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Ruth Guimarães

Ruth Guimarães foi uma escritora brasileira cujas obras apresentam elementos folclóricos e valorizam a cultura regional. Seu livro mais famoso é o romance “Água funda”.

“Os filhos do medo”, publicado pela editora Unipalmares, revela a riqueza do folclore brasileiro. [1]
“Os filhos do medo”, publicado pela editora Unipalmares, revela a riqueza do folclore brasileiro. [1]
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Ruth Guimarães nasceu em 13 de junho de 1920, na cidade de Cachoeira Paulista, em São Paulo. Ela fez faculdade de Filosofia e Letras na Universidade de São Paulo, escreveu livros, fez traduções, trabalhou como professora e também foi secretária da Cultura em sua cidade natal.

A romancista, que faleceu em 21 de maio de 2014, em Cachoeira Paulista, é uma das principais escritoras negras brasileiras. Seu romance Água funda, publicado em 1946, possui traços de realismo fantástico, além de valorizar a cultura regional do sul de Minas Gerais.

Saiba mais: Conceição Evaristo — autora cujas obras são marcadas pelo protagonismo de mulheres negras

Tópicos deste artigo

Resumo sobre Ruth Guimarães

  • A autora brasileira Ruth Guimarães nasceu em 1920 e faleceu em 2014.

  • Foi uma importante escritora da literatura negra.

  • Além de escritora, também foi professora, tradutora e secretária de Cultura.

  • Seus livros são caracterizados por elementos folclóricos e regionalistas.

  • A sua obra mais famosa é seu romance de estreia Água funda.

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Biografia de Ruth Guimarães

Ruth Guimarães nasceu em 13 de junho de 1920, em Cachoeira Paulista, no estado de São Paulo. Com dez anos de idade, publicou suas primeiras poesias em periódicos da época. Mais tarde, em 1938, foi morar na cidade de São Paulo, onde fez os cursos de Filosofia e Letras na USP.

Pouco antes da morte do escritor Mário de Andrade (1893–1945), ele auxiliou a escritora em uma pesquisa sobre contos folclóricos nacionais. As descobertas da autora nesse campo deram origem ao livro Os filhos do medo, mas em 1946 ela publicou seu primeiro romance: Água funda.

Também estudou Dramaturgia e Crítica, na Escola de Arte Dramática da USP, coordenada pelo ator Alfredo Mesquita (1907–1986) e fundada em 1948. Além disso, escreveu para diversos periódicos, como:

  • Correio Paulistano;

  • A Gazeta;

  • Diário de São Paulo;

  • Folha da Manhã;

  • O Estado de S. Paulo;

  • Globo;

  • Revista Lusitana.

A autora também foi professora de Português durante mais de 30 anos em escolas públicas de São Paulo. Além disso, foi uma das primeiras escritoras negras a serem valorizadas no Brasil. Entretanto, somente em 2008 ela foi eleita para ocupar um lugar na Academia Paulista de Letras. Nesse ano, também comandou a Secretaria de Cultura de Cachoeira Paulista. Ela faleceu em 21 de maio de 2014, na mesma cidade.

Características da obra de Ruth Guimarães

As obras de Ruth Guimarães apresentam as seguintes características:

  • elementos folclóricos;

  • marcas da cultura indígena;

  • enaltecimento da cultura negra;

  • realismo fantástico;

  • crítica social;

  • regionalismo;

  • linguagem caipira;

  • valorização da oralidade.

Leia também: O negro na literatura brasileira — como ocorre essa representação?

Obras de Ruth Guimarães

  • Água funda (1946)

  • Os filhos do medo (1950)

  • Mulheres célebres (1960)

  • As mães na lenda e na História (1960)

  • Líderes religiosos (1961)

  • Lendas e fábulas do Brasil (1972)

  • Dicionário da mitologia grega (1972)

  • O mundo caboclo de Valdomiro Silveira (1974)

  • Grandes enigmas da História (1975)

  • Medicina mágica: as simpatias (1986)

  • Lendas e fábulas do Brasil (1989)

  • Crônicas valeparaibanas (1992)

  • Contos de cidadezinha (1996)

  • Calidoscópio: a saga de Pedro Malazarte (2006)

Análise literária da obra Água funda, de Ruth Guimarães

Capa do livro “Água funda”, de Ruth Guimarães, publicado pela editora 34. [2]
Capa do livro “Água funda”, de Ruth Guimarães, publicado pela editora 34. [2]

O romance Água funda tem como espaço narrativo a fazenda Nossa Senhora dos Olhos d’Água e a cidade de Pedra Branca, no sul de Minas Gerais. O tempo da narrativa é o final do século XIX e início do século XX. A fazenda é de propriedade de Sinhá Carolina, mulher que mantém uma produção de cana-de-açúcar.

Sinhá Carolina é a personagem da primeira parte do livro e é mostrada em um contexto ainda escravocrata em sua juventude, no tempo de seu casamento, e como viúva, quando vende suas terras para viver uma história romântica com um jovem, que a faz perder tudo, inclusive a sanidade. Já Curiango é sobrinha-neta de Carolina e se casa com Joca. No entanto, a família da moça já não possui terras nem riquezas.

Joca é o protagonista da segunda parte da obra, que dá destaque à cultura caipira. Assim, o narrador ou narradora mostra o período de transição entre a escravidão e o trabalho livre. Joca, um trabalhador rural, tropeiro e foguista, acaba enlouquecendo e sai em busca da Mãe do Ouro, personagem folclórica da região.

Desse modo, são discutidas questões culturais, morais, sociais, de gênero, de classe e de raça. A obra também se centra no tema da loucura, associada aos personagens Joca e Sinhá Carolina. Essa característica une os dois protagonistas do livro, apesar de eles pertencerem a mundos diferentes.

Veja também: Noémia de Souza — escritora moçambicana cujas obras exaltam a cultura africana

Traduções de Ruth Guimarães

  • Histórias fascinantes, de Honoré de Balzac (1960)

  • O asno de ouro, de Apuleio (1963)

  • Os mais brilhantes contos de Dostoiévski (1966)

  • Contos de Dostoiévski (1985)

  • Contos de Balzac (1986)

  • Os melhores contos de F. Dostoiévski (1987)

  • Os melhores contos de Balzac (1988)

Frases de Ruth Guimarães

A seguir, vamos ler algumas frases de Ruth Guimarães, retiradas de entrevista concedida ao jornal O Lince, em 2008:

  • “A minha vida foi orientada no sentido de escrever.”

  • “Quando as coisas têm que ser, parece que tudo se encaminha nessa direção.”

  • “Eu sou contadeira de história até hoje.”

  • “Eu não decidi escrever um livro, não. O livro se escreveu sozinho.”

  • “O [autor] que eu admiro mais e com quem eu concordo no total é Machado de Assis.”

  • “A gente dar opinião sem estar com uma base boa também é até um pecado.”

  • “Palavra que não é de povo é palavra morta.”

Créditos de imagem:

[1] Editora Unipalmares (reprodução)

[2] Editora 34 (reprodução)

 

Por Warley Souza
Professor de Literatura

Escritor do artigo
Escrito por: Warley Souza Professor de Português e Literatura, com licenciatura e mestrado em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SOUZA, Warley. "Ruth Guimarães"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/literatura/ruth-guimaraes.htm. Acesso em 25 de abril de 2024.

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