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Sistemas agrícolas são os conjuntos de técnicas e práticas de manejo e cultivo do solo no campo. Considerando características como as tecnologias empregadas no processo produtivo, a escala de produção e a mão de obra, classifica-se os sistemas agrícolas em duas categorias principais:
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intensivo;
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extensivo.
Na agricultura brasileira há uma clara diferenciação na ocorrência dos dois sistemas. Enquanto a agricultura intensiva está presente nas áreas para onde houve um avanço da agricultura moderna, da agroindústria e da produção de commodities agrícolas, o sistema extensivo caracteriza a pequena produção e as propriedades de assentados, posseiros e da agricultura familiar, que se utilizam de técnicas tradicionais de produção agrícola.
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Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre sistemas agrícolas
- 2 - Características dos sistemas agrícolas
- 3 - Como são classificados os sistemas agrícolas?
- 4 - Quais são os sistemas agrícolas presentes no Brasil?
- 5 - Diferenças entre agricultura moderna e agricultura tradicional
- 6 - Exercícios resolvidos sobre sistemas agrícolas
Resumo sobre sistemas agrícolas
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Sistemas agrícolas são as diferentes práticas e modos de produção agrícola no campo.
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Sua classificação considera o conjunto de tecnologias utilizado, as técnicas de produção, a mão de obra e a escala produtiva.
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Os principais sistemas agrícolas são a agricultura intensiva e a agricultura extensiva.
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A agricultura intensiva é a ampla utilização de tecnologias modernas no processo produtivo, além de alto investimento de capitais, elevada produtividade e mão de obra enxuta e qualificada.
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A agricultura extensiva é o emprego de técnicas tradicionais de preparo do solo e no cultivo, com menor produtividade por hectare, além de mão de obra numerosa e menos qualificada.
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No Brasil, a agricultura intensiva se concentra nas regiões produtivas do agronegócio. A agricultura extensiva é praticada nas propriedades de pequenos agricultores, assentados e da agricultura familiar.
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Destaca-se a presença dos sistemas agrícolas tradicionais (SAT) no campo brasileiro, em que a produção agropecuária está diretamente associada ao modo de vida e às tradições culturais de um povo.
Características dos sistemas agrícolas
Os sistemas agrícolas são caracterizados como o conjunto de práticas e de técnicas empregadas na produção agrícola, isto é, no cultivo da terra. As técnicas que definem um sistema agrícola são tanto as diferentes práticas de manejo do solo quanto os instrumentos e o conjunto de ferramentas utilizados na execução desse processo, compondo assim o que chamamos de atividade agrícola ou agricultura.
Outros elementos importantes para a classificação dos sistemas agrícolas são a produtividade da lavoura, além da escala da produção desempenhada em determinada propriedade e da mão de obra empregada no processo produtivo.
Como são classificados os sistemas agrícolas?
Levando em consideração as características elencadas no tópico anterior, os principais sistemas agrícolas podem ser classificados em intensivos e extensivos.
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Sistema agrícola intensivo
É o sistema em que há a aplicação intensiva de técnicas modernas de produção e alto teor de mecanização em todas as etapas da cadeia produtiva, o que engloba desde a seleção de sementes, utilizando-se dos avanços da biotecnologia e da ciência genética, até a colheita, o armazenamento e o transporte. A agricultura intensiva, como é também chamada, é caracterizada pelo amplo investimento de capital (dinheiro), e está diretamente associada à agroindústria e ao circuito superior da economia, inserindo-se nas cadeias de produção global.
A agricultura intensiva se utiliza de fertilizantes químicos e outros defensivos agrícolas para garantir o desenvolvimento da lavoura, marcada pelos elevados índices de produtividade. A maior parcela da produção agrícola resultante desse sistema é destinada à exportação, sendo comercializada no mercado internacional como commoditie agrícola. Internamente, a agricultura intensiva é responsável por fornecer matéria-prima para a indústria.
No sistema agrícola intensivo, a mão de obra apresenta alto nível de qualificação, sendo formada por um número de trabalhadores reduzido quando comparado ao sistema extensivo.
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Sistema agrícola extensivo
O sistema agrícola extensivo é caracterizado pela aplicação de técnicas tradicionais de manejo do solo e de plantio e colheita, com menor taxa de adoção de defensivos agrícolas, maquinários e outras tecnologias modernas, em oposição ao que acontece no sistema intensivo. Por causa disso, a produtividade desse sistema é menor, e ele se torna mais suscetível às intempéries climáticas e a outros fatores externos que possam atrasar ou prejudicar o desenvolvimento da lavoura.
A produção da agricultura extensiva acontece comumente em pequenas e médias propriedades de terra, e é voltada tanto para a subsistência do agricultor e de sua família quanto para a geração de renda mediante a comercialização dos alimentos produzidos nos circuitos inferiores da economia, o que compreende a venda em feiras, pequenos mercados locais ou regionais e até mesmo a venda direta ao consumidor final.
O montante de capital investido na agricultura extensiva é menor do que na agricultura intensiva, até mesmo pelo fato de a modalidade extensiva ser praticada por pequenos produtores, agricultores familiares, assentados, posseiros e camponeses, que possuem menor condição financeira. O corpo de mão de obra é mais numeroso nesse sistema, embora os trabalhadores possuam menor qualificação.
Veja também: Impactos da agricultura intensiva no meio ambiente
Quais são os sistemas agrícolas presentes no Brasil?
O campo brasileiro é um meio, ao mesmo tempo, diverso e profundamente desigual. Nele coexistem os sistemas agrícolas intensivo e extensivo, além da presença daqueles sistemas chamados de sistemas agrícolas tradicionais (SAT).
Os SAT, na definição do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), são aqueles em que a produção agropecuária e extrativista interage com os elementos da cultura e do modo de vida de determinada comunidade, e levam em consideração a lógica e as territorialidades de cada uma dessas populações em particular. O processo produtivo pode ocorrer mediante o emprego de técnicas tradicionais e técnicas modernas, ao mesmo tempo em que há maior preocupação acerca da preservação ambiental e da prática sustentável.
O Mapa destaca dois SAT reconhecidos como Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro:
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SAT do Rio Negro, no estado do Amazonas;
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SAT das Comunidades Quilombolas do Vale do Ribeira, no estado de São Paulo.
Pensando nos sistemas intensivos e extensivos, temos que a agricultura extensiva é praticada por pequenos agricultores, agricultores familiares e assentados da reforma agrária. Esse grupo é o principal responsável pelo abastecimento do mercado interno brasileiro com alimentos, e forma maioria no que diz respeito ao número de imóveis rurais.
A agricultura intensiva é praticada nas áreas onde se desenvolveu o agronegócio. Trata-se das regiões de expansão da fronteira agrícola brasileira e áreas tradicionais de produção de commodities agrícolas, como a soja e o milho. Destacam-se os produtores do Centro-Oeste do Brasil e da região agrícola do Matopiba, formada por partes dos estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. A produção desenvolvida nesses territórios é voltada para a exportação, e a parte destinada ao mercado interno se torna matéria-prima na indústria.
O sistema intensivo é praticado em um menor número de propriedades, embora elas ocupem a maior parcela das terras agrícolas brasileiras.
Diferenças entre agricultura moderna e agricultura tradicional
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Agricultura moderna: é a agricultura praticada com a utilização das tecnologias modernas oriundas da Revolução Industrial. Entre essas inovações estão os maquinários agrícolas; os insumos e defensivos químicos utilizados para a correção do solo e contra doenças e pragas; as sementes geneticamente modificadas; os sistemas modernos de irrigação; os instrumentos de geolocalização; e diversas outras ferramentas. A mão de obra empregada nesse tipo de agricultura apresenta maior qualificação. Além disso, os investimentos de capital são feitos em maior volume, e a produção é voltada para o comércio externo.
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Agricultura tradicional: é a agricultura praticada com a utilização de métodos tradicionais de preparo do solo, plantio e colheita, sem a aplicação de ferramentas modernas, fertilizantes e outros tipos de defensivos agrícolas. Esses métodos tradicionais podem ser passados de geração para geração, tendo em vista que a agricultura tradicional é praticada por pequenos agricultores, agricultores familiares e comunidades tradicionais. O investimento de capitais é menor, e a produção da agricultura tradicional é destinada à subsistência ou ao comércio local.
Saiba mais: Revolução Verde — conjunto de inovações tecnológicas que chegaram ao campo
Exercícios resolvidos sobre sistemas agrícolas
Questão 1) (UFPB) Os sistemas agrícolas e a produção pecuária podem ser classificados como intensivos ou extensivos. Essa noção está ligada ao grau de capitalização e ao índice de produtividade, independentemente do tamanho da área de cultivo ou de criação. Nesse sentido, considerando as relações de trabalho, é correto afirmar que a agricultura intensiva utiliza:
a) técnicas tradicionais de cultivo e colheita, além de apresentar elevados índices de produtividade.
b) técnicas modernas de preparo do solo e, por isso, não consegue explorar a terra por um longo período de tempo.
c) técnicas modernas de produção e, por isso, necessita de trabalhadores com distintas qualificações resultando em relações de trabalho mais complexas.
d) grandes áreas de cultivo e/ou de pastagem, pois objetiva o lucro, e emprega grande quantidade de mão de obra qualificada que reside na propriedade.
e) pequenas áreas de cultivo e/ou de pastagem, pois há o emprego de técnicas tradicionais de produção gerenciadas pelo proprietário e sua família, que não residem na propriedade.
Resolução: Alternativa C
A agricultura intensiva é aquela desenvolvida com o uso de técnicas modernas de produção, o que demanda mão de obra qualificada. Devido a esse fato e à mecanização dos processos, o número de trabalhadores empregados é menor, e as relações de trabalho são mais complexas do que no sistema extensivo.
Questão 2) (Enem 2018) A agricultura ecológica e a produção orgânica de alimentos estão ganhando relevância em diferentes partes do mundo. No campo brasileiro, também acontece o mesmo. Impulsionado especialmente pela expansão da demanda de alimentos saudáveis, o setor cresce a cada ano, embora permaneça relativamente marginalizado na agenda de prioridades da política agrícola praticada no país.
AQUINO, J. R.; GAZOLLA, M.; SCHNEIDER, S. In: SAMBUICHI, R. H. R. et al. (Org.). A política nacional de agroecologia e produção orgânica no Brasil: uma trajetória de luta pelo desenvolvimento rural sustentável. Brasília: Ipea, 2017 (adaptado).
Que tipo de intervenção do poder público no espaço rural é capaz de reduzir a marginalização produtiva apresentada no texto?
a) Subsidiar os cultivos de base familiar.
b) Favorecer as práticas de fertilização química.
c) Restringir o emprego de maquinário moderno.
d) Controlar a expansão de sistemas de irrigação.
e) Regulamentar o uso de sementes selecionadas.
Resolução: Alternativa A
A destinação de investimentos públicos às propriedades de agricultura familiar seria capaz de ampliar o crescimento desse setor na economia brasileira, uma vez que esses produtores são os principais responsáveis pelo fornecimento de alimentos ao mercado doméstico do Brasil. Aumentar a capacidade produtiva dessa parcela de produtores no campo brasileiro daria maior espaço a eles e tornaria a economia ainda mais dinâmica.
Por Paloma Guitarrara
Professora de Geografia