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Inflação

A inflação, chamada também de taxa de inflação, é um indicador econômico que expressa o aumento dos preços dos bens e dos serviços em um período de tempo determinado.

Saco de dinheiro ao lado de caixas empilhadas e seta para cima.
Inflação é o aumento dos preços de bens e serviços de um país em um período de tempo determinado.
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 Inflação é um indicador econômico que mede o aumento dos preços de bens e serviços em um período de tempo. As variações na inflação são ocasionadas pelo descompasso entre a demanda e a oferta, pelo aumento na emissão de papel-moeda em um determinado país, pela elevação dos custos de produção e até mesmo pelas incertezas da conjuntura econômica que causam uma expectativa no aumento da taxa inflacionária.

Aumentos na inflação podem ocasionar a desvalorização da moeda nacional e a diminuição do poder de compra da população, o que se dá de forma ainda mais acentuada quando não há reajustes nos salários.

Confira no nosso podcast: Entendendo os setores da economia

Tópicos deste artigo

Resumo sobre inflação

  • Inflação é o aumento de preços de bens e serviços em um determinado período.

  • A inflação é causada pelo desequilíbrio entre oferta e demanda, pelo aumento dos custos de produção, pela maior emissão de papel-moeda, pela expectativa sobre a flutuação na taxa inflacionária ou pela inércia.

  • Os principais tipos de inflação são: de demanda, estrutural e de oferta (ou de custo).

  • A inflação ocasiona o encarecimento de produtos, redução do poder de compra da população, desvalorização da moeda nacional e queda nos investimentos estrangeiros.

  • O aumento das taxas de juros, a ampliação da estrutura produtiva e a redução dos gastos públicos são algumas das medidas utilizadas para conter a inflação.

  • A inflação brasileira é calculada com base no IPCA e no INPC, que são dois índices de preço que levam em conta a relação entre a renda das famílias e o consumo.

  • As décadas de 1980 e 1990 no Brasil foram marcadas pela hiperinflação, quando os preços aumentavam quase diariamente nos mercados. A estabilização da economia veio com a implantação do Plano Real, que data de 1994.

  • No mundo, períodos de alta na inflação coincidem com grandes crises e instabilidade política, sanitária ou econômica, como as guerras mundiais, as crises do petróleo, pandemias etc.

O que é inflação?

A inflação, chamada também de taxa de inflação, é uma variável econômica que corresponde ao aumento dos preços dos bens e serviços de um país em um período de tempo determinado. Quando os salários não são ajustados em conformidade com a inflação, a flutuação no valor final das mercadorias e dos serviços condiciona uma diminuição do poder de compra da população, que experimenta um aumento no custo de vida.

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Quais são as causas da inflação?

Diversas causas estão associadas ao aumento dos preços de bens e serviços, que tem origem nas ações e políticas governamentais, no processo produtivo, na demanda e até mesmo nas especulações que são feitas a respeito do comportamento futuro da própria inflação. Veja abaixo quais são essas causas e uma breve explicação sobre cada uma delas.

  • Desequilíbrio entre a oferta e a demanda: os preços podem se elevar quando a demanda por um determinado produto ou serviço é muito alta, mas não é atendida adequadamente pela produção. Assim, a menor disponibilidade desses itens no mercado gera a tendência de aumento nos preços. Classifica-se essa causa como uma causa real da inflação.

  • Maior taxa de emissão de papel-moeda: o papel-moeda nada mais é do que o dinheiro de um país impresso no formato de cédulas por um órgão oficial, como a Casa da Moeda do Brasil. Quando a impressão do dinheiro supera a quantidade de mercadorias e produtos em circulação, há uma elevação geral dos preços e um aumento na inflação. Isso acontece também quando os gastos governamentais superam a arrecadação e surge a necessidade de emitir mais papel-moeda.

  • Custos de produção elevados: quando os custos para fabricar um determinado produto são maiores, eles acabam sendo repassados ao consumidor final na forma de aumento dos preços. O mesmo pode ser percebido no caso do encarecimento na oferta de serviços em geral.

  • Preocupação sobre futuros aumentos de preços e custos: a expectativa que se tem sobre a possibilidade de crescimento da inflação pode condicionar um aumento dos preços e custos de serviço como forma de antecipar o que vem no futuro, puxando a taxa de inflação para cima. Essa expectativa é decorrente de motivos muito variados, como crises políticas, guerras, conflitos internacionais, dentre outros.

  • Indexação de preços ou inércia: acontece quando o valor de serviços, como aluguéis de imóveis, e os preços são aumentados com base na inflação de um período precedente (indexação), o que eleva ainda mais o patamar de cálculo da inflação atual.

Leia também: Commodities — mercadorias comercializadas em larga escala no mercado internacional

Quais são os tipos de inflação?

A inflação pode ser classificada em diferentes tipos de acordo com os fatores que a ocasionaram. A seguir descrevemos quatro tipos de inflação que são os mais recorrentes.

  • Inflação de demanda: o aumento dos preços é decorrente da procura crescente por um determinado bem ou serviço, mas essa procura não é atendida pela produção. Ou seja, a demanda é maior do que a oferta. Em função disso, há uma elevação dos preços.

  • Inflação estrutural: derivada de problemas ou gargalos na infraestrutura de produção ou na infraestrutura espacial, como nas redes de transporte, por exemplo. A ineficácia da infraestrutura acarreta prejuízos para a produção, o que resulta no aumento no preço de bens e serviços.

  • Inflação de custo (ou de oferta): causada pelo crescimento dos custos de produção, como aumento do preço de matérias-primas, instrumentos de trabalho e energia, por exemplo, gerando uma elevação no preço dos produtos finais e serviços ofertados.

  • Inflação inercial: gerada por um aumento nos preços de produtos e serviços com base em taxas de inflação de períodos precedentes. Esse aumento acaba sendo incorporado no cálculo da inflação futura, criando assim uma variação elevada.

Consequências da inflação

Aumento do valor do pão resultante da alta da inflação
A inflação é percebida pelos consumidores no dia a dia, como no aumento do preço dos alimentos.

A inflação, conforme descreve o Banco Central do Brasil, é responsável por criar um cenário de incertezas na economia de um país.

Com a inflação acima da média, ou quando não há reajustes de salários, há um aumento no preço relativo de mercadorias, bens e serviços que afetam diretamente a população, em especial a parcela mais pobre, que tem o seu poder de compra reduzido. Notamos os efeitos da inflação principalmente por meio do encarecimento dos produtos no mercado, nos postos de combustível e também na elevação do valor dos serviços utilizados cotidianamente.

Outra consequência da inflação é a desvalorização da moeda nacional. Com isso, os produtos importados se tornam mais caros, o que pode onerar até mesmo a produção local, elevando os custos produtivos. Em uma conjuntura como essa, os investimentos internacionais tendem a desacelerar, uma vez que o cenário instável se torna pouco atrativo.

Algumas possíveis medidas para reduzir a inflação

Existem algumas medidas que podem ser tomadas tanto pelos governos nacionais quanto pelos agentes privados para reduzir a inflação. É preciso pontuar, entretanto, que muitas dessas medidas terão efeito a médio ou longo prazo, e algumas delas geram impactos nem sempre positivos para a população.

Abaixo, listamos as duas principais medidas que são apontadas como possíveis soluções para a inflação:

  • Aumento das taxas de juros: no Brasil, seria o equivalente ao reajuste da taxa Selic, que corresponde à taxa básica de juros.

  • Ampliação a médio e a longo prazo da estrutura produtiva: o que ampliaria a oferta por produtos e serviços.

Inflação brasileira

O cálculo da inflação no Brasil é realizado por meio de dois índices de preço, os quais estão descritos brevemente abaixo.

  • Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA): o IPCA é um índice oficial de preços calculado pelo IBGE e utilizado no sistema de metas da inflação, de acordo com as informações do Banco Central do Brasil. Esse índice faz o levantamento dos itens e serviços que compõem a cesta de consumo de famílias cuja renda acumulada seja de um a 40 salários-mínimos. A média de preços dessa cesta de consumo é equivalente ao IPCA.

  • Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC): assim como o IPCA, o INPC investiga o custo médio de vida das famílias brasileiras, levando em conta a cesta de consumo. No entanto, o INCP é calculado por meio do levantamento feito com famílias cuja renda some de um a cinco salários-mínimos. Conforme explica o IBGE, essa faixa de renda corresponde à parcela da população mais sensível às oscilações na taxa inflacionária.

Desde o final da década de 1990, a política monetária brasileira conta com um regime de metas de inflação, que é definido todos os anos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Esse indicador tem como principal objetivo nortear o planejamento econômico nacional, evitando um possível descontrole do regime de inflação. Nem sempre, no entanto, a meta estabelecida é atingida.

A inflação brasileira tem experimentado um período recente de muita oscilação, o que é decorrente da conjuntura política e econômica interna, além de fatores externos que são capazes de influenciar diretamente os preços das mercadorias e dos serviços nacionais, como a pandemia, crises políticas internacionais que afetam a cotação dos produtos e flutuações no câmbio.

Leia também: Pobreza no Brasil — dados sobre esse grave problema socioeconômico que atinge nosso país

Inflação mundial

Os índices inflacionários do Brasil têm seguido uma tendência mundial, que é a de aumento dos preços de mercadorias e serviços. De acordo com dados recentes publicados pelo Fórum Econômico Mundial|1|, a maioria dos países desenvolvidos experimentou nos últimos anos um aumento na taxa de inflação, que, em alguns casos, mais do que dobrou. Em muitos desses países, variações como essa não eram registradas há várias décadas.

Os fatores que têm influenciado a taxa de inflação no mundo são diversos, desde a pandemia e a resposta dos governos à crise sanitária instalada em 2020 até as incertezas no cenário político internacional, com disputas comerciais e guerras por território ocorrendo ao mesmo tempo. A Turquia e Israel são os dois países em que a inflação cresceu de forma acelerada no último ano. Por outro lado, países como Indonésia, Japão e Arábia Saudita registraram as menores variações.

História da inflação

A história econômica brasileira é marcada por períodos de oscilação na inflação. No entanto, o país passou por um momento atípico de hiperinflação ou inflação galopante, que aconteceu durante as décadas de 1980 e 1990, quando a inflação anual chegou a quase 500% ao ano na última década do século XX. Apenas a título de comparação, um aumento superior a 10% ao ano já é considerado preocupante.|2|

Muito embora o descontrole inflacionário no país tenha iniciado após as crises do petróleo, portanto por causas externas, fatores internos acumularam com o passar do tempo e contribuíram para a deflagração do problema. Durante esse período, os preços no mercado variavam praticamente todos os dias, com uma queda bruta do poder de compra da população, o que afetou sobretudo as famílias mais pobres.

Uma série de políticas monetárias foi elaborada pelo governo a fim de conter a inflação, culminando no Plano Real de 1994, no mesmo período em que a taxa de inflação brasileira chegava a 5000%. Dentre as medidas implantadas pelo Plano Real estavam a desindexação de preços, o aumento dos impostos federais e a abertura econômica brasileira, que deu início às privatizações. As medidas surtiram efeito na economia e houve equilíbrio na inflação, além da equiparação do real ao dólar.

Em uma escala mundial, períodos de descontrole inflacionário nos países coincide com momentos de grande instabilidade política e econômica, como foi o caso das duas guerras mundiais, quando países como a Hungria chegaram a registrar, em 1946, taxas diárias de 207%|3|. Um exemplo mais recente é o do Zimbábue, cujas transformações na estrutura produtiva e territorial interna e a intervenção na Guerra do Congo ocasionaram um cenário de taxas inflacionárias de 98% ao dia em 2008.|4|

Notas

|1| DESILVER, Drew. Research from 44 countries shows levels of rising inflation across the world. World Economic Forum, 23 jun. 2022. Disponível aqui.

|2| ROSSI, Pedro; CARMO, Heron; MARÇAL, Emerson; SILBER, Davi Simão; SCHWARTSMAN, Alexandre. Como os governos controlam a inflação? In: G1 explica a inflação, [S.I.]. Disponível aqui.

|3| UCHOA, Pablo. Como se resolveram os 5 maiores episódios de hiperinflação da história. BBC News Brasil, 16 set. 2018. Disponível aqui.

|4| Idem.

 

Por Paloma Guitarrara
Professora de Geografia 

Escritor do artigo
Escrito por: Paloma Guitarrara Licenciada e bacharel em Geografia pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e mestre em Geografia na área de Análise Ambiental e Dinâmica Territorial também pela UNICAMP. Atuo como professora de Geografia e Atualidades e redatora de textos didáticos.

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

GUITARRARA, Paloma. "Inflação"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/economia/inflacao.htm. Acesso em 21 de novembro de 2024.

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