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Pacto germano-soviético e a escravização eslava

Assinado em 1939, o pacto germano-soviético garantia a não agressão entre URSS e o III Reich. Mas os planos de Hitler eram escravizar a população eslava.

Réplica de cartaz nazista na Ucrânia, delimitando áreas de locomoção
Réplica de cartaz nazista na Ucrânia, delimitando áreas de locomoção
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Uma das situações intrigantes relacionadas à II Guerra Mundial foi a assinatura do Pacto de Não Agressão entre a Alemanha nazista e a URSS, em agosto de 1939. Conhecido também como pacto germano-soviético, ele estipulava que os dois países não entrariam em conflito e que haveria neutralidade em casos de anexações de alguns países europeus por ambas as partes.

O pacto acabava superando durante um tempo as divergências ideológicas e sociais entre os dois regimes políticos, bem como representava a última cartada de Hitler para iniciar o plano de expansão territorial para o leste europeu. O pacto permitia ainda que a URSS anexasse a Letônia, Estônia, Lituânia, Finlândia e parte da Polônia Oriental a suas fronteiras. Por outro lado, os nazistas poderiam anexar Dantzig, na Polônia. Esse acordo permitiu que a Alemanha invadisse a Polônia em 1º de setembro de 1939, dando início dias depois à II Guerra Mundial.

Mas o projeto expansionista de Hitler não se limitava aos territórios poloneses. Ele incluía a conquista do “espaço vital”, conhecido como Lebensraum, que abarcava todo o Leste Europeu. Tal medida expansionista era fundamentada ideologicamente na acepção nazista de que os eslavos eram uma raça inferior em relação aos povos nórdicos, aos quais se inseriam os alemães. Além dos poloneses, os russos, ucranianos, tchecos e eslovacos, por exemplo, também eram eslavos, portanto, a ação expansionista de Hitler não iria poupar a URSS.

O objetivo era transformar o Leste Europeu em uma área de exploração agrícola do II Reich. Para isso, Hitler propunha a eliminação das lideranças eslavas e de seus membros mais cultos, que poderiam oferecer maior resistência. Os demais membros dessa etnia seriam transformados em escravos modernos que trabalhariam a terra. No planejamento nazista para o Leste Europeu, as cidades e indústrias seriam destruídas, deixadas em ruínas, para completar a total ruralização dessa vasta área geográfica. Haveria o estímulo a colonos do suposto povo nórdico para que se instalassem na região, tornando-se, dessa forma, os novos senhores que controlariam essa força de trabalho escravo.

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Os novos senhores morariam em áreas fortificadas, ligadas por novas estradas que seriam construídas, abandonando tudo o que havia sido edificado anteriormente. Essa medida estava inserida na Nova Ordem Continental proposta por Hitler, em que de forma complementar ao Reich industrializado, haveria um espaço eslavo ruralizado, limitado à agricultura e à exploração do subsolo, destruindo a indústria na Polônia, na URSS e na Iugoslávia1.

Essa proposta era uma ação planejada por uma burocracia especializada, em que tais medidas econômicas eram fortemente revestidas de um caráter racial, de subjugação de um povo considerado superior, os alemães, sobre outro, considerado sub-humano, os eslavos.

O pacto germano-soviético foi apenas uma ação tática de Hitler para não colocar a URSS como um forte inimigo no início das ações bélicas. As ações de extermínio dos eslavos foram colocadas em prática nos primeiros momentos da expansão para o leste. Depois, após a invasão da URSS pelos alemães e o início dos combates em solo soviético, cerca de cinco milhões de russos foram levados para campos de concentração. A derrota militar dos nazistas para os soviéticos impediu que o planejamento de escravização e ruralização dos espaços eslavos fossem efetivados e que o extermínio realizado pelas forças de Hitler fosse ainda maior.

1 BERNARDO, João. Labirintos do Fascismo. Tese de Doutorado. Campinas: Unicamp, 1998. p. 93. disponível em: http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=vtls000134486


Por Tales Pinto
Graduado em História

Escritor do artigo
Escrito por: Tales dos Santos Pinto Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

PINTO, Tales dos Santos. "Pacto germano-soviético e a escravização eslava"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/pacto-germano-sovietico-escravizacao-eslava.htm. Acesso em 21 de novembro de 2024.

De estudante para estudante


Lista de exercícios


Exercício 1

(PUC-SP-2012) A charge acima, de autoria desconhecida, foi publicada em 1939. Ela refere-se ao tratado assinado naquele ano pela Alemanha e a União Soviética que:

a) assegurou a aliança militar entre os dois países durante a Segunda Guerra Mundial e a partição da Polônia.

b) consagrou o apoio bélico dos dois países aos fascistas na Guerra Civil Espanhola e ampliou a influência política alemã no Leste Europeu.

c) impediu a eclosão de guerra aberta entre os dois países e freou o avanço militar nazifascista na Europa.

d) determinou a nova divisão política do Leste Europeu, no período posterior à Segunda Guerra Mundial, e consolidou a hegemonia soviética na região.

e) estabeleceu a intensificação dos laços comerciais e o compromisso de não agressão mútua entre os dois países.

Exercício 2

O projeto expansionista de Hitler de construção do “espaço vital” para o povo alemão no Leste Europeu também era conhecido como:

a) Lebensraum.

b) Reich.

c) Wehrmacht.

d) Luftwaffe.

e) Mein Kampf.