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Guerra Civil Espanhola

A Guerra Civil Espanhola foi um conflito armado entre republicanos e nacionalistas. Foi marcada por extrema violência, repressão e significativa intervenção internacional.

Civis caminhando sobre destroços em Madri, durante a Guerra Civil Espanhola.
A Guerra Civil Espanhola devastou a economia, provocou mortes e destruição da infraestrutura do país.
Crédito da Imagem: Shutterstock.com
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A Guerra Civil Espanhola foi um conflito armado que ocorreu entre 1936 e 1939, entre os republicanos, que defendiam a Segunda República, e os nacionalistas, liderados por Francisco Franco, resultando em extrema violência, repressão e significativa intervenção internacional.

A guerra ocorreu no contexto de crise da monarquia e de profundas desigualdades sociais, a proclamação da Segunda República, em 1931, e a crescente polarização política, culminando em um golpe de Estado em 1936, que fracassou e desencadeou o conflito.

As causas da guerra incluíram divisões sociais e econômicas profundas, polarização política intensa, intervenção internacional e o fracasso da Segunda República em implementar reformas eficazes.

Leia também: O que é uma guerra civil?

Tópicos deste artigo

Resumo sobre Guerra Civil Espanhola

  • A Guerra Civil Espanhola foi um conflito armado entre republicanos e nacionalistas que ocorreu entre 1936 e 1939.
  • Os republicanos buscavam defender a Segunda República e implementar reformas sociais e econômicas para beneficiar as classes trabalhadoras.
  • Os nacionalistas visavam a derrubar o governo republicano, restaurar a ordem tradicional e estabelecer um regime autoritário sob Francisco Franco.
  • Ocorreu durante um período de crise da monarquia e de profundas desigualdades sociais, a proclamação da Segunda República, em 1931, e a crescente polarização política.
  • Um golpe de Estado fracassado, feito por parte do exército em 1936, desencadeou o conflito.
  • As causas da guerra foram as divisões sociais e econômicas, a polarização política, a intervenção internacional e o fracasso da Segunda República.
  • A Guerra Civil Espanhola durou quase três anos e terminou oficialmente em 1º de abril de 1939.
  • Os republicanos se renderam quando as forças nacionalistas de Francisco Franco capturaram Madrid.
  • Com o fim da guerra, teve início o franquismo, uma ditadura brutal que duraria até 1975.

Videoaula sobre Guerra Civil Espanhola

O que foi a Guerra Civil Espanhola?

A Guerra Civil Espanhola foi um conflito armado que ocorreu entre 1936 e 1939, em decorrência de profundas divisões políticas, sociais e econômicas na Espanha. O embate envolveu duas facções principais: os republicanos, compostos por uma coalizão de esquerdistas, socialistas, comunistas e anarquistas que defendiam a Segunda República Espanhola, e os nacionalistas, liderados pelo general Francisco Franco e formados por monarquistas, conservadores e falangistas, sendo apoiados por setores do exército.

A guerra foi marcada por extrema violência e uma repressão brutal de ambos os lados, sendo considerada um prelúdio para a Segunda Guerra Mundial, pois viu a intervenção de forças internacionais e o uso de táticas que seriam posteriormente aplicadas no conflito global.

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Contexto histórico da Guerra Civil Espanhola

O contexto histórico da Guerra Civil Espanhola está profundamente enraizado nas condições políticas e sociais da Espanha no início do século XX. A Espanha, até o final do século XIX, era um império colonial em declínio, tendo perdido suas últimas colônias importantes em 1898.

A monarquia espanhola enfrentava crises constantes, e a sociedade estava profundamente dividida entre ricos e pobres, trabalhadores urbanos e rurais, bem como entre aqueles que apoiavam reformas progressistas e aqueles que desejavam manter a estrutura social tradicional. Em 1931, a Segunda República foi proclamada, substituindo a monarquia.

Esse novo governo republicano iniciou uma série de reformas abrangentes destinadas a modernizar a Espanha, incluindo a reforma agrária, a secularização do Estado e a expansão dos direitos dos trabalhadores. No entanto, essas mudanças radicais alienaram setores conservadores e religiosos, levando a uma crescente polarização política.

Durante a década de 1930, a instabilidade política aumentou, com frequentes mudanças de governo e conflitos entre facções. As eleições de 1936 trouxeram ao poder a Frente Popular, uma coalizão de esquerdistas e republicanos que agravou ainda mais as tensões. O golpe de Estado de julho de 1936 por uma parte do exército fracassou e desencadeou a guerra civil, com o país rapidamente dividindo-se entre as forças republicanas e nacionalistas.

Veja também: Quem venceu a Guerra Civil Russa?

Causas da Guerra Civil Espanhola

As causas da Guerra Civil Espanhola são múltiplas e complexas, envolvendo uma combinação de fatores sociais, econômicos e políticos. Entre as principais causas, estão:

→ Divisões sociais e econômicas

A Espanha era um país profundamente desigual, com vastas disparidades entre ricos e pobres. A pobreza rural era endêmica, e os trabalhadores agrícolas enfrentavam condições de vida e trabalho extremamente difíceis. As reformas agrárias propostas pelos republicanos visavam a redistribuir terras para os camponeses, mas encontraram forte oposição dos proprietários de terras e da aristocracia.

→ Polarização política

A década de 1930 foi um período de intensa polarização política na Espanha. De um lado, estavam as forças progressistas, incluindo socialistas, comunistas e anarquistas, que buscavam reformas radicais. Do outro lado, estavam os conservadores, monarquistas e falangistas, que desejavam manter o status quo. Essa polarização levou a frequentes conflitos e violência política.

→ Intervenção internacional

A Guerra Civil Espanhola também foi influenciada pela política internacional. A Alemanha nazista e a Itália fascista apoiaram os nacionalistas com armas, tropas e aviões, enquanto a União Soviética forneceu apoio limitado aos republicanos. Além disso, brigadas internacionais compostas por voluntários de vários países lutaram ao lado dos republicanos. A intervenção estrangeira intensificou o conflito e deu-lhe uma dimensão internacional.

Soldados recebendo treinamento durante a Guerra Civil Espanhola.
Nacionalistas e republicanos receberam armamentos e apoio internacional durante a Guerra Civil Espanhola.[1]

→ Fracasso da Segunda República

As reformas progressistas da Segunda República, embora bem-intencionadas, foram implementadas de maneira inadequada e enfrentaram resistência feroz. A incapacidade do governo republicano de conciliar as demandas das diversas facções políticas e sociais contribuiu para a escalada da violência e o colapso da ordem.

Objetivos da Guerra Civil Espanhola

Os objetivos da Guerra Civil Espanhola variaram de acordo com as facções envolvidas no conflito.

→ Objetivos dos republicanos

Os republicanos lutavam para defender a Segunda República e implementar reformas sociais e econômicas que beneficiariam as classes trabalhadoras e camponesas. Entre seus objetivos, estavam a reforma agrária, a secularização do Estado, a expansão dos direitos trabalhistas e a democratização da sociedade espanhola. Eles buscavam criar uma Espanha mais justa e igualitária, livre da influência da Igreja e das oligarquias tradicionais.

→ Objetivos dos nacionalistas

Os nacionalistas, liderados por Francisco Franco, tinham como objetivo principal derrubar a Segunda República e estabelecer um regime autoritário e conservador. Eles buscavam restaurar a ordem tradicional, proteger os interesses da Igreja Católica e das elites econômicas, e eliminar as influências esquerdistas e progressistas da sociedade espanhola. Os nacionalistas desejavam uma Espanha unificada sob um governo forte e centralizado, livre de divisões regionais e políticas.

Fim da Guerra Civil Espanhola

A Guerra Civil Espanhola terminou oficialmente em 1º de abril de 1939, quando as forças nacionalistas de Franco capturaram Madrid, a capital espanhola, e os republicanos se renderam. O conflito durou quase três anos, tendo começado em 17 de julho de 1936. Durante esse período, a Espanha foi devastada pela violência, com centenas de milhares de mortos, milhões de deslocados internos e uma economia em ruínas.

O fim da guerra marcou o início de uma ditadura brutal sob o comando de Francisco Franco, que governaria a Espanha até sua morte, em 1975. A vitória dos nacionalistas significou a eliminação das reformas republicanas e a repressão severa aos opositores políticos. Milhares de republicanos foram presos, executados ou exilados, e a liberdade política e civil foi severamente restringida.

Saiba mais: Como foi a ditadura de António Salazar em Portugal

Consequências da Guerra Civil Espanhola

As consequências da Guerra Civil Espanhola foram profundas e de longo alcance, afetando a Espanha e o cenário internacional de várias maneiras. Após a vitória dos nacionalistas, a Espanha entrou em um período de repressão intensa.

O regime de Franco implementou políticas autoritárias, censurou a imprensa, proibiu partidos políticos e sindicatos de esquerda, e perseguiu dissidentes. A liberdade de expressão e associação foi severamente limitada, e muitos opositores políticos foram executados, presos ou exilados.

A guerra devastou a economia espanhola. A infraestrutura foi destruída, a produção agrícola e industrial caiu drasticamente, e milhões de pessoas ficaram deslocadas. A Espanha enfrentou um longo período de estagnação econômica e pobreza durante as décadas seguintes, exacerbado pelo isolamento internacional imposto ao regime de Franco.

Bombardeio aéreo sobre Barcelona, em 1938, durante a Guerra Civil Espanhola.
Bombardeio aéreo sobre Barcelona, em 1938, durante a Guerra Civil Espanhola.

A Guerra Civil Espanhola teve um impacto significativo na política internacional. Foi um prelúdio para a Segunda Guerra Mundial, demonstrando o potencial de intervenção estrangeira em conflitos internos. A guerra também destacou as divisões ideológicas entre o fascismo, o comunismo e a democracia liberal, que moldariam os alinhamentos da Segunda Guerra Mundial.

O legado da Guerra Civil Espanhola continuou a influenciar a política e a cultura espanhola por décadas. As memórias do conflito e da repressão subsequente foram temas de intenso debate e reflexão.

Após a morte de Franco, em 1975, a Espanha iniciou uma transição para a democracia, mas as feridas deixadas pela guerra e pela ditadura continuaram a afetar a sociedade espanhola. A Lei da Memória Histórica, aprovada em 2007, foi uma tentativa de abordar e reconciliar as injustiças do passado.

A participação das Brigadas Internacionais, compostas por voluntários de diversos países que lutaram ao lado dos republicanos, deixou um legado de solidariedade internacional e resistência contra o fascismo. Esses voluntários são frequentemente lembrados como símbolos de idealismo e sacrifício em nome de uma causa justa.

A Guerra Civil Espanhola exacerbou as divisões regionais na Espanha. Regiões como a Catalunha e o País Basco, que tinham movimentos separatistas fortes, foram severamente reprimidas durante a ditadura de Franco. Essas tensões regionais persistiram no período pós-Franco, influenciando a política espanhola até os dias atuais.

A guerra e a subsequente repressão levaram ao exílio de milhares de espanhóis, que buscaram refúgio em países da América Latina, França, México e outros lugares. Essa diáspora espanhola teve um impacto cultural significativo nos países de acolhimento e contribuiu para a disseminação de ideias republicanas e antifascistas em nível internacional.

Exercícios resolvidos sobre Guerra Civil Espanhola

1. Durante a década de 1930, a Espanha enfrentou uma série de transformações sociais e políticas que culminaram na Guerra Civil Espanhola, um conflito que durou de 1936 a 1939. Quais foram os principais fatores que contribuíram para a eclosão da Guerra Civil Espanhola?

A) A imposição de uma monarquia absolutista e a intervenção britânica.

B) A crise econômica de 1929 e a neutralidade internacional.

C) A divisão social e econômica, a polarização política e a fracassada implementação de reformas republicanas.

D) A independência das colônias espanholas e a aliança com a França.

E) A industrialização acelerada e a aliança entre anarquistas e conservadores.

Resposta: C

A Guerra Civil Espanhola foi desencadeada por uma combinação de desigualdades sociais e econômicas profundas, uma intensa polarização política e o fracasso das reformas implementadas pela Segunda República, que não conseguiram conciliar as diversas facções políticas e sociais do país.

2. A Guerra Civil Espanhola não foi apenas um conflito interno mas também um campo de testes para táticas e armamentos que seriam usados na Segunda Guerra Mundial.

Como a intervenção internacional influenciou o desenrolar da Guerra Civil Espanhola?

A) A intervenção internacional garantiu uma vitória rápida para os republicanos.

B) A intervenção internacional evitou que o conflito se intensificasse e se prolongasse.

C) A intervenção internacional trouxe novas tecnologias militares e intensificou o conflito, contribuindo para a vitória dos nacionalistas.

D) A intervenção internacional foi mínima e não teve impacto significativo no conflito. E) A intervenção internacional impediu a formação de alianças internas entre os espanhóis.

Resposta: C

A intervenção internacional na Guerra Civil Espanhola — com o apoio militar e logístico da Alemanha nazista e da Itália fascista aos nacionalistas bem como da União Soviética e das Brigadas Internacionais aos republicanos — intensificou o conflito, introduziu novas tecnologias e táticas militares, e contribuiu significativamente para a vitória final dos nacionalistas de Francisco Franco.

Créditos da imagem

[1] Bundesarchiv, Bild 183-E20569-21/ CC-BY-SA 3.0/ Wikimedia Commons

Fontes

ALMEIDA, A. M. A República De Weimar E A Ascensão Do Nazismo. São Paulo: Brasiliense, 1990.

HOBSBAWN, E. A Era dos Extremos: o breve século XX (1914 – 1991). São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

MASSON, P. A Segunda Guerra Mundial: História e estratégias. São Paulo: Contexto, 2010.

Escritor do artigo
Escrito por: Tiago Soares Campos Bacharel, licenciado e doutorando em História pela USP. Bacharel em Direito e pós-graduado em Direito pela PUC. É professor de História e autor de materiais didáticos há mais de 15 anos.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

CAMPOS, Tiago Soares. "Guerra Civil Espanhola"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/guerra-civil-espanhola.htm. Acesso em 15 de outubro de 2024.

De estudante para estudante


Lista de exercícios


Exercício 1

(Fuvest) Em seu famoso painel Guernica, Picasso registrou a trágica destruição dessa cidade basca por:

a) ataques de tropas nazistas durante a Segunda Guerra Mundial;

b) republicanos espanhóis apoiados pela União Soviética durante a Guerra Civil;

c) forças do Exército Francês durante a Primeira Guerra Mundial;

d) tropas do governo espanhol para sufocar a revolta dos separatistas bascos;

e) bombardeio da aviação alemã em apoio ao general Franco contra os republicanos.

Exercício 2

(Enem) As Brigadas Internacionais foram unidades de combatentes formadas por voluntários de 53 nacionalidades dispostos a lutar em defesa da República espanhola. Estima-se que cerca de 60 mil cidadãos de várias partes do mundo – incluindo 40 brasileiros – tenham se incorporado a essas unidades. Apesar de coordenadas pelos comunistas, as Brigadas contaram com membros socialistas, liberais e de outras correntes político-ideológicas.

SOUZA, I. I. A Guerra Civil Europeia. História Viva, n. 70, 2009 (fragmento).

A Guerra Civil Espanhola expressou as disputas em curso na Europa na década de 1930. A perspectiva política comum que promoveu a mobilização descrita foi o(a)

a) crítica ao stalinismo.

b) combate ao fascismo.

c) rejeição ao federalismo.

d) apoio ao corporativismo.

e) adesão ao anarquismo.

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