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O absolutismo é um sistema político que esteve presente nas monarquias europeias entre os séculos XVI e XIX, marcado pela concentração de poder na figura do monarca, sendo que o poder dessa figura era absoluto. O absolutismo foi muito presente em países como Espanha, Inglaterra e França.
Esse sistema político consolidou-se no período em que os Estados nacionais modernos se estabeleceram, contendo uma burocracia administrativa, além de exércitos permanentes. No campo da economia, o absolutismo contou com a existência de práticas econômicas que receberam o nome de mercantilismo.
Leia também: Formação da monarquia nacional francesa
Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre absolutismo
- 2 - Videoaula sobre absolutismo
- 3 - O que é o absolutismo?
- 4 - Estabelecimento do absolutismo
- 5 - Teóricos do absolutismo
- 6 - Mercantilismo: a economia no absolutismo
- 7 - Decadência do absolutismo
Resumo sobre absolutismo
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O absolutismo é um sistema político que ficou marcado pela concentração de poder na figura dos monarcas.
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Foi um sistema consolidado entre os séculos XVI e XIX e teve como grande símbolo o rei francês Luís XIV.
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Nesse sistema, os monarcas detinham poderes plenos, podendo criar leis, executar a Justiça, nomear cargos etc.
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Junto do absolutismo se estabeleceram os Estados nacionais modernos e uma burocracia estatal.
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As práticas econômicas dos reinos absolutistas receberam o nome de mercantilismo.
Videoaula sobre absolutismo
O que é o absolutismo?
Absolutismo é o nome pelo qual conhecemos um sistema político que foi tradicional na Europa entre os séculos XVI e XIX. Esse sistema político ficou caracterizado pela concentração de poder na figura dos monarcas (reis ou rainhas), detentores de poderes absolutos sobre o seu reino.
Nesse sistema, não havia espaço para questionamentos aos monarcas, e suas decisões eram plenas/totais, havendo apenas um grupo de ministros que administravam o reino junto aos monarcas. Essa forma de governo existiu durante o período de transição entre o feudalismo e o capitalismo e se associou ao surgimento dos Estados nacionais modernos.
No absolutismo, os monarcas eram os responsáveis por nomear e demitir os seus ministros, declarar guerra, mobilizar tropas, criar leis e impostos, executar a Justiça etc. Frequentemente, essas funções eram delegadas a terceiros, responsáveis por administrar os reinos junto do monarca.
O auge do absolutismo ocorreu durante o século XVII, período marcado pela existência de monarcas poderosos, como foi o caso de Luís XIV, rei da França entre os anos de 1643 e 1715. Esse monarca francês é considerado por muitos historiadores o grande modelo de monarca absolutista.
Estabelecimento do absolutismo
O absolutismo se estabeleceu enquanto sistema político junto a uma série de outras novidades que se consolidaram com o Estado moderno. Entre elas estão todo o aparato burocrático que surgiu como forma de fornecer auxílio aos monarcas no trabalho de administração do reino. Além disso, o absolutismo contribui diretamente para a consolidação da burguesia.
O estabelecimento do poder dos monarcas foi um processo lento e gradual que se arrastou durante séculos a partir da Baixa Idade Média, chegando ao ponto de os monarcas possuírem grande domínio em seus reinos, especialmente nos casos inglês, francês e espanhol. O fortalecimento dos reis passa pela formação de exércitos profissionais.
Com esses exércitos permanentes, os reinos não dependiam mais da nobreza a fim de garantir tropas para defender seu reino. Além disso, dispunham de forças para reprimir revoltas e conspirações que pudessem acontecer. Apesar de ainda ser influente e possuir uma vida de privilégios, a verdade é que a nobreza perdeu parte de sua influência durante o absolutismo e era monitorada pelos monarcas como forma de garantir sua fidelidade.
Além da burocracia, que se manifestava por meio da estrutura administrativa que dava suporte aos monarcas, do exército permanente e do fortalecimento da burguesia, o absolutismo promoveu:
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unificação das leis nos reinos europeus, sendo que elas eram executadas pelos próprios monarcas;
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unificação da moeda, com a determinação de que a cunhagem somente poderia ser realizada pelo próprio reino;
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unificação linguística, promovida em determinados locais, como a França.
Teóricos do absolutismo
O absolutismo se estabeleceu em um momento de muitas mudanças. O feudalismo entrava em declínio, a economia trazia novas demandas, havia classes sociais em ascensão e os Estados nacionais que surgiam demandavam modernização administrativa. Todas essas mudanças em curso contribuíram para a consolidação do absolutismo, mas não somente isso.
A concentração de poder pelos monarcas e o estabelecimento do absolutismo passaram pela construção de um arcabouço ideológico que buscava justificar histórica e religiosamente o poder desses monarcas. Essa construção ideológica procurava reforçar a ideia de que o bem comum seria obtido somente por meio da concentração do poder da realeza.
Muitos intelectuais do período, com destaque para Jean Bodin, Jacques Bossuet e Thomas Hobbes, formularam ideias por meio das quais procuraram justificar a concentração do poder real. Apesar disso, existe um debate entre historiadores que questionam se as ideias desses intelectuais ficavam restritas a grupos elitizados ou se de fato chegavam a influenciar as massas populares.
Thomas Hobbes procurou traçar a origem histórica que explica a necessidade de concentração do poder no monarca, afirmando que somente o rei seria capaz de estabelecer a ordem no mundo, sendo o meio de por fim ao caos, garantindo a segurança das pessoas e do reino.
Jean Bodin e Jacques Bossuet realizavam uma relação do poder do monarca com a religião, afirmando que os monarcas eram autoridades eleitas de forma divina. O primeiro falava que o monarca era uma figura eleita por Deus, sendo esse o motivo para que a vontade do rei fosse acatada. Já o segundo falava que o poder dos monarcas foi entregue diretamente por Deus para que a Terra fosse governada por eles. As ideias formuladas por ambos foram enquadradas dentro do que é conhecido como “teoria do direito divino dos reis”.
Veja também: O que significa “soberania”?
Mercantilismo: a economia no absolutismo
No que se refere à economia, o absolutismo possuiu uma série de práticas econômicas que receberam o nome de mercantilismo. Essas práticas econômicas contribuíram para o enriquecimento da burguesia, uma vez que se pautava no fortalecimento mercantil dos reinos absolutistas e no acúmulo de riqueza.
No mercantilismo, o Estado procurava aumentar sua riqueza de diversas maneiras: cobrando impostos, estabelecendo monopólios comerciais, vendendo títulos de nobreza, produzindo e exportando mercadorias manufaturadas, estabelecendo cobranças alfandegárias sobre mercadorias estrangeiras etc.
Alguns princípios muito importantes do mercantilismo eram:
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buscar uma balança comercial favorável, isto é, obter saldo de exportações maior que o de importações;
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acumular metais preciosos;
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desenvolver uma manufatura para produção de mercadorias e garantir a proteção destas por meio de impostos alfandegários;
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garantir constante intervenção do Estado na economia.
Decadência do absolutismo
O absolutismo teve o seu auge no século XVII, mas seu declínio se iniciou no século seguinte, o século XVIII. A decadência do absolutismo passou diretamente pelo surgimento dos ideais iluministas, conjunto de ideias que defendiam a predominância da razão em detrimento da fé e que combatiam o poder absoluto dos monarcas.
A influência dos ideais iluministas levou a uma série de reformas na maneira como esses monarcas governavam e contribuiu para que eventos como a Revolução Francesa acontecessem. Esse acontecimento foi motivado pela insatisfação popular com a vida de privilégios que a nobreza e o clero francês levavam e resultou na queda do absolutismo nesse país. O século XIX foi palco da queda de quase todas as monarquias absolutistas.
Por Daniel Neves Silva
Professor de História