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Monocultura

Monocultura corresponde ao cultivo de um único produto agrícola, realizado, geralmente, em latifúndios. Essa prática está associada a impactos ambientais.

O cultivo de soja no Brasil representa uma das principais monoculturas do país.
O cultivo de soja no Brasil representa uma das principais monoculturas do país.
Crédito da Imagem: Shutterstock
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Monocultura representa o cultivo de uma única espécie vegetal, como a soja. Existe também a monocultura animal, que corresponde à criação de uma única espécie animal, como o gado. Normalmente, essa atividade agrícola é realizada em latifúndios (extensas propriedades rurais).

A prática da monocultura está associada a diversos impactos ambientais, como o empobrecimento do solo, a retirada da cobertura vegetal e o desequilíbrio ecológico.

Tópicos deste artigo

Como a monocultura é praticada?

A prática da monocultura está relacionada à produção para exportação. Sendo assim, a escolha do produto a ser cultivado ou criado está associada ao mercado internacional. Para que a monocultura seja realizada, necessita-se de uma grande extensão de terra, a qual deve ser devidamente preparada. Para isso, é preciso que toda a cobertura vegetal da área destinada ao cultivo/criação seja retirada, ação que provoca diversos danos ao meio ambiente.

Resumidamente, a prática envolve os seguintes processos:

  • Retirada da cobertura vegetal

  • Preparo do solo para o plantio

  • Cultivo de um único produto em uma mesma área repetidas vezes

  • Intenso uso de defensivos agrícolas

Consequências da monocultura

A realização da monocultura desencadeia diversos danos ao meio ambiente. Cultivar uma única espécie pode provocar a exaustão do solo, acarretando o esgotamento de seus nutrientes e, consequentemente, o empobrecimento nutricional.

Outro problema associado ao cultivo recorrente de uma espécie em uma mesma área é o intenso uso de agrotóxicos e fertilizantes, empregados para controlar pragas e plantas daninhas. O uso incorreto desses defensores agrícolas pode provocar a contaminação do solo e, consequentemente, dos lençóis freáticos e de outros recursos hídricos. A poluição da água causa também a contaminação da vida aquática, provocando um enorme desequilíbrio ecológico.

Para que a monocultura seja realizada, é preciso que a área seja preparada. Para isso, é necessário desmatar grandes extensões de terra. O desmatamento provoca alterações no clima, perda da biodiversidade e extinção de diversas espécies, que perdem seu habitat e sua fonte de alimentação.

Leia mais: Desmatamento no Brasil

Vantagens e desvantagens

Vantagens

Desvantagens

Produção em menor tempo

Empobrecimento nutricional e exaustão do solo

Custos de produção reduzidos

Condições favoráveis para existência em larga escala de pragas e doenças

Uso facilitado de herbicidas

Retirada da cobertura vegetal

Manutenção do ciclo de pragas e de doenças

Desequilíbrio ecológico e perda da biodiversidade

Produção de espécies altamente expressiva para a economia de exportação

Exploração dos recursos hídricos para irrigação

Monocultura no Brasil

A monocultura é praticada no Brasil desde o período colonial. Os países europeus praticavam nas colônias as chamadas plantations de exportação, um sistema colonial agrícola baseado em latifúndios, monocultura, mão de obra escrava e produção para exportação.

O cultivo de um único produto é característica da estrutura fundiária do Brasil desde o início de seu desenvolvimento agrário, no século XVI. Essa prática começou no país com o monocultivo da cana-de-açúcar na região da Zona da Mata (região Nordeste), onde foi mais acentuada, em São Paulo e em Minas Gerais. Essa produção era exportada para países europeus.

A partir da introdução de novas técnicas agrícolas e sementes por meio da Revolução Verde, a monocultura foi impulsionada. A agricultura passou a produzir um único produto em larga escala para o mercado de exportação.

Já no final do século XIX e início do século XX, o café ganhou o cenário agrícola, tornando-se o principal produto agrícola de exportação da economia brasileira. O monocultivo do café era realizado nos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo e também estava associado a latifúndios e à mão de obra escrava nas lavouras.

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Nos dias de hoje, a soja é protagonista da produção agrícola voltada à exportação. O avanço dessa produção teve início na década de 1970. Em 2017, o Brasil tornou-se o maior exportador de soja em grãos e é, atualmente, o segundo maior produtor do mundo.

Monocultura de cana-de-açúcar

O monocultivo de cana-de-açúcar no Brasil iniciou-se no século XVI, especialmente no Nordeste do país, em virtude das condições climáticas favoráveis e das características do solo e do relevo. Voltada para o mercado de exportação, a produção de cana-de-açúcar foi, por um longo período, a base da economia do país.

Atualmente, o Brasil produz mais da metade do açúcar utilizado no mundo todo, sendo considerado também o maior produtor de etanol. Em 2009, a produção de cana-de-açúcar alcançou os 670 milhões de toneladas. Em 2017, a produção ultrapassou 694 milhões de toneladas.

Além ser utilizada para a produção de etanol, a cana-de-açúcar gera também subprodutos, como o bagaço utilizado na produção de energia (biomassa), produtos alimentícios, farmacêuticos, e da indústria química.

No Brasil, são encontradas cerca de 400 usinas de processamento de cana-de-açúcar, as quais se concentram, especialmente, na região Sudeste do país. Apesar disso, esse cultivo tem expandido-se para a região Centro-Oeste. No país, a área destinada ao monocultivo de cana-de-açúcar representa, aproximadamente, 3% do total de terras agricultáveis.

Monocultura de cana-de-açúcar
A cana-de-açúcar é uma das maiores representantes da monocultura no Brasil.

Exemplos de monoculturas

Além da cana-de-açúcar, os cultivos de soja, de café e de eucalipto representam os principais exemplos de monoculturas no Brasil.

Cultivo de soja

Monocultura de soja
O Brasil é o maior exportador de soja do mundo.

Cultivo de café

Monocultura de café
A produção de café no Brasil remonta ao século XIX e concentra-se na região Sudeste do país.

 

Cultivo de eucalipto

Monocultura de eucalipto
O monocultivo de eucalipto no Brasil concentra-se nas regiões Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste.

 

Policultura

Policultura
Policultura é o cultivo ou criação de variadas espécies agrícolas ou animais em uma mesma área, cuja produção abastece o mercado interno.

Monocultura

Policultura

- Cultivo ou criação de uma única espécie agrícola ou animal

- Realizada em grandes latifúndios

- Produção voltada para exportação

- Associada à mão de obra escrava

- Provoca diversos danos ao meio ambiente

- Maior emprego tecnológico

- Cultivo de diversas espécies vegetais ou animais em uma mesma área

- Realizada por pequenos produtores rurais em pequenas extensões de terra

- Produção voltada para o abastecimento interno e para a subsistência

- Associada ao trabalho familiar

- Forma sustentável de produção agrícola

- Menor emprego tecnológico


Por Rafaela Sousa
Graduada em Geografia

Escritor do artigo
Escrito por: Rafaela Sousa Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SOUSA, Rafaela. "Monocultura"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/monocultura.htm. Acesso em 26 de julho de 2024.

De estudante para estudante


Lista de exercícios


Exercício 1

(CEFET-PR) Alguns historiadores afirmam que as consequências do modelo de colonização adotado pelos portugueses para a exploração do Brasil são ainda muito perceptíveis (devastação do meio ambiente, exploração do trabalhador rural, conflitos rurais etc.). Esse modelo é conhecido como plantation ou plantagem, e suas principais características são:

a) minifúndio, monocultura, mão de obra escrava;

b) latifúndio, mão de obra assalariada, policultura;

c) latifúndio, policultura, mão de obra escrava;

d) latifúndio, mão de obra escrava, monocultura;

e) latifúndio, trabalho assalariado, monocultura.

Exercício 2

(UFPI) Acerca do processo histórico de apropriação do território brasileiro, a partir das grandes monoculturas como cana-de-açúcar, café e soja, é correto afirmar que elas:

a) garantiram a preservação da biodiversidade;

b) coibiram a exploração do trabalho pelo capital;

c) favoreceram a predominância dos minifúndios;

d) contribuíram para preservar o patrimônio natural;

e) exigiram infraestrutura de transporte voltada à exportação.