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Lobo-guará

Lobo-guará, maior canídeo sul-americano, é um animal de hábitos solitários e que se alimenta, por exemplo, do fruto da lobeira e de pequenos animais.

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O lobo-guará, também conhecido como lobo-de-crina, lobo-vermelho, aguará e aguaraçu, é o maior canídeo da América do Sul. Esse mamífero destaca-se por seus membros longos e finos e pela coloração dos seus pelos, que são laranja-avermelhados em grande parte do seu corpo.

O lobo-guará apresenta hábito de vida solitário, sendo encontrado formando casais apenas na época reprodutiva e durante o cuidado parental. Apresenta grande importância ecológica, sendo um importante dispersor de sementes. Importante símbolo do Cerrado, essa espécie hoje sofre com a destruição de seu habitat.

Leia também: Fauna e flora do Cerrado – características, exemplos e ameaças

Tópicos deste artigo

Nome científico do lobo-guará

O nome científico do lobo-guará é Chrysocyon brachyurus. Veja a classificação biológica  completa desse animal:

Classificação biológica do lobo-guará

Reino: Animalia

Filo: Chordata

Classe: Mammalia

Ordem: Carnivora

Família: Canidae

Gênero: Chrysocyon

Espécie: Chrysocyon brachyurus (Illiger, 1815)

Características gerais do lobo-guará

O lobo-guará é um canídeo que apresenta entre 95 cm e 115 cm de comprimento, cerca de um metro de altura, cauda com tamanho entre 38 cm e 50 cm e peso entre 20 kg e 30 kg. Devido a essas características, esse animal é considerado o maior canídeo da América do Sul. Além do seu tamanho, o lobo-guará destaca-se por suas longas e finas pernas, que o ajudam na locomoção e visualização do ambiente em locais com vegetação mais alta.

Observe na foto a coloração típica da pelagem do lobo-guará.
Observe na foto a coloração típica da pelagem do lobo-guará.

A pelagem do lobo-guará é laranja-avemelhada em grande parte de seu corpo. O termo guará tem origem na língua indígena tupi e significa “vermelho”, referindo-se, portanto, à pelagem predominante no corpo dessa espécie. 

Esse animal apresenta ainda uma crina com pelagem negra que se estende do alto do crânio até a região das primeiras vértebras lombares. A coloração negra é também observada no focinho e nos membros. Na região interna do pescoço, parte interna da orelha e ponta da cauda, a coloração é branca.

Outra característica marcante desse animal é a cabeça pequena, que lembra a de uma raposa, e grandes orelhas.

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Habitat do lobo-guará

Segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o lobo-guará ocorre, principalmente, nos biomas Cerrado e Pampa. Ele geralmente é observado em áreas mais abertas, como campos.

De acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), a espécie é encontrada em países como Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e Peru, estando possivelmente extinta no Uruguai. Vale destacar que a maioria da população de lobos-guarás é observada no Brasil.

Leia também: Onça-pintada – habitat, reprodução e curiosidades

Comportamento do lobo-guará

O lobo-guará é um animal com hábito, principalmente, crepuscular-noturno. É solitário e, apesar de ser denominado um lobo, não é feroz, como os famosos lobos-cinzentos. Os lobos-guarás atacam raramente e apenas quando se sentem ameaçados, preferindo, geralmente, manter-se longe dos seres humanos. Eles marcam seu território utilizando fezes e urina e também são capazes de vocalizar para comunicarem-se com parceiros e filhotes, sendo uma das funções dessa vocalização a localização dentro do território.

O lobo-guará é um animal solitário e mais ativo ao entardecer e à noite.
O lobo-guará é um animal solitário e mais ativo ao entardecer e à noite.

Alimentação do lobo-guará

O lobo-guará, diferentemente do que muitos imaginam, não se trata de um animal carnívoro e sim onívoro, alimentando-se, portanto, de animais e vegetais. Dentre os alimentos que fazem parte de sua dieta, incluem-se artrópodes, vertebrados de pequeno e médio porte, como roedores e algumas aves, e frutos, como o araticum e a lobeira, também conhecida como fruta-do-lobo e tida como um dos seus alimentos favoritos.

Vale salientar que o lobo-guará apresenta grande importância como dispersor de sementes. No caso da lobeira, por exemplo, observa-se que a passagem da semente pelo seu trato digestório favorece a sua germinação.

Leia mais: Dispersores de sementes – capazes de transportá-las para áreas distantes da planta-mãe

Reprodução do lobo-guará

O lobo-guará apresenta hábitos solitários, porém, na época reprodutiva, verifica-se a formação de casais. Mesmo após o nascimento dos filhotes, o casal permanece, sendo observado o cuidado parental. Além disso, a fêmea permanece na toca após o nascimento dos filhotes, sendo nesse período alimentada pelo macho. A gestação dura cerca de 65 dias, e nascem, em média, de três a seis filhotes. Os filhotes de lobo-guará apresentam pelagem de cor preta ao nascerem, sendo observada, a partir do sétimo mês, a coloração já adulta neles.

Lobo-guará e risco de extinção

O lobo-guará, assim como vários animais que compõem a nossa fauna, sofre com a ação do homem. Dentre as ameaças enfrentadas por essa espécie, destacam-se a destruição do habitat, a caça e captura, os acidentes em rodoviais e as doenças adquiridas pelo contato com espécies domésticas. Atualmente a espécie é classificada, na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza), como “quase ameaçada”.

 

Por Vanessa Sardinha dos Santos
Professora de Biologia

Escritor do artigo
Escrito por: Vanessa Sardinha dos Santos Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Goiás (2008) e mestrado em Biodiversidade Vegetal pela Universidade Federal de Goiás (2013). Atua como professora de Ciências e Biologia da Educação Básica desde 2008.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SANTOS, Vanessa Sardinha dos. "Lobo-guará"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/animais/lobo-guara.htm. Acesso em 21 de novembro de 2024.

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