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Morte e vida severina

Morte e vida severina é um clássico da literatura brasileira, escrito pelo poeta João Cabral de Melo Neto, que conta sobre a vida de um retirante durante a seca nordestina.

Capa do livro Morte e vida severina, de João Cabral de Melo Neto.
Capa do livro Morte e vida severina, de João Cabral de Melo Neto, publicado pela editora Alfaguara.[1]
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Morte e vida severina é um auto de Natal de João Cabral de Melo Neto. E apresenta versos em redondilha maior. Essa peça teatral, um dos textos mais famosos do autor, é de 1955. E mostra a trágica existência do retirante Severino, cercado pela pobreza causada pela seca nordestina. O protagonista, em seu processo migratório, se depara com uma triste realidade social e decide se matar.

Leia também: Os sertões — a seca, o sertanejo e a Guerra de Canudos retratados na obra de Euclides da Cunha

Tópicos deste artigo

Resumo sobre Morte e vida severina

  • Morte e vida severina é um auto de Natal ambientado em vilas nordestinas e em Recife.

  • O autor de Morte e vida severina é o pernambucano João Cabral de Melo Neto.

  • Morte e vida severina mostra o percurso de um retirante durante a seca nordestina.

  • Em sua trajetória, o protagonista Severino se depara com a pobreza e com a morte.

  • Infeliz com sua realidade, ele pensa em se matar, mas a vida acaba prevalecendo.

  • A obra está relacionada à Geração de 1945 do Modernismo brasileiro.

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Análise da obra Morte e vida severina

Personagens da obra Morte e vida severina

  • Severino, o retirante protagonista.

  • Dois homens carregando um defunto.

  • Severino Lavrador, o primeiro defunto.

  • Severino, o segundo defunto.

  • Mulher na janela, uma rezadora.

  • Dois coveiros.

  • Seu José, morador de um mocambo.

  • Duas ciganas.

Tempo da obra Morte e vida severina

O dramaturgo não especifica o tempo em que ocorrem os fatos do livro, de forma a dar à obra um caráter atemporal.

Espaço da obra Morte e vida severina

A ação se passa em vilas do Nordeste brasileiro, abrangendo a Zona da Mata e Recife.

Enredo da obra Morte e vida severina

Ilustração de um homem nordestino em texto sobre Morte e vida severina.
Severino é um dos muitos retirantes nordestinos afetados pela seca.

A história começa com a apresentação do protagonista, cujo nome é Severino. É um retirante. Ele é mais um entre tantos Severinos nordestinos. No seu ato migratório, encontra dois homens que levam um defunto em uma rede. O defunto é Severino Lavrador. Depois, o protagonista segue viagem.

O retirante Severino pretendia seguir o rio Capibaribe, que o guiaria em sua jornada. Porém, o rio desapareceu devido à seca. Ainda assim, Severino segue seu caminho por várias vilas da região. Chega a uma casa onde está ocorrendo o velório de mais um Severino. Em seguida, cansado de tanto andar, decide parar e buscar um emprego.

Avista uma mulher em uma janela e lhe pergunta sobre um possível emprego. Ela responde que trabalho tem, mas não de lavrador, devido à seca. Ele então vai em direção à Zona da Mata, onde assiste ao enterro de um “trabalhador de eito”. Em seguida, ele caminha rumo a Recife.

Em Recife, quando para com o objetivo de descansar, perto do muro de um cemitério, acaba ouvindo a conversa de dois coveiros. Eles reclamam do trabalho e refletem sobre as diferenças entre o enterro de defuntos pobres e defuntos ricos. Depois, Severino vai até um dos cais do rio Capibaribe.

Então, Seu José, um dos moradores de um mocambo próximo do rio, se aproxima de Severino. O retirante pergunta ao morador se o rio é fundo. Isso porque Severino tem a intenção de se suicidar. Logo aparece uma mulher e diz a José que ele é pai, pois seu filho acaba de nascer. Vizinhos e amigos comemoram o nascimento do filho de José.

Outras pessoas trazem presentes, nada caro, pois são pobres. E duas ciganas fazem previsões acerca do futuro do recém-nascido. Agora, no presente, a criança é muito pequena, magra e pálida. Por fim, José, que percebeu a intenção funesta de Severino, sugere ao retirante que o filho recém-nascido é a prova da força da vida.

Veja também: Grande sertão: veredas — outro romance brasileiro ambientado no sertão

Características da obra Morte e vida severina

Estrutura da obra Morte e vida severina

Morte e vida severina é uma peça teatral, escrita com versos em redondilha maior (sete sílabas poéticas). Além disso, é dividida em 18 fragmentos, que funcionam como cenas do texto dramático.

Estilo literário da obra Morte e vida severina

A obra está associada à Geração de 1945 do Modernismo brasileiro e apresenta as seguintes características:

  • rigor formal;

  • realismo social;

  • crítica sociopolítica;

  • valorização da cultura popular.

Moral da história de Morte e vida severina

A vida sempre vence.

Contexto histórico da obra Morte e vida severina

A obra Morte e vida severina não indica quando transcorre a ação do texto dramático. No entanto, a temática da obra é atual hoje e era atual naquele contexto histórico em que foi produzida, ou seja, primeira metade da década de 1950. O Brasil desse período histórico assistia ao início, em 1951, do novo governo de Getúlio Vargas (1882-1954).

Dessa vez, um governo democrático, que sofreu oposição de grupos liberais. Era um governo que acreditava na intervenção do Estado na economia e no crescimento de empresas estatais. Isso gerou uma crise política que levou ao suicídio do presidente em 1954. Nesse contexto, o problema da seca do Nordeste continuava sem solução.

Quem foi João Cabral de Melo Neto, autor de Morte e vida severina?

João Cabral de Melo Neto, autor de Morte e vida severina.
João Cabral de Melo Neto.[2]

João Cabral de Melo Neto é um escritor brasileiro. Ele nasceu no dia 9 de janeiro de 1920, na cidade de Recife, em Pernambuco. Mais tarde, em 1940, se mudou para o Rio de Janeiro. Em 1945, se tornou diplomata, o que lhe permitiu conhecer vários países do mundo.

O autor, eleito para a Academia Brasileira de Letras em 1968, conciliou sua carreira literária com a de diplomata. Assim, em 1990, ele se aposentou. Porém, começou a perder a visão, o que o impediu de ler e escrever. E faleceu no dia 9 de outubro de 1999, na cidade do Rio de Janeiro.

Videoaula sobre João Cabral de Melo Neto

Créditos das imagens

[1] Alfaguara/ Companhia das Letras (reprodução)

[2] Acervo Arquivo Nacional/ Wikimedia Commons

Fontes

ABAURRE, Maria Luiza M.; PONTARA, Marcela. Literatura: tempos, leitores e leituras. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2015.

ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS. João Cabral de Melo Neto: biografia. Disponível em: https://www.academia.org.br/academicos/joao-cabral-de-melo-neto/biografia.

GODOY, Arnaldo Sampaio de Moraes. Direito e literatura: o poeta João Cabral de Melo Neto no Supremo Tribunal Federal. Revista Jus Navigandi, Teresina, ano 12, n. 1.465, jul. 2007.

MELO NETO, João Cabral de. Morte e vida severina: auto de Natal pernambucano. Rio de Janeiro: Alfaguara, 2016. 

Escritor do artigo
Escrito por: Warley Souza Professor de Português e Literatura, com licenciatura e mestrado em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SOUZA, Warley. "Morte e vida severina"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/literatura/morte-e-vida-severina.htm. Acesso em 27 de abril de 2024.

De estudante para estudante


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