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A progesterona é um hormônio esteroide sexual com papel essencial na manutenção do útero durante a gravidez. Além de suas funções nesse período, esse hormônio também participa do ciclo menstrual e da espermatogênese. Pesquisas demonstram que a progesterona também está associada à redução do risco de distúrbios neurológicos e osteoporose.
Os níveis de progesterona sofrem variações de acordo com o estágio da gravidez e do ciclo menstrual. Uma redução anormal nos níveis de progesterona pode levar a complicações graves durante a gravidez, como aborto espontâneo e gravidez ectópica (o embrião se desenvolve fora da cavidade uterina). A partir de avaliação clínica, é possível realizar tratamentos que buscam aumentar os níveis de progesterona no organismo.
Leia também: Sistema endócrino — glândulas, hormônios e suas funções em nosso corpo
Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre progesterona
- 2 - O que é progesterona?
- 3 - Qual a função da progesterona?
- 4 - Alterações nos níveis de progesterona
- 5 - Nível alto de progesterona prejudica a saúde?
- 6 - Problemas relacionados a baixos níveis de progesterona
- 7 - Como aumentar a progesterona no organismo?
- 8 - Diferenças entre progesterona e estrogênio
Resumo sobre progesterona
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A progesterona é um hormônio sexual da classe dos esteroides.
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É produzida no corpo lúteo dos ovários, nos testículos e nas glândulas adrenais.
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Esse hormônio possui funções fundamentais no ciclo menstrual e na gravidez.
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Em homens, a progesterona atua na espermatogênese e na síntese de outros hormônios.
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Os níveis de progesterona variam de acordo com o estágio do ciclo menstrual e da gravidez.
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Baixos níveis de progesterona podem afetar a continuidade da gravidez.
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O estrogênio e a progesterona possuem funções, origem e estrutura química diferentes. No entanto, a atuação conjunta e complementar desses hormônios é fundamental para a saúde reprodutiva.
O que é progesterona?
A progesterona é um hormônio esteroide sexual que desempenha um papel fundamental em várias atividades fisiológicas relacionadas à reprodução no organismo. É produzida no corpo lúteo dos ovários, nos testículos e nas glândulas adrenais. Durante a gravidez, a placenta também assume a produção de progesterona. Sua fórmula molecular é: C12H30O2.
Qual a função da progesterona?
Progesterona é um componente fisiológico chave na manutenção da gravidez, no ciclo menstrual e na síntese de outros hormônios esteroides. Durante o ciclo menstrual, após a ovulação, ocorre a formação do corpo lúteo, uma glândula temporária originada do folículo vazio. O corpo lúteo começa a produzir progesterona.
A progesterona atua no crescimento e desenvolvimento capilar, promovendo maior vascularização e fluxo sanguíneo, o que cria um ambiente favorável para a implantação de um óvulo fertilizado. Caso não ocorra fertilização, o corpo lúteo se desintegra, resultando em uma diminuição nos níveis de progesterona. Essa diminuição faz com que o revestimento uterino se torne mais fino e se desintegre, dando início ao período menstrual.
Além disso, durante o ciclo menstrual, a progesterona também promove o aumento do revestimento mucoso do colo do útero, formando uma barreira que inibe a penetração do espermatozoide. Esse espessamento desempenha um papel importante na imunidade, estabelecendo uma barreira física contra infecções e secretando células imunes.
No caso de implantação bem-sucedida do óvulo fertilizado no útero, o corpo lúteo continua a produzir progesterona. Os níveis aumentam a cada trimestre, e, quando a placenta se forma, ela assume a produção desse hormônio.
→ Funções da progesterona na gravidez
A progesterona desempenha um papel vital na manutenção da gravidez. Suas funções principais que incluem:
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inibir novas ovulações;
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diminuir as contrações do miométrio para facilitar a implantação, relaxando a musculatura do útero;
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desenvolver as glândulas mamárias durante a gravidez, em preparação para a lactação.
Além disso, a progesterona tem sido estudada em relação ao seu efeito protetor em diversos distúrbios neurológicos, osteoporose e hiperplasia prostática benigna. Nos homens, a progesterona participa do processo de espermatogênese e da síntese de outros hormônios, como a testosterona.
Veja também: Gametogênese — como se formam os gametas masculinos e femininos
Alterações nos níveis de progesterona
A progesterona é medida por meio de exames sanguíneos que revelam os níveis desse hormônio no sangue. É fundamental lembrar que os níveis de progesterona podem variar de acordo com o estágio do ciclo menstrual e da gravidez.
A medição da progesterona é feita em unidades de nanogramas por mililitro (ng/mL) e apresenta as seguintes faixas consideradas normais:
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Fase folicular do ciclo menstrual: os níveis costumam ser baixos, variando entre 0,1 e 0,7 ng/mL.
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Fase lútea do ciclo menstrual: após o processo de ovulação, os níveis de progesterona aumentam por cerca de cinco dias antes de diminuírem novamente, flutuando entre 2 e 25 ng/mL.
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Gravidez: os níveis de progesterona aumentam gradualmente a partir da 9ª semana até a 32ª semana de gestação de acordo com os valores abaixo:
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10 a 44 ng/mL durante o primeiro trimestre de gravidez;
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19,5 a 82,5 ng/mL durante o segundo trimestre de gravidez;
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65 a 290 ng/mL durante o terceiro trimestre de gravidez.
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Menopausa: há um declínio significativo a partir desse estágio da vida, e os níveis geralmente são menores que 0,4 ng/mL.
Observe:
No gráfico, é possível observar que há um aumento desse hormônio na fase lútea, logo após a ovulação. O estrogênio (em roxo) é outro hormônio sexual que atua junto à progesterona ao longo do ciclo menstrual.
Nesse gráfico é possível observar que há uma redução significativa na presença de progesterona (em verde) a partir da menopausa. Os níveis de estrogênio também diminuem a partir dessa fase da vida.
→ Níveis de progesterona em homens
Para homens, os níveis normais de progesterona são significativamente inferiores, geralmente menores que 0,20 ng/mL. Normalmente, não são realizados exames para medir os níveis de progesterona em homens, a menos que haja suspeita de disfunção da glândula adrenal.
Nível alto de progesterona prejudica a saúde?
O aumento nos níveis de progesterona além do normal em cada fase geralmente não está associado a efeitos negativos na saúde. Em alguns casos, pode indicar a presença de um tipo de tumor ovariano chamado tumor ovariano lipídico. O aumento do nível de progesterona é uma ferramenta utilizada pelas pílulas anticonceptivas, uma vez que o aumento desse hormônio inibe a ovulação.
Problemas relacionados a baixos níveis de progesterona
Por outro lado, níveis baixos de progesterona podem afetar o organismo de várias maneiras, dependendo da presença ou ausência de gravidez. Em pessoas que não estão grávidas, sintomas de baixa progesterona podem incluir:
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período menstrual irregular (incluindo ausência de menstruação);
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mudanças de humor;
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ansiedade;
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depressão;
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insônia;
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dificuldade em engravidar;
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ondas de calor.
Durante a gravidez, baixos níveis de progesterona podem trazer sérias dificuldades para manter a gestação, uma vez que esse hormônio é essencial para criar um ambiente favorável ao desenvolvimento do feto. Entre as complicações possíveis, estão:
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gravidez ectópica;
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aborto espontâneo;
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trabalho de parto prematuro.
Saiba mais: Quando fazer um teste de gravidez?
Como aumentar a progesterona no organismo?
A partir da avaliação clínica, é possível identificar e prescrever tratamentos adequados para aumentar o nível de progesterona até a normalidade. Entre as opções disponíveis, estão:
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suplementação de progesterona;
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medicamentos que estimulam a produção desse hormônio no organismo;
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tratamento de condições médicas subjacentes.
Diferenças entre progesterona e estrogênio
A progesterona e o estrogênio são dois hormônios sexuais que desempenham funções distintas e têm origens diferentes no organismo. Em relação à origem, o estrogênio é produzido diretamente no folículo ovariano. A progesterona, por sua vez, é sintetizada no corpo lúteo, que se forma a partir do folículo ovariano.
No que diz respeito às funções, o estrogênio é responsável pelo desenvolvimento das características sexuais secundárias femininas. Além disso, ele estimula o crescimento dos folículos ovarianos, mantém a espessura da parede vaginal e regula o fluxo menstrual. Apesar dessas diferenças, é importante destacar que a progesterona e o estrogênio trabalham em conjunto, e seus efeitos são complementares na saúde reprodutiva e no equilíbrio hormonal.
A complementação das funções desses hormônios tem sido a base para a composição das pílulas anticoncepcionais mais amplamente utilizadas atualmente. Conhecido como pílula combinada, esse método contraceptivo é composto por estrogênio e progesterona sintéticos, os quais são muito semelhantes aos produzidos pelo organismo.
Essa pílula atua mantendo uma concentração constante desses hormônios no organismo, impedindo assim a ovulação. Além disso, ela aproveita outras propriedades desses hormônios para dificultar uma possível gravidez, como o aumento da secreção de muco causado pela progesterona, o que dificulta a entrada dos espermatozoides.
Fontes
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Por Heloísa Fernandes Flores
Professora de Biologia