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No mundo da competição esportiva observamos que diversas pessoas se preocupam em determinar as regras que organizam uma modalidade. Com isso, regras, punições, sistemas de pontuação, advertências e juízes aparecem como elementos fundamentais para fornecerem maior senso de justiça à situação competitiva. Entretanto, na condição de atividade humana, sabemos que muitas vezes as situações inesperadas e o improviso acabam extrapolando essa tentativa de controle.
Em certos momentos, principalmente quando um competidor escapa da derrota iminente, costumamos dizer que o mesmo foi “salvo pelo gongo”. Para muitos essa expressão seria emprestada das competições de boxe, onde o tocar do gongo muitas vezes evita um último golpe fatal. De fato, esse pessoal nem imagina que essa expressão tem a ver com as peculiares maneiras com que o homem tentou driblar a morte.
Ao longo dos séculos, a morte de um indivíduo era uma questão rodeada por algumas crenças e incertezas. Desde a Antiguidade, os surtos de catalepsia eram vistos como uma instigante doença. Afinal de contas, esse distúrbio tem a capacidade de deixar o indivíduo em completo estado de inapetência e imobilidade. Muitas vezes, a vítima desse tipo de patologia acaba sendo dada como morta e enterrada antes que possa recobrar os sentidos.
Muitas vezes, ao desenterrarem algumas ossadas percebia-se que a parte interna do caixão estava toda arranhada. Essa era uma clara e terrível evidência de que mais um cataléptico fora enterrado vivo. Visando resolver o problema, os britânicos passaram a amarrar uma corda ao pulso de seus defuntos. Essa corda sairia do túmulo até alcançar uma barulhenta sineta. Logo, se um pobre coitado fosse enterrado vivo, poderia ser literalmente “salvo pelo gongo”.
Por Rainer Sousa
Graduado em História