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Joaquim Manoel de Macedo nasceu em Itaboraí, Rio de Janeiro, em junho de 1820. Formou-se em Medicina pela Faculdade do Rio de Janeiro em 1844, contudo, não exerceu a profissão. Nesse último ano publicou seu primeiro romance: “A moreninha”, o qual foi muito bem criticado e quisto pelo público.
Joaquim Manoel de Macedo foi muito versátil em sua vida profissional, exerceu diversas profissões: deputado, jornalista, poeta, pesquisador, dramaturgo, escritor de livros didáticos, professor de História e Geografia, além de romancista – ao todo vinte romances. Faleceu em abril de 1882, aos 62 anos, na cidade do Rio de Janeiro.
Foi severamente criticado por escrever de modo peculiar em relação aos autores romancistas. Sua linguagem literária se aproximava da popular, do coloquial, de um modo de escrever voltado à fala, fato esse que determinou o êxito do seu trabalho, já que os leitores não encontravam dificuldades na leitura de vocabulário comum e fácil.
A temática de seus livros é envolta em um clima de amor retratado por jovens personagens apaixonadas, estudantes galanteadores e finais felizes, após alguns desencontros. Além da linguagem, outra característica que também faz de seus romances notórios é o cenário escolhido. Suas personagens, de modo geral, são estereótipos (não há uma análise profunda de nenhuma) que se envolvem em histórias amorosas em ambientes conhecidos pela sociedade carioca.
A moreninha é seu romance mais conhecido, foi adaptado para o cinema, teatro e televisão, além de ser um dos mais lidos até hoje.
Obras: A moreninha (1844); O moço loiro (1845); Os dois amores (1848); Vicentina (1853); O forasteiro (1855); A carteira de meu tio (1855); Romances da semana (1861); O culto do dever (1865); Memórias do sobrinho do meu tio (1868), A luneta mágica (1869); As vítimas algozes (1869); O rio do quarto (1869); A namoradeira (1870); As mulheres de mantilha (1871); Um noivo e duas noivas (1871); Os quatro pontos cardeais e A misteriosa (1872); A baronesa do amor (1876).
Teatro: O fantasma branco (1856); O primo da Califórnia (1858).
Poesia: A nebulosa (1857).
Trecho da obra “A moreninha”
“E o mais é que nós estamos num sarau: inúmeros batéis conduziram da corte para a ilha de...senhoras e senhores, recomendáveis por caráter e qualidade: alegre, numerosa e escolhida sociedade enche a grande casa, que brilha e mostra em toda a parte borbulhar o prazer e o bom gosto.
Entre todas essas elegantes e agradáveis moças, que com aturado empenho se esforçam por ver qual delas vence em graças, encantos e donaires, certo que sobrepuja a travessa Moreninha, princesa daquela festa.”
Por Sabrina Vilarinho
Graduada em Letras