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Thomas Hobbes

Thomas Hobbes foi um filósofo e teórico político inglês, sendo um dos formuladores da teoria contratualista.

Thomas Hobbes, filósofo e teórico político inglês.[1]
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Thomas Hobbes foi um filósofo, teórico político e matemático inglês, considerado um dos principais expoentes do pensamento contratualista na Filosofia Política. Hobbes foi muito próximo da família real e defendeu, até o fim de sua vida, a monarquia. O principal livro escrito por Hobbes foi Leviatã.

Para Hobbes, o Estado deve ser forte e com o poder centralizado, pois ele precisa ter capacidade para conter os impulsos naturais que promovem uma relação caótica entre as pessoas. Hobbes trabalhou como preceptor de dois filhos da família Cavendish, tradicionais nobres britânicos. O pensador foi influenciado por Francis Bacon, filósofo para o qual Hobbes trabalhou como assistente durante algum tempo, Aristóteles e Maquiavel.

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Tópicos deste artigo

Biografia

Thomas Hobbes nasceu em 5 de abril de 1588, em Westport. O pensador inglês era filho de um pastor anglicano, que acabou deixando a sua cidade e a sua família (que ficou aos cuidados do tio de Thomas Hobbes) após um desentendimento. Hobbes recebeu educação formal, tendo estudado em uma escola anglicana e, mais tarde, em um colégio particular.

Ao terminar o estudo básico, Hobbes ingressou, com apenas 15 anos, no ensino superior da Universidade de Oxford. Nessa instituição, Hobbes conhece a Filosofia tomista aristotélica, o que influenciou a sua ideia de conceber a sociedade como um mecanismo formado por “átomos”, que são os indivíduos. Também conheceu e foi influenciado pelas ideias de Maquiavel.

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As teses aristotélicas sobre as ciências naturais foram bastante questionadas na época de Hobbes por conta das novas descobertas de Galileu, e o próprio Hobbes não era um grande admirador do filósofo grego antigo. Na infância e na adolescência de Hobbes, a Inglaterra vivia sob o domínio da dinastia dos Tudors e, durante muito tempo, conviveu com o medo da invasão espanhola.

As ideias defensoras do absolutismo foram originadas, provavelmente, a partir do medo que o filósofo inglês vivenciou quando jovem, aliado às revoltas burguesas e camponesas que instauraram um clima de tensão política na Inglaterra.

Ao se formar em Oxford, Hobbes tornou-se preceptor de William Cavendish, o Duque de Devonshire. Entre 1608 e 1610, o preceptor viaja com seu aluno para a França e para a Itália. Em 1621, trabalha como assistente do também filósofo inglês Francis Bacon e, em 1628, torna-se preceptor do filho de Sir Gervase Clifton, outro nobre inglês. Em nova viagem à França, Hobbes estuda e aprofunda-se nas teorias matemáticas de Euclides.

Na década de 1630, o filósofo torna-se preceptor de outro filho da família Cavendish e, em viagem acompanhando o seu novo aluno, conhece pessoalmente Descartes e Galileu Galilei. Em 1634, na Inglaterra, o filósofo escreve e distribui o primeiro livro de sua trilogia filosófica: De Cive.

O livro, traduzido como O Cidadão, era uma defesa da monarquia às vésperas da Revolução Inglesa de 1642. Sua defesa do absolutismo o condenou ao exílio após o êxito da Revolução, que instaurou, mais tarde, a República de Cromwell. Em 1646, torna-se professor do Príncipe Carlos, que vivia exilado com a família na França.

Em 1651, no seu exílio na França, o filósofo escreve e publica o seu livro Leviatã, no qual descreve a sua teoria contratualista e jusnaturalista e defende a monarquia como regime político capaz de combater o estado de natureza humano. Ainda em 1651, retorna à Inglaterra, tendo escrito e publicado De Corpore (O Corpo), em 1655, e De Homine (O Homem), em 1658.

A partir de suas obras, a interpretação da época o considerou ateísta, o que lhe rendeu polêmicas com o governo republicano e com a nova monarquia restaurada, em 1660, liderada por Carlos II (seu ex-aluno). No fim de sua vida, Hobbes mantem-se próximo do rei e do governo inglês. Ele faleceu em Witshire, na Inglaterra, no dia 4 de dezembro de 1679, aos 91 anos de idade.

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Principais ideias

Temos dois aspectos para apresentar como centrais na obra hobbesiana, sendo um do campo da Filosofia teorética e outro da Filosofia prática. No campo teorético, Hobbes era um empirista, defendendo que não há qualquer tipo de representação mental anterior à experiência. Porém, a grande produção filosófica do pensador está ligada à Filosofia prática, ou seja, à Filosofia política. No campo político, o inglês defendeu:

  • O estado de natureza humano como momento de inaptidão natural para a vida social;

  • A sociedade como uma composição complexa de “átomos”, que são os indivíduos;

  • O contrato social como formação da comunidade humana que retira o homem de seu estado de natureza;

  • A necessidade da monarquia para estabelecer a ordem entre as pessoas.

Contrato social

Hobbes parte do pressuposto de que houve um momento hipotético em que os seres humanos eram selvagens e viviam em seu estado natural. Para ele, esse momento era caótico, pois o ser humano é, para Hobbes, naturalmente inclinado para o mal. Segundo o filósofo, os seres humanos precisam da intervenção de um corpo estatal forte, com leis rígidas aplicadas por uma monarquia forte, para que eles saiam de seu estado natural e entrem no estado civil. Hobbes afirma que, em seu estado de natureza, “o homem é o lobo do homem”.

O estado civil seria a solução para uma convivência pacífica, em que o ser humano abriria mão de sua liberdade para obter a paz no convívio social. O monarca, argumenta o filósofo, pode fazer o que for preciso para manter a ordem social. A propriedade privada, para Hobbes, não deveria existir e a monarquia é justificada pela sua necessidade como garantia do convívio seguro.

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Obras

As principais obras de Thomas Hobbes são:

  • De Cive: primeira parte de uma trilogia composta por livros que falam sobre a condição humana em seu estado natural, por meio da liberdade, a religião e o governo.

  • De Corpore: a segunda parte de sua trilogia é um livro que envolve Filosofia e Ciências Naturais. Nele, o filósofo fala sobre a necessidade de se entender o movimento como cerne do trabalho filosófico.

  • De Homine: fala sobre as paixões humanas e sua inclinação natural que pode levar à promoção da guerra.

Leviatã

A obra mais conhecida de Hobbes é Leviatã, ou matéria forma e poder. Nela, Hobbes escreve sua teoria política contratualista de maneira mais completa. Um fator interessante que envolve a escrita desse livro é que Hobbes o escreveu e publicou em inglês, ao contrário do que fez com seus outros livros e do que era feito na época, quando era comum entre os intelectuais escrever seus livros em latim. O objetivo desse feito era que a população inglesa, em meio à crise da monarquia, pudesse ler e entender a necessidade da instituição monárquica na formação política da sociedade.

O leviatã é um monstro marinho descrito no antigo testamento, que tem como caraterística o seu tamanho e sua força imensos, e a ideia de que ele protege as criaturas marinhas menores e mais frágeis. O Estado, para Hobbes, sob sua forma monárquica, seria um leviatã que protegeria os seres humanos, criaturas frágeis, da própria maldade humana.

Resumo

  • Filósofo inglês e um dos principais expoentes do pensamento contratualista.

  • Foi preceptor de filhos de nobres ingleses e sempre manteve uma relação próxima da monarquia inglesa.

  • Acredita que o ser humano, em seu estado de natureza, é essencialmente mau.

  • Defendia a monarquia e o Estado forte como fundamentais para estabelecer a ordem social e o convívio tranquilo.

Crédito de imagem

[1]  Natata / Shutterstock

 

Por Francisco Porfírio
Professor de Filosofia

Escritor do artigo
Escrito por: Francisco Porfírio Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

PORFíRIO, Francisco. "Thomas Hobbes"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/thomas-hobbes.htm. Acesso em 19 de novembro de 2024.

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