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Ilha de Páscoa

A Ilha de Páscoa é uma dependência chilena situada na Polinésia e habitada por 7,7 mil pessoas. É conhecida pelas estátuas gigantes, os moais, e pelas paisagens vulcânicas.

Conjunto de moais, estátuas localizadas na Ilha de Páscoa, território pertencente ao Chile.
A paisagem mais famosa da Ilha de Páscoa é paisagem formada pelos moais.
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Ilha de Páscoa (Rapa Nui) é um território situado na região oceânica da Polinésia, no Pacífico Sul. Trata-se de um território pertencente ao Chile incorporado pelo país sul-americano no ano de 1888, e assim permanece até o presente. Em função do seu relativo isolamento, muitos mistérios cercam a Ilha de Páscoa, como a construção e instalação dos moais, gigantes estátuas com feições humanas encontradas em diversas áreas da ilha. Vivem hoje na Ilha de Páscoa 7750 pessoas, que desenvolvem uma economia baseada no turismo, na agricultura e na pesca.

Leia também: Tonga — um país-arquipélago localizado na região da Polinésia

Tópicos deste artigo

Resumo sobre Ilha de Páscoa

  • A Ilha de Páscoa (Rapa Nui) fica localizada na região da Polinésia, no Pacífico Sul.

  • Trata-se de um território chileno de 163 km² de área, com capital em Hanga Roa.

  • A ilha é formada por rocha vulcânica e vulcões extintos, com relevo caracterizado pela presença de morros e crateras. As altitudes ficam em torno de 500 metros.

  • O clima da Ilha de Páscoa é marcado por verões amenos e secos e invernos frescos e chuvosos, com temperaturas variando entre 18 e 23 °C.

  • A vegetação nativa da Ilha de Páscoa é escassa. Encontra-se principalmente vegetação rasteira e de baixa estatura, como arbustos. Em algumas áreas há concentração de árvores, muitas fruto de ações de reflorestamento.

  • Estima-se que a população da Ilha de Páscoa seja de 7750 pessoas. A população nativa (rapanui) representa metade dos habitantes da ilha.

  • A construção e o deslocamento das grandes estátuas características de Rapa Nui são alguns dos mistérios associados à ilha.

  • A agricultura, a pesca e o turismo são as principais atividades econômicas desenvolvidas na Ilha de Páscoa. O Parque Nacional de Rapa Nui constitui uma das destinações turísticas mais procuradas pelos 100 mil visitantes que chegam anualmente à ilha.

  • A ocupação da ilha aconteceu a partir do século VIII por outros povos polinésios.

  • Os europeus chegaram a partir do século XVIII, quando a ilha foi nomeada como Ilha de Páscoa pelo navegador neerlandês Jacob Roggeveen, que lá chegou em 1722.

  • Tornou-se parte do território chileno no ano de 1988 e assim permanece até o presente.

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Localização da Ilha de Páscoa

A Ilha de Páscoa, também chamada de Rapa Nui no idioma local, é um território localizado na região da Polinésia, na porção sudoeste do Oceano Pacífico. Trata-se de uma dependência do Chile situada a sudeste da Polinésia Francesa e próximo das Ilhas Pitcairn, pertencentes ao Reino Unido. A distância aproximada entre a Ilha de Páscoa e o Chile é de 3540 km.

Mapa da Ilha de Páscoa.
Mapa da Ilha de Páscoa.

Geografia da Ilha de Páscoa

A Ilha de Páscoa é um território chileno com área de aproximadamente 163 km³ e litoral banhado pelo Pacífico Sul. A capital da Ilha de Páscoa é a cidade de Hanga Roa, localizada no sudoeste da ilha e onde vive a maior parcela da sua população.

Trata-se de uma província chilena relativamente isolada das demais dependências polinésias. O território mais próximo dela fica a cerca de 2 mil km de distância. A Ilha de Páscoa está inserida na zona horária GMT -5.

Relevo da Ilha de Páscoa

O formato triangular característico da Ilha de Páscoa é resultante da presença de três vulcões que estão hoje extintos e compostos predominantemente uma rocha porosa chamada de tufo. Todo o relevo insular é esculpido sobre rochas vulcânicas e caracterizado pela presença de morros e crateras. A altitude média da Ilha de Páscoa é de 507 metros acima do nível do mar. Seu ponto mais elevado é o Monte Terevaka, que fica a 603 metros de altitude.

Cratera do vulcão Rano Kau, na Ilha de Páscoa.
Cratera vulcânica na Ilha de Páscoa.

Clima da Ilha de Páscoa

O clima que ocorre na Ilha de Páscoa é o clima subtropical, caracterizado por verões secos que variam de amenos a quentes e invernos chuvosos e frescos. As médias de temperatura vão de 23 °C nos meses correspondentes ao verão a 18 °C nos meses mais frios de inverno, geralmente entre junho e agosto. Anualmente, registra-se um volume de chuvas de 1250 mm, as quais se concentram nos primeiros meses de inverno, ao passo que na primavera os índices de chuva são os menores do ano.

Vegetação da Ilha de Páscoa

A vegetação nativa da Ilha de Páscoa é escassa, e uma parte das árvores, flores silvestres, plantas arbustivas e musgos encontrados na dependência é de origem europeia. A intensificação do uso da terra para o desenvolvimento de cultivos agrícolas e eventuais pragas de animais (como de ratos, que aconteceu logo no início da ocupação pelos polinésios) são algumas das explicações para a baixa densidade florística da Ilha de Páscoa.

A forma como as rochas porosas do substrato absorvem rapidamente a água das chuvas também nos auxilia a entender a ausência de vegetação de grande porte e preponderância de espécies rasteiras, que constituem paisagens semelhantes às estepes.

Existem algumas ações de reflorestamento na Ilha de Páscoa que visam a restabelecer parte da cobertura vegetal insular, uma delas desenvolvida pela Corporação Florestal Nacional (Conaf), autoridade chilena que tem levado espécies nativas da Polinésia para a ilha.

Veja também: Ilhas Marshall — um país da Oceania formado por mais de mil ilhas

Demografia da Ilha de Páscoa

A Ilha de Páscoa é habitada por 7750 pessoas, de acordo com as estimativas mais recentes do Instituto Nacional de Estatísticas do Chile (INE). O último censo demográfico foi realizado na ilha há mais de uma década, no ano de 2012, quando a população mapeada era então de 5761 pessoas. O crescimento populacional na Ilha de Páscoa é uma tendência que aparece em levantamentos anteriores, visto que em 2002 havia 3791 pessoas vivendo no território.

Vivem na Ilha de Páscoa tanto chilenos quanto a população nativa da ilha, que são os povos rapanui, originários da Polinésia. Ao final do século XX, havia estimativas de que os nativos representavam mais de 70% da população total da ilha, correspondendo atualmente a aproximadamente metade dos seus habitantes. Nota-se hoje um movimento da população rapanui em direção ao Chile, principalmente de estudantes universitários que se mudam temporariamente para depois retornar à sua terra natal.

A capital de Rapa Nui, a cidade de Hanga Roa, conta com mais de 3 mil habitantes. Algumas das principais atividades econômicas desenvolvidas na cidade e na ilha são a agricultura e a pesca. Há, além disso, uma parcela da população que se desloca para trabalhar no Chile com certa periodicidade, fazendo o trajeto de ida e volta uma ou duas vezes na semana.

Cultura da Ilha de Páscoa

Devido ao seu isolamento, a Ilha de Páscoa apresenta uma cultura bastante rica e única. Dois idiomas são falados no território: o espanhol e o rapanui (ou Vananga Rapanui), língua essa de origem polinésia e falada no cotidiano, especialmente entre familiares.

A principal religião é a religião nativa dos rapanui, que tem como princípio o culto aos ancestrais e aos elementos da natureza, como as aves. A deidade máxima da crença rapanui recebe o nome de Make-Make, associado à fertilidade.

Apresentação de dança com roupas típicas da cultura rapanui. [1]
Apresentação de dança com roupas típicas da cultura rapanui. [1]

Anualmente, no mês de fevereiro, é realizado o Tapati Rapa Nui (Semana Rapa Nui, no idioma local), o principal festival cultural da Ilha de Páscoa. Durante as festividades, são realizadas performances de danças típicas na forma de competição, nas quais os participantes utilizam roupas tradicionais em homenagem aos antepassados. Dentre essas roupas típicas está o hami (ou maro), confeccionado com capim seco. Chapéus de fibras vegetais, cocares e enfeites de penas são também muito utilizados.

As tatuagens e pinturas corporais são importantes elementos da cultura rapanui e de outras tradições da Polinésia. Elas apresentam relação tanto com as crenças religiosas e espirituais quanto com a vida em sociedade.

Mistérios da Ilha de Páscoa

A Ilha de Páscoa é famosa pelos mistérios que a cercam. Isso acontece em função do seu relativo isolamento com relação a outros territórios e ao desconhecimento das pessoas com relação às tradições culturais da população nativa de Rapa Nui.

Entre os mais célebres mistérios sobre a Ilha de Páscoa está o mistério a respeito das estátuas gigantes esculpidas com rostos humanos que se encontram distribuídas pela ilha, de cerca de 4 a 10 metros de altura e 14 toneladas. Algumas mais pesadas podem chegar a um peso seis vezes maior do que esse. Essas estátuas recebem o nome de moai e existem em torno de 600 delas em toda a Ilha de Páscoa.

Vista aproximada de um moai, estátua localizada na Ilha de Páscoa, território pertencente ao Chile.
O relativo isolamento da Ilha de Páscoa gera curiosidade acerca da vida na ilha.

A construção dos moais está intimamente ligada às crenças espirituais dos rapanui. Os moais foram inicialmente esculpidos em rochas basálticas, passando depois para as rochas vulcânicas da cratera de Rano Raraku, formada a partir das cinzas e outros fragmentos originários da atividade vulcânica (tufo). Acredita-se que os moais eram construídos após a morte de um antepassado ou governante, e essas estruturas tinham o poder espiritual de proteger o povo que a construiu.

Os moais eram construídos no interior da ilha e depois transportados para os ahu (altares), no litoral. A maneira como acontecia esse deslocamento ainda é um mistério, que possui algumas explicações possíveis, sendo a mais aceita delas a de que eram utilizadas toras posicionadas de modo a formarem uma espécie de esteira rolante, trenós de madeira e cordas para a sua instalação. Parte do moai fica enterrado no solo. A maior parte deles apresenta feições masculinas, mas existem pelo menos 12 moais com traços e anatomia femininos.

Turismo na Ilha de Páscoa

O turismo é a principal atividade econômica da Ilha de Páscoa, que recebe anualmente cerca de 100 mil visitantes. Os mistérios que envolvem Rapa Nui, a riqueza cultural da sua população e as belezas naturais são os seus principais atrativos turísticos.

A maior parte dos turistas busca o Parque Nacional Rapa Nui, criado em 1935 e listado como patrimônio mundial pela Unesco no ano de 1995. Na área correspondente ao parque é possível conhecer alguns dos moais característicos da Ilha de Páscoa, dentre os quais se destacam 15 moais restaurados e instalados no Ahu Tongariki, o maior da ilha, que se encontram enfileirados um ao lado do outro, e a cratera do antigo vulcão Rano Raraku.

Praias como Anakena, formada pela areia branca e pelos recifes de coral, as diversas cavernas e os petrógriflos que podem ser nelas encontrados, bem como os restaurantes locais, são outros passeios muito requisitados por quem visita a Ilha de Páscoa.

História da Ilha de Páscoa

Registros arqueológicos indicam que o povoamento da ilha de Rapa Nui começou por volta do século VIII da era comum, quando habitantes de outras territorialidades da Polinésia chegaram e criaram ali os seus primeiros assentamentos.

Algumas das primeiras estátuas, os moais, foram construídas entre os séculos X e XI, bem como os altares onde elas foram instaladas. Acredita-se ainda que dois dos grupos que viviam na ilha entraram em conflito por volta do século XVII, causando uma guerra civil que foi devastadora para a população de Rapa Nui.

No século XVIII, aportaram na ilha os primeiros visitantes estrangeiros, vindos diretamente da Europa. O explorador neerlandês Jacob Roggeveen foi o pioneiro entre os europeus, chegando na ilha no período da Páscoa em 1722.

Por essa razão, aquele território foi batizado de Ilha de Páscoa ou Paaseiland, no neerlandês. Exploradores britânicos e franceses, a mando do vice-rei espanhol do Peru, também passaram pela ilha a partir da segunda metade do século XVIII.

Durante o século XIX, a escravização de parte da população, levada à força para o Peru, e doenças que foram introduzidas pelos estrangeiros causaram muitas baixas na população da Ilha de Páscoa.

Em 9 de setembro de 1888, o Chile incorporou a Ilha de Páscoa ao seu território mediante a assinatura do Tratado de Anexação da Ilha junto aos rapanui, que mais tarde se tornaram também cidadãos chilenos.

Crédito de imagem

[1] Christian Wilkinson / Shutterstock

 

Por Paloma Guitarrara
Professora de Geografia

Escritor do artigo
Escrito por: Paloma Guitarrara Licenciada e bacharel em Geografia pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e mestre em Geografia na área de Análise Ambiental e Dinâmica Territorial também pela UNICAMP. Atuo como professora de Geografia e Atualidades e redatora de textos didáticos.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

GUITARRARA, Paloma. "Ilha de Páscoa"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/ilha-de-pascoa.htm. Acesso em 27 de abril de 2024.

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