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Criação do Estado de Israel

A criação do Estado de Israel se concretizou em 1948 por intermédio da ONU. Isso causou problemas entre israelenses e palestinos que existem até hoje.

Bandeira do Estado de Israel
O Estado de Israel surgiu oficialmente em 14 de maio de 1948.
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A criação do Estado de Israel aconteceu no dia 14 de maio de 1948, por intermédio da Organização das Nações Unidas, como parte da divisão da Palestina que essa organização estabeleceu. O Estado de Israel surgiu a partir de décadas de lobby e de campanhas imigratórias promovidas pelos defensores do sionismo.

O sionismo, por sua vez, é um movimento que defendia a criação de um Estado judeu na Palestina como solução ao antissemitismo na Europa. A criação de Israel estabeleceu um conflito com os palestinos árabes que se estende até hoje. Atualmente, os palestinos não possuem um Estado nacional nem têm seus territórios delimitados.

Leia também: Faixa de Gaza — território palestino na fronteira com o Egito e Israel

Tópicos deste artigo

Resumo sobre a criação do Estado de Israel

  • A criação do Estado de Israel foi oficializada em 14 de maio de 1948.

  • O Estado de Israel foi criado graças à proposta da ONU de dividir o território da Palestina em duas nações: Israel e Palestina.

  • O Estado de Israel surgiu em decorrência do movimento sionista, surgido em defesa da ideia de estabelecer um Estado judaico na Palestina.

  • A fundação do Estado de Israel levou a inúmeros conflitos entre israelenses, palestinos e outros povos árabes.

  • Atualmente, muitos consideram que os palestinos vivem em um regime de apartheid, pois são tratados como cidadãos de segunda categoria, não possuem um Estado nacional nem um território estabelecido.

Videoaula sobre a criação do Estado de Israel

Contexto histórico da criação do Estado de Israel

A criação do Estado de Israel se oficializou em 14 de maio de 1948, quando o governo israelense proclamou a fundação do país. A criação do moderno Estado de Israel, na década de 1940, acabou sendo resultado do contexto de perseguição que os judeus viveram na Europa por causa dos nazistas.

As condições políticas permitiram a criação do Estado de Israel após a Segunda Guerra Mundial. Entretanto, a criação do Estado de Israel era uma questão que atravessava a diplomacia internacional e agitava a Palestina desde o começo do século XX. Os primeiros debates sobre a criação desse Estado se estabeleceram já na última década do século XIX.

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Sionismo

A criação do Estado de Israel passa diretamente pelo sionismo, um movimento nacionalista judeu que se consolidou na década de 1890. O sionismo surgiu em 1896 depois da publicação de um livro por um jornalista judeu húngaro chamado Theodor Herzl. O livro, chamado O Estado Judeu, sugeria a criação de um Estado Nacional para abrigar os judeus da Europa.

Theodor Herzl, o criador do sionismo.
Theodor Herzl, o criador do sionismo.

A partir daí se consolidou esse movimento de nome sionismo, cujo objetivo era criar um Estado Nacional exclusivo para os judeus. Esse movimento é entendido como um movimento nacionalista que se estabeleceu como uma resposta judaica ao crescimento do antissemitismo no continente europeu.

O antissemitismo afetava judeus de todas as partes da Europa, sobretudo na Europa Central e Oriental. A resposta judaica a isso foi defender a criação de um Estado judaico, e o local escolhido foi a Palestina, região que foi habitada pelos judeus na Antiguidade, mas que tinha sido abandonada por eles na Diáspora em consequência da perseguição que sofriam dos romanos.

A grande questão é que a região era habitada pelos árabes palestinos havia séculos e séculos. Para garantir a formação de um Estado judaico naquela região, foi formada a Organização Sionista Mundial, que passou a atuar na compra de terras na Palestina para arrendá-la aos judeus.

Como aconteceu a criação do Estado de Israel?

A criação do Estado de Israel foi resultado da movimentação política internacional dos sionistas. Ao longo das décadas de 1910, 1920 e 1930, a população judaica na Palestina foi crescendo gradativamente. Além disso, os sionistas receberam a promessa do Reino Unido (que passou a controlar a região depois da Primeira Guerra Mundial) de criar um Estado judaico.

À medida que a presença judaica foi aumentando na Palestina, os problemas entre árabes e judeus também cresceram. Os palestinos começaram a se opor à presença judaica na Palestina, defendendo o seu direito a possuir aquela terra de maneira autônoma. Foi nesse cenário que a violência entre judeus e árabes ganhou força.

Os judeus formaram grupos paramilitares para se defenderem, como o Haganá e a Gangue Stern, atuando por meio de ataques terroristas. Os árabes, por sua vez, formaram forças militares para lutar contra o domínio britânico na Palestina e encerrar a migração judaica para a região. Com o tempo, a a presença judaica aumentou, até que o fluxo de judeus para a Palestina ganhou enormes proporções durante a Segunda Guerra Mundial.

O Holocausto, genocídio de judeus na Europa pelos nazistas, criou as condições políticas para a criação de Israel. O Reino Unido abriu mão do seu mandato sob a Palestina, deixando a região em tensão nesse conflito entre árabes e judeus. A situação foi entregue para a ONU, que resolveu mediar o conflito estabelecendo uma proposta.

Por meio desta, a ONU aprovou, a partir da Resolução 181, a divisão do território da Palestina. Assim, 53,5% do território foi designado para ser Israel e 45,4% das terras seriam domínio dos palestinos, segundo a resolução da ONU. Os judeus ficariam com a maior parte do território, mesmo tendo apenas 30% da população.

A cidade de Jerusalém ficaria sob controle internacional. Os judeus sionistas aceitaram a proposta, mas os árabes palestinos não. Com isso, em 14 de maio de 1948 foi proclamada a fundação de Israel. O ato também deu início a um grande conflito entre israelenses e palestinos.

Leia também: Hamas — a organização islamista que se coloca como grupo de resistência a Israel

Quais são as consequências da criação do Estado de Israel?

  • Conflitos entre Israel e Palestina

A criação do Estado de Israel foi acompanhada de uma resposta dos países árabes vizinhos à Palestina que não concordavam com a criação de um Estado judaico em uma terra que previamente era habitada pelos árabes palestinos. De 1948 em diante uma série de conflitos aconteceram na região como fruto dessa disputa pelo território entre judeus e árabes.

O primeiro conflito foi a Primeira Guerra Árabe-Israelense, de 1948, em que diferentes nações árabes se uniram contra o recém-fundado Estado de Israel. Esse conflito teve duração de 1948 a 1949, se encerrando com a vitória israelense e a ampliação de seu território. Além disso, esse conflito ficou conhecido pela “nakba”.

Esse termo do árabe é traduzido como “catástrofe”, resumindo bem o que foi o conflito para os palestinos. As conquistas israelenses na guerra de 1948 fizeram com que cerca de 700 mil palestinos fugissem de suas terras. A ONU estima, atualmente, que o número de palestinos descendentes da “nakba” estejam em cerca de 5 milhões de pessoas. Até hoje o Estado de Israel não permite o retorno dessas pessoas.

Desde esse conflito travado entre 1948 e 1949, outras guerras entre israelenses e palestinos foram travadas:

  • → Crise de Suez;

  • Guerra dos Seis Dias;

  • Guerra de Yom Kippur;

  • Primeira Intifada;

  • Segunda Intifada.

Os conflitos entre israelenses e palestinos seguem em curso, com pequenos intervalos de paz, embora a proporcionalidade de forças hoje seja incomparável. Enquanto Israel possui uma das forças militares mais poderosas do mundo, a Palestina não possui reconhecimento internacional nem mesmo um território estabelecido.

  • Questão palestina

Essa questão é justamente a luta do povo palestino pelo reconhecimento internacional da Palestina enquanto nação e pela delimitação do seu território. Muitos defendem a adoção da solução de dois Estados, isto é, a divisão do território para que Israel e Palestina possam coexistir de maneira pacífica.

A grande questão é que muitos observadores internacionais apontam que os palestinos são mantidos em um regime de apartheid por Israel. As condições de vida impostas aos palestinos na Faixa de Gaza são cada vez piores, e bombardeios israelenses na região são comuns. Isto além da dificuldade de acesso ao básico na região, como alimento, remédios, energia elétrica e água potável.

No caso da Cisjordânia, debate-se a progressiva ocupação do território por israelenses. Nas últimas décadas, o território palestino tem sido ocupado por assentamentos israelenses que forçam a migração da população palestina, se tornando alvo da violência cometida por forças militares israelenses.

Existem denúncias de pogroms contra palestinos, e muitos relatórios internacionais apontam que os eles são tratados como cidadãos de “segunda categoria”, sendo abertamente discriminados. Depois de sete décadas, não há no horizonte uma previsão para o término desse conflito.

Fontes

ARMSTRONG, Karen. Jerusalém: uma cidade, três religiões. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.

CAMARGO, Cláudio. Guerras Árabe-israelenses. In.: MAGNOLI, Demétrio (org.). História das Guerras. São Paulo: Contexto, 2013.

OMER, Mohammed. Em estado de choque: sobrevivendo em Gaza sob ataque israelense. São Paulo: Autonomia Literária, 2017.

BBC BRASIL. Al-Nakba, a ‘catástrofe’ que mudou destino de palestinos em 1948 e está na raiz de conflito com israelenses. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/internacional-44108177.

Escritor do artigo
Escrito por: Daniel Neves Silva Formado em História pela Universidade Estadual de Goiás (UEG) e especialista em História e Narrativas Audiovisuais pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Atua como professor de História desde 2010.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SILVA, Daniel Neves. "Criação do Estado de Israel"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/a-criacao-estado-israel.htm. Acesso em 21 de dezembro de 2024.

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Videoaulas


Lista de exercícios


Exercício 1

(Enem-MEC) Em 1947, a Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou um plano de partilha da Palestina que previa a criação de dois Estados: um judeu e outro palestino. A recusa árabe em aceitar a decisão conduziu ao primeiro conflito entre Israel e países árabes.

A segunda guerra (Suez, 1956) decorreu da decisão egípcia de nacionalizar o canal, ato que atingia interesses anglo-franceses e israelenses. Vitorioso, Israel passou a controlar a península do Sinai. O terceiro conflito árabe-israelense (1967) ficou conhecido como Guerra dos Seis Dias, tal a rapidez da vitória de Israel.

Em 06 de outubro de 1973, quando os judeus comemoravam o Yom Kippur (Dia do Perdão), forças egípcias e sírias atacaram de surpresa Israel, que revidou de forma arrasadora. A intervenção americano-soviética impôs o cessar-fogo, concluído em 22 de outubro.

Com base no texto, assinale a opção correta.

a) A primeira guerra árabe-israelense foi determinada pela ação bélica de tradicionais potências europeias no Oriente Médio.

b) Na segunda metade dos anos 1960, quando explodiu a terceira guerra árabe-israelense, Israel obteve rápida vitória.

c) A guerra do Yom Kippur ocorreu no momento em que, a partir da decisão da ONU, foi oficialmente instalado o Estado de Israel.

d) A ação dos governos de Washington e Moscou foi decisiva para o cessar-fogo que pôs fim ao primeiro conflito árabe-israelense.

e) Apesar das sucessivas vitórias militares, Israel mantém suas dimensões territoriais tal como estabelecido pela resolução de 1947 aprovada pela ONU.

Exercício 2

(PUC-Minas, 2008) Leia atentamente o texto a seguir, de Moacyr Scliar.

"O nascimento do sionismo político coincidiu, não por acaso, com a ascensão do nacionalismo, com o surgimento de modernas nações-estado, como Itália e Alemanha, e com o início das lutas contra o colonialismo. Mas o movimento sofreu uma brusca inflexão. [...] Então, sobreveio o Holocausto. As revelações sobre o massacre de judeus deram dramática legitimidade ao movimento sionista e reivindicação de um território. A fundação de Israel deveria ser decidida pela recém-criada Organização das Nações Unidas. EUA e URSS apoiavam a partilha da Palestina e a criação de dois Estados – um árabe, outro judeu.

Com as superpotências coincidindo em seus pontos de vista, não foi difícil para a Assembleia Geral da ONU aprovar, em novembro de 1947, a divisão da Terra Santa. O projeto foi rejeitado pelos representantes dos países árabes. Mas os judeus, liderados por David Ben-Gurion, levaram a proposta adiante. Quase seis meses depois, 14 de maio de 1948, proclamaram a independência. Imediatamente estourou o conflito bélico, vencido pelos israelenses. Outros conflitos vieram, notadamente a Guerra dos Seis Dias. Israel consolidou-se como potência militar. Desde então, trava-se uma luta amarga e desumana entre israelenses e palestinos, que, ao longo dessas décadas, acabaram por forjar uma identidade nacional."

SCLIAR, Moacyr. A criação de Israel: uma data para não ser esquecida. Revista Aventuras na História. Disponível em http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/criacao-israel-data-nao-ser-esquecida-435375.shtml

A partilha da Palestina está completando 60 anos. Tendo em vista a partilha e seus impactos, a base para a criação do Estado de Israel foi assentada:

a) na existência de um Estado judaico sob aprovação dos países árabes.

b) na legitimação pela força comprovada pela sequência de conflitos e guerras.

c) na possibilidade da existência de uma maioria judaica num território.

d) na ideologia sionista, que defendia a entrada dos judeus na Palestina sob domínio inglês.

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