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O uso dos verbos costuma provocar dúvidas frequentes. Algumas delas são oriundas da oralidade, já que a gramática normativa prescreve o uso correto dessa classe de palavras na modalidade escrita. Muitas pessoas transferem para a escrita a maneira coloquial com que se expressam na fala e aí... é problema na certa!
Por apresentar certo grau de complexidade, o estudo dos verbos merece atenção especial. Fiquemos atentos a duas situações especiais do uso dos verbos.
* Modo subjuntivo: esse modo verbal pode ser facilmente confundido com algumas conjugações do modo indicativo. Por ser alvo de dúvidas frequentes, os falantes tendem a abandonar o subjuntivo, dando lugar a outro tipo de construção, especialmente no que diz respeito à modalidade oral. Observe:
Acredito que ela vai à escola amanhã.
Acho que o professor está de folga
Por se tratar de duas suposições, o modo subjuntivo deveria ter sido empregado, pois, nas orações subordinadas, ele expressa sentimento, hipótese, probabilidade ou incerteza. Observe as frases do exemplo devidamente corrigidas:
Acredito que ela vá à escola amanhã.
Acho que o professor esteja de folga.
→ Importante: Lembre-se de que as formas esteje e seje, não existem, portanto, nada de usá-las!
* A troca do futuro do pretérito pelo pretérito imperfeito do indicativo: A conjugação verbal provoca dúvidas constantes, especialmente quando os verbos deveriam estar no futuro do pretérito imperfeito. Observe os exemplos:
Se a professora não explicasse, eu fazia errado.
Se eu quisesse, eu ia ao teatro.
O correto, no entanto, é:
Se a professora não explicasse, eu faria errado.
Se eu quisesse, eu iria ao teatro.
O uso do pretérito imperfeito do indicativo no lugar do futuro do pretérito pode ser considerado também um tipo de arcaísmo, já que essa construção era admitida e continua em uso no português falado em Portugal. No Brasil, essa substituição ganha conotação de coloquialidade, portanto, na dúvida, prefira à norma culta, especialmente na língua escrita.
Por Luana Castro
Graduada em Letras