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Carlos Marighella

Carlos Marighella foi um político, escritor e guerrilheiro brasileiro que se tornou símbolo de resistência contra o autoritarismo imposto pela Ditadura Militar.

Carlos Marighella.
Carlos Marighella defendia o uso da luta armada contra o autoritarismo.
Crédito da Imagem: Commons
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Carlos Marighella nasceu em Salvador, em 1911, em uma família de origens italiana e africana, e desde jovem demonstrou interesse por questões sociais, desenvolvendo uma visão crítica das desigualdades brasileiras, o que o levou a ingressar na militância política. Casado com Clara Charf, que o apoiou em sua luta revolucionária, Marighella teve um filho, Carlos Augusto, mas sua vida familiar foi marcada por longos períodos de clandestinidade devido ao seu intenso envolvimento político.

Ele iniciou sua carreira no Partido Comunista Brasileiro em 1934 e, décadas depois, fundou a Ação Libertadora Nacional, adotando a guerrilha urbana como estratégia contra a Ditadura Militar. Sua atuação como ativista foi influenciada por movimentos revolucionários internacionais, e ele defendia o uso da luta armada para mobilizar a população e desafiar o regime autoritário.

Leia também: Quem foi Che Guevara e o que ele defendia?

Tópicos deste artigo

Resumo sobre Carlos Marighella

  • Carlos Marighella foi um político, escritor e ativista brasileiro.
  • Ele nasceu em 5 de dezembro de 1911, em Salvador, Bahia, em uma família de origens italiana e africana.
  • Sua herança multicultural influenciou sua perspectiva social e política, que mais tarde orientaria sua militância.
  • Ele demonstrou interesse precoce por questões sociais e políticas, desenvolvendo desde jovem uma visão crítica das desigualdades brasileiras.
  • Carlos Marighella teve uma relação duradoura com Clara Charf, que foi sua companheira de militância.
  • Marighella e Clara tiveram um filho, Carlos Augusto Marighella, com quem mantiveram uma forte ligação.
  • Marighella iniciou sua carreira política no Partido Comunista Brasileiro em 1934, onde militou por décadas, rompendo mais tarde para fundar a Ação Libertadora Nacional (ALN), adotando a luta armada contra o regime militar.
  • Como ativista, Marighella destacou-se pela defesa da guerrilha urbana como forma de resistência à Ditadura Militar, influenciado por movimentos revolucionários internacionais e com o objetivo de mobilizar a população contra o regime.
  • Carlos Marighella é lembrado como um símbolo de resistência no Brasil, um ícone da luta contra o autoritarismo.
  • Seu legado inspirou movimentos sociais, e ele foi reconhecido como herói por seu compromisso com a justiça.

Biografia de Carlos Marighella

→ Nascimento de Carlos Marighella

Carlos Marighella nasceu em Salvador, Bahia, em 5 de dezembro de 1911, em uma família de origens multiculturais. Seu pai, Augusto Marighella, era um imigrante italiano que havia chegado ao Brasil em 1907, enquanto sua mãe, Maria Rita do Nascimento, era uma mulher negra e descendente de africanos escravizados, nascida em 1888, ano da abolição da escravatura.

Nas fotos, a mãe e o pai de Carlos Marighella. Sua origem multicultural influenciou sua consciência social.
Nas fotos, a mãe e o pai de Carlos Marighella. Sua origem multicultural influenciou sua consciência social.

Essa mistura de raízes italianas e africanas influenciou a formação cultural e social de Marighella, que cresceu consciente das complexidades e injustiças da sociedade brasileira. A convivência em uma família de condições econômicas modestas permitiu que ele experimentasse desde cedo a dura realidade enfrentada pelas camadas mais pobres da sociedade.

→ Infância de Carlos Marighella

Durante sua infância e juventude, Marighella foi incentivado a estudar, demonstrando desde cedo notável interesse por leitura e uma forte inclinação intelectual. Mesmo enfrentando dificuldades financeiras, ele completou o ensino primário e secundário, e foi aprovado no exame para ingressar no curso de Engenharia Civil na Escola Politécnica da Bahia.

Durante sua vida acadêmica, destacou-se não apenas pela habilidade em matemática e ciências exatas, mas também pelo talento para escrever. Suas respostas a provas frequentemente eram compostas em versos, evidenciando sua habilidade poética. Esse período foi crucial para o despertar de sua consciência política e social, pois Marighella começou a questionar as desigualdades da sociedade brasileira e a importância de lutar contra as injustiças.

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→ Casamento de Carlos Marighella

Carlos Marighella teve um relacionamento importante com Clara Charf, uma companheira que, assim como ele, envolveu-se profundamente na militância política. Clara se tornou uma figura de apoio crucial, especialmente durante os anos de clandestinidade em que ambos estavam expostos aos riscos impostos pelo regime militar.

A relação entre Marighella e Clara foi marcada por um forte vínculo afetivo e ideológico, compartilhando ideais de liberdade e justiça social. Clara também sofreu com a repressão, sendo perseguida e ameaçada, mas se manteve firme ao lado de Marighella.

Clara Charf, companheira de Carlos Marighella, em homenagem do Coletivo Feminista Clara Charf.
Clara Charf, companheira de vida e de luta de Carlos Marighella. (Créditos: Instagram @coletivoclaracharf | Reprodução).

→ Filhos de Carlos Marighella

Carlos Marighella e Clara Charf tiveram um filho, Carlos Augusto Marighella. A vida familiar de Marighella foi fortemente impactada pelas exigências de sua militância. Embora mantivesse uma ligação afetiva intensa com sua família, Marighella precisou passar longos períodos afastado devido à sua atuação revolucionária, especialmente durante os anos em que esteve na clandestinidade.

Essa realidade de distanciamento e exposição aos perigos da repressão marcou profundamente sua vida pessoal e a de seus familiares.

Veja também: Anos de chumbo — período de grande censura e repressão a opositores na Ditadura Militar

Carreira política de Carlos Marighella

A trajetória política de Marighella começou em 1934, quando ele se filiou ao Partido Comunista Brasileiro (PCB), uma decisão que definiu o rumo de sua vida. No PCB, Marighella encontrou um espaço para consolidar suas ideias revolucionárias e sua oposição ao governo de Getúlio Vargas, que havia instaurado um regime autoritário.

Em 1936, ele foi preso pela primeira vez após ter publicado um poema criticando o governo, o que evidenciava sua disposição para enfrentar o autoritarismo e a censura. Durante sua prisão, foi submetido a torturas, um episódio que aprofundou seu compromisso com a causa revolucionária.

Após o fim da Segunda Guerra Mundial e a redemocratização do Brasil, Marighella foi eleito deputado federal pela Bahia em 1946. No Parlamento, representou o PCB e foi um defensor fervoroso das causas populares, lutando pelos direitos dos trabalhadores e pela reforma agrária. Contudo, seu mandato foi interrompido pela cassação do PCB em 1947, quando o partido foi novamente colocado na ilegalidade. Marighella permaneceu no PCB por mais de 30 anos, mas acabou rompendo com o partido devido a divergências sobre a forma de enfrentar o regime militar instaurado em 1964.

A partir de 1968, Marighella fundou a Ação Libertadora Nacional (ALN), uma organização revolucionária que defendia a luta armada como o caminho para combater a Ditadura e instaurar o socialismo no Brasil. A ALN tornou-se um dos principais grupos de resistência ao regime militar, realizando ações diretas contra o governo e adotando táticas de guerrilha urbana.

A decisão de fundar a ALN e adotar a luta armada como estratégia revolucionária marcou uma ruptura definitiva entre Marighella e o PCB, que defendia a via pacífica para a transformação social.

Ativismo de Carlos Marighella

O ativismo de Marighella foi caracterizado por uma busca inabalável por justiça social e pelo fim das desigualdades estruturais no Brasil. Sua atuação tornou-se ainda mais intensa após o Golpe Militar de 1964, que instalou um regime de repressão e censura no país.

Ao fundar a ALN, Marighella passou a defender a guerrilha urbana como forma de mobilizar a população e desafiar o poder militar. Essa estratégia incluía assaltos a bancos, sequestros de diplomatas estrangeiros e ações de propaganda armada, cujo objetivo era desestabilizar o regime e atrair atenção internacional para a situação política no Brasil.

Um marco significativo de seu ativismo foi a publicação do “Manual do Guerrilheiro Urbano” em 1969, um texto que se tornou referência para grupos revolucionários no Brasil e na América Latina. No manual, Marighella delineava táticas e estratégias para a resistência armada em centros urbanos, instruindo militantes sobre como realizar emboscadas, sabotagens, assaltos e sequestros.

Ele enfatizava a necessidade de mobilizar o apoio popular e de criar uma rede de solidariedade entre os movimentos de resistência. Essa obra, inspirada nas experiências de guerrilhas em Cuba, na China e em outros países, consolidou Marighella como um dos principais teóricos da luta armada na América Latina.

Marighella também foi profundamente influenciado por figuras como Che Guevara e Fidel Castro, que haviam triunfado na Revolução Cubana e defendiam a luta armada como meio para alcançar a libertação dos povos da América Latina. Marighella acreditava que o Brasil precisava seguir um caminho similar para se libertar da exploração capitalista e da opressão imperialista. Assim, ele se tornou uma das figuras mais icônicas do ativismo político brasileiro, assumindo uma postura de liderança na luta pela liberdade e pelos direitos dos oprimidos.

Qual é a importância de Carlos Marighella?

Carlos Marighella é lembrado como um símbolo de resistência contra o autoritarismo e a injustiça social no Brasil. Durante os anos da Ditadura Militar, ele foi considerado um inimigo público, sendo perseguido implacavelmente pelas forças de segurança do regime, que o identificavam como o “terrorista mais procurado do país”.

Em 4 de novembro de 1969, Marighella foi emboscado e assassinado pelo Departamento de Ordem Política e Social (Dops) em São Paulo, um ato que causou grande repercussão nacional e internacional, e intensificou as críticas ao regime. Entretanto, com o passar dos anos, a imagem de Marighella passou por uma transformação significativa. De “inimigo do Estado”, ele foi progressivamente revalorizado como um herói nacional, especialmente após o reconhecimento, por meio da Comissão Nacional da Verdade, da responsabilidade do Estado em sua morte e da violência praticada contra ele e outros opositores da Ditadura.

Homenagens a Marighella foram realizadas em diversas partes do Brasil, e ele se tornou um ícone da resistência democrática. Sua trajetória, marcada pela coragem e pelo compromisso com a luta por uma sociedade mais justa, inspira novas gerações a refletirem sobre os ideais de liberdade e justiça social.

Pessoas em protesto segurando faixa com imagem de Carlos Marighella.
Marighella se tornou um símbolo de luta contra o autoritarismo.[1]

A figura de Marighella transcende o contexto brasileiro, representando um marco para os movimentos revolucionários da América Latina. Sua atuação é lembrada não apenas como uma resposta à repressão militar no Brasil, mas como parte de um movimento global de resistência ao imperialismo e ao autoritarismo. Em seu legado, permanece a visão de que é possível transformar a sociedade por meio de uma ação política consciente e comprometida, e que a luta pela liberdade é um direito fundamental de todos os povos.

Obras de Carlos Marighella

Manual do Guerrilheiro Urbano, de Carlos Marighella, publicado pela editora Andadé.
Capa do livro “Manual do Guerrilheiro Urbano”, com o texto original de Carlos Marighella, publicado pela editora Adandé.[2]

A obra “Manual do Guerrilheiro Urbano” de Carlos Marighella, escrita em 1969, serviu como um guia prático para os revolucionários engajados na luta armada contra a Ditadura Militar no Brasil. Nela, Marighella instrui sobre táticas de guerrilha urbana, técnicas de combate e estratégias de sobrevivência, buscando orientar grupos armados sobre como enfrentar as forças de repressão do regime.

A obra é emblemática por sua clareza na defesa de uma abordagem de enfrentamento direto e por refletir os ideais comunistas revolucionários de Marighella, que critica a "democracia burguesa" e defende uma “democracia revolucionária” que promove a redistribuição de recursos e a justiça social.

O manual contém orientações práticas sobre o uso de armas, preparo físico, técnicas de sobrevivência e fuga, mostrando a necessidade de disciplina, resiliência e habilidade técnica para o guerrilheiro urbano. Marighella vê o guerrilheiro urbano como um elemento essencial no processo de transição para uma “sociedade justa”.

Ele propõe que o guerrilheiro urbano direcione suas ações contra os monopólios estrangeiros e os que lucram às custas do alto custo de vida e dos salários baixos, afirmando que essas ações ajudam a mostrar o compromisso com a causa popular.

Morte de Marighella

Carlos Marighella foi assassinado em 4 de novembro de 1969, em uma emboscada organizada pelo Departamento de Ordem Política e Social (Dops), em São Paulo. A operação, liderada pelo delegado Sérgio Paranhos Fleury, contou com a colaboração de dois freis dominicanos que, sob pressão e tortura, foram forçados a fornecer informações sobre o paradeiro de Marighella.

O revolucionário estava em situação de clandestinidade desde a fundação da Ação Libertadora Nacional (ALN), sua organização de resistência armada contra a Ditadura Militar brasileira, e vinha sendo intensamente perseguido pelo regime, que o identificava como um dos principais líderes da guerrilha urbana no país.

A emboscada foi cuidadosamente planejada pelas forças de repressão. Marighella foi atraído para um ponto de encontro sob o pretexto de uma reunião com outros militantes. Quando ele chegou ao local, na Alameda Casa Branca, em São Paulo, a polícia já estava posicionada para interceptá-lo. O líder revolucionário foi cercado e, sem chance de reagir, foi alvejado diversas vezes, falecendo no local.

Carlos Marighella morto. Imagem forte
Marighella foi morto em uma emboscada orquestrada pelas forças policiais.[3]

A versão oficial do Dops foi de que Marighella teria resistido à prisão, o que teria levado à troca de tiros e a sua morte. No entanto, investigações e depoimentos posteriores indicam que ele foi surpreendido e morto sem a possibilidade de se defender.

A morte de Marighella foi amplamente divulgada pela imprensa, que, em grande parte, alinhava-se à narrativa oficial da Ditadura Militar, apresentando-o como um “terrorista” perigoso. As reportagens de jornais e revistas do período reforçaram a visão do regime sobre Marighella como um inimigo da pátria, colocando-o como responsável por uma série de ações subversivas e atribuindo-lhe o rótulo de “inimigo público número um”.

Contudo, após a redemocratização do Brasil, a imagem de Carlos Marighella passou por uma ressignificação. Investigações realizadas pela Comissão Nacional da Verdade e outros esforços de reavaliação histórica apontaram que ele foi vítima de uma execução extrajudicial, organizada e levada a cabo pelo Estado brasileiro como parte de uma política de repressão violenta contra opositores.

Em 2011, na comemoração do centenário de seu nascimento, Marighella foi oficialmente reconhecido como um símbolo de resistência contra o regime militar, e sua trajetória foi celebrada por setores de esquerda e movimentos sociais, que buscaram reivindicar sua memória como a de um herói da luta pela justiça social no Brasil.

A morte de Marighella se tornou, assim, um marco na história de resistência à Ditadura no Brasil. Além de evidenciar a violência praticada pelo Estado contra militantes políticos, seu assassinato serviu para consolidar sua figura como um ícone da luta contra o autoritarismo. Mesmo décadas após sua morte, Carlos Marighella continua a inspirar movimentos sociais e organizações que defendem a memória daqueles que enfrentaram a repressão em nome de ideais democráticos e de justiça social.

Saiba mais: Fidel Castro — o líder da luta armada contra a ditadura cubana

Carlos Marighella na cultura popular

Carlos Marighella, por sua trajetória de resistência e luta contra a Ditadura Militar brasileira, tornou-se uma figura emblemática da cultura popular, inspirando obras cinematográficas, documentários e músicas. A seguir, apresento um panorama sobre como ele é retratado em filmes e músicas.

→ Carlos Marighella em filmes

  • “Marighella - Retrato Falado do Guerrilheiro” (Brasil, 2001, 55 min) – Direção: Sílvio Tendler. Esse documentário é um dos primeiros a retratar a vida e a luta de Carlos Marighella, mostrando-o como um dos mais importantes líderes da resistência armada no Brasil. Tendler combina imagens históricas e entrevistas com pessoas próximas a Marighella, como amigos e companheiros de militância, para construir um retrato fiel de sua personalidade e ideais. A obra enfatiza o contexto político e social do período e o papel de Marighella na luta contra a repressão.
  • “É Preciso Não Ter Medo - Relatos de Carlos Marighella” (Brasil, 2005, 31 min) – Direção: Silvia Melo e Tayra Vasconcelos. Esse curta-metragem utiliza relatos de Carlos Marighella para explorar suas ideias e convicções. Através de depoimentos, a obra mostra a faceta humana do guerrilheiro, seu carisma e sua determinação, além de seu desejo por justiça social. O título reflete o espírito corajoso de Marighella, que acreditava na necessidade de agir contra as injustiças, mesmo diante do medo e da violência da repressão.
  • “Batismo de Sangue” (Brasil, 2006, 110 min) – Direção: Helvécio Ratton. Baseado no livro homônimo de Frei Betto, narra o envolvimento dos frades dominicanos com a resistência contra a Ditadura Militar, em que Carlos Marighella desempenha um papel importante como líder revolucionário. Marku Ribas interpreta Marighella, que surge como uma figura inspiradora para os jovens frades. O filme explora o sacrifício e os dilemas morais enfrentados pelos dominicanos, além de destacar a coragem de Marighella em sua oposição ao regime militar, mesmo sabendo dos riscos que corria.
  • “Marighella” (Brasil, 2012, 100 min) – Direção: Isa Grinspum Ferraz.
    Dirigido pela sobrinha de Marighella, Isa Grinspum Ferraz, esse documentário é uma obra pessoal e afetiva que procura entender o homem por trás do guerrilheiro. Utilizando imagens de arquivo, entrevistas e gravações de áudio de Marighella, Ferraz constrói uma narrativa que humaniza o líder revolucionário, revelando suas motivações, suas paixões e seu desejo de justiça social. O documentário também aborda o impacto de sua morte na família e no movimento de resistência.
  • “Marighella” (Brasil, 2019, 155 min) – Direção: Wagner Moura. O filme é uma adaptação livre, focando os últimos anos de vida de Marighella e sua liderança na resistência armada. A narrativa é intensa e dramática, mostrando o confronto direto entre o guerrilheiro e o Estado. A obra aborda temas como racismo, repressão, coragem e sacrifício. A interpretação de Seu Jorge, no papel do guerrilheiro, e a direção de Wagner Moura receberam elogios, e o filme gerou discussões sobre a memória da Ditadura e o papel de Marighella na história do Brasil.
Pôster do filme “Marighella”, de 2019.
Pôster do filme “Marighella”, de 2019, dirigido por Wagner Moura. (Créditos: Instagram @marighella_ofilme | Reprodução).

→ Carlos Marighella em músicas

  • “Mil Faces de um Homem Leal (Marighella)” – Racionais MC's. Essa música do grupo de rap Racionais MC's, lançada em 2012, é uma homenagem direta a Carlos Marighella. A letra explora sua trajetória de resistência e a complexidade de sua figura, referindo-se a ele como alguém “de mil faces”, que desafiou a repressão e lutou por seus ideais. Os Racionais, conhecidos por abordarem temas como desigualdade e resistência, retratam Marighella como um símbolo da luta contra a opressão, conectando sua história com as questões sociais e raciais que ainda afetam o Brasil.
  • “Um Comunista” – Caetano Veloso. Caetano destaca o idealismo e a luta de Marighella, apresentando-o como um homem movido pela vontade de transformação e pela busca de justiça. A letra reflete o impacto de sua trajetória na cultura brasileira e a maneira como seu legado permanece vivo na memória popular. Caetano enaltece Marighella não apenas como um guerrilheiro, mas como um ícone da resistência, alguém que sonhava com uma sociedade mais justa.

Créditos das imagens

[1] Marianne Tortorella/ Shutterstock

[2] Editora Andadé (reprodução)

[3] Acervo Arquivo Nacional/ Wikimedia Commons (reprodução)

Fontes

MARIGHELLA, Carlos. Manual do guerrilheiro urbano. Disponível em: http://rfp.org.uk/textos/impub_c.marighella_manual_do_guerrilheiro_urbano.pdf.

ROLLEMBERG, Denise. Marighella e Lamarca: memórias. Disponível em: https://www.dhnet.org.br/perly/a_pdf/rollemberg_marighella_lamarca_memorias.pdf.

SIZILIO, Ricardo José. Vai, Carlos, ser Marighella na vida: outro olhar sobre os caminhos de Carlos Marighella na Bahia (1911-1945).

Escritor do artigo
Escrito por: Tiago Soares Campos Bacharel, licenciado e doutorando em História pela USP. Bacharel em Direito e pós-graduado em Direito pela PUC. É professor de História e autor de materiais didáticos há mais de 15 anos.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

CAMPOS, Tiago Soares. "Carlos Marighella"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historia/carlos-marighella.htm. Acesso em 21 de dezembro de 2024.

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