O que é objeto indireto?

O objeto indireto é um termo integrante da oração que exerce a função de complementar o sentido de um verbo transitivo indireto. Diferentemente do objeto direto, esse termo é sempre mediado por uma preposição. Ele indica o alvo da ação verbal.

Leia também: Transitividade verbal — entenda de uma vez o que são verbos transitivos diretos, indiretos, bitransitivos e intransitivos

Tópicos deste artigo

• 1 - Resumo sobre objeto indireto
• 2 - Como identificar o objeto indireto?
• 3 - Formação do objeto indireto
  • Com preposição
  • Com pronome oblíquo
• 4 - Objeto indireto pleonástico
• 5 - Exemplos de objeto indireto em frases
• 6 - Diferença entre objeto indireto e objeto direto
  • → Videoaula sobre objeto indireto e objeto direto
• 7 - Diferenças entre objeto indireto e complemento nominal
• 8 - Exercícios resolvidos sobre objeto indireto

Resumo sobre objeto indireto

• O objeto indireto é o termo que complementa o sentido de um verbo na oração.

• Em geral, os verbos regidos por preposição têm um complemento que se liga por meio dessa preposição. Esse complemento com preposição é o objeto indireto.

• Esse termo pode ser ligado por preposição ou pode ser formado por pronome oblíquo.

• Difere-se do objeto direto — o complemento que não precisa de preposição.

• Também não pode ser confundido com o complemento nominal — o termo que complementa um nome, e não um verbo.

Como identificar o objeto indireto?

Para identificar o objeto indireto, é necessário, primeiro, encontrar o verbo da oração. Em seguida, observe se esse verbo é transitivo indireto, ou seja, se precisa de um complemento para ser compreendido e se esse complemento se liga ao verbo por meio de uma preposição.

Por exemplo, o verbo “gostar” é um verbo transitivo indireto, pois exige um complemento para fazer sentido completo, sendo esse complemento ligado ao verbo pela preposição “de”, como no exemplo a seguir.

sujeito + verbo + objeto indireto

Eu gosto de muitas redes sociais.

Formação do objeto indireto

O objeto indireto pode ser formado de maneiras diferentes: com preposição ou com pronome oblíquo.

• Com preposição

É a formação mais comum de objeto indireto, em que a preposição aparece explicitamente na frase, ligando o objeto ao verbo. Veja:

sujeito + verbo + objeto indireto
Ela não gosta de doces.
Nós acreditamos em você.

sujeito + verbo + objeto direto + objeto indireto
Eu entreguei o livro ao professor.

Nos dois primeiros casos, a preposição liga o objeto indireto ao verbo. Já na terceira frase, o verbo “entregar” é direto e indireto, tendo dois complementos: um objeto direto (sem preposição, “o livro”) e um objeto indireto (com preposição, “ao professor”).

• Com pronome oblíquo

Outra formação comum de objeto indireto é aquela com pronome oblíquo, que substitui um termo que, em sua origem, leva preposição. Veja o seguinte caso (retomando o enunciado anterior):

sujeito + verbo + objeto direto + objeto indireto

Entreguei o livro ao professor.

Entreguei-lhe o livro.

No último enunciado, o pronome oblíquo “lhe” substitui a expressão “a ele”, ou seja, uma expressão com preposição. Por isso, “lhe” permanece sendo um objeto indireto.

Veja também: O que são verbos pronominais?

Objeto indireto pleonástico

Esse tipo de objeto indireto ocorre quando um elemento da oração aparece repetidamente para reforçar esse elemento.

sujeito + verbo + objeto direto + objeto indireto

Aos meus alunos, dedico esta mensagem.

Aos meus alunos, dedico-lhes esta mensagem.

No último enunciado, ocorre objeto indireto pleonástico porque o pronome “lhes” tem exatamente o mesmo significado de “aos meus alunos”, ou seja, é um elemento que aparece repetido na frase. No entanto, essa repetição é usada para enfatizar o objeto indireto: “aos meus alunos”.

Exemplos de objeto indireto em frases

• Agradeci aos meus pais pelo apoio.

• Ele sempre obedece aos seus superiores.

• Nós confiaremos em nossa equipe.

• O professor explicou a matéria aos alunos.

• Entreguei o relatório ao meu chefe.

Diferença entre objeto indireto e objeto direto

A diferença básica entre esses dois tipos de objeto é a necessidade da preposição para conectá-los ao verbo. Enquanto o objeto indireto precisa de preposição, já que se liga a um verbo regido por preposição, o objeto direto não é iniciado por preposição, uma vez que se liga a verbos que não são regidos por preposição.

Veja a diferença:

sujeito + verbo + objeto indireto
Nós assistimos a muitos filmes.

sujeito + verbo + objeto direto
Nós escutamos muita música.

Observe que o objeto direto “muita música” não precisou ser acompanhado de preposição, já que o verbo “escutar” é transitivo direto, ou seja, não é regido por preposição.

→ Videoaula sobre objeto indireto e objeto direto

Diferenças entre objeto indireto e complemento nominal

Enquanto o objeto indireto ajuda a completar o sentido de um verbo na oração, o complemento nominal serve para completar o sentido de um nome, que pode ser um substantivo, um adjetivo ou um advérbio da oração. Veja:

sujeito + verbo + objeto indireto
Nós gostamos de futebol.

nome + complemento nominal
Nosso gosto por futebol é imenso.

Nesse caso, o substantivo “gosto” tem seu sentido completado pelo complemento nominal “por futebol”.

Saiba mais: O que é o predicativo do objeto?

Exercícios resolvidos sobre objeto indireto

Questão 1

Identifique os objetos indiretos nas frases abaixo.

A) Eu sempre obedeço à minha família.

B) Ela enviou um presente ao seu namorado.

C) Em você, nós acreditamos.

D) O menino deu um abraço à sua mãe.

Resposta

A) “à minha família”

B) “ao seu namorado”

C) “Em você”

D) “à sua mãe”

Questão 2

Reescreva as frases substituindo os objetos indiretos por pronomes oblíquos.

A) Eu enviei um e-mail aos meus amigos.

B) Os adversários parabenizaram a nós.

C) O médico receitou um remédio ao paciente.

D) Ela questionará a mim depois.

Resposta

A) Eu lhes enviei um e-mail.

B) Os adversários nos parabenizaram.

C) O médico lhe receitou um remédio.

D) Ela me questionará depois.

Fontes

AZEREDO, J. C. de. Gramática Houaiss da Língua Portuguesa. São Paulo: Parábola, 2021.

BECHARA, E. Moderna Gramática Portuguesa. 38ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2015.

CEGALLA, D. P. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2020.

CUNHA, C.; CINTRA, L. Nova Gramática do Português Contemporâneo. 7ª ed. Rio de Janeiro: Lexikon, 2016.