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O envelhecimento da população da Europa é uma tendência demográfica observada em muitos países do continente, como, por exemplo, em Portugal, na Itália, na França, na Finlândia e na Grécia. O novo perfil da população europeia é decorrente da melhoria na saúde e na qualidade de vida, que proporcionam maior longevidade, além das reduzidas taxas de mortalidade e de natalidade.
Assim, há uma preocupação com relação aos gastos governamentais com os benefícios sociais e com relação à redução da população economicamente ativa. Para contornar essas questões, muitos países têm adotado políticas favoráveis à imigração e medidas de incentivo à natalidade.
Leia também: Demografia — a ciência responsável pelo estudo das populações humanas
Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre envelhecimento da população da Europa
- 2 - Causas do envelhecimento da população da Europa
- 3 - Por que o envelhecimento da população da Europa é preocupante?
- 4 - Consequências do envelhecimento da população da Europa
- 5 - Medidas adotadas para conter o envelhecimento da população da Europa
Resumo sobre envelhecimento da população da Europa
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O envelhecimento da população da Europa é causado por diversos fatores, como, por exemplo, a redução das taxas de mortalidade, de fecundidade e de natalidade e as melhorias na qualidade de vida dos europeus, que proporcionaram um aumento na expectativa de vida.
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A preocupação acerca desse fenômeno demográfico dos países europeus pode ser observada em relação à diminuição da população economicamente ativa (PEA), geradora de riquezas para os países, que gera um aumento da dependência, principalmente econômica, dos idosos em relação a esse grupo.
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Algumas das consequências do envelhecimento populacional da Europa são os maiores gastos governamentais com benefícios previdenciários, como, por exemplo, pensões e outras formas de assistência ao idoso, as transformações no padrão de consumo e a redução da força de trabalho.
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O incentivo à imigração para os países europeus e a implementação de políticas de natalidade, que já existem em alguns países, são duas das medidas que podem auxiliar a conter o envelhecimento da população da Europa.
Causas do envelhecimento da população da Europa
O envelhecimento populacional é um fenômeno demográfico caracterizado pelo aumento do número de pessoas que possuem idade igual ou superior a 65 anos, o que faz com haja, também, uma variação para cima na idade mediana daquela população em análise.
Na Europa, o envelhecimento da população pode ser explicado por meio da fase de transição demográfica em que se encontra a maior parte dos países do continente, em especial aqueles que integram o bloco da União Europeia.
A teoria da transição demográfica demonstra o processo de evolução de uma determinada população no decorrer do tempo, tendo início com o aumento das taxas de fecundidade e natalidade em conjunto com uma alta taxa de mortalidade e passando pela explosão demográfica até a estabilização dos indicadores, o que leva à estagnação do crescimento populacional e ao posterior encolhimento da população.
Muitos países europeus se encontram na quarta fase de sua transição demográfica, caracterizada pelas taxas estáveis de crescimento da população, que são muito próximas de 0. Um exemplo disso é a Espanha, cuja população cresce 0,13% ao ano.
Entretanto, existem alguns países, como Portugal, Itália, Hungria e Grécia, que já registram uma redução de sua população, com taxas negativas de crescimento. No caso de Portugal, por exemplo, o crescimento populacional é de -0,2% ao ano. Considera-se que esses países já estão na quinta fase de transição demográfica.
Ao analisarmos o comportamento dos indicadores demográficos nos países europeus que passam pela quarta e pela quinta fase da transição demográfica, conseguimos identificar as causas do envelhecimento de sua população. São ao menos cinco fatores que, combinados, contribuem para que isso aconteça:
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Redução da mortalidade infantil;
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Queda da taxa de fertilidade e, por conseguinte, da taxa de natalidade;
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Aumento contínuo da expectativa de vida e queda da taxa de mortalidade.
Soma-se a esses fatores a melhoria na qualidade de vida da população, orientada tanto pela adoção de hábitos de vida mais saudáveis quanto pelos avanços no setor da saúde pública europeia e na medicina propriamente dita. Isso possibilitou aos cidadãos europeus maior acesso ao sistema de saúde, melhorias na forma de atendimento e garantia de tratamentos mais completos e eficientes.
O relatório anual da Comissão Europeia, que analisa a evolução do envelhecimento populacional no continente, destaca, ainda, a transformação no mercado de trabalho como outra causa desse processo, com maior incidência de trabalhos considerados leves, principalmente do setor terciário da economia, que não oferecem riscos ou não causam queda significativa no bem-estar físico do indivíduo e em sua qualidade de vida.
Por que o envelhecimento da população da Europa é preocupante?
O envelhecimento da população da Europa tem gerado preocupação nos países em que esse fenômeno acontece, principalmente nos quais se observa um decréscimo da população. As duas principais áreas, que demandam maior atenção nesse caso, são a economia e as políticas sociais de caráter assistencial voltadas para a terceira idade.
Com um maior número de habitantes com idade igual ou superior a 65 anos, os gestores europeus se preocupam com a necessidade de ampliar o número de benefícios previdenciários concedidos, tendo em vista que mais pessoas passam a se aposentar.
Além disso, também há preocupação com a necessidade de dedicar uma maior parcela do orçamento para a garantia de pensões atuais e futuras (assistência social) e de cuidados a longo prazo, o que permite que essas pessoas levem uma vida com condições adequadas. Há, nesse sentido, a ampliação das despesas dos Estados europeus com a parcela mais velha da população.
Ligada à necessidade de ampliação dos investimentos econômicos direcionados aos idosos, está a população economicamente ativa (PEA), composta por indivíduos na faixa etária de 15 a 64 anos de idade, responsáveis pela geração de riquezas no país.
O envelhecimento populacional e as tendências demográficas de redução da natalidade nos países da Europa têm reduzido a força de trabalho e, consequentemente, a PEA, ao mesmo tempo em promovem um aumento da dependência da população idosa com relação a esse grupo economicamente ativo.
Tal tendência se tornou um dos motivos de preocupação nos países que passam pelo envelhecimento de sua população e tem suscitado a implantação de medidas para ampliar o número de trabalhadores ativos, como, por exemplo, o incentivo à imigração.
Confira nosso podcast: Envelhecimento populacional e economia
Consequências do envelhecimento da população da Europa
São consequências do envelhecimento da população do continente europeu:
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Aumento da idade mediana da população. Mônaco é hoje o país mais velho do mundo, com média de idade de 55,4 anos. Considerando os 20 países com maior idade mediana, 14 são países europeus. |1|
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Aumento da taxa de dependência da população idosa com relação à população economicamente ativa;
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Aumento dos gastos governamentais com alguns setores voltados a essa população, como saúde e previdência;
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Transformação nos padrões de consumo;
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Redução da força de trabalho, com baixa taxa de reposição da PEA, tendo em vista as menores taxas de natalidade que são registradas nos países europeus;
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Novas demandas na área da saúde tanto em termos de políticas públicas de prevenção e cuidado quanto na prática, ampliando a necessidade de profissionais especializados no atendimento à terceira idade;
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Necessidade de adaptação dos espaços, como as cidades, e da infraestrutura de transportes como forma de assegurar a acessibilidade à população idosa, conferindo, assim, maior mobilidade e segurança a esse grupo.
Medidas adotadas para conter o envelhecimento da população da Europa
Segundo a Comissão Europeia, existe uma tendência de aumento contínuo da expectativa de vida da população do continente. A projeção é de que a esperança de vida chegue a 86,1 anos para homens e 90,3 anos para mulheres em um período de 50 anos.
É esperado que, nos próximos vinte anos, haja um aumento discreto na fecundidade, o que pode dar início a uma transformação lenta nas tendências populacionais na Europa. Entretanto, algumas medidas podem ser e têm sido adotadas para conter os impactos do envelhecimento demográfico que está em curso:
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Incentivo à imigração e viabilização desse processo;
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Implantação de novas políticas de natalidade e de planejamento familiar, regulamentando medidas voltadas à maternidade e à paternidade, como a licença em ambos os casos e a garantia de auxílio financeiro às famílias (pensão, cuidados etc.). Na Finlândia, por exemplo, muitos municípios introduziram o chamado “baby bônus”, uma ajuda financeira que varia de mil a dez mil euros para cada novo nascimento na família, valor este que pode ser pago ao longo de uma década. Além disso, a Finlândia, a França e alguns municípios italianos apresentam, ainda, uma ajuda mensal por criança para as famílias. |2|
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Subsídios a famílias com muitos filhos, introduzindo auxílios voltados aos cuidados e à educação;
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Ampliação do acesso à saúde pública aos recém-nascidos e às crianças, além da garantia de acompanhamento médico.
Notas
|1| Dados retirados do CIA World Fact Book, disponível aqui.
|2| VEHVILÄINEN, Jenna. As cidades que pagam mais de R$ 45 mil a seus habitantes para terem filhos. BBC Worklife, 25 nov. 2019. Disponível aqui.
Por Paloma Guitarrara
Professora de Geografia