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Verbos anômalos

Verbos anômalos são verbos irregulares que apresentam conjugação tão diferente a ponto de não haver constância nem mesmo nos radicais. Os verbos “ser” e “ir” são anômalos.

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Os verbos anômalos são verbos irregulares que, além de apresentarem conjugação diferente da regular, apresentam radicais diferentes de acordo com a conjugação.

Os verbos “ser” e “ir” são os principais exemplos de verbos anômalos por mudarem completamente a sua estrutura nas conjugações (alterando todo o radical). No entanto, alguns gramáticos também consideram anômalos certos verbos que apresentam tanta diferença, em quase todo o radical, que acabam por não se enquadrar em nenhuma outra classificação.

Leia também: Concordância verbal – adequação do verbo ao número e pessoa do sujeito da oração

Tópicos deste artigo

Conjugação dos verbos anômalos

Quando conjugados, os verbos anômalos não seguem o mesmo padrão dos verbos regulares, assim como os verbos irregulares. No entanto, enquanto os verbos irregulares seguem algumas tendências próprias na conjugação, os verbos anômalos variam tanto que não é possível enquadrá-los em outra categoria. O radical é constantemente alterado, ou seja, a base que origina a palavra é modificada, transformando todo o verbo. Essa mudança no radical acontece de acordo com a pessoa e o tempo verbal.

Os verbos anômalos sofrem profunda alteração em seu radical quando flexionados.
Os verbos anômalos sofrem profunda alteração em seu radical quando flexionados.
  • Exemplos de verbos anômalos

Veja como o radical de alguns verbos é afetado de acordo com a pessoa e o tempo verbal da conjugação.

  • Verbo “haver”

 

Indicativo

Subjuntivo

 

Presente

Pretérito perfeito

Presente

eu

hei

houve

haja

tu

hás

houveste

hajas

ele/ela

houve

haja

nós

havemos

houvemos

hajamos

vós

haveis

houvestes

hajais

eles/elas

hão

houveram

hajam

 

A conjugação do verbo “haver” não é regular, porque nem sempre segue o padrão dos verbos regulares. Além disso, pela lógica, o radical seria “hav”. Todavia, é possível notar na tabela anterior que apenas a letra “h” repete-se em todas as conjugações, logo, o radical é profundamente afetado, sem haver constância nas formas. Isso faz com que esse verbo seja considerado anômalo por alguns gramáticos.

Vejamos outro exemplo.

  • Verbo “vir”

 

Indicativo

Subjuntivo

 

Presente

Pretérito perfeito

Presente

eu

venho

vim

venha

tu

vens

vieste

venhas

ele/ela

vem

veio

venha

nós

vimos

viemos

venhamos

vós

vindes

viestes

venhais

eles/elas

vêm

vieram

venham

 

Teoricamente, o radical seria “vir”. Novamente, podemos ver que apenas a letra “v” repete-se em todas as conjugações, de modo que não há constância nos radicais. Essa inconstância é tão frequente a ponto de esse verbo ser considerado anômalo por alguns gramáticos.

  • Verbo “dizer”

 

Indicativo

 

Presente

Pretérito perfeito

Futuro do presente

eu

digo

disse

direi

tu

dizes

disseste

dirás

ele/ela

diz

disse

dirá

nós

dizemos

dissemos

diremos

vós

dizeis

dissestes

direis

eles/elas

dizem

disseram

dirão

 

O radical do verbo “dizer” seria “diz”, mas, nas conjugações, ele só aparece no presente do indicativo (sendo que não aparece na 1ª pessoa do singular). A falta de regularidade do radical é frequente a ponto de muitos classificarem esse verbo como anômalo.

Veja também: Regência verbal – relação de subordinação entre o verbo e outro termo

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Verbo “ir” e verbo “ser”

Os verbos “ir” e “ser” são considerados verbos anômalos por excelência, uma vez que não possuem um único radical. Isso acontece porque, dependendo da conjugação, vemos que toda a palavra é alterada, não havendo padrão entre elas.

Para ficar claro, veja como as conjugações mudam.

  • Verbo “ir”

 

Indicativo

 

Presente

Pretérito perfeito

Pretérito imperfeito

Futuro do presente

eu

vou

fui

ia

irei

tu

vais

foste

ias

irás

ele/ela

vai

foi

ia

irá

nós

vamos

fomos

íamos

iremos

vós

ides

fostes

íeis

ireis

eles/elas

vão

foram

iam

irão

  • Verbo “ser”

 

Indicativo

 

Presente

Pretérito perfeito

Pretérito imperfeito

Futuro do presente

eu

sou

fui

era

serei

tu

és

foste

eras

serás

ele/ela

é

foi

era

será

nós

somos

fomos

éramos

seremos

vós

sois

fostes

éreis

sereis

eles/elas

são

foram

eram

serão

Exercícios resolvidos

Questão 1 – Leia as orações seguintes:

I. Eu enchi a banheira para tomar banho.

II. Não enviei as amostras ainda.

III. Eu avisei que era competitivo.

IV. Vamos ao cinema assistir ao filme novo.

Em qual(is) oração(ões) anterior(es) há verbos considerados anômalos?

a) I

b) III

c) II e IV

d) I e II

e) III e IV

Resolução

Alternativa E. “Encher”, “tomar” e “enviar” são verbos regulares, por isso as orações I e II não têm verbos anômalos. “Avisar” é um verbo regular, mas “ser” é verbo anômalo. O verbo “ir” também é anômalo. Dessa forma, as orações III e IV são as que têm verbos anômalos.

Questão 2 – Leia a sentença e responda à questão:

O ser humano ainda vai aprender e ensinar muito.

Na sentença, temos:

a) nenhum verbo anômalo

b) um verbo anômalo

c) dois verbos anômalos

d) três verbos anômalos

e) quatro verbos anômalos

Resolução

Alternativa B. A palavra “vai” é uma conjugação do verbo “ir”, que é o único anômalo na sentença. Os verbos “aprender” e “ensinar” são regulares. A palavra “ser”, no contexto, não é um verbo, e sim um substantivo: “o ser humano”.



Por Guilherme Viana
Professor de Gramática

Escritor do artigo
Escrito por: Guilherme Viana Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

VIANA, Guilherme. "Verbos anômalos"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/gramatica/verbos-anomalos.htm. Acesso em 28 de março de 2024.

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