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Expressões idiomáticas

Expressões idiomáticas são frases com sentido figurado. Podem conter duas ou mais palavras, ser usadas tanto na fala quanto na escrita e expressar diferentes ideias.

Exemplos de expressões idiomáticas em balões de fala.
Expressões idiomáticas não devem ser levadas “ao pé da letra”, pois apresentam sentido figurado.
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Expressões idiomáticas são frases com sentido figurado muito usadas no dia a dia. Existem inúmeras expressões idiomáticas, como a expressão “Dar com a língua nos dentes”, ou seja, revelar algo. Mas é preciso ter cuidado no uso dessas frases, pois elas não cabem, por exemplo, em textos objetivos, já que elas apresentam caráter conotativo e popular.

 Leia também: Denotação e conotação — sentido literal e sentido figurado das palavras

Tópicos deste artigo

Resumo sobre expressões idiomáticas

  • Expressões idiomáticas são frases conotativas amplamente conhecidas.

  • Elas servem para expressar diversas ideias, como otimismo, cautela, crítica etc.

  • Seu uso depende do contexto de fala ou de escrita, dado o seu caráter popular.

  • Têm origem em fatos e personagens cotidianos ou históricos.

O que são expressões idiomáticas?

As expressões idiomáticas são um fenômeno linguístico que consiste em frases que têm um sentido figurado. Elas apresentam duas ou mais palavras e fazem parte da cultura linguística popular. Portanto, são expressões convencionais, de uso corrente na língua, sendo desconhecida a origem de muitas delas. Não se confundem com os ditados populares, que trazem um valor moral.

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Exemplos de expressões idiomáticas

  • Abandonar o navio: desistir.

  • Abotoar o paletó: morrer.

  • Abrir o coração: desabafar.

  • Abrir o jogo: revelar alguma coisa.

  • Acertar na mosca: adivinhar.

  • A cobra vai fumar: vai haver uma bagunça ou briga.

  • Agarrar com unhas e dentes: tomar posse de algo.

  • Amigo da onça: indivíduo falso.

  • Andar na linha: agir muito corretamente.

  • Andar nas nuvens: ficar distraído.

  • Armar um barraco: criar uma confusão.

  • Arrancar os cabelos: ficar muito estressado(a).

  • Arrastar as asas: mostrar interesse amoroso por alguém.

  • Arregaçar as mangas: se preparar para fazer um trabalho.

  • Arrumar sarna pra se coçar: se envolver em algo que vai gerar problema.

  • A vaca foi pro brejo: alguém teve algum prejuízo ou fracasso.

  • Bater as botas: morrer.

  • Bater na mesma tecla: insistir no mesmo assunto.

  • Boca de siri: guardar um segredo.

  • Botar a boca no trombone: revelar o segredo de alguém.

  • Botar a mão na massa: trabalhar em algo.

  • Briga de cachorro grande: disputa entre pessoas poderosas.

  • Buscar chifre em cabeça de cavalo: buscar problema onde não há.

  • Buscar pelo em ovo: procurar problema onde não há.

  • Cair a ficha: entender.

  • Cara de pau: pessoa sem vergonha.

  • Chutar o balde: desistir.

  • Chutar o pau da barraca: perder a paciência.

  • Coisa sem pé nem cabeça: algo bastante confuso.

  • Colocar a mão no fogo: confiar em alguém.

  • Colocar as cartas na mesa: ser sincero.

  • Colocar o carro na frente dos bois: tomar atitude precipitada.

  • Comprar gato por lebre: ser enganado(a) em uma compra.

  • Custar os olhos da cara: ser muito caro.

  • Cutucar a onça com vara curta: agir perigosamente, buscar problema.

  • Dar a cara a tapa: encarar um desafio.

  • Dar a volta por cima: superar uma situação difícil.

  • Dar com a língua nos dentes: contar ou revelar algo.

  • Dar com o nariz na porta: não encontrar alguém em casa ou não ser recebido por alguém.

  • Dar o braço a torcer: reconhecer a própria debilidade.

  • Dar sopa: não se cuidar.

  • Dar uma mãozinha: auxiliar alguém.

  • Dar um fora: rejeitar alguém em questões amorosas.

  • Dar um gelo: afastar-se de alguém.

  • Dar zebra: algo saiu errado ou aconteceu algo imprevisto.

  • Deixar na mão: não ajudar quando se precisa.

  • Descascar o abacaxi: resolver um problema de difícil solução.

  • Dormir no ponto: perder uma chance.

  • Encher linguiça: falar ou escrever coisas desnecessárias, só para ocupar espaço.

  • Enfiar o pé na jaca: cometer um grande erro ou exagerar em algo.

  • Engolir sapo: suportar ofensa sem revidar.

  • Entrar numa fria: se envolver em algo ruim.

  • Entrar pelo cano: ser malsucedido em algo.

  • Entregar de bandeja: facilitar.

  • Esconder o leite: não mostrar as reais habilidades ou posses.

  • Estar com a cabeça nas nuvens: ficar distraído.

  • Estar com a corda toda: estar bem animado(a).

  • Estar com a faca e o queijo na mão: ter tudo a seu favor.

  • Estar com a pulga atrás da orelha: ficar desconfiado de alguma coisa.

  • Estar de mãos atadas: não poder fazer nada para solucionar um problema.

  • Falar pelos cotovelos: falar em excesso.

  • Fazer das tripas coração: se esforçar muito.

  • Fazer tempestade em copo d’água: reagir exageradamente.

  • Fazer uma vaquinha: juntar dinheiro com a colaboração de várias pessoas.

  • Fazer vista grossa: fingir que não viu, que não sabe.

  • Fechar o paletó: morrer.

  • Ficar ao deus dará: estar sem nenhum cuidado, atenção ou finalidade.

  • Ficar a ver navios: não conseguir o que se buscava.

  • Ficar com o pé atrás: se mostrar desconfiado(a), hesitante.

  • Ficar de mãos abanando: não ganhar nada.

  • Ficar que nem barata tonta: ficar sem saber o que fazer.

  • Jogar conversa fora: manter conversa sem conteúdo importante, só para passar o tempo.

  • Jogar um balde de água fria: desestimular.

  • Jogar verde pra colher maduro: em uma conversa, dizer coisas que levem o interlocutor a revelar alguma informação.

  • Lavar a égua: ser muito bem-sucedido em algo.

  • Lavar a roupa suja: ajustar as contas.

  • Lavar as mãos: se isentar da responsabilidade.

  • Levantar com o pé esquerdo: ter um mau dia.

  • Levar um banho de água fria: ser desestimulado.

  • Mala sem alça: pessoa incômoda.

  • Matar cachorro a grito: estar em situação difícil e disposto(a) a tomar medidas extremas.

  • Matar dois coelhos com uma cajadada só: resolver, de uma só vez, mais de um problema.

  • Meter o bedelho: se intrometer em um assunto.

  • Meter o dedo na ferida: tocar em um assunto delicado.

  • Meter o rabo entre as pernas: aceitar a derrota.

  • Meter os pés pelas mãos: cometer um erro.

  • Mudar da água para o vinho: mudar o comportamento drasticamente.

  • Nem que a vaca tussa: de forma alguma.

  • Pagar mico: passar vergonha.

  • Pagar o pato: receber punição em lugar de outra pessoa.

  • Passar a perna: enganar.

  • Passar desta para a melhor: morrer.

  • Pegar no pé: cobrar uma atitude ou mesmo assediar alguém.

  • Pendurar as chuteiras: se aposentar.

  • Perder a linha: ser mal-educado(a).

  • Picar a mula: ir embora de algum lugar.

  • Pintar o sete: fazer bagunça.

  • Pisar na bola: desapontar alguém.

  • Pôr as barbas de molho: ficar prevenido(a).

  • Procurar uma agulha no palheiro: buscar algo muito difícil de encontrar.

  • Provar do próprio veneno: experimentar o mal que causa aos outros.

  • Puxar saco: bajular.

  • Quebrar o galho: auxiliar em algo.

  • Riscar do mapa: eliminar.

  • Rodar a baiana: partir para a briga.

  • Sair melhor do que a encomenda: superar as expectativas.

  • Santo do pau oco: pessoa que se faz de boa.

  • Segurar vela: atrapalhar, com a presença, o namoro de alguém.

  • Ser bom de bico: ser convincente.

  • Ser o bode expiatório: ser punido em lugar de outras pessoas.

  • Ser salvo pelo gongo: escapar de uma situação estressante devido a um acontecimento imprevisto.

  • Soltar a franga: não se conter.

  • Soltar fogo pelas ventas: demonstrar raiva.

  • Ter o rei na barriga: alguém achar que é mais importante do que realmente é.

  • Tirar água do joelho: urinar.

  • Tirar de letra: conseguir com facilidade.

  • Tirar o cavalo da chuva: não se iludir, desistir de alguma coisa.

  • Tocar o bonde: seguir em frente.

  • Tomar banho de gato: se lavar parcialmente, de forma rápida.

  • Tomar chá de cadeira: ser forçado(a) a esperar muito tempo.

  • Trocar as bolas: se confundir em determinada situação.

  • Trocar o disco: mudar o assunto.

  • Uma mão lava a outra: um ajuda o outro.

  • Uma pedra no sapato: algo que incomoda.

  • Um negócio da China: um empreendimento lucrativo.

  • Vai pentear macaco: me deixa em paz, não se intrometa em meus assuntos.

  • Virar a casaca: mudar de lado em uma disputa.

  • Voltar à vaca fria: retornar a uma situação inicial.

Veja também: Os 30 ditados populares mais famosos do Brasil

Para que servem as expressões idiomáticas?

Ilustração de um homem engolindo sapo, representando uma expressão idiomática.
Exagero, indignação, pessimismo ou otimismo são alguns efeitos das expressões idiomáticas.

Apesar de seu aspecto conotativo, as expressões idiomáticas têm um caráter mais popular, já que não há originalidade em seu uso. Afinal, essas expressões são repetidas o tempo todo em textos falados e escritos. Entre tantas possibilidades, elas servem para expressar:

  • Ironia: Vivendo desse jeito, não vai demorar a fechar o paletó.

  • Crítica: Vá trabalhar e pare de buscar chifre em cabeça de cavalo.

  • Confiança: Coloco a mão no fogo pela minha irmã.

  • Otimismo: Aconteça o que acontecer, sempre dou a volta por cima.

  • Pessimismo: Hoje levantei com o pé esquerdo.

  • Indignação: Não te perdoo nem que a vaca tussa.

  • Cautela: Quando o assunto é namoro, é melhor sempre pôr as barbas de molho.

  • Sentimento de vingança: Finalmente, Cátia provou do próprio veneno.

Como usar as expressões idiomáticas?

O uso das expressões idiomáticas dependerá do contexto comunicativo. Por exemplo, se você é uma médica, não vai chegar até a mãe de uma pessoa recém-falecida e dizer que seu filho “bateu as botas”. Isso seria, no mínimo, ofensivo. Uma expressão como essa deve ser usada em um contexto que permite a ironia:

Quando eu bater as botas, faça uma festa em minha memória.

Quanto à inserção de uma expressão idiomática em um discurso, ela deve ser usada naturalmente e estar relacionada ao assunto de que trata o enunciado:

Não suporto o Cristóvão, ele tem o rei na barriga e sempre nos olha com aquele ar superior.

Meu filho saiu melhor do que a encomenda, não tenho nada de que reclamar.

Estava na fila do banco quando o casal atrás de mim resolveu lavar a roupa suja em público.

Sheila meteu o dedo na ferida quando me perguntou por que meu namorado não estava comigo.

É preciso ressaltar que as expressões idiomáticas apresentam sentido figurado. Portanto, é necessário conhecer o significado de cada expressão para captar o sentido do enunciado no qual ela está sendo empregada. Assim, em um texto mais objetivo (como um relatório), em que se busca maior clareza, o uso dessas expressões não é recomendado.

Saiba mais: Vícios de linguagem — quais são os mais comuns?

Curiosidades sobre expressões idiomáticas

Expressões idiomáticas com origem no futebol

No português brasileiro, existem muitas expressões idiomáticas cuja origem está relacionada ao contexto do futebol, por exemplo:

  • Não dar bola: não se preocupar.

  • Bater um bolão: fazer algo muito bem.

  • Dar o pontapé inicial: começar.

  • Entrar no jogo: fazer parte.

  • Abrir as pernas: facilitar.

  • Pendurar as chuteiras: se aposentar.

Expressões idiomáticas com origem em mitos

  • Ter um toque de Midas: quem tem um toque de Midas é capaz de, metaforicamente, transformar tudo em ouro, assim como o mitológico rei Midas. Aquela pessoa que tem sucesso em tudo que faz, “tem um toque de Midas”.

  • Um presente de grego: essa expressão de origem mitológica se refere ao cavalo de Troia, um presente dos gregos que permitiu a invasão da cidade, já que o interior do cavalo de madeira estava recheado de soldados. Portanto, se você receber “um presente de grego”, é melhor se preparar para o pior.

  • Ter paciência de Jó: essa expressão tem origem religiosa, pois se refere a um personagem bíblico que foi exposto a muito sofrimento para testar a sua fé. Jó, pacientemente, suportou todas as adversidades. Portanto, “ter uma paciência de Jó” quer dizer ser muito paciente.

Fontes

LEMLE, Miriam; PEDERNEIRA, Isabella Lopes. Expressões idiomáticas e ditados populares: a natureza dos saberes. Revista Linguística, Rio de Janeiro, v. 16, nov. 2020.

ROSA, Marília Galvão; RIVA, Huélinton Cassiano. Batendo um bolão: estudo das expressões idiomáticas do léxico do futebol. Mediação, Pires do Rio, v. 11, n. 1, p. 166-177, jan./ dez. 2016.

SIQUEIRA, Maity et al. Compreensão de expressões idiomáticas em período de aquisição da linguagem. Letras de Hoje, Porto Alegre, v. 52, n. 3, jul./ sep. 2017.   

Escritor do artigo
Escrito por: Warley Souza Professor de Português e Literatura, com licenciatura e mestrado em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SOUZA, Warley. "Expressões idiomáticas"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/portugues/expressoes-idiomaticas.htm. Acesso em 21 de novembro de 2024.

De estudante para estudante


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