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Industrialização é o processo de desenvolvimento do setor industrial de um determinado território. Esse processo pode ser compreendido, também, como um fenômeno socioespacial que provoca transformações no modo de vida da população e na maneira como a sociedade se organiza no espaço. Iniciada na Inglaterra no século XVIII, a industrialização se processou por meio de diversas etapas, as chamadas Revoluções Industriais, e de forma desigual entre os diferentes países, podendo ser classificada em:
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clássica;
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planificada;
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tardia.
O processo de industrialização provoca o crescimento das áreas urbanizadas e imputa maior dinamismo às economias nacionais. Em contrapartida, foi um dos principais responsáveis pelo aumento da emissão de gases poluentes na atmosfera, além de causar outros tipos de poluição ambiental.
Leia também: Meio técnico-científico-informacional — resultado das inovações oriundas da Terceira Revolução Industrial
Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre industrialização
- 2 - O que é industrialização?
- 3 - Tipos de industrialização
- 4 - Como teve início a industrialização?
- 5 - Características da industrialização em cada fase da Revolução Industrial
- 6 - Industrialização do Brasil
- 7 - Quais são os impactos da industrialização?
- 8 - Exercícios resolvidos sobre industrialização
Resumo sobre industrialização
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Industrialização é o processo de desenvolvimento do setor industrial de um território e de transformação socioespacial por ele acarretado.
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A industrialização pode ser classificada em clássica, planificada ou tardia.
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No mundo, o processo de industrialização começou com a Primeira Revolução Industrial.
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A industrialização não aconteceu de maneira homogênea no espaço mundial. Esse processo aconteceu através de três diferentes etapas, que são as chamadas Revoluções Industriais.
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O Brasil passou por um processo tardio de industrialização, tendo iniciado no século XIX e se expandido a partir da década de 1930 mediante políticas de Estado e capitais públicos e privados.
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A expansão das áreas urbanas e a dinamização do comércio e da economia são impactos positivos da industrialização.
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O aumento da emissão de gases poluentes na atmosfera e o desemprego estrutural decorrente da automação da produção são impactos negativos da industrialização.
O que é industrialização?
Industrialização é o nome dado ao processo de desenvolvimento do setor industrial de um determinado território, o que resulta em transformações na sua estrutura econômica, nas relações de trabalho e no papel desempenhado por ele na Divisão Internacional do Trabalho. A industrialização pode ser compreendida também como um fenômeno socioespacial, que tem impacto direto na maneira como a sociedade se relaciona e se organiza espacialmente, uma vez que é o principal responsável pelo crescimento das cidades e áreas urbanizadas.
Tipos de industrialização
O processo de industrialização não aconteceu ao mesmo tempo em todos os países, tampouco se desenrolou de maneira homogênea pelo espaço geográfico. Isso significa que, ao mesmo tempo que existem países com parques industriais altamente desenvolvidos, outros apresentam uma indústria incipiente e dependem majoritariamente do setor primário da economia.
A maneira como a industrialização se processou nos diferentes territórios pode ser classificada de três diferentes formas, que descrevemos a seguir.
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Industrialização clássica: processo que se deu nos países desenvolvidos. A industrialização clássica foi aquela que deu origem à indústria e expandiu a presença dessa atividade secundária surgida na Inglaterra durante o século XVIII e que rapidamente atingiu outros países do continente europeu em um primeiro momento. Durante a sua segunda fase, a industrialização clássica se processou em outros territórios, como os Estados Unidos.
Ficou marcada pelo pioneirismo, pelas inovações tecnológicas, introduzindo a mecanização do processo de produção, e pela expansão das áreas urbanas. Os países que passaram pela industrialização clássica possuem, hoje, um setor secundário caracterizado pela presença de empresas de inovação e tecnologia, além dos elevados investimentos no setor de pesquisa e desenvolvimento.
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Industrialização planificada: processo de industrialização que se deu nos países socialistas, que eram classificados como países de Segundo Mundo durante o período da Guerra Fria. As economias nacionais desses territórios eram orientadas pelas ações do Estado, razão pela qual são chamadas de economias planificadas. Assim sendo, a industrialização foi de responsabilidade e de controle estatal, e a produção se dava de acordo com a demanda interna.
A industrialização planificada se deu durante a maior parte do século XX em países como a extinta União Soviética, Cuba e China. É importante notar que no caso chinês, o avanço da industrialização ocorreu em consonância com a maior abertura da economia do país, que passou a ser tido como socialista de mercado.
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Industrialização tardia: processo que se deu e ainda ocorre nos países emergentes e subdesenvolvidos da região da América Latina e nos continentes africano e asiático. A industrialização tardia é assim chamada porque ocorreu muito depois da Primeira Revolução Industrial, tendo início nas primeiras décadas do século XX e acelerando a partir de 1950. Caracteriza-se pelo amplo desenvolvimento do setor de bens de consumo, além da forte presença do capital e de indústrias estrangeiras.
Veja também: Metropolização — processo de crescimento urbano que tem relação intrínseca com a industrialização
Como teve início a industrialização?
A história da industrialização começa na Europa do século XVIII, com o advento da Primeira Revolução Industrial. Inúmeros fatores contribuíram para que esse processo se iniciasse na Inglaterra, dentre os quais podemos destacar a emergência de uma classe social detentora de amplo volume de capitais, que era a burguesia, as políticas econômicas e de cerceamento de terras e a disponibilidade de matéria-prima para o desenvolvimento da atividade industrial.
O surgimento das unidades industriais no território inglês provocaram mudanças profundas na sua organização espacial, com o crescimento das áreas urbanas, além de transformar o modo de vida da população, sedimentando um estilo de vida urbano dedicado, majoritariamente, ao trabalho e novas formas de consumo. Outro ponto importante do princípio da industrialização foi a consolidação do capitalismo como sistema econômico dominante, sendo baseado, dentre outros fatores, na geração de lucro e no acúmulo de capitais.
Como vimos, o processo de industrialização não se deu de forma homogênea pelo mundo. Ele se processou em diferentes fases e atingiu inicialmente os países hoje considerados desenvolvidos, espalhando-se após o século XX para os países emergentes e subdesenvolvidos. A seguir, vamos entender como se deram essas diferentes etapas da industrialização.
Características da industrialização em cada fase da Revolução Industrial
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Primeira Revolução Industrial: aconteceu na Europa a partir de meados do século XVIII, estendendo-se entre 1760 e 1850. A principal inovação tecnológica dessa etapa foi a máquina a vapor, com a utilização de carvão como fonte de energia, sendo marcada ainda pela introdução de maquinários no processo de produção (maquinofatura) e pelo estabelecimento de novas relações de trabalho no meio urbano. Para saber mais sobre essa fase, clique aqui.
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Segunda Revolução Industrial: abrangeu um maior número de territórios do que a primeira etapa, incluindo agora países como Alemanha, Países Baixos, Estados Unidos e Japão. Perdurou entre 1850 e 1949, aproximadamente, e ficou marcada pelo advento de novas fontes de energia, com destaque para a eletricidade e o petróleo, e invenções como os motores a combustão e elétricos. Dentre os ramos produtivos da Segunda Revolução Industrial podemos mencionar a siderurgia e a metalurgia, além do aperfeiçoamento da indústria química. Para saber mais sobre essa fase, clique aqui.
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Terceira Revolução Industrial: iniciada na segunda metade do século XX, a terceira etapa da industrialização do espaço mundial segue em curso até o presente. Os países emergentes passaram a integrar o grupo de países industrializados, dando início à sua industrialização tardia.
Essa fase da Revolução Industrial contou com o avanço da ciência e da tecnologia, além do aperfeiçoamento técnico das comunicações e dos transportes que caracterizam a fase atual da globalização. É marcada pelo maior emprego do conhecimento científico na produção, pelo advento do capitalismo financeiro e pelo protagonismo das empresas transnacionais. Para saber mais sobre essa fase, clique aqui.
Saiba mais: Distribuição da atividade industrial no Brasil — concentração e desconcentração
Industrialização do Brasil
O Brasil é um dos países emergentes que passaram pelo processo de industrialização tardia. As primeiras indústrias apareceram durante o século XIX no território brasileiro, como fruto dos investimentos proporcionados pelo capital privado acumulado a partir de atividades primárias, em especial o cultivo de café.
A partir da década de 1930, a participação do Estado, com ações de ampliação das redes de infraestrutura e investimentos, além do capital proveniente do setor privado, foi de extrema importância para o desenvolvimento da indústria propriamente brasileira. Esse período ficou marcado pela substituição das importações, que consiste na produção de determinados bens em vez de comprá-los do mercado externo, e pela fundação de importantes indústrias de base: a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN, de 1941), a Vale (1942) e a Petrobras (1953).
Durante a segunda metade do século XX, o parque industrial brasileiro foi ampliado e diversificado, com a introdução de montadoras de veículos e diversas empresas estrangeiras, as quais ampliaram seu fluxo de entrada a partir da década de 1990 com a adoção de políticas neoliberais e a maior abertura da economia brasileira.
Entretanto, recentemente, nota-se um processo de estagnação da indústria brasileira, o que alguns analistas caracterizam como a desindustrialização do território nacional. Dentre outros motivos políticos e relacionados à conjuntura econômica nacional e global, isso ocorreu em função da maior dependência econômica em relação às atividades primárias, mais precisamente a exportação de commodities agrícolas, tendo havido maior destinação de recursos para esse setor. Para saber mais sobre esse tópico, clique aqui.
→ Videoaula sobre industrialização no Brasil
Quais são os impactos da industrialização?
A industrialização resultou em transformações sociais, econômicas, espaciais e também ambientais. Confira, na sequência, os principais impactos positivos e negativos causados pela industrialização.
Impactos positivos da industrialização |
Impactos negativos da industrialização |
Crescimento das cidades e das áreas urbanizadas. |
Aumento da emissão de gases poluentes na atmosfera, contribuindo para a intensificação do efeito estufa e aceleração das mudanças climáticas. |
Maior oferta e diversidade de produtos. |
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Aumento do fluxo comercial e de capitais no território. |
Geração de grande volume de rejeitos industriais e lixo urbano, levando à poluição das águas e do solo. |
Promoveu avanços importantes no setor de tecnologia. |
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Maior oferta de empregos. |
A automação da produção provocou maior índice de desemprego estrutural e a precarização do trabalho. |
Dinamização da economia, contribuindo para o seu crescimento e internacionalização. |
Aprofundamento das desigualdades e dos problemas socioespaciais nas cidades. |
Exercícios resolvidos sobre industrialização
Questão 1
(Fuvest 2016) Com base na tabela, é correto afirmar:
a) A industrialização acelerada da Alemanha e dos Estados Unidos ocorreu durante a Primeira Revolução Industrial, mantendo-se relativamente inalterada durante a Segunda Revolução Industrial.
b) Os países do Sul e do Leste da Europa apresentaram níveis de industrialização equivalentes aos dos países do Norte da Europa e dos Estados Unidos durante a Segunda Revolução Industrial.
c) A Primeira Revolução Industrial teve por epicentro o Reino Unido, acompanhado em menor grau pela Bélgica, ambos mantendo níveis elevados durante a Segunda Revolução Industrial.
d) Os níveis de industrialização verificados na Ásia em meados do século XVIII acompanharam o movimento geral de industrialização do Atlântico Norte ocorrido na segunda metade do século XIX.
e) O Japão se destacou como o país asiático de mais rápida industrialização no curso da Primeira Revolução Industrial, perdendo força, no entanto, durante a Segunda Revolução Industrial.
Resolução:
Alternativa C.
A Primeira Revolução Industrial se deu entre 1760 e 1850, tendo iniciado no Reino Unido, mais precisamente na Inglaterra, e atingido outros países europeus, como a Bélgica. Países como Estados Unidos e Japão deram início à sua industrialização no período conhecido como Segunda Revolução Industrial, ao passo que as nações asiáticas apresentaram industrialização tardia.
Questão 2
(IFRS 2018) Leia as afirmativas.
I - A industrialização brasileira foi tardia como substituta de importações.
II - A industrialização no Brasil passou a ganhar força a partir da década de 1930, com a ascensão do governo de Getúlio Vargas, através da criação de empresas estatais como a Companhia Siderúrgica Nacional e a Companhia Vale do Rio Doce.
III - Durante o governo de Juscelino Kubitschek (1956-1961), o país vivenciou forte onda de industrialização, impulsionada pelo Plano de Metas, que pretendia promover rápido crescimento para o país com forte investimento estrangeiro. Seu slogan era “50 anos em cinco.”
IV - A região Sudeste concentrou a maior parte da indústria brasileira. Até a década de 1930, o país era agrário-exportador, e o seu principal produto era o açúcar. Com sua desvalorização no mercado internacional, direcionaram-se os investimentos de empresas estrangeiras para a indústria.
Estão corretas apenas:
a) I e II.
b) I e III.
c) I, II e III.
d) I, II e IV.
e) II, III e IV.
Resolução:
Alternativa C.
A única afirmação incorreta é a de número IV. O Brasil era, de fato, um país majoritariamente agrário-exportador até a década de 1930, mas o principal produto nacional não era o açúcar, mas sim o café, Com a crise de 1929 e a queda brusca das exportações, o setor enfrentou uma forte recessão, e o capital da economia cafeeira passou a ser investido no desenvolvimento industrial.
Por Paloma Guitarrara
Professora de Geografia