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Platina (Pt)

A platina encabeça um grupo de metais nobres conhecidos como metais do grupo da platina.

Pedra de platina
Platina, um metal nobre e cobiçado.
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A platina, símbolo Pt e número atômico 78, é um metal nobre que encabeça um grupo de elementos conhecidos como metais do grupo da platina, com ródio, irídio, paládio, ósmio e rutênio. Destaca-se pela sua inércia química, caracterizada pela grande resistência à corrosão. A platina é um metal tão pouco reativo que consegue ser encontrada em sua forma nativa na natureza.

A platina possui alto valor comercial, na faixa de 1000 dólares a onça (cerca de 30 gramas). Sua principal característica explorada é sua capacidade catalítica, a qual é aplicada em conversores catalíticos automotivos ou como catalisador de reações de hidrogenação no refino de petróleo. Além disso, compostos de platina vêm sendo empregados no combate ao câncer devido ao seu potencial antitumoral.

Leia também: Quais elementos integram a Tabela Periódica?

Tópicos deste artigo

Resumo sobre a platina

  • A platina, Pt, é um metal nobre de número atômico 78.
  • Encabeça um grupo que leva seu nome, conhecido como metais do grupo da platina, com ródio, irídio, ósmio, paládio e rutênio.
  • A platina é um metal pouco reativo e muito resistente à corrosão.
  • Embora possa ser encontrada em sua forma pura na natureza, é também extraída do mineral sperrilita.
  • A maior dificuldade de seu refino é a sua separação dos demais metais do grupo da platina.
  • É aplicada na produção de catalisadores e de fármacos com potencial antitumoral.

Propriedades da platina

  • Símbolo: Pt
  • Número atômico: 78
  • Massa atômica: 195,084 u.m.a
  • Eletronegatividade: 2,28
  • Ponto de fusão: 1768,2 °C
  • Ponto de ebulição: 3825 °C
  • Densidade: 21,45 g.cm-3 (20 °C)
  • Configuração eletrônica: [Xe] 6s1 5d9
  • Série química: metais; grupo 10; metais nobres; metais do grupo da platina; elementos de transição; bloco d.

Características da platina

Amostra de platina metálica
Amostra de platina metálica

A platina é um metal nobre pertencente ao grupo 10 da Tabela Periódica. Integra um grupo que leva seu nome, os metais do grupo da platina (MGP), com ródio, irídio, ósmio, rutênio e paládio. É um metal dúctil, maleável, de coloração branca prateada.

Em qualquer temperatura, a platina não sofre corrosão pelo ar atmosférico, mas sim por cianetos, haletos, sulfetos e bases muito fortes e corrosivas. Apesar de ser insolúvel em ácido clorídrico e ácido nítrico, é solúvel em aqua regia, uma mistura desses ácidos, formando o ácido cloroplatínico (H2PtCl6). Os estados de oxidação mais comuns para a platina, em solução, são o Pt2+ e o Pt4+.

A platina apresenta seis isótopos naturais, sendo que um deles, o 190Pt, é radioativo com meia-vida bem longa. Outros 37 isótopos sintéticos radioativos são conhecidos.

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Onde a platina é encontrada?

Embora possa ser encontrada em sua forma nativa, acompanhada dos demais MGP, também é possível encontrar a platina no mineral sperrilita (PtAs2). É um metal muito escasso na crosta terrestre (5 ng/kg).

Amostra de sperrilita, fonte do metal platina.
Amostra de sperrilita, fonte do metal platina.

Obtenção da platina

Os grandes desafios da obtenção da platina estão na sua separação dos demais metais do seu grupo, isso porque eles possuem propriedades semelhantes. A metodologia para separação de metais nobres, incluindo a platina, é sempre complicada, exigindo tempo e muitos recursos. Basicamente, as técnicas envolvem hidrometalurgia, ou seja, extração por solvente, sendo comum a solubilização da platina na forma de cianetos (cianetação) ou de cloretos (PtCl62-).

Só que, por diversas vezes, outros MGP não podem mais estar presentes para que a platina consiga ser separada, o que dificulta ainda mais a separação. Posteriormente, resinas de troca iônica são utilizadas para fazer a separação. Em geral, essas resinas são de natureza orgânica.

Para que serve a platina?

No cotidiano, quando pensamos na platina, pensamos nas diversas joias que ela pode produzir. Contudo, seus usos tecnológicos são bastante vastos e de grande importância para toda a sociedade.

Sem dúvida alguma, a platina se destaca como catalisador, principalmente na indústria automobilística. Sua presença no sistema de exaustão dos veículos automotores diminui bastante a presença de gases nocivos oriundos da queima incompleta do combustível na câmara do motor, tais como monóxido de carbono, gases de nitrogênio e até mesmo resquícios de combustível não queimado, garantindo a completa conversão em dióxido de carbono e água.

Ainda como catalisador, é capaz de auxiliar na quebra de cadeias de hidrocarbonetos no refino de petróleo e, quando finamente dividida, atua como catalisador no processo de produção de ácido sulfúrico.

Outro interesse no poder catalítico da platina tem aumentado nos últimos anos: ela tem sido usada em células de combustível para a produção limpa do hidrogênio. Aliás, assim como o paládio, a platina é capaz de reter grandes volumes desse gás.

Conversor catalítico feito de platina.
A platina está presente nos conversores catalíticos automotivos.

A platina também tem grande importância na área de desenvolvimento de fármacos e pró-fármacos (fármacos que são inseridos inativos em nosso corpo e, depois, convertidos para sua forma ativa) com atividade antitumoral. O primeiro a ser reportado foi a cis[(diaminodicloro)platina(II)], de fórmula cis[Pt(NH3)2Cl2], comumente conhecida como cisplatina, em 1965, por Barnett Rosenberg (embora já tivesse sido preparada desde 1844 por Michele Peyrone).

A partir daí, novos fármacos de segunda e terceira geração de Pt(II) foram desenvolvidos, como a carboplatina e a oxaloplatina, além de pró-fármacos de Pt(IV), como a satraplatina, porém, aparentemente, estes últimos ainda requerem aprovação dos órgãos competentes para serem utilizados.

Leia também: Titânio — metal também conhecido por sua resistência à corrosão

Qual é mais caro: a platina ou o ouro?

Tanto ouro quanto platina figuram como metais nobres e, por isso, sempre terão um alto valor de mercado. Contudo, como ativos de investimento, podem sofrer flutuações de mercado.

Uma barra de platina.
Uma barra de platina.

O ouro, por exemplo, está atingindo recordes de valor, ultrapassando a casa de US$ 2 mil a onça (cerca de 30 gramas) por conta dos colapsos bancários nos EUA e Europa, guerra na Ucrânia e transição energética no planeta. O ouro é um investimento muito sólido e, por isso, acaba sendo bem-visto em momentos mais turbulentos.

a platina, cujo preço atual está na metade do ouro, teve seu preço reduzido entre 2022 e 2021 em cerca de 10%. No entanto, segundo o portal Bloomberg, desde 2013 que o preço da onça da platina não ultrapassa os US$ 1276.

História da platina

Embora já se conhecesse a presença de platina na América do Sul desde o século XVI, apenas em 1735 que amostras foram enviadas para a Europa. Um dos cientistas pioneiros nos experimentos com esse metal foi o inglês William Brownring, que comunicou seus feitos à Royal Society de Londres.

Trabalhar com o metal era muito difícil, pois seu ponto de fusão é elevado, além da sua grande resistência à corrosão e de estar misturado em quantidades variáveis com os demais MGP. Apenas em 1802 é que amostras comerciais de platina pura foram obtidas, graças aos trabalhos de William Hyde Wollaston e Smithson Tennant.

Ainda nesse trabalho, Wollaston descobriu o paládio e o ródio, enquanto Tennant descobriu o irídio e o ósmio. Os estudos garantiram aos parceiros ingleses grandes retornos financeiros, pois, com base neles, desenvolveu-se técnicas para a utilização da platina.

Curiosidades da platina

  • Pela sua grande inércia química, a platina é muito difícil de ser separada do ouro, tornando-se uma grande dor de cabeça para os exploradores.
  • Por muito tempo, a platina não teve qualquer valor comercial, servindo apenas como falsificação de outros metais nobres.
  • O nome platina é o diminutivo de plata, que significa “prata” em espanhol, pois os metais são fisicamente muito parecidos.
  • Foi encontrada platina em objetos que datam de 700 a.C., como o famoso caixão de Thebes (antiga Grécia).

 

Por Stéfano Araújo Novais
Professor de Química

Escritor do artigo
Escrito por: Stéfano Araújo Novais Stéfano Araújo Novais, além de pai da Celina, é também professor de Química da rede privada de ensino do Rio de Janeiro. É bacharel em Química Industrial pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e mestre em Química pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

NOVAIS, Stéfano Araújo. "Platina (Pt)"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/quimica/platina.htm. Acesso em 28 de março de 2024.

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