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Particularidades dos pronomes pessoais

Alguns critérios específicos demarcam o uso dos pronomes pessoais.

Os pronomes pessoais possuem algumas particularidades
Os pronomes pessoais possuem algumas particularidades
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As elucidações que se firmam mediante o assunto posto em discussão convidam-nos a refletir acerca de um importante aspecto, que se deve ao fato de os pronomes pessoais indicarem uma das três pessoas do discurso, tanto do singular quanto do plural, ou seja:

EU/NÓS – A PESSOA QUE FALA
TU/VÓS – A PESSOA COM QUEM SE FALA
ELE/ELES – A PESSOA DE QUEM SE FALA

Quanto à função que desempenham, podem se classificar como pronomes pessoais do caso reto, ora funcionando como sujeito da oração. Assim, vejamos:

EU

TU

ELE/ELA

NÓS

VÓS

ELES/ELAS

Eugosto muito de você. (sujeito simples)

Atuando como complemento verbal (objeto direto ou indireto, agente da passiva, complemento nominal, adjunto adverbial, adjunto adnominal), classificam-se em pronomes pessoais do caso oblíquo, subdividindo-se em átonos e tônicos. Constatemos, pois:

Átonos: me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes.

Tônicos: mim, comigo, ti, contigo, ele, ela, si, consigo, nós, conosco, vós, convosco, eles, elas.

Essas encomendas foram entregues a mim. (objeto direto)

Gostaria de lhe agradecer pelo favor. (objeto indireto)

Pronomes eu/tu – mim/ti

No que tange a tais pronomes, “eu” e “tu” desempenharão sempre a função sintática de sujeito, assim como nos exemplos:

Eu aceito o pedido de desculpas. (sujeito)

Já os pronomes “mim” e “ti” exercem a função sintática de complemento verbal ou nominal, agente da passiva, adjunto adverbial e sujeito acusativo, como evidenciado abaixo:

Não cabe a mim tomar essa decisão. (objeto indireto) 
Essa decisão foi favorável a ti. (complemento nominal)

Pronomes se/si e consigo

Os pronomes em questão somente se classificam como reflexivos ou recíprocos – razão pela qual são empregados na voz reflexiva e na voz reflexiva recíproca. São exemplos:

Se você não se cuidar poderá ficar doente. 
São egoístas as pessoa que só pensam em si.  
Ela trouxe consigo lembranças de onde esteve.

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Com nós, com vós, conosco e convosco

Por mais que pareçam estranhas as formas “com nós” e “com vós”, elas podem ser perfeitamente aplicáveis se à frente delas estiver indicando uma palavra que represente “somos nós” ou “quem sois vós”, assim como nos atestam os exemplos abaixo:

Falaram com nós todos acerca das mudanças que iriam ocorrer.

Desistiu de sair com nós dois por quê?

De ele ou dele? Do ou de o?

Chegou o momento de ele decidir se permanece ou não.

O fato de o professor não ter explicado representa o descompromisso. 

Saiba mais sobre esse assunto acessando o texto “De o ou do – de que forma empregá-los?”.

Quanto às funções sintáticas desempenhadas pelos pronomes oblíquos átonos “me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes”, essas podem assim se evidenciar:

* Objeto direto: Encontrei-o perambulando por aí. (encontrei quem? – ele)

* Objeto indireto: Peço-lhe desculpas. (peço desculpas a quem? A ele/ela)

* Adjunto adnominal: Na confusão roubaram-me os pertences. (os meus pertences)

* Complemento nominal: Foi-lhe favorável a sentença. (favorável a ele/ela)

* Sujeito acusativo: quando se manifestarem em um período composto formado pelos verbos “mandar, fazer, deixar, sentir, ouvir”, entre outros: Mande-me o relatório da empresa.

Em virtude de estarmos falando da norma padrão da língua portuguesa, eis que uma canção demonstra ser objeto de estudo: sob a autoria de Marisa Monte, Beija eu:

[...]
Beija eu!
Beija eu!
Beija eu, me beija
Deixa
O que seja ser...
[...]

Ao analisarmos a colocação do pronome pessoal do caso reto, “eu”, constatamos que se trata de um uso indevido, dada a condição de ele funcionar como sujeito, não como complemento (quando na verdade o correto seria beija-me). No entanto, em se tratando da licença poética concebida ao artista, possíveis desvios são tidos como intencionais, aceitáveis, portanto.


Por Vânia Duarte
Graduada em Letras

Escritor do artigo
Escrito por: Vânia Maria do Nascimento Duarte Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

DUARTE, Vânia Maria do Nascimento. "Particularidades dos pronomes pessoais"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/portugues/pronomes-pessoais-norma-padrao-lingua-portuguesa.htm. Acesso em 14 de outubro de 2024.

De estudante para estudante


Videoaulas


Lista de exercícios


Exercício 1

Leia para responder.

Conjugação

Eu falo

tu ouves

ele cala.

Eu procuro

tu indagas

ele esconde.

Eu planto

tu adubas

ele colhe.

Eu ajunto

tu conservas

ele rouba.

Eu defendo

tu combates

ele entrega.

Eu canto

tu calas

ele vaia.

Eu escrevo

tu me lês

ele apaga.

SANTA’NNA, Afonso Romano de. Poesia reunida; 1965-1999. Porto Alegre: L&PM, 2004. P. 157.

Quanto à classificação e à função desempenhada, marque a opção correta sobre os pronomes empregados no poema acima:

a) Pronomes reflexivos ou recíprocos, exercendo a voz reflexiva.

b) Pronomes pessoais do caso oblíquo, atuando como complementos verbais.

c) Pronomes pessoais do caso reto, funcionando como sujeito da oração.

d) Pronomes pessoais e tônicos do caso oblíquo, desempenhando a função de complemento nominal.

e) Pronomes pessoais e átonos do caso oblíquo, desempenhando a função de agente da passiva.

Exercício 2

Marque a opção cujo emprego do pronome pessoal esteja de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa:

a) Isso é para mim fazer.

b) Preciso falar consigo ainda hoje.

c) Se você não cuidar-se, poderá adoecer.

d) Após o vestibular, os candidatos conversaram entre eles.

e) Essa decisão foi benéfica para ti.