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O Cavalo de Troia foi uma representação de um equino, oco e de madeira, que levou soldados gregos para dentro da cidade troiana. Isso porque a Guerra de Troia já durava dez anos, e suas batalhas aconteciam, majoritariamente, ao redor de suas muralhas, fazendo com que os gregos perdessem muitas delas.
Assim, foi elaborada essa estratégia bélica: fingiriam que tinham aceitado a derrota final e estavam mandando um presente. Os troianos aceitaram, abriram seus portões, e, lá dentro, os gregos guerrearam, saindo de surpresa de dentro do cavalo. Essa história está presente nas obras de Homero, Ilíada e Odisseia, que narram esse conflito permeado de mitos, e, por esse motivo, assim como a guerra, não se sabe se o cavalo foi real ou não.
Saiba mais: Mitologia grega — conjunto de crenças que compunha a religiosidade dos gregos antigos
Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre o Cavalo de Troia
- 2 - O que foi o Cavalo de Troia?
- 3 - História do Cavalo de Troia
- 4 - O Cavalo de Troia é mito ou verdade?
- 5 - Cavalo de Troia na literatura
- 6 - Cavalo de Troia na arte e cultura
- 7 - Significado de Cavalo de Troia na atualidade
Resumo sobre o Cavalo de Troia
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Cavalo de Troia foi um presente enviado pelos gregos para os troianos, que supostamente reconheceram a perda na Guerra de Troia. Era grande, oco e de madeira. Dentro dele estavam soldados espartanos que, à noite, saíram de dentro dele e atacaram a cidade, vencendo a guerra.
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Esse conflito bélico já durava dez anos, e o grande trunfo de Troia era ser toda cercada de muralhas, o que fazia com que as batalhas acontecessem ao seu redor e ela se mantivesse protegida. O cavalo foi uma estratégia militar idealizada pelos gregos para que conseguissem furar esse bloqueio que já tinha lhes rendido grandes perdas.
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O Cavalo de Troia faz parte da Guerra de Troia, e nem um nem outro podem ser comprovados historicamente, devido à escassez de fontes e ao caráter literário das obras existentes que narram sobre eles, sendo as principais delas as de Homero, nos poemas épicos Ilíada e Odisseia.
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Além de Homero, outros poetas da Antiguidade narraram sobre o Cavalo de Troia, como Virgílio e Eurípedes. Escritores contemporâneos ainda o mencionam.
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Também nas Artes Visuais há registros dele, como esculturas, vasos e estátuas. O cinema retratou a guerra e o Cavalo de Troia diversas vezes.
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Na atualidade, deu origem a uma expressão que significa “enganação” e batizou um vírus de computador.
O que foi o Cavalo de Troia?
O Cavalo de Troia foi um presente de grego enviado para os troianos durante a Guerra de Troia. No décimo ano desta, após perderem repetidas vezes, espartanos decidiram fingir que se renderam, mandando o presente, que era um equino grande, de madeira e oco. Carregava em seu interior soldados gregos responsáveis por, depois de finalmente conseguirem adentrar pelos portões de Troia — extremamente fortificada —, assassinar guerreiros e civis, bem como destruir a cidade, saindo de dentro do suposto presente, surpreendendo o inimigo e vencendo, definitivamente, a guerra.
História do Cavalo de Troia
Cavalo de Troia foi uma estratégia dos gregos para vencerem a Guerra de Troia, que já durava dez anos. Esse conflito entre as cidades-Estado Esparta e Troia foi iniciado após o rapto de Helena, esposa do rei espartano, pelo filho do rei de Troia, Páris. O motivo da construção do cavalo tem a ver com a forma como Troia era organizada: toda envolta em muralhas, fazendo com que as batalhas acontecessem, em sua maioria, ao redor delas.
Com isso, gregos perdiam com frequência, já que seus oponentes estavam protegidos pelos muros. O cavalo foi, então, enviado, como forma de adentrá-los. Foi dito que se tratava de um presente de rendição grega. Os troianos deixaram-no entrar pelos portões, porém dentro dele havia soldados espartanos que, no meio da noite, mataram pessoas e destruíram a cidade, vencendo, pois, a longa guerra.
O Cavalo de Troia é mito ou verdade?
Assim como a própria Guerra de Troia, as fontes que versam sobre o cavalo são escassas. Isso porque a maior delas é a obra de Homero, com poemas épicos que narram aventuras de heróis, como Aquiles (Ilíada) e Ulisses (Odisseia), junto de deuses e semideuses. Estima-se que até mesmo esse autor pode não ter existido, sendo que a narrativa se trataria então de uma junção de diversos poemas e cantos de autores que contavam, oralmente, as histórias do mundo grego na Antiguidade, das mais variadas maneiras.
O fato de serem narrativas míticas obviamente levanta desconfianças sobre a veracidade de sua existência. Já foram encontradas as ruínas de Troia; desse modo, ela existiu. Porém, sobre a guerra e o cavalo, nada pode ser afirmado. De todo modo, o mito não é considerado para a Historiografia, que levanta hipóteses de que ele tenha sido, na verdade, fruto de disputas territoriais.
Cavalo de Troia na literatura
Homero escreveu, na Ilíada, sobre Aquiles, o herói grego que tentou vingar a morte de um amigo durante a Guerra de Troia e acabou assassinado por uma flecha em seu calcanhar, seu ponto fraco. Já na Odisseia, narrou aventuras de Ulisses em seu retorno para casa após o triunfo grego nesse mesmo confronto. Na Ilíada, o cavalo quase não é mencionado. Mesmo na Odisseia, não há muito sobre ele. As obras de Homero são as primeiras literárias no mundo ocidental.
Todavia, o Cavalo de Troia tornou-se uma lenda, uma história contada ao longo de várias gerações, ao ponto de estar presente nas atuais. Isso porque não só Homero, em seus poemas épicos, narrou sobre ele, mas também Virgílio, poeta romano clássico, considerado uma referência na Literatura latina, escreveu a respeito, em Eneida, uma epopeia sobre Enéas, um líder troiano, depois do fim da Guerra. Também o fez Eurípedes, poeta grego trágico, do século V a.C., em As troianas. No período épico da Literatura grega, o cavalo era um dos temas mais retratados.
Mais recentemente, o escritor espanhol J.J. Benítez lançou uma série de nove livros em uma coleção chamada Operação Cavalo de Troia. O primeiro foi lançado em 1984, e o último, em 2011, publicados no Brasil pela editora Mercuryo.
Veja também: Os gregos e a história
Cavalo de Troia na arte e cultura
Desde a Antiguidade, o Cavalo de Troia inspirou não só a Literatura, mas também outras formas de arte, como pinturas e esculturas. Dessas, destaca-se o Vaso de Mykonos, do século VIII a.C., de autoria desconhecida, assim como outros fragmentos em cerâmica já encontrados pela Arqueologia, que trazem o cavalo como referência. Estátuas em Atenas e demais cidades existiram, chegando até a Ásia.
Há registros, ao longo do tempo, de diversas iluminuras, caricaturas, cenários teatrais e brinquedos. O cinema também se rendeu à intrigante lenda e desde pelo menos 1911, com o filme A queda de Troia, vem produzindo obras a respeito. A última película, Troia, de 2004, traz Brad Pitt e Orlando Bloom como protagonistas, e o cavalo é representado. Após a gravação do filme, a construção do cavalo foi doada à Turquia.
Significado de Cavalo de Troia na atualidade
O Cavalo de Troia deu origem a duas expressões bastante usadas: 1) É sinônimo de enganação, já que os troianos foram enganados ao aceitarem-no; 2) Por ter sido enviado pelos gregos como um presente, deu origem à expressão “presente de grego”, ou seja, um regalo que esconde problemas — no caso, soldados.
Na década de 1970, com a popularização dos computadores e da internet, um vírus foi batizado como Cavalo de Troia ou trojan, que é instalado junto a outros aplicativos baixados sem que o usuário perceba, o que remete, mais uma vez, à sua origem histórica e sentido de enganação.
Por Mariana de Oliveira Lopes Barbosa
Professora de História