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Bernardo Guimarães nasceu em 15 de agosto de 1825, em Ouro Preto, Minas Gerais. Estudou na Faculdade de Direito de São Paulo, onde conheceu poetas como Álvares de Azevedo (1831-1852) e experimentou a vida boêmia romântica. De volta a Minas Gerais, trabalhou como juiz e professor.
Seu grande sucesso literário foi o romance A escrava Isaura, publicado, pela primeira vez, em 1875. Dessa forma, tornou-se um dos principais autores de romances regionalistas do romantismo brasileiro, caracterizados pelo exagero sentimental e valorização das paisagens e costumes do interior do Brasil.
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Tópicos deste artigo
- 1 - Biografia de Bernardo Guimarães
- 2 - Características da obra de Bernardo Guimarães
- 3 - Obras de Bernardo Guimarães
- 4 - A escrava Isaura
- 5 - Curiosidades sobre Bernardo Guimarães
Biografia de Bernardo Guimarães
Bernardo Guimarães nasceu em 15 de agosto de 1825, em Ouro Preto, Minas Gerais. Seu pai, João Joaquim da Silva Guimarães, escrevia para periódicos do estado, além de ser autor de versos árcades. Ele e sua família se mudaram para Uberaba quando Bernardo tinha quatro anos de idade.
Mais tarde, o jovem escritor Bernardo Guimarães foi morar na cidade de Campo Belo, onde iniciou o curso de humanidades. Com 16 anos, voltou a viver em Ouro Preto. Então, no ano de 1842, participou da Revolução Liberal, possivelmente do lado dos legalistas. Cinco anos depois, em 1847, iniciou seus estudos na Faculdade de Direito de São Paulo.
Nessa cidade, com os escritores Álvares de Azevedo e Aureliano Lessa (1828-1861), além de outros estudantes, em 1849, fundou a famosa Sociedade Epicureia, em cujas reuniões os participantes misturavam orgia e poesia, inspirados no poeta inglês Lord Byron (1788-1824). Sua vida boêmia se encerrou em 1852, quando se formou em Direito.
Nesse mesmo ano, publicou seu primeiro livro de poesias — Cantos da solidão — e ocupou o cargo de juiz municipal e de órfãos na cidade de Catalão, no estado de Goiás, até 1854. Passou então a escrever para periódicos do Rio de Janeiro, para onde se mudou, em 1859, e trabalhou no jornal A Atualidade.
Em 1861, reassumiu seu cargo de juiz em Catalão, até 1864, quando voltou a viver novamente na cidade do Rio de Janeiro. Dois anos depois, retornou a Ouro Preto, onde passou a trabalhar no Liceu Mineiro. Casou-se, em 1867, com Teresa Maria Gomes de Lima, e, logo depois, perdeu o cargo de professor.
Seis anos depois, eles se mudaram para a cidade de Conselheiro Lafaiete (na época, Queluz), em Minas Gerais, onde o escritor ocupou o cargo de professor de latim e francês. Dessa vez, também não teve sucesso, e logo perdeu o emprego. Então, em 1875, publicou seu romance mais famoso — A escrava Isaura — e passou a se dedicar exclusivamente à literatura, até sua morte, em 10 de março de 1884, em Ouro Preto.
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Academia Brasileira de Letras
Bernardo Guimarães foi escolhido pelo poeta parnasiano Raimundo Correia (1859-1911) para ser o patrono da cadeira número 5 da Academia Brasileira de Letras, instituição fundada em 20 de julho de 1897 e presidida pelo escritor realista Machado de Assis (1839-1908).
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Características da obra de Bernardo Guimarães
Bernardo Guimarães foi um dos principais autores de romances regionalistas do romantismo brasileiro. Suas obras, portanto, apresentam as seguintes características:
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Amor idealizado
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Mulher idealizada
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Exagero sentimental
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Subjetivismo
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Teocentrismo
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Heróis nacionais como homens do campo
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Descrição de paisagens e personagens típicos do Brasil
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Apresentação dos costumes da sociedade rural e patriarcal brasileira
Obras de Bernardo Guimarães
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Cantos da solidão (1852)
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Inspirações da tarde (1858)
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A voz do pajé (1860)
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Poesias diversas (1865)
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O ermitão de Muquém (1869)
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Lendas e romances (1871)
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O garimpeiro (1872)
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Histórias e tradições da província de Minas Gerais (1872)
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O seminarista (1872)
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O índio Afonso (1872)
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A escrava Isaura (1875)
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Novas poesias (1876)
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Maurício ou Os paulistas em São João del-Rei (1877)
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A ilha maldita ou A filha das ondas (1879)
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O pão de ouro (1879)
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Folhas de outono (1883)
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Rosaura, a enjeitada (1883)
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O bandido do Rio das Mortes (1904)
A escrava Isaura
A escrava Isaura, romance mais famoso de Bernardo Guimarães, conta a história de Isaura, uma escravizada branca, mas que possui uma pinta preta no rosto, sinal de sua origem. Filha de um homem branco, o feitor Miguel, e de Juliana, uma mulher negra e escravizada, Isaura nasceu sob a mesma condição da mãe.
A dona da fazenda (casada com o comendador Almeida e mãe de Leôncio) cria Isaura na casa grande, como se fosse uma filha. Desse modo, a protagonista tem a educação reservada a uma moça rica e branca da época. Contudo, após a morte dos pais, Leôncio se torna o proprietário de Isaura.
Leôncio, um dos vilões mais perversos da literatura brasileira, deseja sexualmente Isaura, mas, apesar de ser agora o seu dono, quer que ela se dê a ele por vontade própria. Entretanto, Isaura é uma heroína idealizada, recatada e virgem. Assim, com Miguel, ela foge para o Recife.
Ali, ela vive como se fosse livre, pois ninguém sabe de sua origem, e conhece Álvaro, um jovem rico e abolicionista. No entanto, Leôncio consegue capturar Isaura. Então, Álvaro, o herói da história, vai fazer de tudo para que sua amada seja libertada e para que, enfim, eles tenham o tão esperado final feliz.
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Curiosidades sobre Bernardo Guimarães
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Bernardo Guimarães era tio-avô do escritor Alphonsus de Guimaraens (1870-1921).
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Em 1881, Dom Pedro II (1825-1891) visitou Minas Gerais e manifestou o desejo de conhecer o autor de A escrava Isaura. Assim, Bernardo Guimarães foi recebido entusiasticamente pelo monarca.
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Uma das filhas do autor, Constança (1871-1888), foi a famosa noiva de Alphonsus de Guimaraens e morreu com apenas 17 anos de idade, o que marcou a vida e a poesia desse poeta simbolista.
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Bernardo Guimarães também escreveu poesias satírico-pornográficas, como “O elixir do pajé” e “A origem do mênstruo”.
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Teresa Guimarães, viúva do autor, foi responsável pela edição e publicação póstuma da obra O bandido do Rio das Mortes.
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Em 1976, estreou, na Rede Globo, a telenovela Escrava Isaura, uma adaptação do romance de Bernardo Guimarães. Ela foi exibida, com enorme sucesso, em dezenas de países.
Crédito da imagem
[1] Editora FTD (reprodução)
Por Warley Souza
Professor de Literatura