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A transitividade verbal diz respeito a como os verbos transitivos se ligam aos seus complementos. Os verbos transitivos podem ser diretos, indiretos ou diretos e indiretos. Quando os verbos não apresentam a necessidade de complemento, eles são classificados como verbos intransitivos.
Leia também: Predicado verbal e predicado nominal — como identificar
Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre transitividade verbal
- 2 - Videoaula sobre transitividade verbal
- 3 - O que é transitividade verbal?
- 4 - Tipos de transitividade verbal
- 5 - Diferenças entre verbos transitivos e verbos intransitivos
- 6 - Exercícios resolvidos sobre transitividade dos verbos
Resumo sobre transitividade verbal
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A transitividade verbal explica a relação do verbo transitivo com seu objeto.
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O verbo transitivo pode ser direto, indireto ou direto e indireto.
-
O verbo transitivo direto liga-se diretamente ao seu objeto.
-
O verbo transitivo indireto liga-se ao objeto por meio de preposição.
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O verbo transitivo direto e indireto tem dois objetos: liga-se a um deles diretamente e ao outro por meio de preposição.
Videoaula sobre transitividade verbal
O que é transitividade verbal?
A transitividade verbal é a relação do verbo transitivo com o objeto, ou seja, a maneira como um verbo é regido para se ligar a seu complemento. Quando precisa de complemento para ser entendido na oração, o verbo é classificado como verbo transitivo. O complemento é chamado de objeto. Veja o exemplo:
“Eu não tenho.”
Observe que a oração acima, lida fora de contexto, tem significado incompleto, já que o verbo ter é transitivo, isto é, precisa de complemento, um objeto, para fazer sentido completo.
Sujeito + verbo + objeto
“Eu não tenho dinheiro.”
Note que, agora, a oração está completa, já que o verbo transitivo apresenta o seu objeto: “dinheiro”.
Tipos de transitividade verbal
Os verbos transitivos podem ser classificados de três formas diferentes, de acordo com a maneira como se ligam ao seu objeto:
-
verbos transitivos diretos;
-
verbos transitivos indiretos;
-
verbos transitivos diretos e indiretos.
→ Verbo transitivo direto
O verbo transitivo direto liga-se diretamente ao seu objeto, ou seja, sem precisar de nenhuma palavra entre eles para que a ligação faça sentido. Observe como os verbos do exemplo a seguir conseguem ligar-se diretamente aos seus objetos:
sujeito + verbo transitivo direto + objeto direto |
Exemplos:
“Ele comeu a pizza.”
“Elas leram um livro interessante.”
“Cecília comprou um carro novo.”
“O estudante entendeu a matéria.”
“Minha prima tocou uma música muito bonita.”
→ Verbo transitivo indireto
O verbo transitivo indireto precisa de uma preposição para se ligar ao objeto, já que, sem ela, não é possível relacionar verbo ao objeto. Observe nos exemplos a seguir as preposições que ligam um ao outro:
sujeito + verbo transitivo indireto + preposição + objeto indireto |
Exemplos:
“Eles assistiram ao filme mais popular.”
“Nós gostamos de música eletrônica.”
“A equipe respondeu às perguntas dos jornalistas.”
“Minha família confiava em mim.”
“Eu cuidei das plantas.”
→ Verbo transitivo direto e indireto (verbo bitransitivo)
Há verbos que, dependendo do enunciado, têm dois objetos: um objeto direto, ou seja, que se liga diretamente ao verbo; e outro objeto indireto, ou seja, que se liga ao verbo por meio de preposição. Esses verbos são chamados de verbos transitivos diretos e indiretos ou simplesmente de verbos bitransitivos.
sujeito + verbo bitransitivo + objeto direto + preposição + objeto indireto |
Exemplos:
“O professor explicou a lição aos alunos.”
“Ele deu um presente ao pai dele.”
“Nós enviamos uma carta para nossa avó.”
“A biblioteca emprestou um livro à nossa turma.”
“Contarei uma história para a sua equipe.”
Saiba mais: O que é o predicativo do objeto?
Diferenças entre verbos transitivos e verbos intransitivos
Em relação à transitividade verbal, os verbos podem ser classificados como transitivos ou intransitivos a depender da necessidade de complemento. Como já vimos, verbos transitivos levam complemento na frase para ajudar a completar seu sentido.
Já os verbos intransitivos, como o nome já sugere, não levam complemento na frase, pois têm sentido completo por si só. Veja a diferença nos exemplos a seguir e note como o verbo transitivo não possui objeto.
Verbo transitivo: “Ele viajou para a praia.”
Verbo intransitivo: “Ele chegou.”
Atenção! Caso um verbo intransitivo esteja acompanhado de outro elemento na oração, esse elemento não é considerado um objeto do verbo, e sim classificado de outra forma, podendo ser um adjunto adverbial, por exemplo.
Exercícios resolvidos sobre transitividade dos verbos
Questão 1
(Faurgs)
Considere as seguintes afirmações sobre emprego de verbos no texto.
I - recriavam (l. 02) é um verbo transitivo direto.
II - usavam (l. 34) é um verbo intransitivo.
III - encontraram (l. 41) é um verbo transitivo direto.
Quais estão corretas, de acordo com o texto?
A) Apenas I
B) Apenas II
C) Apenas I e III
D) Apenas II e III
E) I, II e III
Resposta
Alternativa C. Os três verbos são transitivos diretos, já que têm complemento e se ligam a ele sem preposição. Logo, apenas as afirmativas I e III estão corretas.
Questão 2
(FCC)
Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.
Na costa noroeste da África, cerca de 230 quilômetros ao sul das Ilhas Canárias, a linha costeira se estende ligeiramente, formando uma protuberância conhecida como cabo Bojador. Para os europeus do início do século XV, o Bojador marcava a fronteira entre o conhecido e o desconhecido. Ao norte do cabo estavam a civilização e as cidades esclarecidas. Ao sul ficavam as terras místicas da África e do Mar da Escuridão. Nenhum marinheiro desde os antigos cartagineses tinha se aventurado ao sul do Bojador e retornado.
Entre 1424 e 1434, o infante dom Henrique de Portugal enviou catorze expedições de navios para circundar o perigoso cabo, com seus mortais bancos de areia, redemoinhos e violentas tempestades. Todas fracassaram. O insondável, no entanto, revelava-se uma tentação irresistível. Inabalável, o infante dom Henrique despachou o explorador Gil Eanes para uma décima quinta tentativa. Em sua viagem, Eanes passou a grande distância do Bojador, desviando-se acentuadamente para oeste e penetrando no Mar da Escuridão. Ao virar para o sul, olhou por sobre o ombro e ficou estarrecido ao perceber que deixara o temido cabo para trás. Na viagem seguinte, em 1453, Eanes voltou a contornar o Bojador e ancorou numa baía a mais de duzentos quilômetros ao sul. Ali, viu pegadas humanas, de camelos…
Na visão dos historiadores, dom Henrique não mandou seus navios para o sul, para a África, com o objetivo de colonizar seu território ou abrir novas rotas de comércio. Não, ele queria simplesmente descobrir o que havia para ser descoberto. A necessidade de encontrar, inventar, conhecer o desconhecido parece tão profundamente humana que não podemos imaginar nossa história sem ela. No fim, esse desejo profundo acaba por superar o medo do desconhecido e até mesmo o medo do perigo pessoal e da morte. O que resta é a emoção da descoberta.
(Adaptado de: LIGHTMAN, Alan. As descobertas: os grandes avanços das ciências no século XX. Trad. George Schlesinger. São Paulo, Companhia das Letras, 2015, p. 6-7)
Para os europeus do início do século XV, o Bojador marcava a fronteira entre o conhecido e o desconhecido. (1° parágrafo)
A forma verbal sublinhada é empregada como verbo transitivo direto. Uma forma verbal que, no contexto, apresenta essa mesma transitividade está em:
A) Inabalável, o infante dom Henrique despachou o explorador Gil Eanes para uma décima quinta tentativa. (2° parágrafo)
B) O insondável, no entanto, revelava-se uma tentação irresistível. (2° parágrafo)
C) Ao sul ficavam as terras místicas da África e do Mar da Escuridão. (1° parágrafo)
D) Ao norte do cabo estavam a civilização e as cidades esclarecidas. (1° parágrafo)
E) Ali, viu pegadas humanas, de camelos… (2° parágrafo)
Resposta
Alternativa E. O verbo “ver” é classificado, na frase, como transitivo direto, tal qual o verbo da frase no enunciado.
Fontes
AZEREDO, José Carlos de. Gramática Houaiss da Língua Portuguesa. São Paulo: Parábola, 2021.
BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. 38ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2015.
CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2020.
CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley. Nova Gramática do Português Contemporâneo. 7ª ed. Rio de Janeiro: Lexikon, 2016.