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Michelangelo foi um artista italiano, considerado um dos grandes representantes do Renascimento durante o século XVI. Ao longo de sua vida, atuou como escultor, pintor, arquiteto e ainda foi poeta amador, mas a grande paixão de Michelangelo foi mesmo a escultura, por meio da qual parte de seus principais trabalhos foram realizados.
Entre as obras de destaque produzidas por Michelangelo no campo da escultura estão Pietà, de 1499, e Davi, produzida entre 1501 e 1504. No campo da pintura, destacam-se os afrescos que ele produziu no teto da Capela Sistina, a pedido do papa Júlio II, entre os anos de 1508 e 1511.
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Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre Michelangelo
- 2 - Nascimento e infância de Michelangelo
- 3 - Ingresso de Michelangelo nas artes
- 4 - Características da arte de Michelangelo
- 5 - Principais obras de Michelangelo
- 6 - Morte de Michelangelo
Resumo sobre Michelangelo
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Michelangelo foi um artista italiano conhecido por ser um dos grandes nomes do Renascimento.
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Foi escultor, pintor, arquiteto e poeta amador. Michelangelo, contudo, tinha preferência pela escultura.
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Nasceu na família Buonarroti, uma família de boa condição financeira. Além disso, foi financiado durante anos pelos Médici, em Florença.
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Pietà e Davi são as esculturas mais conhecidas de Michelangelo.
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Os afrescos no teto da Capela Sistina são as pinturas mais populares desse artista.
Nascimento e infância de Michelangelo
Michelangelo di Lodovico Buonarroti Simoni nasceu em Caprese, na Itália, em 6 de março de 1475. Ele era filho de Ludovico di Leonardo Buonarroti Simoni e de Francesca di Neri del Miniato di Siena, e teve quatro irmãos, chamados Lionardo, Buonarroto, Giovansimone e Gismondo.
A família Buonarroti era considerada uma família da aristocracia na Península Itálica, possuindo uma grande riqueza oriunda do comércio e da sua atuação como bancária. Entretanto, os negócios da família haviam decaído, e quando Michelangelo nasceu, as finanças da família estavam em más condições, tempo em que seu pai trabalhava como administrador de Caprese e Chiusi della Verna.
Poucos meses após seu nascimento, Michelangelo foi levado para Florença, cidade para onde sua família se mudou. A infância de Michelangelo foi marcada pelo falecimento de sua mãe em 1481. Outro fato marcante da infância de Michelangelo foi o seu apreço pelas artes, o que não era visto com bons olhos por sua família, especialmente por seu pai.
Ingresso de Michelangelo nas artes
Aos 13 anos de idade, Michelangelo foi enviado pelo seu pai para estudar artes com um renomado pintor de Florença chamado Domenico Ghirlandaio. Os relatos contam que a relação de Michelangelo com o seu tutor não eram muito boas, supostamente porque Ghirlandaio teria ciúmes do talento do jovem artista. Fala-se também que Michelangelo tinha uma personalidade entendida como difícil.
O talento de Michelangelo chamou a atenção dos Médici, a família mais rica e poderosa de Florença e famosa por atuar como mecenas de inúmeros artistas locais. A atuação dos Médici era importante e permitia que diversos artistas dedicassem todo o seu tempo às artes, o que contribuiu para que a cidade de Florença fosse reconhecida como um dos grandes centros do Renascimento.
A partir de 1490, Michelangelo estudou na Academia Neoplatônica Florentina, uma renomada instituição que formou inúmeros intelectuais humanistas nos séculos XV e XVI. Sob a tutela dos Médici, Michelangelo pôde ampliar os seus conhecimentos e dedicar-se integralmente ao seu desenvolvimento enquanto artista.
Nesse período, ele residia no Palácio dos Médici e decidiu seguir o caminho da escultura, área das artes pela qual ele tinha mais apreço. O desenvolvimento de Michelangelo como escultor contou também com a participação de Bertoldo di Giovanni, escultor que trabalhava para os Médici. Destacam-se desse período duas obras de Michelangelo: Madonna da Escada (1490) e Batalha dos Centauros (1492).
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Características da arte de Michelangelo
Entre os anos de 1492 e 1496, Michelangelo residiu em Florença, Bolonha e Veneza, e em todos esses locais ele se dedicou às artes, em especial à escultura. Uma das obras mais destacadas desse período foi Hércules, uma escultura feita de mármore que foi vendida para o rei da França, mas que desapareceu em algum momento do século XVIII.
O estilo de Michelangelo foi fortemente influenciado pela cultura clássica, além de conter uma técnica chamada disegno, que se caracterizava por construir a obra artística baseada em um esboço idealizado pelo artista.
Em 1496, Michelangelo mudou-se para Roma e lá tornou-se um dos artistas renascentistas mais conhecidos de todos os tempos. Em Roma, ele pôde ampliar os seus conhecimentos de arte clássica e de arquitetura, produzindo algumas de suas obras mais conhecidas no período em que esteve na cidade.
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Principais obras de Michelangelo
Uma das obras mais conhecidas de Michelangelo feitas no período em que viveu em Roma foi Pietà, que retrata a Virgem Maria abraçando Jesus morto, feita pelo artista em 1499. Essa escultura foi produzida por Michelangelo por meio de uma encomenda realizada por um cardeal francês. O sucesso da obra foi imediato e contribuiu para popularizar o nome de Michelangelo.
Em 1500, ele retornou para Florença, porque foi convidado pelos representantes da catedral daquela cidade a realizar um trabalho. Aqui, Michelangelo fez o que para muitos se tornou o grande trabalho de sua vida. O artista italiano esculpiu um bloco de mármore de cinco metros de altura e o transformou em Davi.
Essa escultura possui 5,17 metros de altura, representando o personagem bíblico Davi. A obra seria colocada como decoração da Catedral de Florença, mas foi considerada um trabalho artístico tão perfeito que foi decidido que seria colocado em frente ao Palácio dos Priores, a sede do governo da cidade de Florença. Atualmente, essa escultura está na Galeria de Belas Artes de Florença.
Michelangelo também sabia pintar, assim criou outras obras de arte que ficaram conhecidas. Em 1503, ele criou Doni Tondo, uma pintura em painel que retratava a Virgem Maria, José e Jesus. Esse trabalho também foi realizado sob encomenda e é a única pintura acabada de Michelangelo que sobreviveu ao tempo.
No começo do século XVI, Michelangelo teve alguns atritos com o papa Júlio II, porque o papa havia o contratado para construir algumas esculturas que seriam colocadas na tumba do pontífice, mas a falta de recursos fez Michelangelo abandonar a obra e retornar para Florença. Em 1508, o papa ainda forçou Michelangelo a realizar um trabalho para ele, que foram os afrescos no teto da Capela Sistina.
Michelangelo dedicou-se ao trabalho entre os anos de 1508 e 1511, entregando uma de suas maiores obras artísticas e deixando evidente que o seu talento não se resumia apenas à escultura e que ele era capaz de criar grandes pinturas. As pinturas no teto da Capela Sistina são consideradas uma das maiores obras de arte do Ocidente.
Os afrescos da Capela Sistina trazem cenas do Antigo Testamento, e uma das pinturas mais conhecidas é aquela que retrata Deus flutuando em uma nuvem com o braço e o dedo esticados tentando alcançar o dedo de Adão. O trabalho de Michelangelo na tumba de Júlio II seguiu até a década de 1540, e das 40 estátuas planejadas, só sete foram construídas.
Morte de Michelangelo
Além da escultura e pintura, Michelangelo também dedicou-se a muitos trabalhos na área de arquitetura, especialmente em Florença, onde foi contratado pelos Médici para trabalhos de remodelação de construções da cidade. Além disso, Michelangelo também dedicou-se por anos à escrita de poemas. O artista morreu no dia 18 de fevereiro de 1564, sendo enterrado em uma basílica localizada em Florença.
Créditos da imagem
[1] Antoine Taveneaux/ Wikimedia Commons
Por Daniel Neves Silva
Professor de História