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Progesterona

A progesterona é um hormônio-chave no ciclo menstrual, na gravidez e na síntese de outros hormônios. Alterações em seu nível podem afetar a saúde reprodutiva.

Estrutura química da progesterona.
A progesterona desempenha importante papel na reprodução.
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A progesterona é um hormônio esteroide sexual com papel essencial na manutenção do útero durante a gravidez. Além de suas funções nesse período, esse hormônio também participa do ciclo menstrual e da espermatogênese. Pesquisas demonstram que a progesterona também está associada à redução do risco de distúrbios neurológicos e osteoporose.

Os níveis de progesterona sofrem variações de acordo com o estágio da gravidez e do ciclo menstrual. Uma redução anormal nos níveis de progesterona pode levar a complicações graves durante a gravidez, como aborto espontâneo e gravidez ectópica (o embrião se desenvolve fora da cavidade uterina). A partir de avaliação clínica, é possível realizar tratamentos que buscam aumentar os níveis de progesterona no organismo.

Leia também: Sistema endócrino — glândulas, hormônios e suas funções em nosso corpo

Tópicos deste artigo

Resumo sobre progesterona

  • A progesterona é um hormônio sexual da classe dos esteroides.

  • É produzida no corpo lúteo dos ovários, nos testículos e nas glândulas adrenais.

  • Esse hormônio possui funções fundamentais no ciclo menstrual e na gravidez.

  • Em homens, a progesterona atua na espermatogênese e na síntese de outros hormônios.

  • Os níveis de progesterona variam de acordo com o estágio do ciclo menstrual e da gravidez.

  • Baixos níveis de progesterona podem afetar a continuidade da gravidez.

  • O estrogênio e a progesterona possuem funções, origem e estrutura química diferentes. No entanto, a atuação conjunta e complementar desses hormônios é fundamental para a saúde reprodutiva.

O que é progesterona?

A progesterona é um hormônio esteroide sexual que desempenha um papel fundamental em várias atividades fisiológicas relacionadas à reprodução no organismo. É produzida no corpo lúteo dos ovários, nos testículos e nas glândulas adrenais. Durante a gravidez, a placenta também assume a produção de progesterona. Sua fórmula molecular é: C12H30O2.

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Qual a função da progesterona?

Progesterona é um componente fisiológico chave na manutenção da gravidez, no ciclo menstrual e na síntese de outros hormônios esteroides. Durante o ciclo menstrual, após a ovulação, ocorre a formação do corpo lúteo, uma glândula temporária originada do folículo vazio. O corpo lúteo começa a produzir progesterona.

A progesterona atua no crescimento e desenvolvimento capilar, promovendo maior vascularização e fluxo sanguíneo, o que cria um ambiente favorável para a implantação de um óvulo fertilizado. Caso não ocorra fertilização, o corpo lúteo se desintegra, resultando em uma diminuição nos níveis de progesterona. Essa diminuição faz com que o revestimento uterino se torne mais fino e se desintegre, dando início ao período menstrual.

Além disso, durante o ciclo menstrual, a progesterona também promove o aumento do revestimento mucoso do colo do útero, formando uma barreira que inibe a penetração do espermatozoide. Esse espessamento desempenha um papel importante na imunidade, estabelecendo uma barreira física contra infecções e secretando células imunes.

No caso de implantação bem-sucedida do óvulo fertilizado no útero, o corpo lúteo continua a produzir progesterona. Os níveis aumentam a cada trimestre, e, quando a placenta se forma, ela assume a produção desse hormônio.

→ Funções da progesterona na gravidez

A progesterona desempenha um papel vital na manutenção da gravidez. Suas funções principais que incluem:

  • inibir novas ovulações;

  • diminuir as contrações do miométrio para facilitar a implantação, relaxando a musculatura do útero;

  • desenvolver as glândulas mamárias durante a gravidez, em preparação para a lactação.

Além disso, a progesterona tem sido estudada em relação ao seu efeito protetor em diversos distúrbios neurológicos, osteoporose e hiperplasia prostática benigna. Nos homens, a progesterona participa do processo de espermatogênese e da síntese de outros hormônios, como a testosterona.

Veja também: Gametogênese — como se formam os gametas masculinos e femininos

Alterações nos níveis de progesterona

Ampola com teste sanguíneo do nível de progesterona.
O nível de progesterona presente no organismo pode ser quantificado por meio da realização de exames sanguíneos.

A progesterona é medida por meio de exames sanguíneos que revelam os níveis desse hormônio no sangue. É fundamental lembrar que os níveis de progesterona podem variar de acordo com o estágio do ciclo menstrual e da gravidez.

A medição da progesterona é feita em unidades de nanogramas por mililitro (ng/mL) e apresenta as seguintes faixas consideradas normais:

  • Fase folicular do ciclo menstrual: os níveis costumam ser baixos, variando entre 0,1 e 0,7 ng/mL.

  • Fase lútea do ciclo menstrual: após o processo de ovulação, os níveis de progesterona aumentam por cerca de cinco dias antes de diminuírem novamente, flutuando entre 2 e 25 ng/mL.

  • Gravidez: os níveis de progesterona aumentam gradualmente a partir da 9ª semana até a 32ª semana de gestação de acordo com os valores abaixo:

    • 10 a 44 ng/mL durante o primeiro trimestre de gravidez;

    • 19,5 a 82,5 ng/mL durante o segundo trimestre de gravidez;

    • 65 a 290 ng/mL durante o terceiro trimestre de gravidez.

  • Menopausa: há um declínio significativo a partir desse estágio da vida, e os níveis geralmente são menores que 0,4 ng/mL.

Observe:

Gráfico dos níveis de progesterona no ciclo menstrual.
Os níveis de progesterona (em verde) variam de acordo com o estágio do ciclo menstrual.

No gráfico, é possível observar que há um aumento desse hormônio na fase lútea, logo após a ovulação. O estrogênio (em roxo) é outro hormônio sexual que atua junto à progesterona ao longo do ciclo menstrual.

Gráfico dos níveis de progesterona na menopausa.
Na menopausa, os níveis de progesterona reduzem consideravelmente.

Nesse gráfico é possível observar que há uma redução significativa na presença de progesterona (em verde) a partir da menopausa. Os níveis de estrogênio também diminuem a partir dessa fase da vida.

Níveis de progesterona em homens

Para homens, os níveis normais de progesterona são significativamente inferiores, geralmente menores que 0,20 ng/mL. Normalmente, não são realizados exames para medir os níveis de progesterona em homens, a menos que haja suspeita de disfunção da glândula adrenal.

Nível alto de progesterona prejudica a saúde?

O aumento nos níveis de progesterona além do normal em cada fase geralmente não está associado a efeitos negativos na saúde. Em alguns casos, pode indicar a presença de um tipo de tumor ovariano chamado tumor ovariano lipídico. O aumento do nível de progesterona é uma ferramenta utilizada pelas pílulas anticonceptivas, uma vez que o aumento desse hormônio inibe a ovulação.

Problemas relacionados a baixos níveis de progesterona

Por outro lado, níveis baixos de progesterona podem afetar o organismo de várias maneiras, dependendo da presença ou ausência de gravidez. Em pessoas que não estão grávidas, sintomas de baixa progesterona podem incluir:

  • período menstrual irregular (incluindo ausência de menstruação);

  • mudanças de humor;

  • ansiedade;

  • depressão;

  • insônia;

  • dificuldade em engravidar;

  • ondas de calor.

Durante a gravidez, baixos níveis de progesterona podem trazer sérias dificuldades para manter a gestação, uma vez que esse hormônio é essencial para criar um ambiente favorável ao desenvolvimento do feto. Entre as complicações possíveis, estão:

  • gravidez ectópica;

  • aborto espontâneo;

  • trabalho de parto prematuro.

Saiba mais: Quando fazer um teste de gravidez?

Como aumentar a progesterona no organismo?

A partir da avaliação clínica, é possível identificar e prescrever tratamentos adequados para aumentar o nível de progesterona até a normalidade. Entre as opções disponíveis, estão:

  • suplementação de progesterona;

  • medicamentos que estimulam a produção desse hormônio no organismo;

  • tratamento de condições médicas subjacentes.

Diferenças entre progesterona e estrogênio

A progesterona e o estrogênio são dois hormônios sexuais que desempenham funções distintas e têm origens diferentes no organismo. Em relação à origem, o estrogênio é produzido diretamente no folículo ovariano. A progesterona, por sua vez, é sintetizada no corpo lúteo, que se forma a partir do folículo ovariano.

No que diz respeito às funções, o estrogênio é responsável pelo desenvolvimento das características sexuais secundárias femininas. Além disso, ele estimula o crescimento dos folículos ovarianos, mantém a espessura da parede vaginal e regula o fluxo menstrual. Apesar dessas diferenças, é importante destacar que a progesterona e o estrogênio trabalham em conjunto, e seus efeitos são complementares na saúde reprodutiva e no equilíbrio hormonal.

Cartela de anticoncepcionais feitos com progesterona e estrogênio sintéticos.
A pílula anticoncepcional combinada possui em sua composição progesterona e estrogênio sintéticos.

A complementação das funções desses hormônios tem sido a base para a composição das pílulas anticoncepcionais mais amplamente utilizadas atualmente. Conhecido como pílula combinada, esse método contraceptivo é composto por estrogênio e progesterona sintéticos, os quais são muito semelhantes aos produzidos pelo organismo.

Essa pílula atua mantendo uma concentração constante desses hormônios no organismo, impedindo assim a ovulação. Além disso, ela aproveita outras propriedades desses hormônios para dificultar uma possível gravidez, como o aumento da secreção de muco causado pela progesterona, o que dificulta a entrada dos espermatozoides.

Fontes

BRUNA, M.H.V. Contraceptivos em pílulas - Entrevista. In: Site Drauzio Varella. Disponível em: https://drauziovarella.uol.com.br/mulher/contraceptivos-em-pilulas-entrevista/

CABLE, J.K.; GRIDER, M.H. Physiology, Progesterone. In: StatPearls. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK558960/.

JUNQUEIRA, L.C.U.; CARNEIRO, J. Histologia Básica. 12 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. 558 p.

KOLATOROVA, L.; VITKU, J.; SUCHOPAR, J. et al. Progesterone: A Steroid with Wide Range of Effects in Physiology as Well as Human Medicine. Int J Mol Sci. 2022. 23(14): 7989.

NAGY, B.; SZEKERES-BARTHÓ, J.; KOVÁCS, G.L. et al. Key to Life: Physiological Role and Clinical Implications of Progesterone. Int J Mol Sci. 2021. 22(20): 11039.

TARABORRELLI, S. Physiology, production and action of progesterone. Acta Obstet Gynecol Scand. 2015. 94: 8–16.

 

Por Heloísa Fernandes Flores
Professora de Biologia

Escritor do artigo
Escrito por: Heloísa Fernandes Flores Bacharela, licenciada e mestre em Ciências Biológicas pela Universidade de São Paulo. Atualmente, é doutoranda em Entomologia e cursa uma especialização em Gestão Escolar na mesma instituição. Desenvolve pesquisas com análise de conteúdo de livro didático e evolução de insetos.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

FLORES, Heloísa Fernandes. "Progesterona"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/biologia/progesterona.htm. Acesso em 27 de abril de 2024.

De estudante para estudante


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