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Verbos regulares

Verbos regulares são aqueles que, ao serem conjugados, não sofrem alteração em seu radical e mantêm a mesma desinência do verbo paradigma.

Quadro negro em que está escrito "Verbos regulares"; na frente dele, há uma pilha de livros e, ao lado dela dela, um par de óculos, canetas e uma maçã
Os verbos regulares são os mais intuitivos, visto que seguem um padrão de desinências e mantêm seu radical.
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Verbos regulares são verbos que, ao serem conjugados, não sofrem modificação em seu radical e mantêm a mesma desinência do verbo paradigma, ou seja, acabado em -AR (primeira conjugação), -ER (segunda conjugação) ou -IR (terceira conjugação). Já os verbos irregulares apresentam alteração em seu radical durante a conjugação e/ou têm desinência diferente do verbo paradigma.

Leia também: Verbos anômalos – verbos que apresentam mudança no radical e desinências regulares

Tópicos deste artigo

O que são verbos regulares?

Os verbos regulares não apresentam alteração em seu radical no momento em que são conjugados. Além disso, mantêm a mesma desinência do verbo paradigma (modelo), isto é, terminado em -AR (paradigma da primeira conjugação), -ER (paradigma da segunda conjugação) ou -IR (paradigma da terceira conjugação).

Para ajudar no entendimento, vamos definir alguns conceitos.

  • Radical: é a parte principal da palavra, onde reside seu significado. Assim, CANT- é o radical do verbo CANTAR, por exemplo.

  • Desinência: é a parte final da palavra e, no caso dos verbos, indica número (singular ou plural), pessoa (primeira, segunda ou terceira), modo (indicativo, subjuntivo ou imperativo) e tempo (pretérito, presente ou futuro).

Vamos analisar o verbo CANTAR, conjugado no presente do indicativo:

Eu canto.

Tu cantas.

Ele, ela canta.

Nós cantamos.

Vós cantais.

Eles, elas cantam.

Essa conjugação nos permite concluir que o verbo é regular, pois seu radical não sofre modificação: canto, cantas, canta, cantamos, cantais, cantam.

Além disso, apresenta a mesma desinência do verbo paradigma, terminado em -AR, como, por exemplo, o verbo PARAR: paro, paras, para, paramos, parais, param.

Vejamos, a seguir, o verbo BEBER, conjugado no presente do indicativo:

Eu bebo.

Tu bebes.

Ele, ela bebe.

Nós bebemos.

Vós bebeis.

Eles, elas bebem.

Esse também é um verbo regular, já que seu radical não sofre modificação: bebo, bebes, bebe, bebemos, bebeis, bebem. Além do mais, sua conjugação apresenta a mesma desinência do verbo paradigma, terminado em -ER, como o verbo VENDER: vendo, vendes, vende, vendemos, vendeis, vendem.

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E, por fim, analisemos o verbo NUTRIR, conjugado no presente do indicativo:

Eu nutro.

Tu nutres.

Ele, ela nutre.

Nós nutrimos.

Vós nutris.

Eles, elas nutrem.

O verbo é, portanto, regular, uma vez que seu radical não sofre modificação: nutro, nutres, nutre, nutrimos, nutris, nutrem. Ele também apresenta a mesma desinência do verbo paradigma, terminado em -IR, como o verbo PARTIR: parto, partes, parte, partimos, partis, partem.

Conjugação dos verbos regulares

A seguir, outros exemplos de verbos regulares:

INDICATIVO

Pretérito imperfeito

ANDAR

BATER

DIVIDIR

Eu andava

Tu andavas

Ele, ela andava

Nós andávamos

Vós andáveis

Eles, elas andavam

Eu batia

Tu batias

Ele, ela batia

Nós batíamos

Vós batíeis

Eles, elas batiam

Eu dividia

Tu dividias

Ele, ela dividia

Nós dividíamos

Vós dividíeis

Eles, elas dividiam

SUBJUNTIVO

Presente

[que] Eu ande

[que] Tu andes

[que] Ele, ela ande

[que] Nós andemos

[que] Vós andeis

[que] Eles, elas andem

[que] Eu bata

[que] Tu batas

[que] Ele, ela bata

[que] Nós batamos

[que] Vós batais

[que] Eles, elas batam

[que] Eu divida

[que] Tu dividas

[que] Ele, ela divida

[que] Nós dividamos

[que] Vós dividais

[que] Eles, elas dividam

IMPERATIVO

Afirmativo

Anda tu

Ande você

Andemos nós

Andai vós

Andem vocês

Bate tu

Bata você

Batamos nós

Batei vós

Batam vocês

Divide tu

Divida você

Dividamos nós

Dividi vós

Dividam vocês


Diferença entre verbos regulares e irregulares

Ao contrário dos verbos regulares, os verbos irregulares apresentam alteração em seu radical no momento em que são conjugados e/ou têm desinência diferente da apresentada pelo verbo paradigma, como podemos ver na conjugação do verbo DIZER, no pretérito perfeito do indicativo:

Eu disse.

Tu disseste.

Ele, ela disse.

Nós dissemos.

Vós dissestes.

Eles, elas disseram.

Nesse exemplo, o verbo da segunda conjugação (-ER) sofre modificação em seu radical DIZ- e apresenta duas desinências diferentes do verbo paradigma. Para ilustrar, vamos conjugar o verbo regular BEBER no pretérito perfeito do indicativo:

Eu bebi.

Tu bebeste.

Ele, ela bebeu.

Nós bebemos.

Vós bebestes.

Eles, elas beberam.

Desse modo, se DIZER fosse regular, sua conjugação no pretérito perfeito do indicativo seria: dizi, dizeste, dizeu, dizemos, dizestes, dizeram. No entanto, na conjugação correta, esse verbo não mantém o radical, nem a desinência na primeira e terceira pessoas do singular.

Veja também: Concordância verbal – adequação do verbo ao número e pessoa do sujeito da oração

Os verbos regulares são os mais intuitivos, visto que seguem um padrão de desinências e mantêm seu radical.
Os verbos regulares são os mais intuitivos, visto que seguem um padrão de desinências e mantêm seu radical.

Exercícios resolvidos

Questão 1 - Analise os enunciados abaixo e assinale a alternativa que apresenta um verbo regular.

A) Desisto de buscar respostas para as minhas dúvidas.

B) Reflito, todos os dias, sobre a minha existência.

C) É incrível que eu ainda perca tempo com você.

D) Durmo mal todas as noites da minha triste vida.

E) Não lhe peço muito, meu amor, só aquilo que é justo.

Resolução

Alternativa A. O verbo “desistir” é um verbo regular.

Questão 2 - Leia este trecho do romance Recordações do escrivão Isaías Caminha, do escritor pré-modernista Lima Barreto:

Trazia na mão esquerda um caniço que distendia um arame de pescaria; com a direita, auxiliado por uma varinha, vibrava dolentemente a corda, enquanto balbuciava qualquer coisa. Ia de grupo em grupo, tangendo o seu monocórdio extravagante. Cantava talvez uma ária de uma extravagante beleza, certamente só percebida por ele e feita pela sua alma para a sua alma... Tocava e esperava esmolas. Em todas as fisionomias, havia decerto piedade, comiseração, e mais alguma coisa que não me foi dado perceber. Era constrangimento, era não sei o quê...

O preto tinha os pés espalmados e, com a cecidez e a velhice, andava de leve, sem quase tocar no chão, escorregava, deslizavaera como uma sombra...

Sob aquele sol muito forte, à rebrilhante luz daquela manhã de verão, por entre tanta gente rica e forte, aquele seu instrumento infantil, a puerilidade da música, o seu aspecto de sombra, juntavam-se para dar um relevo cortante à sua miséria e à sua fragilidade... Ele, com a sua resignação e miséria, e o sol, com a sua força e indiferença, tinham um certo acordo oculto, uma relação entre si quase perfeita. O negro ia... Ia tocando já sem forças a plangente música das recordações do adusto solo da África, da vida fácil de sua aringa e do cativeiro semissecular!

Analise os verbos em destaque e marque a alternativa que apresenta APENAS verbos irregulares extraídos do texto.

A) Trazia, distendia, vibrava.

B) Balbuciava, ia, cantava.

C) Tocava, esperava, havia.

D) Foi, era, tinha.

E) Escorregava, deslizava, juntavam-se.

Resolução

Alternativa D. Dos verbos em destaque, são irregulares: “foi”, “era”, “tinha”.

 

Por Warley Souza
Professor de Gramática

Escritor do artigo
Escrito por: Warley Souza Professor de Português e Literatura, com licenciatura e mestrado em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SOUZA, Warley. "Verbos regulares"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/gramatica/verbos-regulares.htm. Acesso em 21 de novembro de 2024.

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