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Como fazer uma boa redação

A redação é uma matéria essencial na escola e nos vestibulares e pode ser exigida de muitas formas, mas alguns passos simples podem facilitar a produção de um texto.

5 dicas para fazer uma boa redação escrita em post-its de cores diversas.
Todos os textos podem ser pensados como redações, desde o diário e a redação do vestibular até uma mensagem de texto!
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Como fazer uma boa redação? Essa é uma dúvida de muitos. A redação é uma matéria essencial na escola e, posteriormente, nos vestibulares. Assim, é muito útil saber quais os passos básicos que servirão para qualquer gênero textual ou tipo de texto. Dessa forma, escrever uma redação pode ser um pouco mais simples!

Leia também: As cinco competências exigidas na redação do Enem

Tópicos deste artigo

Passo a passo para fazer uma boa redação

1. Leia e interprete a proposta

O primeiro passo para fazer uma boa redação é analisar profundamente a proposta. Essa “proposta” pode ser desde as instruções de um professor para lição de casa até o tema do Enem. Nesse sentido, algumas perguntas devem ser respondidas:

  • Qual o tema central? Quais são as palavras-chave?
  • Qual é o tipo de texto e qual o gênero textual?
  • Qual é o público que lerá o texto? Como isso influencia na produção?
  • O texto deve ser mais formal ou informal?

Além disso, a proposta também deve incluir elementos estruturais:

  • Qual é o tamanho mínimo e/ou o máximo?
  • O título é obrigatório, opcional ou proibido?
  • Há informações que devem, obrigatoriamente, ser citadas?
  • Há proibições?
  • O texto deve ser digitado ou manuscrito? Qual a formatação exigida?

2. Leia e interprete os textos motivadores

Se a proposta para a sua redação acompanhar textos de apoio ou textos motivadores, eles também devem ser interpretados. Esses textos servem para indicar para o aluno o contexto da proposta e trazer mais informações sobre o assunto. Assim, são ótimos para entender por quais caminhos a proposta parece ir: se todos os textos motivadores, por exemplo, expressam uma mesma opinião, pode ser arriscado ir no sentido contrário.

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3. Planeje o texto

Esse passo é essencial para a criação de um texto coerente e completo. O planejamento deve conter as partes essenciais da estrutura e quais elementos básicos serão colocados nelas. Em uma narrativa, por exemplo, o planejamento poderia ser feito assim:

  • Tipo de texto: narrativo
  • Gênero textual: conto
  • Personagens: João e Maria
  • Tempo: século XVIII
  • Local: Paris
  • Enredo: João e Maria viajam para Paris de férias. Quando chegam ao hotel, a dupla encontra um assassinato para resolver. As pistas são uma escova de cabelo, um envelope e uma chave quebrada. João e Maria concluem que a vítima foi enganada: ela recebeu uma mensagem urgente no envelope, usou o pente para se arrumar e foi atacada na saída, quebrando a chave.

Com os elementos básicos definidos, o autor pode avaliar se os pontos estão coerentes e de acordo com a proposta.

4. Faça o rascunho

Após o planejamento, é hora de fazer o rascunho, ou seja, realmente escrever o texto. Nesse momento, baseie-se no projeto e volte a ele sempre que necessário. Além disso, reveja os limites estruturais da proposta.

5. Revise

Antes de passar o texto a limpo, uma etapa de revisão é essencial. Assim, releia a proposta e o projeto para conferir se a produção está de acordo. Além disso, preste atenção na gramática, ortografia, sintaxe, pontuação e paragrafação.

Uma boa estratégia para fazer revisões é dar pausas, ficando longe do texto. Isso permite ter um olhar renovado, assim como pedir a opinião de um amigo, responsável ou professor.

6. Finalize

Finalmente, finalize as partes materiais. Para textos digitados, confira a formatação, incluindo tamanho de letra e margens. Para textos manuscritos, utilize letra legível e evite marcas de borracha e borrões no papel.

  • Videoaula sobre a importância da revisão textual

Exemplos de redação

  • Exemplo de redação nota 1000 no Enem (Stela Torres Lopes)

A questão do acesso ao cinema, apesar de não ser amplamente discutida, é um problema muito expressivo no Brasil atualmente. A gravidade do quadro é evidenciada pelos dados do site Meio e Mensagem: 83% da população brasileira não frequentam tal ambiente. Nesse contexto, percebe-se que o acesso ao cinema não é democratizado e convém analisar as causas e impactos negativos dessa situação na sociedade.

Em primeiro lugar, é preciso compreender as causas dessa problemática. Em um mundo marcado pelo capitalismo, é comum que, cada vez mais, seja fortalecido o sistema de mercantilização do lazer, ou seja, este passa a ser vendido por empresas em forma de mercadoria. Nesse sentido, nota-se que, muitas vezes, parcelas da população com condições financeiras mais baixas acabam não conseguindo ter acesso às atividades de lazer, como o cinema, devido aos preços, geralmente, inacessíveis. Além disso, outro fator que contribui para a falta do amplo acesso da população ao cinema é a localização no interior dos shoppings, os quais, normalmente, estão situados nos centros das grandes cidades, o que acaba dificultando o acesso de moradores de bairros mais afastados. Dessa forma, o cinema no Brasil torna-se um ambiente elitizado.

Em segundo lugar, é importante salientar os impactos negativos desse quadro na sociedade. Tendo em vista que a parcela mais pobre da população, geralmente, não consegue arcar com os custos de frequentar o cinema e sabendo que o acesso ao lazer é um direito garantido pela Constituição Federal, percebe-se a ocorrência da “Cidadania de papel”, termo cunhado pelo escritor paulista Gilberto Dimenstein, que diz respeito à existência de direitos na teoria (Constituição), os quais não ocorrem, de fato, na prática. Sob essa perspectiva, nota-se que a falta de democratização do acesso ao cinema gera exclusão social das camadas menos favorecidas e impede que elas possam usufruir de seus direitos.

Portanto, é mister que o Ministério da Infraestrutura, em parceria com o Ministério da Cultura, construa cinemas públicos, por meio da utilização de verbas governamentais, a fim de atender a população que não pode pagar por esse serviço, fazendo com que, assim, o acesso ao cinema seja democratizado e essa parcela da sociedade deixe de usufruir apenas de uma ‘Cidadania de papel’.” |1|

A redação acima recebeu nota 1.000 no Enem pela sua boa construção. Com a proposta “Democratização do acesso ao cinema no Brasil”, a autora escreveu uma introdução que contextualiza muito bem o tema e já apresenta a tese, ou seja, o que a autora defenderá ao longo do texto: “o acesso ao cinema não é democratizado e convém analisar as causas e impactos negativos dessa situação na sociedade”.

O desenvolvimento (os parágrafos 2 e 3) apresentam argumentos coerentes que reforçam a tese de forma bem detalhada. A autora conclui os dois parágrafos retomando como os pontos fortalecem a sua opinião sobre o assunto.

Por fim, na conclusão (último parágrafo), ela apresenta uma proposta de intervenção (exigência do Enem) específica e detalhada, tratando dos agentes, ações, efeitos e motivos.

Esse texto foi, claramente, muito bem planejado, pois todos os elementos estão muito bem conectados. Além disso, a autora seguiu toda a estrutura do texto dissertativo-argumentativo, exigido pela prova, e interpretou muito bem a proposta.

  • Exemplo de Fábula — A Galinha dos Ovos de Ouro (adaptada)

Era uma vez um casal sem filhos que vivia em uma pequena cidade do interior. Eles eram conhecidos por serem muito avarentos e nunca estarem satisfeitos com nada. Se estava sol, reclamavam do calor; se estava frio e chovia, reclamavam de viver em um sítio onde nem sequer podiam sair de casa.

Além disso, o casal era capaz de fazer qualquer coisa por uma moeda de ouro!

Um dia, um duende brincalhão que passava na região ouviu o que se comentava na cidade sobre esse casal. Ele decidiu, então, provar se era verdade tudo aquilo que se dizia sobre eles.

Numa tarde em que o marido vinha da floresta carregando lenha, o duende saltou de dentro do tronco de uma árvore e disse: “Olá, bom homem! Como você está? Parece cansado e triste… Será que está com fome ou doente?”.

O homem, um pouco assustado com a presença do duende, respondeu: “Não… não estou doente nem cansado, e também não tenho fome… nada de mal se passa comigo. Só estou triste porque eu e a minha mulher somos pobres e não conseguimos ter muitas coisas boas como gostaríamos de ter”.

Então o duende respondeu: “Se não tem fome, nem frio e também não está doente, deve se alegrar, porque você não é pobre!”.

Mas o homem insistiu: “Sou sim. Um homem que não tem ouro é pobre!”.

O duende riu e respondeu: “Você está enganado. Eu, se quiser, posso ter todo o ouro do mundo, pois como sou duende sei onde se escondem todos os tesouros. Mas para mim o que me faz falta é a luz do dia, ter o que comer e uma casa quentinha onde posso dormir descansado. Além disso, preciso ter saúde e ser forte para poder caminhar e apreciar tudo o que me rodeia. E como tenho tudo isso, sou muito rico e feliz!”.

“Mentira!”, disse o homem, e insistiu: “Ser pobre quer dizer que não tem ouro. E como eu não tenho ouro, não posso ser feliz”.

“Tenho muita pena de ti, homem”, disse o duende. “E para que seja feliz como acha que deve ser, vou te dar uma galinha que todos os dias vai botar um ovo de ouro. Só terá que esperar e recolher todos os dias um ovo. Em pouco tempo, você terá todo o ouro que sempre desejou ter, e você e a sua esposa serão felizes para sempre.”

Do tronco onde estava o duende saiu uma galinha que cacarejava alegremente. O homem, espantado, colocou-a rapidamente debaixo do braço e desatou a correr ladeira abaixo direto para sua casa, enquanto o duende ria às gargalhadas.

Assim que entrou em casa, mostrou à sua esposa a galinha e lhe contou tudo o que tinha acontecido.

Marido e mulher ficaram toda a noite à espera de que a galinha pusesse o tão desejado ovo de ouro. De manhã cedo, a galinha começou a cacarejar e, pouco depois, surgiu debaixo dela um enorme e brilhante ovo de ouro!

Ao ver o ovo, o casal ficou radiante, mas, minutos depois, a mulher comentou: “Que chatice… teremos de esperar até amanhã para termos outro ovo de ouro!”. Ao que o marido respondeu: “Pois é… que azar. Terão de passar muitas semanas até termos ovos suficientes para sermos os mais ricos da cidade. Devia ser por isso que o duende ria às gargalhadas quando me deu a galinha”.

Então a mulher lembrou-se: “Sempre ouvi dizer que as galinhas já têm dentro delas todos os ovos que vão pôr… Se isso é verdade, por que é que não matamos agora a galinha e tiramos todos os ovos de ouro de uma vez? Seremos bem mais espertos do que o duende pensa!”.

O homem concordou, e, sem hesitar, pegaram a pobre galinha e a abriram para poderem tirar todos os ovos. O casal, espantado, percebeu que não havia nenhum ovo de ouro dentro da galinha.

Marido e mulher começaram a praguejar e a chorar, lamentando-se da sua sorte, pois por ganância tinham perdido para sempre a galinha dos ovos de ouro.

Espreitando pela janela, o duende ria e abanava a cabeça, pensando que a verdadeira felicidade não está em ter ou não ouro, mas sim no coração de cada um. |2|

A fábula acima inclui todos os elementos necessários de produção. Ela começa com a apresentação dos personagens e suas características, e do cenário geral. Em seguida, o enredo começa a se desenvolver, narrando sobre a vida do casal através da conversa com o duende. O clímax da narrativa chega com a galinha dos ovos de ouro, que poderia resolver os problemas financeiros da dupla. Nesse sentido, o conflito surge com a ideia de abrir a galinha, e o enredo se encerra com a resolução negativa, ou seja, não encontrar mais ovos. Para encerrar a fábula, a moral aparece: “felicidade não está em ter ou não ouro, mas sim no coração de cada um”.

Notas:

|1| BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). A redação no Enem 2020: cartilha do participante. Brasília, DF: INEP, 2020.

|2| PENSADOR. História da Galinha dos Ovos de Ouro (com moral). Disponível em: https://www.pensador.com/historia_da_galinha_dos_ovos_de_ouro/.

Fontes:

BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). A redação no Enem 2020: cartilha do participante. Brasília, DF: INEP, 2020.

PENSADOR. História da Galinha dos Ovos de Ouro (com moral). Disponível em: https://www.pensador.com/historia_da_galinha_dos_ovos_de_ouro/.

Escritor do artigo
Escrito por: Luiza Pezzotti Pugles Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

PUGLES, Luiza Pezzotti. "Como fazer uma boa redação"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/redacao/passo-passo-para-escrever-uma-boa-redacao.htm. Acesso em 21 de novembro de 2024.

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