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Guerra do Yom Kippur

Guerra do Yom Kippur foi um conflito envolvendo Israel contra Egito e Síria, em 1973, e teve consequências diretas na Crise do Petróleo, que assolou a economia mundial.

Tanque de Guerra Yom Kippur
Tanques israelenses utilizados na Guerra do Yom Kippur, em 1973, nos combates contra os árabes, na região do Suez.
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A Guerra do Yom Kippur foi um conflito armado ocorrido em 1973, envolvendo israelenses e árabes na região próxima ao canal de Suez, na fronteira do Estado de Israel com Egito. Os israelenses construíram uma linha de fortificações em Suez para garantirem a proteção dos territórios conquistados na Guerra dos Seis Dias, em 1967.

Egito e Síria se opuseram a tal ação e entraram em conflito com Israel, em 6 de outubro de 1973, data do início do feriado judeu do Yom Kippur, ou seja, o “dia do perdão”. Essa guerra teve como principal consequência a Crise do Petróleo, que causou sérios problemas econômicos para os países ocidentais aliados de Israel nos anos 1970 e 1980.

Leia também: Causas e consequências dos conflitos entre Israel e Palestina

Tópicos deste artigo

Resumo sobre a Guerra do Yom Kippur

  • A Guerra do Yom Kippur foi um conflito envolvendo árabes e israelenses, em 1973, durante os preparativos para o feriado judeu do Yom Kippur, o “dia do perdão”, na região do canal de Suez.

  • Os israelenses queriam garantir os territórios conquistados logo após a Guerra dos Seis Dias (1967), e os árabes decidiram atacar Israel.

  • Os países árabes eram os principais produtores de petróleo do mundo e aumentaram o preço do barril como forma de retaliar o Ocidente por apoiar Israel na guerra.

Objetivos da Guerra do Yom Kippur

A Guerra do Yom Kippur não foi a primeira vez que israelenses e árabes entraram em conflito. Desde 1948, quando foi criado o Estado de Israel, no Oriente Médio, os países árabes se opuseram à presença judaica na região e tentaram se opor de todas as formas contra a formação do novo Estado.

Além das diferenças religiosas entre os dois povos, havia também as disputas econômicas, territoriais e pelo domínio da cidade de Jerusalém, que é sagrada tanto para judeus como para árabes. Em 1967, durante a Guerra dos Seis Dias, Israel ampliou sua presença no Oriente Médio ao anexar territórios até então pertencentes ao Egito e à Síria.

Para reforçar o controle sobre as terras conquistadas dos povos vizinhos, os israelenses começaram a construir uma linha de fortificações chamada Linha Bar-Lev. Os egípcios e sírios não concordaram com essa medida e estavam dispostos a novamente pegarem em armas para atacar Israel e reconquistar os territórios conquistados em 1967. Por isso, o objetivo da Guerra do Yom Kippur, além de uma nova tentativa de expulsão dos judeus do Oriente, era também retomar o controle da região sob o domínio israelense.

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A Guerra do Yom Kippur

A Guerra do Yom Kippur começou em 6 de outubro de 1973, quando tropas egípcias e sírias fizeram ataques militares contra bases israelenses na região do Suez. A guerra tem esse nome porque se iniciou no feriado em que os judeus comemoram o Yom Kippur, que significa o “dia do perdão”.

Os egípcios atacaram os israelenses atravessando as águas do canal de Suez por meio de mangueiras e pontes de asfalto, enquanto os sírios atacavam pelo lado da colina de Golã. As baixas dos exércitos árabes foram poucas, o que garantiu o êxito do ataque. Não demorou para o exército israelense começar a reação contra os inimigos. A marinha de Israel conseguiu derrotar as embarcações árabes e expulsar por terra os soldados egípcios e sírios, no mar Mediterrâneo.

Após intensos combates, Israel conseguiu novamente derrotar os árabes e manter os territórios conquistados desde 1967.

Fim da Guerra do Yom Kippur

A Guerra do Yom Kippur se encerrou em 26 de outubro de 1973, com a vitória de Israel. Em 1978, israelenses e egípcios assinaram um Acordo de Paz em Camp Davi, nos Estados Unidos. O Egito reconheceu a existência do Estado de Israel, tornando-se o primeiro país árabe a tomar tal atitude. Esse acordo retomou as relações diplomáticas entre israelenses e egípcios.

Veja também: Muro de Israel – construção que limita as fronteiras entre Israel e Palestina

Consequências da Guerra do Yom Kippur

A Guerra do Yom Kippur demonstrou o repúdio dos árabes à presença judaica na região bem como o incômodo com a criação do Estado de Israel. Até hoje os dois povos ainda estão em conflito, disputando terras e domínios na região. A consequência principal dessa guerra foi a Crise do Petróleo, que marcou os anos seguintes promovendo mudanças econômicas e políticas no mundo todo.

O petróleo era a principal fonte de energia para os países ocidentais. Esses países, seguindo as orientações dos Estados Unidos, maior nação capitalista, apoiaram Israel nos conflitos contra os seus inimigos na região. Os países árabes eram os principais produtores de petróleo e controlavam os preços do barril no mercado externo. Logo após a Guerra do Yom Kippur, como forma de retaliação ao apoio do Ocidente aos israelenses, os árabes decidiram aumentar o preço do barril do petróleo, atingindo em cheio a economia de muitos países do Ocidente dependentes dessa fonte de energia.

Com o encarecimento do petróleo, houve uma reação em cadeia, pois houve reajustes de preços em muitos produtos que dependiam do petróleo para serem produzidos. Por outro lado, essa crise incentivou os países a buscarem outras fontes de energia para não dependerem mais de uma única fonte e das interferências externas.

  • Consequências da Guerra do Yom Kippur para o Brasil

Nessa época, o Brasil vivia a Ditadura Militar e estava passando por uma transição de governo. Em 1973, ano da Guerra do Yom Kippur, encerrava-se o mandato do general Emílio Garrastazu Médici e iniciava-se o do também general Ernesto Geisel. O “milagre econômico”, que elevou o PIB brasileiro para 10% ao ano, chegava ao seu final por conta da Crise do Petróleo. Isso gerou a escassez de investimentos e o aumento da dívida externa do Brasil.

Para contornar essa situação, o governo Geisel decidiu implantar o Pró-Álcool, um programa que incentivava o uso do álcool como fonte de energia e de combustível, sendo uma alternativa ao petróleo. O programa não deu certo porque a produção de cana-de-açúcar, que dá origem ao álcool, não era específica para tal fim, mas para a exportação.

A Crise do Petróleo, além de fazer ruir o “milagre econômico”, tornou, a cada dia, impopular o governo dos militares e conectou os problemas econômicos com a política. Nas eleições parlamentares de 1974, os candidatos do MDB, partido de oposição à ditadura, conquistaram mais cadeiras do que os da Arena, partido governista. Os opositores ainda estavam longe de atingir a maioria no Congresso, mas aquelas eleições demonstraram a insatisfação do eleitor com a conduta dos generais presidentes à frente do governo brasileiro.

Confira no nosso podcast: Principais pontos para entender a Ditadura Militar brasileira

Imagem de um barril com petróleo sendo despejado em referência à Guerra do Yom Kippur.
Uma das principais consequências da Guerra do Yom Kippur foi o aumento do preço do barril do petróleo no mercado externo.

Exercícios resolvidos sobre a Guerra do Yom Kippur

Questão 1 - Entre os vários eventos ocorridos no conflito entre Israel e Palestina, cita-se duas das Guerras Árabe-Israelenses: a Guerra dos Seis Dias (1967) e a Guerra do Yom Kippur (1973). Esses conflitos representaram, respectivamente:

A) a anexação por parte de Israel de vários territórios dos países árabes circundantes e a posterior tentativa desses países de reaverem as suas áreas.

B) o ataque deliberado dos palestinos contra os territórios israelenses e a intervenção militar estadunidense na região.

C) a resposta militar da Liga Árabe à criação do Estado de Israel pela ONU e a ofensiva militar israelense para retomar sua soberania territorial.

D) o combate inicial realizado entre Israel e Egito pelo canal de Suez e a tentativa dos palestinos de agruparem para si a posse desse estratégico ponto de disputa.

Resolução

Alternativa A. Israel foi atacado pelos árabes na Guerra do Yom Kippur por causa da anexação dos territórios logo após a Guerra dos Seis Dias, em 1967. A vitória israelense na guerra de 1967 nunca foi aceita pelos árabes, que organizaram uma ação militar durante o feriado de Yom Kippur para reaver as terras perdidas para Israel.

Questão 2 - A crise do petróleo de 1973 foi deflagrada após o conflito árabe-israelense do Yom Kippur e o embargo dos países que produziam a matéria-prima aos países que a consumiam e que tinham apoiado os israelenses no referido conflito. Qual o nome da organização que congrega os países produtores de petróleo?

A) ONU

B) Nafta

C) Opep

D) Alca

E) Commonwealth

Resolução

Alternativa C. A sigla Opep significa Organização dos Países Exportadores de Petróleo. Essa organização controla o preço do petróleo no mercado externo por agregar os países produtores do produto.

Escritor do artigo
Escrito por: Carlos César Higa Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

HIGA, Carlos César. "Guerra do Yom Kippur"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/guerras/guerra-yom-kippur.htm. Acesso em 29 de março de 2024.

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