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A cortina de ferro foi uma expressão usada durante a Guerra Fria para fazer menção à barreira ideológica que existia no continente europeu entre as nações da Europa Ocidental e da Europa Oriental. A cortina de ferro era formada por nações socialistas que estavam sob a influência do governo da União Soviética.
Essa expressão se popularizou por meio de um discurso de Winston Churchill, ex-primeiro-ministro britânico, nos Estados Unidos. Ela se referia à barreira ideológica, mas a Guerra Fria contou com barreiras físicas que separavam os dois blocos, com destaque para o Muro de Berlim, construído em 1961 e derrubado em 1989.
Leia também: O mundo depois da Segunda Guerra Mundial
Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre a cortina de ferro
- 2 - O que foi a cortina de ferro?
- 3 - Quando surgiu o termo?
- 4 - Quais países fizeram parte da cortina de ferro?
- 5 - Cortina de ferro e Muro de Berlim
Resumo sobre a cortina de ferro
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A cortina de ferro é uma expressão criada para se referir às nações socialistas da Europa que estavam sob a influência da União Soviética.
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Tem seu sentido relacionado com a Guerra Fria e a disputa ideológica desse período entre capitalismo e socialismo.
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Foi popularizada por meio de um discurso de Winston Churchill realizado nos Estados Unidos em 1946.
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Ao todo, nove nações fizeram parte da cortina de ferro.
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Um dos símbolos desse período foi uma barreira física que separava Berlim, o Muro de Berlim.
O que foi a cortina de ferro?
A cortina de ferro foi uma expressão utilizada durante o período da Guerra Fria para se referir ao bloco de nações socialistas que existia no Leste Europeu e ao domínio que elas sofriam da União Soviética. É uma expressão de cunho pejorativo com o intuito de reforçar a falta de liberdade dessas nações em relação ao governo de Moscou.
.barreira ideológica que separava a Europa Oriental da Europa Ocidental, uma vez que sua soberania não era respeitada pelo governo soviético. Até por isso, nações do bloco socialista sofreram intervenções soviéticas em determinados períodos da Guerra Fria. Portanto, trata-se da sob a cortina de ferromas nações desse bloco estavaSendo assim,
Essa barreira ideológica é uma característica marcante da Guerra Fria, conflito político-ideológico em que duas potências — Estados Unidos e União Soviética — disputavam a hegemonia global. Cada uma tinha sua ideologia distinta da outra, com os norte-americanos sendo capitalistas e os soviéticos, socialistas.
É importante mencionar que muitos historiadores consideram que a influência da União Soviética sobre as nações do bloco socialista aumentou com alguns acordos, como o Comecon, que garantiu auxílio econômico soviético para as nações do Leste Europeu, mas, principalmente, pelo Pacto de Varsóvia, acordo militar da União Soviética com as nações socialistas da Europa. Nesse acordo, os soviéticos receberam a garantia de estabelecer suas tropas em outras nações socialistas.
Quando surgiu o termo?
A origem do termo cortina de ferro com o sentido que foi explicado acima é atribuída a um discurso de Winston Churchill, primeiro-ministro britânico entre os anos de 1940 e 1945. Durante o discurso, realizado em 5 de março de 1946, Churchill não estava mais nessa posição porque seu partido havia perdido espaço na política britânica para os trabalhistas.
O discurso ocorreu no Westminster College, localizado na cidade de Fulton, no estado de Missouri, nos Estados Unidos. O ex-primeiro-ministro britânico falou em seu discurso que uma cortina de ferro havia descido sobre a Europa. Isso foi entendido como uma forma de referir-se à consolidação do bloco socialista em consequência do avanço soviético no Leste Europeu.
Veja também: Diferenças entre o socialismo e o capitalismo
Quais países fizeram parte da cortina de ferro?
Vimos neste texto que a cortina de ferro foi uma expressão que se referia às nações do bloco socialista no Leste Europeu. Embora algumas nações desse bloco não fossem aliadas do governo soviético e não aceitassem as intervenções de Moscou (como o caso da Iugoslávia), a expressão originalmente foi pensada para todas as nações envolvidas.
As nações da cortina de ferro foram as seguintes:
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Albânia;
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Alemanha Oriental;
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Bulgária;
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Checoslováquia;
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Hungria;
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Iugoslávia;
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Polônia;
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Romênia;
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União Soviética.
Cortina de ferro e Muro de Berlim
A expressão cortina de ferro, como mencionado, se referia à barreira ideológica entre as nações, mas o símbolo concreto dessa disputa foi, na verdade, a barreira que separava a cidade de Berlim. Nesse período, Berlim foi dividida ao meio, com Berlim Ocidental sendo a capital da República Federal da Alemanha (RFA), a Alemanha capitalista; e Berlim Oriental, a capital da República Democrática Alemã (RDA), a Alemanha socialista.
A construção do muro aconteceu com o objetivo de impedir que a população da RDA se mudasse para Berlim Ocidental. Entre os anos de 1948 e 1961, milhões de habitantes da RDA se mudaram para a capital da RFA por conta do maior desenvolvimento econômico e da maior liberdade que existiam lá.
Essa fuga da população fazia com que a RDA perdesse cérebros e mão de obra, e, para evitar que mais pessoas abandonassem o país, os governos da Alemanha Oriental e da União Soviética decidiram construir um muro para isolar Berlim Ocidental, o que ocorreu entre o dia 12 e o dia 13 de agosto de 1961.
Ao longo dos anos seguintes, uma grande estrutura foi montada para separar as duas cidades, contando com a altura do muro, torres de segurança, vigias armados, arame farpado, cães de guarda etc. A queda do Muro de Berlim aconteceu somente em 1989, dando início à reunificação da Alemanha, à queda do socialismo na Europa e ao fim da Guerra Fria.
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Videoaula sobre o Muro de Berlim: da construção à queda
Créditos da imagem
[1] Kseferovic / Wikmedia Commons
Por Daniel Neves Silva
Professor de História