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Di Cavalcanti, como é mais conhecido Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque Melo, foi um importante pintor brasileiro, marcado como o idealizador da Semana de Arte Moderna de 1922. Foi um dos grandes expoentes do modernismo no Brasil e influenciado por pintores como Pablo Picasso. Foi eleito o melhor pintor nacional na década de 1950.
Di Cavalcanti chegou a ser preso duas vezes, e, por conta da perseguição política, decidiu abandonar o Brasil por alguns anos. Fundou o Clube dos Artistas Modernos e pintou obras conhecidas, como Samba, Vênus e Ciganos.
Veja também: Tarsila do Amaral — uma importante pintora do modernismo brasileiro
Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre Di Cavalcanti
- 2 - Nascimento de Di Cavalcanti
- 3 - Vida adulta de Di Cavalcanti
- 4 - Últimos Anos de Di Cavalcanti
- 5 - Obras de Di Cavalcanti
- 6 - Videoaula sobre a Semana de Arte Moderna
Resumo sobre Di Cavalcanti
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Di Cavalcanti teve contato com as artes, desde sua infância, por meio de aulas de piano e pintura.
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Estudou Direito em São Paulo, mas seguiu a carreira artística.
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Sua primeira exposição foi em 1917, e logo se tornou uma importante personalidade na cena cultural de São Paulo.
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Foi um dos idealizadores da Semana de Arte Moderna de 1922.
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Foi reconhecido como melhor pintor nacional e recebeu prêmios internacionais por suas obras.
Nascimento de Di Cavalcanti
Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Melo nasceu no Rio de Janeiro, no dia 6 de setembro de 1897, sendo filho de Frederico Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Melo e de Rosalia de Sena. Desde cedo, Di Cavalcanti teve contato com as artes, iniciando ainda na infância sua formação artística.
Recebeu aulas de piano, e, com 11 anos de idade, tinha aulas particulares de pintura com Gaspar Puga Garcia. Além disso, Di Cavalcanti foi fortemente influenciado pelo ambiente que encontrava na casa de sua tia (irmã de sua mãe) que era casada com José do Patrocínio, um abolicionista proeminente.
Vida adulta de Di Cavalcanti
Ainda jovem, Di Cavalcanti começou a trabalhar como ilustrador para a Fon-Fon. A partir de 1916, mudou-se para São Paulo, a fim de fazer o curso de Direito na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, uma das mais tradicionais do Brasil. Enquanto isso, seguia trabalhando como ilustrador, e, já em 1917, teve sua primeira exposição, expondo suas caricaturas, em São Paulo.
→ Carreira artística de Di Cavalcanti
A partir de 1917, Di Cavalcanti retomou seus estudos de pintura, de modo que recebeu aulas do pintor alemão Georg Elpons. Tornou-se uma figura expressiva na cena cultural de São Paulo, na passagem das décadas de 1910 e 1920.
Em 1920, começou a expor algumas de suas primeiras pinturas, recebendo elogios de artistas como Mário de Andrade. Assim, aproximou-se de artistas importantes de São Paulo, e sua atuação na cena cultural paulista o levou à idealização da Semana de Arte Moderna.
Não só idealizada por ele, a Semana de Arte Moderna ocorreu em 1922. Nomes como Mário de Andrade e Oswald de Andrade também tiveram grande peso na realização desse evento. Di Cavalcanti aproveitou a ocasião para expor 11 de suas obras.
Em 1923, Di Cavalcanti viajou para a Europa, e lá teve contato com importantes pintores de sua época, como Pablo Picasso e Georges Braque. Conheceu Picasso quando frequentou a Academia Ranson, em Paris.
O pintor brasileiro registrou que essa viagem à Europa teve grande impacto em sua carreira. Quando retornou ao Brasil, em 1926, havia sofrido forte influência do estilo cubista, uma das vanguardas europeias.
O trabalho de Di Cavalcanti, a partir daí, incorporou elementos das vanguardas, mas também passou a apostar em temas nacionais, abordando questões como o samba e a favela, por exemplo. Compôs ainda ilustrações para livros de escritores como Vinicius de Morais e Jorge Amado, por exemplo.
Na década de 1930, Di Cavalcanti já era um artista com fama consolidada, chegando a participar de exposições internacionais. Em 1932, ele fundou o Clube dos Artistas Modernos (CAM) com Flávio de Carvalho, Carlos Prado e Antônio Gomide. A CAM era uma associação independente de artistas que se reuniam com o propósito de fomentar a arte, propondo novas experiências artísticas e também debatendo os rumos do país e das artes.
Politicamente falando, a década de 1930 foi um momento conturbado para Di Cavalcanti. Isso porque ele foi preso duas vezes, sendo que a primeira prisão em 1932, durante a Revolução Constitucionalista, ao ser acusado de ser partidário de Getúlio Vargas. Em 1935, ele foi preso pela segunda vez, agora por envolvimento com o comunismo (ele era filiado do Partido Comunista do Brasil).
Essa perseguição política fez com que o pintor abandonasse o Brasil, mudando-se para a Europa ainda em 1935 e permanecendo lá por cinco anos. Mesmo assim, Di Cavalcanti continuou trabalhando nas suas pinturas. Quando retornou ao Brasil, em 1940, ele continuou as expondo, e uma marca de seu trabalho nesse período foi a forte presença de mulheres.
Na década de 1940, Di Cavalcanti procurou questionar a arte abstrata, que ganhava espaço no cenário internacional, produzindo pinturas que promoviam críticas a esse estilo com outros artistas, como Anita Malfatti.
Saiba mais: Pagu — outra artista modernista conhecida por inúmeros trabalhos
Últimos Anos de Di Cavalcanti
Na década de 1950, Di Cavalcanti doou centenas de trabalhos seus para o Museu de Arte Moderna de São Paulo, o Masp. Recebeu o prêmio de melhor pintor nacional, em 1954, juntamente de Alfredo Volpi, e, no exterior, ele também recebeu homenagens pelo conjunto de seu trabalho artístico. Quando Brasília estava em construção, foi convidado para produzir uma tapeçaria para o Palácio da Alvorada e produziu as pinturas da Via-Sacra na Catedral Metropolitana de Brasília.
Na década de 1960, chegou a ser nomeado como adido cultural do Brasil na França, mas o Golpe Civil-Militar de 1964 impediu que ele assumisse a posição. Foi homenageado pelo Masp em 1971, e conquistou o título de doutor honoris causa pela Universidade Federal da Bahia.
Di Cavalcanti faleceu no dia 26 de outubro de 1976. Ele residia no Rio de Janeiro, e, até hoje, é considerado um dos grandes pintores e um dos grandes expoentes do modernismo brasileiro.
Obras de Di Cavalcanti
A longa carreira de Di Cavalcanti fez com que ele produzisse centenas de obras, e algumas delas são consideradas importantes para a cultura brasileira. Os principais destaques do trabalho do pintor são:
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Samba (1925);
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Mangue (1929);
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Cinco moças de Guaratinguetá (1930);
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Vênus (1938);
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Ciganos (1940);
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Noturno na Gamboa (1963).
Videoaula sobre a Semana de Arte Moderna
Crédito de imagem
[1] Domínio Público / Acervo Arquivo Nacional
[2] neftali / Shutterstock
Por Daniel Neves
Professor de História