PUBLICIDADE
O rio Tietê é um dos rios mais conhecidos do Brasil. Com uma vasta rede hidrográfica, possui uma grande importância econômica e cultural, pois faz parte do processo de formação de 62 municípios ribeirinhos que surgiram na sua margem.
O aproveitamento do rio fica por conta do uso de suas águas para a agricultura, pecuária e geração de energia em alguns trechos que possuem usinas. Destaca-se também em razão de seus problemas ambientais. Trata-se de um manancial altamente poluído e que recebe diariamente mais de duas toneladas de resíduos sólidos e esgoto da maior metrópole nacional, São Paulo. Esse rio possui, inclusive, trechos mortos, por não possuir vida animal ou vegetal em certos lugares.
Leia também: Rio Nilo – o maior rio do mundo em termos de extensão territorial
Tópicos deste artigo
- 1 - Dados gerais do Tietê
- 2 - Origem do nome
- 3 - Hidrografia do rio Tietê
- 4 - Problemas ambientais no rio Tietê
- 5 - Importância do rio Tietê
Dados gerais do Tietê
- Comprimento: 1.100 km e atravessa todo o estado de São Paulo.
- Nascente: Salesópolis – SP.
- Altitude da nascente: 1.030 metros.
- Foz: O rio Tietê percorre 1.100 quilômetros até o município de Itapura, em sua foz no rio Paraná, na divisa com Mato Grosso do Sul.
- Afluentes principais: rio Piracicaba, rio Jacaré-Pepira e rio Sorocaba.
- Bacia hidrográfica: O rio Tietê banha 62 municípios ribeirinhos e sua bacia compreende seis sub-bacias hidrográficas: Alto Tietê, onde está inserida a região metropolitana de São Paulo; Piracicaba; Sorocaba/Médio Tietê; Tietê/Jacaré; Tietê/Batalha e Baixo Tietê. Sua bacia é inteiramente paulista e abrange apenas o estado de São Paulo.
Origem do nome
A origem do nome do rio Tietê está ligada à história brasileira, pois remonta ao tupi-guarani. Esse rio era conhecido como rio Anhembi, que em tupi significa rio das anhumas – uma ave típica da região do atual estado de São Paulo. Essa nomenclatura prevaleceu até o século XVII, quando os bandeirantes denominaram-no de Tietê, topônimo de origem indígena que significa: ti – rio e ete – grande, fundo, verdadeiro, ou seja, rio grande ou verdadeiro.
Hidrografia do rio Tietê
A hidrografia do rio Tietê é destaque por se tratar do principal rio que passa pela maior metrópole nacional, cruzando toda a região metropolitana de São Paulo. Escoa para a macrobacia do Rio Paraná, sendo um dos principais afluentes dessa bacia hidrográfica.
Sua principal nascente está localizada no município de Salesópolis (SP), no Parque Nascentes do Rio Tietê. Essa área está sob proteção ambiental, na tentativa de preservar as nascentes da bacia. Atualmente o parque tenta preservar a fauna e flora originais da Mata Atlântica, contribuindo para a existência e sustentação da nascente do rio.
O Tietê também exerce papel importante para aproveitamento econômico, com atividades de navegação, abastecimento, turismo e a presença de usinas hidrelétricas, como a de Pirapora do Bom Jesus e a Usina de Rasgão, ambas responsáveis pelo abastecimento elétrico de São Paulo e seu entorno.
Esse curso de água cruza 62 municípios paulistas e, por pertencer a uma das áreas mais densamente populosas e povoadas do país, sofre impactos ambientais todos os dias no decorrer do seu leito. A sua bacia compreende seis sub-bacias hidrográficas: Alto Tietê, onde está inserida a região metropolitana de São Paulo; Piracicaba; Sorocaba/Médio Tietê; Tietê/Jacaré; Tietê/Batalha e Baixo Tietê.
-
Alto Tietê: área que abrange a nascente do rio;
-
Sorocaba/Médio Tietê: compreende 34 municípios, dos quais 17 estão na sub-bacia do Médio Tietê;
-
Piracicaba-Capivari-Jundiaí: inclui municípios paulistas e mineiros, mas a maioria (92,6%) é do estado de São Paulo;
-
Tietê/Batalha: abrange áreas das cidades de Itápolis, Lins, Matão, Novo Horizonte e Taquaritinga;
-
Tietê/Jacaré: abrange 34 municípios, localizando-se no centro do estado e passando por cidades como Araraquara, Bauru, Jaú, Lençóis Paulista e São Carlos;
-
Baixo Tietê: abrange o noroeste do estado e vai até o final da bacia, que tem sua foz no rio Paraná. Há destaque para a cidade de Andradina.
Leia também: Bacias hidrográficas – o que são, elementos, tipos, exemplos
Problemas ambientais no rio Tietê
Os problemas ambientais ligados a um dos principais rios do estado de São Paulo têm relação direta com a cidade e sua superpopulação. O rio recebe grande volume de esgoto industrial na cidade de Mogi das Cruzes, a 45 km da nascente, além do que recebe da megalópole nacional (São Paulo), com o despejo de dejetos industriais e urbanos em seu curso na região metropolitana paulista.
Grande parte do lixo industrial e urbano da cidade de São Paulo é despejada de maneira irregular no leito do rio. Essa prática tornou-se comum devido à ausência de uma rede de captação de esgoto no período da industrialização brasileira, na década de 1930 até a década de 1970. Dessa forma, um hábito comum na época foi o direcionamento desse lixo urbano-industrial aos cursos d’água, como no rio em questão, prática que ainda é recorrente nos dias atuais.
Além da poluição das águas, outro problema ambiental de destaque em torno do Tietê são as inundações. Esse fenômeno é explicado pela expansão das áreas urbanas e construções de edifícios e rodovias nas proximidades do leito menor (área de inundação natural).
Na cidade de São Paulo, o rio possui em seu entorno a B, uma das principais vias da cidade e por onde passam cerca de dois milhões de carros diariamente. No período de chuvas, é comum ocorrer enchentes na área, uma vez que milhões de litros d’água deságuam rapidamente no leito, fazendo o volume do rio aumentar repentinamente.
Leia também: Problemas socioambientais urbanos
Importância do rio Tietê
Todo curso d’água possui um potencial gigantesco quando se trata de seu aproveitamento econômico, como o uso da água para a agricultura, pecuária, atividades domésticas, produção de energia, navegação, pesca, entre outros. Infelizmente essa não é a realidade das águas do rio Tietê. Esse rio apresenta grandes limitações em razão da alta poluição em alguns trechos, como na região metropolitana de São Paulo, onde a presença de oxigênio no rio é praticamente zero e não há vida animal ou vegetal.
Todavia, há alguns trechos em que ocorre geração de energia elétrica, havendo 12 usinas de produção hidrelétrica ao longo desse rio, destacando-se a barragem da usina Parque de Salesópolis, a de Pirapora de Bom Jesus e a de Rasgão.
Outro destaque importante fica por conta do uso das águas, a partir do município de Barra Bonita, para a agricultura e pecuária. Nesse trecho, a água já se encontra mais clara e limpa, o que tem possibilitado seu uso para esses fins.
Por Gustavo Henrique Mendonça
Professor de Geografia