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Maya Angelou, pseudônimo de Marguerite Ann Johnson, nasceu em 4 de abril de 1928, em St. Louis, nos Estados Unidos. Além de escritora, foi também dançarina, cantora, atriz, professora e ativista política. Sua primeira obra — a bem-sucedida autobiografia Eu sei por que o pássaro canta na gaiola — foi publicada em 1969.
A poetisa, que faleceu em 28 de maio de 2014, em Winston-Salem, nos Estados Unidos, é autora do poema Ainda assim eu me levanto. Sua obra, que ficou marcada pela crítica social, questões de gênero e condenação ao racismo, tornou Maya conhecida no mundo inteiro. Além disso, ela se tornou a primeira mulher negra a estampar uma moeda nos Estados Unidos.
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Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre Maya Angelou
- 2 - Biografia de Maya Angelou
- 3 - Obras de Maya Angelou
- 4 - Análise de Ainda assim eu me levanto
- 5 - Características da obra de Maya Angelou
- 6 - Frases de Maya Angelou
Resumo sobre Maya Angelou
- A autora estadunidense Maya Angelou nasceu em 1928 e faleceu em 2014.
- Além de escritora, ela foi cantora, dançarina, atriz e ativista política.
- As obras da poetisa estão inseridas no contexto da pós-modernidade.
- Seus livros discutem questões de gênero, raça e memória.
- Sua obra autobiográfica mais famosa é Eu sei por que o pássaro canta na gaiola.
- O poema mais conhecido de Maya Angelou é Ainda assim eu me levanto.
Biografia de Maya Angelou
Maya Angelou (Marguerite Ann Johnson) nasceu em 4 de abril de 1928, em St. Louis, nos Estados Unidos. Com 7 anos de idade, foi violentada pelo namorado de sua mãe. Em consequência disso, o estuprador foi morto pelos tios da escritora. Por se sentir culpada, a menina parou de falar e assim permaneceu nos próximos cinco anos.
Voltou a falar com 12 anos, por influência de uma senhora negra chamada Sra. Flowers, que a ensinou a gostar de poesia. Mais tarde, Angelou estudou na George Washington High School, em São Francisco, e conseguiu uma bolsa de estudos para estudar dança e teatro na California Labor School.
Com 17 anos, ela se tornou mãe de Guy Johnson. Para se sustentar, foi a primeira mulher negra a conduzir um bonde em São Francisco. Mas também teve outros trabalhos: dançarina, cozinheira em lanchonetes e em um restaurante, além de ser funcionária de uma oficina mecânica.
Em 1950, ela se casou com Tosh Angelos (1925-1978), um ex-marinheiro, mas o casamento não durou muito. Então, ela foi estudar dança em Nova Iorque, além de ser cantora do cabaré Purple Onion, também em São Francisco. No final dos anos 1950, foi cantora da noite na Costa Oeste. Também se engajou na luta pelos direitos civis e trabalhou com Martin Luther King Jr. (1929-1968).
Mais tarde, ela e o filho moraram no Cairo e, a partir de 1962, em Gana, na África, onde trabalhou como escritora e editora. De volta aos Estados Unidos, por volta de 1965, ela decidiu escrever sua autobiografia Eu sei por que o pássaro canta na gaiola. O sucesso da obra, publicada em 1969, foi imediato.
No ano de 1972, a escritora se tornou a primeira mulher negra a ter um roteiro produzido: a obra Geórgia, Geórgia. Ela também participou dos comitês presidenciais de Gerald Ford (1913-2006), no ano de 1975, e Jimmy Carter, em 1977. Além disso, foi professora de Estudos Americanos na Wake Forest University.
Além de participar de outras produções, interpretou, em 1993, o papel de tia June no filme Sem medo no coração. Nesse mesmo ano, sua fama aumentou, quando ela escreveu, a convite do presidente Bill Clinton, o poema No pulso da manhã, lido por ela em rede nacional. O poema fala de paz e aceitação das diferenças.
Maya Angelou faleceu em 28 de maio de 2014, em Winston-Salem, nos Estados Unidos.
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Primeira mulher negra a estampar uma moeda nos Estados Unidos
Pioneira em vários aspectos, Maya Angelou se tornou, em 2022, a primeira mulher negra a ser estampada em uma moeda nos Estados Unidos. A homenagem ocorreu por meio de uma moeda de 25 centavos, de grande circulação no país.
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Prêmios recebidos por Maya Angelou
- Grammy Awards (1993)
- Grammy Awards (1995)
- Medalha Nacional de Artes (2000)
- Grammy Awards (2002)
- Medalha Presidencial da Liberdade (2010)
- Literarian Award (2013)
Obras de Maya Angelou
→ Poesia
- Apenas me dê um copo de água fresca antes de morrer (1971)
- Oh reze para que minhas asas me caiam bem (1975)
- Ainda assim eu me levanto (1978)
- Shaker, por que você não canta? (1983)
- Poemas (1986)
- Agora Sheba canta a canção (1987)
- No pulso da manhã (1993)
- Mulher fenomenal (1995)
- Uma verdade corajosa e surpreendente (1995)
- De uma mulher negra a um homem negro (1995)
- Até as estrelas parecem solitárias (1997)
- Paz maravilhosa (2005)
- Celebrações: rituais de paz e oração (2006)
- Poesia para jovens (2007)
- Nós o tivemos (2009)
- Seu dia acabou (2013)
→ Autobiografias
- Eu sei por que o pássaro canta na gaiola (1969)
- Reúnam-se em meu nome (1974)
- Cantando e dançando e ficando feliz como o Natal (1976)
- O coração de uma mulher (1981)
- Todos os filhos de Deus precisam de sapatos de viagem (1986)
- Uma canção lançada ao céu (2002)
- Carta a minha filha (2008)
- Mamãe & eu & mamãe (2013)
→ Livros de culinária
- Aleluia! A mesa de boas-vindas: uma vida de memórias com receitas (2004)
- Boa comida o dia todo: cozinhe esplendidamente, coma de forma inteligente (2010)
→ Literatura infantil
- Sra. Flowers: um momento de amizade (1986).
- Kofi e sua mágica (1996).
- A vida não me assusta (1998).
→ Teatro
- Cabaré da liberdade (1960)
- O dia todo (1966)
- O menor destes (1966)
- O melhor destes (1966)
- Ficando em minha mente (1967)
- Ainda assim eu me levanto (1976)
→ Cinema e televisão
- Negros, blues, negro! (1968)
- Geórgia, Geórgia (1972)
- Parte um: o legado (1976)
- Parte dois: os herdeiros (1976)
- Eu sei por que o pássaro canta na gaiola (1979)
- Irmã, irmã (1982)
- Ressurreição (1998)
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Análise de Ainda assim eu me levanto
A obra mais conhecida de Maya Angelou é o poema Ainda assim eu me levanto. Nele o eu lírico afirma que “Você pode me riscar da História” e “me jogar contra o chão de terra” que mesmo assim “eu vou me levantar”. E continua a dizer a seu interlocutor:
Pode me atirar palavras afiadas,
Dilacerar-me com seu olhar,
Você pode me matar em nome do ódio,
Mas ainda assim, como o ar, eu vou me levantar.
A voz poética, assim, demonstra que vai resistir ao racismo e afirma o seu orgulho étnico:
Da favela, da humilhação imposta pela cor
Eu me levanto
De um passado enraizado na dor
Eu me levanto
Sou um oceano negro, profundo na fé,
Crescendo e expandindo-me como a maré.
Entre outras coisas, o eu lírico afirma que deixa “para trás noites de terror e atrocidade” e caminha rumo “a um novo dia de intensa claridade”. E finaliza seu poema desta maneira:
Eu carrego o sonho e a esperança do homem escravizado.
E assim, eu me levanto
Eu me levanto
Eu me levanto.|1|
Dessa forma, encontra força e esperança na força daqueles que vieram antes dele e mostra a resistência e persistência das pessoas negras. Afinal, apesar dos pesares, elas sempre se levantam. E sua declaração se torna ainda mais significativa quando lembramos que o interlocutor é um racista e opressor.
Características da obra de Maya Angelou
As obras de Maya Angelou estão inseridas no contexto da pós-modernidade e apresentam as seguintes características:
- caráter confessional;
- crítica social;
- versos livres;
- condenação ao racismo;
- afirmação da negritude;
- protagonismo da voz feminina;
- perspectiva identitária;
- escrita autobiográfica;
- questões de gênero, raça e memória;
- representação da beleza negra;
- fragmentação da narrativa;
- hibridismo cultural.
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Frases de Maya Angelou
A seguir, vamos ler algumas frases de Maya Angelou, retiradas de seus poemas Homens|2|, Mulher fenomenal|3|, Pássaro na gaiola|4| e Tocada por um anjo|5|. Para isso, fizemos uma adaptação e transformamos seus versos em prosa:
“Os homens estão sempre indo a algum lugar.”
“Eu sou mulher de um jeito fenomenal.”
“Quando você me vir passar, orgulhe-se o seu olhar.”
“Um pássaro na espreita de sua estreita gaiola mal pode ver através de
suas grades de fúria.”
“O amor sacrifica tudo que somos e o que seremos.”
“É só o amor que nos liberta.”
Notas
|1| Tradução de Mauro Catopodis.
|2| Tradução de Adriano Scandolara.
|3| Tradução de Rita Cammarota.
|4| Tradução de Bianca Peter.
|5| Tradução de Ana Calazans.
Créditos das imagens
[1] spatuletail / Shutterstock
[2] Editora Astral Cultural (reprodução)
Por Warley Souza
Professor de Literatura