muito magro.

B) Ricardo não se arrependeu de ter deixado o emprego para viver isolado no campo.

C) A menina compadeceu-se da coleguinha que estava sendo humilhada na escola.

D) Cláudia esforçava-se muito para trabalhar e ainda cuidar da mãe doente.

E) Os filhos ficaram muito tristes quando o pai deles se suicidou no último domingo.

Resolução:

Alternativa A

Em “Quando o ator se despiu para fazer a cena, a diretora percebeu que estava muito magro”, o pronome “se” funciona como objeto direto do verbo “despir”. Assim, o ator despiu a si próprio. Já o pronome dos verbos “arrepender-se”, “compadecer-se”, “esforçar-se” e “suicidar-se” não exerce função sintática, pois apenas acompanha os verbos.

Questão 2

Qual dos verbos abaixo é um verbo pronominal essencial?

A) Envolver-se

B) Dignar-se

C) Livrar-se

D) Amar-se

E) Cortar-se

Resolução:

Alternativa B

Os verbos “envolver-se”, “livrar-se”, “amar-se” e “cortar-se” têm caráter reflexivo, e, portanto, o pronome “se” funciona como complemento verbal. Já o verbo “dignar-se” é pronominal essencial, pois o verbo apenas é usado em companhia do pronome, que não tem função sintática.

 

Por Warley Souza
Professor de Português 

Escritor do artigo
Escrito por: Warley Souza Professor de Português e Literatura, com licenciatura e mestrado em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SOUZA, Warley. "Verbos pronominais"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/gramatica/verbos-pronominais.htm. Acesso em 19 de março de 2024.

De estudante para estudante


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