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Desemprego

Desemprego é a condição de quem está fora do mercado formal de trabalho. Trata-se de uma situação grave e que atinge todo os países.

Homem sentado no degrau com cabeixa baixa e caixa com seus pertences do lado.
O desemprego pode gerar problemas psicológicos, como a depressão.
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O desemprego afeta milhões de pessoas pelo mundo, independentemente do grau de desenvolvimento de um país. Entretanto, os maiores números de cidadãos e cidadãs sem emprego formal localizam-se em países emergentes e/ou subdesenvolvidos, algo que preocupa organizações internacionais, como a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Organização das Nações Unidas (ONU).

Ambas desenvolvem projetos em conjunto com os países mais afetados a fim de diminuírem-se as taxas de pessoas não atendidas formalmente pela economia do mercado de trabalho.

Leia também: Brasil: subdesenvolvido ou emergente?

Tópicos deste artigo

Definição de desemprego

Como definição de desemprego, podemos citar o que está no Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. Segundo o dicionário, o desemprego “é a falta de emprego; situação em que parcela da força de trabalho não consegue obter ocupação”.

Essas definições simples e resumidas não traduzem a angústia de quem está desempregado, mas nos mostram o que, de fato, é o desemprego. Vale lembrar que essa “ocupação” a que o dicionário se refere é em relação ao emprego formal, sendo desempregado aquele(a) que não possui um emprego dessa forma.

O desemprego é sentido de várias formas, como pela falta de dinheiro.
O desemprego é sentido de várias formas, como pela falta de dinheiro.

Podemos definir desemprego também como sendo algo que atinge grande parte da população em idade ativa, a chamada População Economicamente Ativa (PEA), que, ao não conseguir empregos formais, passa a viver na informalidade, em subempregos, ou mesmo sem nenhuma ocupação. Em todos os casos, essas pessoas passam a integrar a População Economicamente Inativa (PEI).

Contudo, há casos em que os desempregados formais (aqueles que possuíam empregos com carteira assinada e demais garantias celetistas) encontram ocupação no mercado informal, como ambulantes, camelôs, autônomos, entre outros. Essas pessoas, mesmo estando empregadas informalmente (sem as garantias celetistas), podem ser consideradas desempregas por órgãos oficiais, como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Para o IBGE, são consideradas desempregadas todas as pessoas acima de 14 anos que não estão trabalhando, mas que estão à procura de trabalho. Contudo, não basta não ter um emprego para ser considerado um desempregado. Há os casos de universitários que dedicam seu tempo somente aos estudos, donas de casa que não possuem emprego fora de seus domicílios, empreendedores informais etc.

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Causas do desemprego

As causas do desemprego são as mais variadas e diversas, desde mudanças estruturais e inovações tecnológicas a crises econômicas e sociais. Vejamos algumas delas.

O surgimento de inovações técnicas e científicas sempre, ao longo da história, trouxe mudanças na sociedade, comportamentais e/ou econômicas. Como exemplo, temos a Revolução Industrial, que substituiu o trabalho da manufatura pelo trabalho industrial.

Durante muito tempo, ainda nos primórdios da Revolução Industrial, no século XIX, pessoas deixaram suas casas na zona rural para tentar a vida na zona urbana. Eis aí uma causa de desemprego: o excesso de mão de obra. É comum encontrarmos trabalhos simples que pagam pouco e com inúmeros candidatos às vagas, mas pode ser que não haja vaga para todos, gerando-se desemprego.

Na mão contrária, temos as mesmas inovações técnicas que necessitam de mão de obra qualificada, mas há poucos profissionais que preencham os requisitos. Mais uma causa do desemprego: a falta de qualificação e profissionalização na sociedade.

Há também as causas que ocorrem por crises econômicas, sanitárias, políticas e sociais. Em todas essas as crises, os postos de trabalho mais vulneráveis são os mais simples e pelos quais se recebe menos, como serviços gerais, auxiliares e cargos afins.

Veja também: Trabalho infantil – exploração da força de trabalho de crianças

Tipos de desemprego

Os tipos de desemprego estão relacionados às causas do desemprego. Uma parcela da população fica desempregada por conta de alguma mudança brusca na sociedade, como intensificação da tecnologia, crise econômica ou mesmo contenção de gastos por parte das empresas. Veja os tipos de desemprego e suas causas:

  • Desemprego estrutural

Ocorre quando há uma mudança estrutural na sociedade. Os trabalhadores atingidos por esse tipo de desemprego não conseguem adequar-se à nova realidade do mercado de trabalho ou às novas demandas trabalhistas.

Geralmente ocorre quando há crescimento econômico e mudança de paradigmas, como a substituição da máquina de escrever pelo computador. Nesse exemplo, o datilógrafo, caso não aprendesse a mexer em computadores, estaria desempregado, encaixando-se nesse tipo de desemprego.

  • Desemprego conjuntural

Ocorre por um conjunto de mudanças, como:

  • crises
  • pandemias
  • epidemias
  • desastres naturais, entre outros

Dos tipos de desemprego, esse pode ser considerado o mais fácil de ser contornado, pois tais mudanças são passageiras, o que acarreta, posteriormente, na contratação dos antigos trabalhadores, quando a situação vir a melhorar.

Fila de pessoas desempregadas em busca de alimento, em 1929, Chicago.
Fila de pessoas desempregadas em busca de alimento, em 1929, Chicago.
  • Desemprego sazonal

Acontece em determinadas épocas do ano. Muito comum em áreas agrícolas, que têm grande demanda durante o plantio e a colheita, mas, na maior parte do ano, a demanda de trabalho diminui-se, bem como o número de trabalhadores.

  • Desemprego friccional

Aqui temos um tipo que atinge pessoas que podem estar à procura do primeiro emprego, que saíram do antigo emprego para buscar um melhor, ou que foram demitidas e ainda estão à procura, mas recebendo auxílios trabalhistas, como o seguro-desemprego.

Consequências do desemprego

O desemprego gera consequências em toda a sociedade. Isso porque, com ele, há uma redução do número de pessoas com renda fixa, o que diminui o consumo e, consequentemente, afeta o giro da economia.

Em segundo lugar, um território (uma cidade, um estado ou um país) com alto número de desempregados pode significar má administração pública e aumento das desigualdades sociais. Esses fatores podem afugentar investidores estrangeiros que, ao verem essas mazelas, acabam por concluir como sendo um risco o investimento nesses lugares.

Por último, mas não menos importante, o desemprego pode trazer sérios problemas psicológicos àqueles que estão nessa condição, como a depressão. Nesse caso, pode-se dizer que, além de um problema econômico, o desemprego deve ser encarado como um problema de saúde pública.

Taxa de desemprego

Em nível mundial, uma das responsáveis por medir-se as taxas de desemprego é a OIT. Essa organização tem a missão de “promover oportunidades para que homens e mulheres possam ter acesso a um trabalho decente e produtivo”, segundo palavras dela mesma.

De acordo com a OIT, em 2020, mais de 41 milhões de pessoas estavam desempregadas na América Latina e Caribe, o que significa, aproximadamente, 13% da PEA. Um número alarmante, pois evidencia as fragilidades econômicas que os países dessa área do globo sofrem, além de explicitar a má distribuição de renda e as desigualdades sociais.

Acesse também: Direitos Humanos - categoria de direitos assegurados a qualquer membro da humanidade

Desemprego no Brasil

No Brasil, o órgão responsável pela medição dessa taxa é o IBGE, com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD).

  • Taxa de desemprego no Brasil

Segundo a PNAD de 2020, a taxa de desocupação (termo usado pelo instituto) no Brasil no ano citado é de 13,3%, com um leve aumento se compararmos com 2019, ano em que a taxa era de 12%. Em termos quantitativos, a porcentagem de 2020 corresponde a mais de 13 milhões de brasileiros em idade de trabalhar que estão desamparados pelo mercado formal.

Fila no Rio de Janeiro para vagas em um supermercado. [1]
Fila no Rio de Janeiro para vagas em um supermercado. [1]

O destaque dessa pesquisa fica por conta das regiões brasileiras, cada uma teve um percentual diferente. Essas diferenças são explicadas pelo grau de desenvolvimento e qualificação de cada localidade. Observe a tabela:

Indicadores da população desempregada por região

REGIÃO

2019

2020

Sul

8%

8,9%

Sudeste

12,4%

13,9%

Centro-Oeste

10,3%

12,5%

Norte

11,8%

11,8%

Nordeste

14,6%

16,1%

Fonte: IBGE

Exercícios resolvidos

Questão 1 – (UCB DF/2016) Nos últimos anos, no Brasil observou-se o crescimento do setor informal. A taxa de desempregados da população economicamente ativa do Brasil era cerca de 5% do total nos anos de 1980, e, em 2010, era de 7,1%. Na década de 1990, a taxa atingiu 9% da população economicamente ativa.

Considerando essas informações acerca do desemprego e do aumento da informalidade no Brasil, assinale a alternativa correta.

A) O aumento da informalidade no Brasil, nos dias atuais, guarda relação direta com a crise política e as respectivas consequências econômicas, deflagradas a partir da Operação Lava Jato.

B) A Terceira Revolução Industrial contribuiu para a redução do trabalho informal, uma vez que gerou muitos postos de trabalho, decorrentes da robotização e da informatização, a partir da década de 1980.

C) A legislação brasileira tornou-se bastante flexível, permitindo a negociação direta entre patrões e empregados. Essa mudança contribuiu para a redução da informalidade.

D) O custo do Brasil, cada vez mais baixo, com a redução sistemática da burocracia e a simplificação dos contratos trabalhistas, contribuiu, na última década, para o aumento do emprego formal.

Resolução

Alternativa A. Os empregos informais estão ligados ao desemprego e às crises econômicas e políticas, mostrando fragilidades sociais e governamentais.

Questão 2 – (IFAL/2016) Atualmente a globalização está presente na vida de todos. Ela atua de modo marcante na ciência, na economia, na política, na urbanização etc. Em se tratando de economia, a globalização foi vital para a internacionalização do capitalismo financeiro, para o acesso a produtos e a culturas mundiais. Quando o assunto é urbanização, lá está presente a unificação de padrões de comportamento, também encontrados nas sociedades rurais graças aos avanços tecnológicos e de comunicação desenvolvidos e disponibilizados ao longo dos anos. Apesar de o Brasil se beneficiar com a globalização, também sofre com as desigualdades econômicas por ela proporcionadas.

Marque a seguir a alternativa que, respectivamente, melhor demonstra um aspecto positivo e um aspecto negativo da globalização no Brasil.

A) Integração do país ao mercado financeiro internacional e o acesso imediato à informação pela rede de computadores.

B) Incentivo ao desenvolvimento industrial brasileiro e a geração em larga escala de emprego e renda.

C) Desvalorização da cultura regional e prosperidade econômica nacional.

D) Possibilidade de intercâmbio científico com outros países e a geração de desemprego em razão da baixa qualificação profissional e da concorrência desigual entre a indústria nacional brasileira e as multinacionais.

Resolução

Alternativa D. Com a globalização, há a conexão com outros países e possibilidades de conhecimento técnico e científico. Entretanto, a qualificação também aumenta, o que pode gerar desemprego caso os candidatos não estejam à altura dos cargos disponíveis.

Crédito da imagem

[1] Antonio Scorza / Shutterstock

 

Por Átila Matias
Professor de Geografia

Escritor do artigo
Escrito por: Átila Matias Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

MATIAS, Átila. "Desemprego"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/o-desemprego-mundial.htm. Acesso em 21 de novembro de 2024.

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