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Como evitar o uso de clichês nas redações?

Para evitar o uso de clichês nas redações, é preciso organizar a argumentação de modo preciso e inovador, fugindo de expressões que já se tornaram comuns e sem originalidade.

Dicas de como evitar clichês em redações.
Frases e expressões clichês tornam sua redação desinteressante e pouco original.
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Evitar o uso de clichês nas redações ajuda a torná-las mais originais e criativas. Clichês são ideias e conceitos que se tornaram comuns e banais pelo uso em excesso nos discursos. Expressar-se de maneira específica, explorar o vocabulário e ler obras de diferentes gêneros para buscar inspiração são algumas formas de evitar os clichês na sua redação.

Leia também: O que são vícios de linguagem e como evitá-los

Tópicos deste artigo

Resumo sobre clichês nas redações

  • Os clichês são ideias e frases que se tornaram banais pelo excesso de uso em diversos discursos.

  • Evitar o uso de clichês ajuda a tornar a redação mais original e criativa.

  • Para evitá-los, é preciso organizar o texto fugindo de expressões corriqueiras e buscando se expressar de forma específica e inovadora.

O que são clichês?

Clichês são expressões, ideias e conceitos usados excessivamente, a ponto de terem se tornado comuns e previsíveis. Sendo reproduzidos em diversas falas, textos e discursos, os clichês perdem a originalidade e o impacto, tornando-se banais ou estereotipados. Veja um exemplo a seguir:

A educação é a base para o desenvolvimento.

Essa frase é um clichê por ser muito usada e por passar a ideia batida da importância da educação, mas sem conseguir explicar isso de maneira aprofundada.

Alguns clichês podem ser úteis para expressar de forma ágil algum conceito já conhecido ou para se conectar com a pessoa que lê o texto. Contudo, ao se escrever um texto, o ideal é buscar o equilíbrio, entendendo que o uso de clichês deve ser feito em momentos estratégicos, mas visando à originalidade por meio de formas diferentes de expressar ideias já conhecidas, para que se evidencie a criatividade e o pensamento crítico de quem escreve o texto.

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Exemplos de alguns tipos de clichês

Existem diversos tipos de clichês, presentes em diferentes áreas, como literatura, cinema, música, publicidade, entre outros. Aqui estão alguns exemplos:

Clichês de linguagem

Expressões comuns como:

  • Mais fácil falar do que fazer.

  • Viveram felizes para sempre.

  • Todo começo tem um fim.

Clichês filosóficos

Citações famosas de escritores e filósofos que acabaram se tornando frases feitas, não sendo mais consideradas originais, como:

  • “Tudo vale a pena se a alma não é pequena.” (Fernando Pessoa)

  • “Há mais mistérios entre o céu e a terra do que supõe nossa vã filosofia.” (Shakespeare).

Clichês de personagens

Estereótipos recorrentes em histórias clássicas, como o herói corajoso, a donzela em perigo, o vilão malvado, entre outros.

Clichês de enredo

Situações previsíveis ou comuns, como o triângulo amoroso, a jornada do herói, o mistério que é solucionado no último momento, entre outros.

Clichês visuais

Imagens ou elementos recorrentes para representar um conceito e que se tornaram clichês, como a cena do pôr do Sol romântico, o vilão com uma risada maléfica, entre outros.

Clichês de gênero

Elementos característicos de um gênero específico, como os jump scares (pulos de susto) em filmes de terror, o final feliz em contos de fadas, entre outros.

Clichês culturais

Ideias ou representações comuns associadas a determinadas culturas, como a imagem da Torre Eiffel para representar Paris, ou o gato preto associado à má sorte em algumas culturas.

Veja também: Estrutura do texto dissertativo-argumentativo

Dicas de como evitar os clichês nas redações

Veja algumas dicas para evitar clichês e tornar a redação mais envolvente:

  • Expressar-se criativamente: evite expressões comuns e chavões que venham facilmente à mente. Pense em maneiras originais de transmitir suas ideias. Em vez de usar frases feitas, busque por descrições mais específicas e autênticas.

  • Expressar-se de maneira específica e concreta: ao invés de recorrer a generalizações comuns, elabore o conceito de maneira detalhada em descrições e análises. Isso torna o texto mais interessante.

  • Desenvolva personagens únicos: no caso de textos narrativos, evite estereótipos previsíveis. Crie personagens com profundidade e características únicas, fugindo de arquétipos tradicionais e já utilizados excessivamente em outras histórias conhecidas.

  • Varie o vocabulário: explore sinônimos e palavras menos usuais para expressar as ideias. Isso pode ajudar a evitar o uso repetitivo de expressões comuns.

  • Use metáforas ou comparações originais: em vez de usar comparações comuns e muito usadas anteriormente, busque analogias ou metáforas novas para ilustrar suas ideias.

  • Busque inspiração em fontes diversas: ler obras de diferentes gêneros e autores pode expandir seu repertório de palavras e formas de expressão, ajudando a evitar o uso excessivo de clichês.

10 clichês comuns que você deve evitar nas redações

Exemplos de clichês para evitar em redações.
Evite usar clichês em suas redações.

Veja, a seguir, algumas construções clichês que devem ser evitadas em redações:

1. “Na atualidade…”, “Nos dias de hoje…”, “No mundo atual…”

Frases que introduzem um assunto, mas sem trazer algo realmente específico sobre a época ou contexto.

2. “O século XXI é marcado por…”

Expressões desse tipo geralmente abrem um parágrafo introdutório sobre mudanças sociais, políticas ou tecnológicas, sem trazerem dados específicos.

3. “Vivemos em uma sociedade…”

Frase usada para iniciar discussões sobre problemas sociais, porém sem trazer uma análise mais aprofundada ou original.

4. “É preciso pensar fora da caixa ou pensar fora do comum.”

Frases feitas usadas para estimular a criatividade ou originalidade, mas que se tornam clichês por sua frequência de uso.

5. “O Brasil é um país de contrastes.”

Expressão que, muitas vezes, introduz discussões sobre as disparidades sociais e econômicas do país, mas sem trazer uma análise aprofundada ou soluções específicas.

6. “A democracia é essencial para uma sociedade justa.”

Expressão que destaca a importância da democracia, mas que pode ser considerada um clichê se não for acompanhada por argumentos originais ou exemplos específicos.

7. “A sustentabilidade é fundamental para o futuro do planeta.”

Frase que introduz discussões sobre questões ambientais, porém sem trazer propostas ou análises mais inovadoras sobre o tema.

8. “A violência é um problema que afeta a sociedade.”

Expressão comum que traz uma ideia óbvia para iniciar discussões sobre problemas sociais, mas que precisa ser complementada por análises mais detalhadas e propostas concretas.

9. “É necessário que haja uma conscientização…”

Expressões sobre a importância da conscientização, mas sem propor estratégias concretas ou análises mais detalhadas, são clichês e pouco ajudam na argumentação do texto.

10. “O governo deve atuar…”

Construção usada geralmente em conclusões ou propostas de intervenção que atribuem a solução de um problema ao governo de forma generalizada e pouco aprofundada, sem efetivamente indicar uma solução para o assunto em questão, explicando qual ou quais órgãos do governo podem atuar no problema, o que é necessário fazer, como realizar a intervenção etc.

Saiba mais: Como utilizar os operadores argumentativos

Estratégias argumentativas

Há algumas estratégias argumentativas para se construir uma redação coesa, persuasiva e convincente.

  • Estrutura lógica: organize as ideias de forma lógica e coerente, com introdução, desenvolvimento e conclusão. Use parágrafos bem estruturados e encadeados entre si, ou seja, apresentando ideias que se relacionam, para apresentar argumentos de forma clara.

  • Argumentação baseada em evidências: use dados, fatos, estatísticas, pesquisas e opiniões de especialistas, além de exemplos concretos, para embasar seus argumentos. Muito desse material pode ser encontrado nos próprios textos de apoio apresentados para elaborar a redação, mas é bom trazer conhecimentos próprios. Isso fortalece a posição de quem escreve e aumenta a credibilidade do texto.

  • Citações e fontes confiáveis: é importante frisar que fontes confiáveis são aquelas de especialistas, referências acadêmicas ou pessoas e profissionais com vivência aprofundada no contexto do tema proposto.

  • Apresentação de contra-argumentos: antecipe possíveis objeções ou pontos de vista opostos e refute-os de maneira lógica e persuasiva. Isso demonstra uma compreensão ampla do assunto e reforça sua própria posição.

  • Linguagem persuasiva: utilize uma linguagem clara, concisa e persuasiva. Frases impactantes, recursos retóricos como a repetição, perguntas retóricas e metáforas podem fortalecer seus argumentos.

Fontes

MCLUHAN, Marshall; WATSON, Wilfred. Do clichê ao arquétipo. Rio de Janero: Record, 1973.

SILVA, Joanise Levy da. Fabular e interpretar imagens: o clichê no processo da escrita fílmica. 2019. 242f. Tese (Doutorado em Literatura) – Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal, 2019. Disponível em: https://estudogeral.uc.pt/handle/10316/105121

Escritor do artigo
Escrito por: Guilherme Viana Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

VIANA, Guilherme. "Como evitar o uso de clichês nas redações?"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/redacao/como-evitar-uso-cliches.htm. Acesso em 18 de abril de 2024.

De estudante para estudante


Lista de exercícios


Exercício 1

(MACKENZIE)

“Acho que não pode haver discriminação racial e religiosa de espécie alguma. O direito de um termina quando começa o do outro. Em todas as raças, todas as categorias, existe sempre gente boa e gente má. No caso particular dessa música, não posso julgar, porque nem conheço o Tiririca. Como posso saber se o que passou na cabeça dele era mesmo ofender os negros? Eu, Carmen Mayrink Veiga, não tenho idéia. Mas o que posso dizer é que se os negros acharam que a música é uma ofensa, eles devem estar com toda razão.” (Revista Veja).

a) A argumentação, desenvolvida por meio de clichês, subtende um distanciamento entre o eu /
enunciador e o ele / negros.

b) A argumentação revela um senso crítico e reflexivo, uma mente que sofre com os preconceitos e,
principalmente, com a própria impotência diante deles.

c) A argumentação, partindo de visões inusitadas, mas abalizadas na realidade cotidiana, aponta para a total solidariedade com os negros e oprimidos.

d) O discurso, altamente assumido pelo enunciador, a ponto de autocitar-se sem pejo, ataca
rebeldemente a hipocrisia social, que mascara os preconceitos.

e) Impossível conceber, como desse mesmo enunciador, essa frase: “Sempre trabalhei como uma
negra”, publicada semanas antes na mesma revista.

Exercício 2

No mundo em que vivemos a violência aumenta cada vez mais. Nos dias de hoje o cidadão de bem não consegue mais caminhar pelas ruas sem sentir medo. É preciso que os governantes tomem providências para acabar com esse mal que assola o país. Prefeitos, governadores e presidente precisam conscientizar-se de que a situação não pode permanecer como está. Por último, mas não menos importante, é importante também que as pessoas façam a sua parte, evitando certos comportamentos que as deixam vulneráveis à violência.

Sobre o trecho acima é correto afirmar:

I. Apresenta ideias e argumentos criativos para a resolução do problema proposto no tema da redação.

II. Apresenta quebra do paralelismo sintático, desvios ortográficos e desrespeita à norma culta da língua portuguesa.

III. Apresenta soluções aplicáveis para o fim do problema da violência no Brasil, constituíndo um bom exemplo de proposta de intervenção para a redação do Enem.

IV. Abusa de clichês e do senso comum, elementos que impedem o desenvolvimento de ideias e esvaziam os sentidos do texto.

V. Expressões como nos dias de hoje, por último, mas não menos importante, no mundo em que vivemos são exemplos de chavões e, por isso, devem ser evitadas em uma dissertação argumentativa.

a) Todas estão corretas.

b) Apenas I está correta.

c) I, II e III estão corretas.

d) IV e V estão corretas.

e) II e V estão corretas.

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