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Os pronomes pessoais são aqueles que substituem substantivos e representam as pessoas do discurso, ou seja, aquelas envolvidas no ato da comunicação. Eles podem ser classificados em pronomes pessoais:
-
do caso reto;
-
do caso oblíquo;
-
de tratamento.
Leia também: Você: segunda ou terceira pessoa do discurso?
Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre pronomes pessoais
- 2 - Videoaula sobre pronomes pessoais
- 3 - O que são pronomes pessoais?
- 4 - Quais são os pronomes pessoais?
- 5 - Exercícios resolvidos sobre pronomes pessoais
Resumo sobre pronomes pessoais
-
São usados para representar os substantivos e as três pessoas do discurso.
-
Podem ser do caso reto, do caso oblíquo e de tratamento.
-
Pronomes pessoais do caso reto funcionam como sujeito da oração. Podem funcionar também como predicativo do sujeito ou vocativo.
-
Pronomes pessoais do caso oblíquo funcionam como objeto ou complemento da oração.
-
Pronomes de tratamento são usados para tratar pessoas e geralmente associados a algum cargo, título, idade ou contexto de intimidade ou formalidade.
Videoaula sobre pronomes pessoais
O que são pronomes pessoais?
Os pronomes pessoais são aqueles que substituem substantivos e representam as pessoas do discurso, os elementos que participam da comunicação. Há três pessoas do discurso:
-
1ª pessoa: a que fala.
-
2ª pessoa: a quem se fala.
-
3ª pessoa: de quem ou do que se fala, quando não for nem a 1ª, nem a 2ª pessoa.
As pessoas do discurso podem estar no singular ou no plural. Veja a diferença:
|
singular |
plural |
1ª pessoa |
Eu avisei. |
Nós avisamos. |
2ª pessoa |
Tu falas muito. |
Vós falais muito. |
3ª pessoa |
Ele chegará logo. |
Eles chegarão logo. |
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Quais são os pronomes pessoais?
Os pronomes pessoais podem ser do caso reto ou do caso oblíquo, dependendo da função que desempenham no enunciado (como sujeito ou como objeto ou complemento). Podem, ainda, ser pronomes de tratamento, usados em casos específicos.
-
Pronomes pessoais do caso reto
Os pronomes pessoais do caso reto são:
singular |
1ª pessoa |
eu |
2ª pessoa |
tu |
|
3ª pessoa |
ele/ela |
|
plural |
1ª pessoa |
nós |
2ª pessoa |
vós |
|
3ª pessoa |
eles/elas |
Em geral, substituem substantivos e nomes que são o sujeito da oração. Podem, ainda, funcionar como predicativo do sujeito ou como vocativo. Veja:
⇒ sujeito da oração: Eu não parecia mais eu!
⇒predicativo do sujeito: Eu não parecia mais eu!
⇒ vocativo: “Ó vós, que, no silêncio e no recolhimento/ Do campo, conversais a sós, quando anoitece…” (Olavo Bilac)
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Pronomes pessoais do caso oblíquo
Os pronomes pessoais do caso oblíquo são:
singular |
1ª pessoa |
me, mim, comigo |
2ª pessoa |
te, ti, contigo |
|
3ª pessoa |
se, si, consigo, lhe, o, a |
|
plural |
1ª pessoa |
nos, conosco |
2ª pessoa |
vos, convosco |
|
3ª pessoa |
se, si, consigo, lhes, os, as |
Funcionam como objeto ou complemento da oração, podendo ser complemento nominal, objeto direto ou indireto, adjunto adverbial e agente da passiva.
⇒ Complemento nominal: Meu amor por ti só cresce!
⇒ Objeto direto: Ela já o avisou.
⇒ Objeto indireto: Eu lhe entreguei a encomenda?
⇒ Adjunto adverbial: Eles foram comprar roupas comigo.
⇒ Agente da passiva: As condições foram feitas por mim
Os pronomes pessoais do caso oblíquo podem ser subclassificados em átonos ou tônicos. Os pronomes átonos não são acompanhados de preposição, enquanto os tônicos são precedidos por preposição.
Pronomes oblíquos átonos |
Pronomes oblíquos tônicos |
---|---|
me |
mim, comigo |
te |
ti, contigo |
o, a, se, lhe |
ele, ela, si |
nos |
nós, conosco |
vos |
vós, convosco |
os, as, se, lhes |
eles, elas, si |
-
Pronomes de tratamento
Os pronomes de tratamento são palavras ou locuções usadas para tratar ou se referir a pessoas, com base no grau de intimidade e/ou de hierarquia entre os interlocutores. Por isso, também são considerados pronomes pessoais.
Ao contrário dos outros pronomes pessoais, os pronomes de tratamento são conjugados apenas na 3ª pessoa, mesmo quando a fala é dirigida diretamente ao interlocutor (contexto em que seria usada a 2ª pessoa). Veja:
Vossa Alteza está bem hoje?
Você quer comer algo?
Vossa Santidade tem muitos compromissos.
Conheça alguns pronomes de tratamento:
PRONOME |
ABREVIAÇÃO |
DESTINADO A |
Senhor/Senhora |
Sr./Sr.ª |
pessoas com quem há distanciamento mais respeitoso |
Você |
V. |
pessoas com quem há intimidade |
Vossa Alteza |
V. A. |
príncipes, duques |
Vossa Excelência |
V. Ex.ª |
presidente da república, ministros, altas patentes militares, bispos, arcebispos |
Vossa Magnificência |
V. Mag.ª |
reitores de universidades |
Vossa Majestade |
V. M. |
reis, imperadores |
Vossa Mercê |
V. M.cê |
pessoas de tratamento cerimonioso |
Vossa Santidade |
V. S. |
papa |
Vossa Senhoria |
V. S.ª |
oficiais até coronel, funcionários graduados, pessoas de cerimônia |
Leia também: A troca inadequada de alguns pronomes oblíquos
Exercícios resolvidos sobre pronomes pessoais
Questão 1
(UFRJ)
TEXTO I
Pronto para outra?
Ricardo Freire
Para muita gente, esta é a semana mais difícil do ano. Você volta das férias, tenta se adaptar de novo à rotina e já pressente as surpresas que vai ter ao receber a conta do cartão de crédito. Quando se dá conta, é mais uma vítima da depressão pós-viagem. Eu só conheço uma maneira de sair dessa: começar a pensar já na próxima. Não, não é cedo demais. Nem sintoma de descaso pelo trabalho. Acalentar uma viagem é uma maneira segura de manter aceso o interesse pelo fato gerador de suas férias: seu emprego.
Além do que, planejar uma viagem com antecedência é o melhor jeito de rentabilizar seu investimento. Por que se contentar em aproveitar apenas os dias que você passa longe de casa, quando dá para começar a viajar muito antes de embarcar — e sem pagar nada mais por isso?
Eu gosto de comparar o planejamento de uma grande viagem ao preparo de um desfile de escola de samba no Carnaval. Assim como as férias, o Carnaval em si dura pouco — mas é o grand finale de um ano inteiro de divertida preparação.
É fácil trazer o know how do samba para suas férias. Use os três primeiros meses depois da volta para definir o “enredo” de sua próxima viagem.
Tire os meses seguintes para encomendar guias e colecionar as informações que caírem em sua mão — revistas, jornais, dicas de quem já foi. Vá montando o itinerário mais consistente, descobrindo os meios de transporte mais adequados, decidindo quais são os hotéis imperdíveis. Quando faltarem quatro meses para a partida, tome coragem e reserve a passagem e os hotéis.
Passe os últimos três meses fazendo a sintonia fina: escolhendo restaurantes, decidindo o que merece e o que não merece ser visto.
Depois de tudo isso não tem erro: é partir direto para a apoteose.
Revista Época, 29/01/2007, p. 112 (fragmento).
“Quando faltarem quatro meses para a partida, tome coragem e reserve a passagem e os hotéis” (l. 29). Em vez de estarem relacionados com substantivos, os verbos desse trecho poderiam estar acompanhados de pronomes que os substituíssem, o que resultaria na seguinte reescritura:
A) Quando lhes faltarem, tome-a e reserve-lhes.
B) Quando lhes faltarem, tome-a e reserve-os.
C) Quando eles faltarem, tome-a e reserve-os.
D) Quando eles faltarem, tome-a e reserve-lhes.
E) Quando lhes faltarem, tome-a e reserve-lhe.
Resposta
Alternativa C. O termo “quatro meses para a partida” tem função de sujeito, podendo ser substituído pelo pronome pessoal do caso reto “eles”. Já os termos “coragem” e “a passagem e os hotéis” têm função de complemento, podendo ser substituídos, respectivamente, pelos pronomes pessoais do caso oblíquo “a” e “os”.
Questão 2
Segundo a norma culta, os pronomes do caso reto devem ser empregados como sujeitos de verbos, enquanto os pronomes do caso oblíquo devem ser empregados como objetos de verbos. No texto, essa regra é desobedecida no trecho
A) “ele perguntou, sem levantar a cabeça”.
B) “— Ah, a novata — disse ele”.
C) “Ele a olhou pela primeira vez”.
D) “Leve ela”.
E) “como se tivesse acabado de tirá-la do nariz”.
Resposta
Alternativa D. No enunciado “Leve ela”, o pronome pessoal do caso reto “ela” está funcionando como objeto, fugindo às regras da norma-padrão. Deveria ser empregado o respectivo pronome pessoal do caso oblíquo: “Leve-a”.
Por Guilherme Viana
Professor de Gramática